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Existem poucas pessoas que tem o poder de transformar tudo o que há em sua volta. É pequeno o número de seres humanos que conseguem cativar, impactar e influenciar outros com apenas o exemplo demonstrado, sem ser arrogante e/ou inconveniente.

Assim é Tim Tebow, quarterback (QB) da Universidade da Florida (Gators). Entrando agora na sua última temporada na NCAA ele está prestes a receber rótulos de excelência, tipo: “O melhor QB dos últimos tempos.” ou “O melhor QB dos últimos 25 anos” ou “O melhor jogador universitário de toda a história” ou...

Independente destas questões – que são bastante subjetivas – uma coisa é certa: Ele é um dos atletas mais reconhecidos da história da NCAA. Tebow está em todas as partes, em todas as mídias. É entrevistado por jornais, sites, revistas, TV´s... seja em seções esportivas ou não; sua atitude e personalidade foi lembrada até pelo presidente dos EUA, Barack Obama. Realmente Tebow não é um garoto qualquer e sim um ícone cultural. Ele é atraente, caridoso e tem uma meta diferente: ao invés de ter uma vida luxuosa transmitida a todos pelo “MTV Cribs”, o que ele mais quer é ser um missionário cristão.

O que ele já é a propósito.

A vida cristã de Tebow é bastante regada e fervorosa. Ele tem a habilidade de expressar através de sua fala e gestos a sua crença sem incomodar os outros. “Ele quer que as pessoas vejam que ele é cristão pelas suas ações. Ele quer que as pessoas digam ‘Eu vejo seu estilo de vida, a paixão que você tem, a alegria que você transmite e eu quero isto’. Jamais ele vai forçar alguma coisa para alguém” diz David Nelson, WR veterano dos Gators. Nelson foi junto com Adrian Bushell (CB – novato) e Janoris Jenkins (CB – segundanista) visitar presos em uma cadeia no norte da Flórida, acompanhando Tebow em uma de suas missões.


Ir a Filipinas é a outra missão e a mais especial por dois motivos: seu pai e sua mãe são missionários há anos no país e foi lá que Tebow nasceu. Participar das missões nas Filipinas faz com que ele renove as forças, lembrando sempre de uma história motivacional, verídica, que contam para ele.

Quando sua mãe, Pam, estava grávida dele, ela contraiu uma doença tipicamente filipina (disenteria amoébica). O diagnóstico dos médicos foi taxativo: aborto. Pam recusou e Tim nasceu fraco, desproporcional e com várias complicações. Com remédios e orações ele cresceu forte e saudável.

Por isso que estar na Filipinas é especial para Tebow. Lá ele se sente feliz com as crianças, com os jovens. Entre tantas atividades que faz por lá, uma delas é sim pregar o evangelho, uma tarefa entre tantas outras.

O prazer de contar a boa nova a todos está presente nele a todo instante, mas Tim sabe canalizar o momento certo de conversar, as palavras certas para falar; exatamente uma das suas boas características. Esta personalidade lembra muito a do Dwight Howard, pivô do Orlando Magic (NBA). Howard, assim que entrou na associação, recebeu o rótulo ”pregador” de forma pejorativa, “Como se eu fosse pegar um púlpito e colocar no centro da quadra” dizia ele na época. Mesmo Howard sendo um cristão fervoroso – assim como Tebow – seus feitos na NBA mostram que ele estar lá para jogar – assim como Tebow quer fazer quando chegar na NFL.

Para alcançar tal objetivo, Tim terá que superar um obstáculo dos grandes. Geralmente, um QB que tem muito destaque na NCAA (exemplos: Vince Young – TEX, Mat Leinart USC, Alex Smith – Utah) não corresponde na NFL. Contudo, Tebow está acostumado a quebrar prognósticos e superar expectativas.


Seu primeiro ano (2006) com os Gators foi de apresentação. Reserva de Chris Leak, Tebow fez bons jogos quando chamado a campo, sendo o segundo jogador com mais jardas corridas da equipe e uma atuação importante na final contra Ohio State.

Críticos: “Tá bom. Vamos ver se ele vai ser um bom QB titular”.

Em 2007, ele assumiu a titularidade e foi o vencedor do troféu Heisman (MVP da NCAA), primeiro segundanista a conseguir tal feito.

Críticos: “Tá bom. Vamos ver se ele consegue levar Florida ao título”.

Em 2008, os Gators terminaram a temporada com 12v e 1d, indo para a final e derrotando Oklahoma. Segundo campeonato da NCAA em três anos.

Críticos: “Tá bom. Vamos ver se ele vai se dá bem na NFL”.

Aí é preciso esperar. Apesar de poder se tornar disponível para o Draft 2009, Tebow decidiu ficar; mais uma demonstração do seu caráter. Ele disse “Para ser leal a meu treinador (Urban Meyer), a minha universidade, aos meus fãs, eu irei terminar o que comecei”. A NFL vai aguardar mais um pouco, assim como a resposta para a questão: Será ele o novo Alex Smith? – que, coincidentemente, foi treinado por Meyer em 2004.

Voltar para a universidade alegrou a todos. Tebow é admirado pelos alunos de uma forma extraordinária. Na entrada do centro de treinamento existe uma placa de bronze com os seguintes dizeres (extraídos da entrevista coletiva após a derrota para Ole Miss em Setembro do ano passado):


A Promessa – “Para os fãs e todos da Gators Nation. Desculpas. Minhas sinceras desculpas. Nós esperávamos por uma temporada invicta e este era o meu objetivo, algo que nunca aconteceu com Florida. Eu prometo uma coisa: muita determinação vai ser extraída disto. Vocês não verão alguém em todo o país jogar com vontade como eu farei no restante desta temporada. Vocês não irão ver alguém liderar um time como eu farei no restante desta temporada. Vocês não irão ver um time jogar com determinação como faremos no restante desta temporada. Deus Abençoe” – Tim Tebow, 27 de Setembro de 2008.



Tal declaração foi mencionada por Obama em um discurso que ele honrou Tebow afirmando “...este é o tipo de liderança que esperamos ver nos jovens; assumindo responsabilidades, desafiando os outros e a si mesmo para crescer na ocasião”.


Se uma das pessoas mais importantes do mundo cita sua fala, pode se dizer que esta pessoa é especial. A influência do QB atinge todos, mas tem um cantinho especial para os fãs.

Um torcedor contou para a revista GQ um testemunho que exemplifica quem é Tim Tebow.

Eu fui em direção de Tebow, que estava andando na calçada com seus amigos. Perguntei se ele podia tirar uma foto comigo. Porém percebi que as pilhas da minha máquina estavam fracas e perguntei para ele se poderia esperar um pouco enquanto eu ia buscar novas pilhas no meu carro. Ele disse: Sim, sem problema. Eu voltei uns dez minutos depois e ele estava sentado lá, agora sozinho, esperando para tirar a foto... Qualquer outra pessoa poderia ter continuando a caminhada com seus amigos... Ele ainda me deu o telefone do seu celular para que eu pudesse ligar de volta quando a foto fosse revelada para ele poder assinar... Este é Tim Tebow

(GL)



© 1 Arquivo Pessoal / Bob Tebow
© 2 Getty Images
© 3 Saul Loeb / Getty Images

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