Campus Party


Neste final de semana terá festa no campus!

Não... Não é nada sobre o encerramento da Campus Party, evento que reúne geeks de todo o Brasil e que está sendo realizada no Centro de Exposições Imigrantes na cidade de São Paulo.

Trata-se do grande clássico da Ivy League (conferência de basquete da NCAA) entre as rivais Cornell e Harvard – sábado, 30. Por um momento será deixado de lado Kansas, John Wall, Texas, Villanova e a discussão de quem será a número 1 na próxima semana, para se concentrar no jogo entre duas universidades que se preocupam mais em disputar o Prêmio Nobel do que competições esportivas.

Porém esta temporada está sendo diferente. Há uma real possibilidade (embora irrisória) de duas escolas da conferência irem para o torneio da NCAA em Março; algo inédito. O campeão da liga ganha uma classificação automática, mas seja qual escola fique em segundo, pode almejar um convite. Para isto acontecer será preciso uma singela generosidade do comitê que define quais universidades entrarão no torneio. A Ivy League sempre tem uma simpatia a mais dos torcedores e daqueles que acompanham o basquete universitário, por admirarem caras que estão na faculdade para conseguir uma graduação e também jogam basquete com qualidade; e não o contrário.

Cornell é o time que mais chama a atenção, graças ao que ocorreu no dia 6 de Janeiro deste ano. Jogando em Kansas contra os Jayhawks – então número 1 –, Cornell quase surpreende o melhor elenco desta temporada e vence Kansas fora de casa. O jogo vai ficar na memória porque o time dos nerds encarou o adversário de forma agressiva e fez uma bela partida, ficando mais de 18 minutos seguidos a frente no placar, abrindo uma diferença de 8 pontos (49 a 41) no começo do segundo tempo.

Faltando 54 segundos para o término do confronto, Cornell estava na frente por um ponto, mas Kansas fez prevalecer o talento individual de seus atletas (principalmente, no caso específico, de Sherron Collins) e saiu vencedora (71 a 66). Ryan Wittman (foto abaixo, camisa vermelha), principal jogador dos Big Reds, anotou 24 pontos na partida.


Este resultado foi também favorável para a escola da Ivy League. Atuar bem contra as principais forças da NCAA conta pontos para decidir quem fica com as vagas restantes para o torneio. Por os jogos dentro da conferência serem fracos, essa performance de Cornell irá lhe ajudar caso não fique com o título da liga.

E este é o caso que pode levar tanto Harvard quanto Cornell para o March Maddness. Se Cornell vencer a Ivy, Harvard terá poucas chances porque não fez grandes jogos fora da conferência, diferente de Cornell que venceu Alabama e Saint John´s fora de casa. Por isso que se Harvard vencer a liga, Cornell pode se classificar por ter um RPI (cálculo que ajuda a concretizar o valor dos resultados de cada jogo) entre os mais altos – nº 40 – posição que geralmente classifica uma universidade.

Mas esta probabilidade (como eles devem bem saber) é praticamente 0, o que dá um clima mais competitivo para o jogo deste sábado – será na cidade de Ithaca, New York, casa de Cornell; a volta será dia 19 de Fevereiro em Cambridge, Massachusetts. A verdade é que quem vencer o duelo estará no torneio e para Harvard a mais real possibilidade é vencer os dois jogos.

Eles tiveram partidas competitivas contra duas forças da NCAA: Connecticut e Georgetown, mas só atuaram bem contra Conn (perdeu de 79 a 73). Nesta partida contra os Huskies, o mundo da NCAA conheceu o veterano de Harvard que é craque de bola: o armador Jeremy Lin. Ele fez um duelo particular com Jerome Dyson (armador de Conn) com ambos liderando no jogo suas respectivas equipes em pontos, rebotes, assistências e roubadas de bola. Porém a performance de Lin foi mais impressionante por marcar 30 pontos e ter um aproveitamento de arremessos excelente: 11 de 18

Jim Calhoun, lendário treinador dos Huskies (atualmente afastado por problemas de saúde), disse após a partida sobre Lin: “Ele é um dos melhores armadores que eu vi jogar aqui no nosso ginásio, incluindo o pessoal da Big East [conferência de Conn]. Ele tem capacidade para jogar em qualquer time”. Os bons jogos que Lin vem fazendo somando com uma média de 17 PPJ, o qualificam ao prêmio Bob Cousy (melhor armador da temporada) e até ao de MVP da NCAA. O fato é que o californiano poderá ser o primeiro asiático-americano a jogar na NBA.


A ida de Lin (foto acima, camisa 4) para Harvard foi possível porque a metodologia de como encarar o basquete na “Faculdade da Verdade” está mudando. O treinador da equipe é Tommy Amaker (formado em Duke; melhor defensor na NCAA em 1987) e ele está disposto transformar os crânios de contas e equações em feras nas quadras, buscando levar o programa novamente ao torneio, algo que não acontece desde 1946; primeira e única vez que Harvard participou.

Cornell já tem mais experiência: 4 participações.

A hierarquia das tradicionais universidades até permitem uma dedicação a mais para os esportes, desde que não prejudique os objetivos e metas acadêmicas de cada corpo docente. O alto padrão de ensino e o elitismo educacional das universidades da Ivy League são vistos como as principais bandeiras a serem defendidas. Além de se ter toda uma história milenar a ser honrada.

Harvard, por exemplo, é a universidade mais antiga dos Estados Unidos, fundada em 1663 na cidade de Cambridge (parte da Grande Boston) ainda no período da colonização inglesa, com o ideal de entregar o mais elevado ensino para as mais importantes pessoas. Já Cornell é mais nova (desde 1865) e tem um estilo diferente. Criada com um principio laico, ela tem como meta ser uma faculdade aberta a todas as classes socais e por ter um campus na cidade de New York, este aspecto universal se encaixa bem.

Se muita rivalidade não fosse o bastante, o basquete vem ser um ingrediente a mais para apimentar esta saudável disputa. Os confrontos Boston (Harvard) versus New York (Cornell) e 74 alunos vencedores do Prêmio Nobel (Harvard) versus 41 (Cornell) tem um duelo adicional: Jeremy Lin (Harvard) versus Ryan Wittman (Cornell). Os livros serão deixados de lado e a diversão será garantida; pelo menos por uma noite.



(GL)


© 1 Orlin Wagner / AP

Cestas, Dinheiro e Graça


"Deus me abençoou”.

Esta declaração foi dada ao jornal Chicago Sun-Times pelo armador do Chicago Bulls, Derrick Rose (foto acima), depois do jogo da última sexta (22) contra o Phoenix Suns. Um agradecimento por ter marcado 32 pontos na partida.

Mas tinha algo de especial sobre ser o cestinha daquela noite. Rose estava integrando um grupo de atletas que se comprometeram em ajudar o Haiti através da fundação criada pelos ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e George W. Bush. O compromisso era doar mil dólares para cada ponto assinalado e os 32 anotados por Derrick foi a maior marca da rodada (empatado com Dwyane Wade e Stephen Curry). Ele tem razão em agradecer aos céus porque sua média de pontos até então era de 19.1 e marcar mais de 30 pontos é algo raro em sua carreira.

Toda a temporada passada (ano de novato) ele não marcou 30 pontos ou mais (em uma partida). Contudo, a primeira vez que ele ultrapassou esta barreira foi histórica. No primeiro jogo de playoffs do campeonato 2009-10 (contra o Boston Celtics) Rose anotou 36 pontos, se juntando à lenda Kareem Abdul-Jabbar como o novato que mais marcou pontos em sua estréia na pós-temporada – Jabbar tinha 22 anos e Rose 20. O armador dos Bulls ainda foi apenas o segundo jogador, desconsiderando o tempo de experiência, a marcar mais de 35 pontos e 10 assistências em sua estréia nos playoffs.

Nesta temporada ele vem mostrando que está fazendo efeito as intermináveis horas de treinamentos de arremessos no período de férias. Já são quatro jogos com 30 pontos ou mais (incluindo a partida contra os Suns). Rose não tinha no seu repertório a característica de ser um inerente pontuador, mas agora ele possui esta habilidade que eleva seu jogo a lugares mais altos.

Durante toda a sua vida Rose foi adepto da filosofia de passar primeiro, arremessar depois; ajudar os outros. Na época da escola, garotos entravam na fila buscando uma transferência para jogar com Rose, pois a fama de ser um excelente passador corria pelas ruas de Chicago – sua cidade natal. O sucesso que ele desfrutava era esperado, afinal o que diferente podia sair de um garoto que ficava horas com uma bola de basquete nas quadras em volta do bairro (Englewood) onde morava?


Aquilo que lhe dava satisfação e prazer servia como uma forma de sobrevivência. Rose se encaixa no perfil que bem conhecemos: garotos da periferia que tem no esporte (no caso do Brasil, o futebol) uma oportunidade de viver longe do crime e das drogas, almejando uma carreira para melhorar as condições da família. Englewood é um dos bairros mais violentos de Chicago e ganhou fama mundial (em 2008) pela tragédia acontecida contra a mãe, o irmão e o sobrinho da atriz/cantora Jennifer Hudson (vencedora de Oscar e Grammy) - os três foram brutalmente assassinados pelo cunhado na casa da mãe em Englewood.

O basquete servia como um escape para Rose e sua mãe, Brenda, entendia isto. Ele ficava jogando até que ela o chamasse para casa, o que era obedecido prontamente. Não havia muita preocupação em o que poderia acontecer com seu filho nas ruas, pois havia (e ainda há) um respeito muito grande de Rose para com sua mãe e ele seguia a risca as orientações dela, assim conseguia a liberação para jogar basquete diariamente. Por ser quieto e não falar muito, Rose não se envolvia com muita gente, a não ser os amigos que jogavam com ele.

Quando o tempo de ingressar na faculdade chegou, surgiu a questão tradicional: Para onde ir? Se não existisse a regra imposta pela NBA de que um jogador só pode entrar na associação um ano depois de terminar o ensino médio, Rose iria direto para o profissional. Porém, ele precisava passar este ano de transição em atividade e a NCAA foi escolhida como ponte. Entre tantas universidades interessadas, Rose escolheu Memphis; por um motivo além do esporte.

Assim que John Calipari, então treinador dos Tigers (atual técnico de Kentucky), chegou à casa de Derrick e apresentou o programa para ele, surgiu uma conexão diferente. Brenda chamou Calipari de canto e disse “Ele vai ficar bem. Digo isto porque ele tá conversando com você e meu filho não é de conversar muito”. O elo criado entre Calipari e Derrick é forte até hoje, sempre um ligando para o outro.

Em Memphis, Rose foi fantástico e liderou os Tigers à final do torneio da NCAA (2008), perdida para a Universidade do Kansas. Porém não foi só a decisão perdida, mas a temporada inteira. Investigadores da NCAA acusaram Rose (em 2009) de fraudar o vestibular – outra pessoa fez a prova para ele. Depois da comprovação do falso teste, Memphis recebeu severas punições, entre elas: apagar as 38 vitórias da temporada 2007-08, apagar a participação do torneio da NCAA 2008 e devolver o dinheiro ganho pelo vice-campeonato.


Se Rose fizesse o vestibular, provavelmente não passaria. O negócio dele é jogar basquete, nunca foi estudar. O episódio serve para renascer a discussão se deve existir esta proibição de um jogador sair direto da escola para a NBA. A enganação de Rose foi encoberta pelas suas atuações magníficas com a camisa dos Bulls, justificando sua habilidade nata de jogar basquete. Foi um erro o que aconteceu em Memphis? Claro, mas quem nunca errou, atire a primeira pedra...

Recentemente (dia 20/01) foi divulgada a lista das camisas mais vendidas da NBA (baseada nas vendas do site e da loja oficial), que serve como um termômetro de popularidade. Rose, em seu segundo ano na associação, está na surreal 4ª posição, perdendo apenas para Dwight Howard (3º), LeBron James (2º) e Kobe Bryant (1º). Sua fama em Chicago é estrondosa e ficou clara nos playoffs da NHL do ano passado.

Era a semifinal da Conferência Oeste (Chicago Blackhawks versus Vancouver Canucks) no United Center, casa dos Bulls e Blackhawks. No ginásio estava o QB Jay Cutler, recente contratação do Chicago Bears; assim que ele apareceu no telão, os torcedores aplaudiram o jogador. Os jogadores dos Blackhawks entraram no gelo e os torcedores aplaudiram eles. Só que nada igualou aos gritos e aplausos que Rose recebeu quando foi fazer o lançamento cerimonial do puck.

Conseguir atingir a elite da NBA não é fácil - Rose tem só 21 anos. Entretanto ele faz por onde para honrar o contrato de US$ 31 milhões/5 anos: luta para tornar o Chicago Bulls competitivo e treina constantemente para aprimorar suas habilidades, usando seus recursos para abençoar sua mãe (tirando ela do perigoso bairro), a franquia e aqueles mais necessitados, tudo usando o dom que Deus lhe deu: jogar basquete.

(GL)



© 1 Charles Rex Arbogast / AP
© 2 Chad Griffith
© 3 Steve Bumbaugh

Quando o Suficiente Não é o Bastante


A metade da temporada 2009-10 da NBA mostra a evolução de um time jovem, capacitado e que está se acostumando a vencer. O Memphis Grizzlies já conseguiu chegar a marca de 23 vitórias (foram 24 em todo campeonato passado) e a parcela deste surpreendente êxito é dividida em três: Rudy Gay, OJ Mayo e Zach Randolph.

Verdade é que o técnico Lionel Hollins tem seus méritos. O aproveitamento da equipe no mês de Dezembro (9v – 4d) lhe rendeu o prêmio de treinador do mês. Ele vem administrando muito bem o elenco mais jovem da NBA – média de 25 anos – e coloca sua equipe acima do aproveitamento de 50%, disputando diretamente uma vaga nos playoffs na Conferência Oeste; mesmo sendo o penúltimo colocado da Divisão Sudoeste.

Em grande parte, as vitórias dos Grizzlies vêm na onda das atuações do seu trio principal. A equipe é a única a ter três jogadores marcando em media por jogo mais de 18 pontos. Quando os três estão em quadra, o time joga de igual para igual contra equipes superiores e se sobressai contra times do mesmo nível ou inferiores. A questão é que em algum momento do jogo eles terão que descansar, os reservas entrarão em quadra e, como esperado, o ritmo do time cai. Um grande exemplo disto aconteceu semana passada no jogo contra o Phoenix Suns.

Quando Gay, Mayo e Randolph estavam juntos em quadra, Memphis abriu duas vezes 14 pontos de diferença. Assim que eles saíram, o Phoenix passou em uma oportunidade e se aproximou na outra. Hollins então deixava dois dos três em quadra (enquanto o outro descansava) e desta forma o time não teve uma queda de produção e saiu com a vitória.

O detalhe é que terá vezes que tais chances não virão e poderá ser cedo demais para corrigir as falhas que determinada partida mostrará. A solução mais evidente e óbvia é reforçar os reservas, trazer jogadores que auxiliarão o trio. Por mais que seja a opção mais nítida, não é de fácil execução.


Rudy Gay (foto acima) terá seu contrato de novato encerrado no final desta temporada. A diretoria lhe ofereceu uma renovação (50 milhões de dólares por 5 anos), mas ele recusou apostando que o extraordinário mercado de agentes livres da próxima inter-temporada lhe renderá mais benefícios. Uma meta importante dos Grizzlies era fechar com Rudy, porque mantinha a estrela na cidade - o que atrairia outros jogadores para lá. O time de Memphis tem um espaço livre considerado até atingir o teto salarial e será um comprador no meio deste ano.

Sem mencionar que a franquia tem três escolhas na primeira rodada do próximo draft (13º, 24º e 30º). Muito provavelmente uma destas será usada como moeda de troca, basta esperar para ver quem se interessá-la por elas. Todo o cuidado é pouco para aproveitar o bom momento da equipe e não fazer loucuras nas negociações, podendo desmanchar um valioso grupo de jogadores que tem muito para mostrar.

Gay tem uma história interessante por ser fruto de uma polêmica troca feita pela diretoria em 2006, quando ele veio para Memphis e o popular ala Shane Battier foi para Houston (via draft). Contudo ele tem demonstrado que a arriscada contratação valeu: quase leva o prêmio de Maior Evolução na temporada 2007-08 e neste campeonato ele tem anotado as melhores médias da carreira em pontos, rebotes e assistências.


O camisa 22 é o único jogador deste elenco que está no time desde 2006. Em contrapartida, Zach Randolph (foto acima, camisa 50), líder do time em pontos e rebotes, é o único atleta da equipe que não começou a carreira em Memphis.

Assim que ele chegou ao clube antes do início desta temporada, logo recebeu o status de chefe e foi votado pelos companheiros como capitão do time. Com 28 anos de idade e 9 temporadas de experiência na associação, Randolph vem assumindo bem esta função de ser o comandante, responsável por direcionar os garotos do time à direção certa. Os comentários que o cercam dizendo sobre a sua atual temporada ser digna de um Jogo das Estrelas, são legítimos e confirma que o cargo está sendo bem executado.

Zach gosta de dizer constantemente à imprensa que o principal valor dos Grizzlies é o jogo coletivo. Ele tem razão, visto que eles estão jogando bem na defesa e se comunicando em quadra com mais neutralidade “Estamos com bons números na categoria rebotes porque estamos conversando um com o outro, tendo certeza que cada um está marcando o jogador certo” comentou à Associated Press.


OJ Mayo (foto acima) não passa sem ser notado nesta história. Ele já teve uma noite de 40 pontos (jogo contra o Denver Nuggets , 1º/11) e é um pontuador consistente, marcando mais que 14 pontos em 10 dos últimos 11 jogos. A temporada de novato no ano passado foi produtiva, ficando em segundo lugar na votação atrás de Derrick Rose. Imaginava-se que ele seria algo muito parecido com Rudy e que ás vezes eles poderiam disputar quem faria mais arremessos, entretanto Mayo já mostra sinais de maturidade.

A chegada de Randolph lhe ajudou a encontra sua real posição em quadra. Fato é que não será necessário ele marcar mais de 30 pontos por jogo para o Memphis se manter nas partidas. Ele não jogará sobre carregado e terá mais espaço nos arremessos de media distância, tendo a ajuda de Zach no garrafão marcando pontos e atraindo a marcação.

Por enquanto este trio está sendo o suficiente para vencer jogos “normais” da temporada (já passaram por Cleveland, San Antonio, Dallas, Denver...). A alta cúpula da franquia sabe que estas boas atuações do trio não serão o bastante para vencer partidas decisivas no final do campeonato, onde vagas para os playoffs estarão em disputa. Por essas e outras razões é que o Memphis será um player nestes próximos 25 dias antes da janela de transações fechar dia 18 de Fevereiro, buscando suprir as necessidades do time, almejando aprimorar a qualidade do elenco.


(GL)



© 1 Grizllies Media
© 2 NBAE
© 3 e 4 Joe Murphy / Getty Images

Sorte: Encontro da Oportunidade com o Talento

Rex Ryan e Mark Sanchez

Como fugir de simplórias conclusões? Será que só é possível usar definições medíocres para definir o sucesso de uma pessoa? Dizer que alguém é sortudo por atingir um patamar acima das expectativas não é cruel? O que o acaso e a mera coincidência tem a ver com a competência daquele que chegou ao topo?

Apesar disto tudo, não tem como fugir dos rótulos pré-estabelecidos.

Analisando os finalistas das finais de conferências da NFL, logo se percebe um “intruso” entre três potências, um time que “não era pra estar aqui”. O New York Jets recebeu o tag sortudo pela improvável sequência que o levou aos playoffs. Porém, nos jogos da pós-temporada, a equipe mostrou que seu valor vai muito mais além do que uma obra do destino.

Ao perder o jogo da semana 15 para o Atlanta Falcons (7 a 10), Rex Ryan (treinador) disse em entrevista coletiva que seu time estava fora da briga para os playoffs e que não havia mais chances. Foi um sincero desabafo de um cara que não mede as palavras e que, desta forma, ganha um apoio e confiança incondicional dos membros do elenco. O próximo jogo seria contra os Colts – então invicto – em Indianapolis.

Os jogadores dos Jets pegaram a declaração do seu chefe como provocação, encarando o jogo contra os Colts como uma final. Havia um debate sobre se o Indianapolis deveria poupar ou não os titulares, pois o time já tinha conseguido a classificação antecipada aos playoffs. Jim Caldwell, treinador dos Colts, decidiu substituir seus principais atletas faltando 5 minutos para terminar o terceiro período. Os Jets estavam atrás no placar (10 a 15) e, depois desta mudança, conseguiu virar o jogo e sair com a vitória.

Era tudo que o time de NY queria. O que eles fizeram foi aproveitar a oportunidade de jogar o final da partida contra os reservas dos Colts e buscar o resultado positivo. O mesmo aconteceu contra o Cincinnati Bengals na semana seguinte, time que também poupou os titulares (já tinha assegurado o título da divisão Norte da Conferência Americana). Os Jets precisavam da vitória para ir aos playoffs e eles asseguraram a classificação.

Mark Sanchez

Poderia ser diferente se tanto os Colts quanto os Bengals tivessem jogado com os titulares ao longo de toda a partida? Sim. Mas, como dizem os pensadores modernistas da crônica esportiva, o “se” não entra em campo. O fato foi que a oportunidade surgiu para os Jets e ela não foi desperdiçada.

Não têm como fugir da realidade que o NY venceu ambos os jogos, entretanto os descréditos destes resultados eram expostos constantemente por aqueles que diziam que os Jets foram favorecidos. De novo: Por que entregar ao acaso e a mera coincidência a competência e o trabalho de um grupo?

Tudo o que é necessário para vencer jogos de pós-temporada na NFL a equipe do Rex Ryan tem: uma defesa forte (a número 1 de toda a liga na temporada regular) e um jogo corrido dominante (o número 1 de toda a liga na temporada regular). Dados que o destino não escreveu nas estatísticas oficiais, e sim o talento dos jogadores demonstrados em campo semana após semana.

A vinda de Ryan deixava como certo que os Jets teriam uma defesa agressiva e intimidadora; enquanto coordenador defensivo do Baltimore Ravens, assim era a sua filosofia. Todos abraçaram os métodos do treinador e o resultado aparecia em toda a rodada. A habilidade individual dos onze titulares (com destaque para Darrelle Revis – CB – e Bart Scott – LB) fez com que o jogo coletivo se tornasse o ponto forte da unidade, que transforma sacks em fumbles, passes incompletos em interceptações, interceptações em touchdowns...

No ataque, o QB novato Mark Sanchez vem entendendo a sua função, ou seja, ser o mais objetivo possível, sem querer inventar muito. Nos últimos quatro jogos da equipe (4 vitórias) ele só teve um passe interceptado. Valeu o esforço feito no draft do ano passado para adquiri-lo, trocando uma escolha de primeira e segunda rodada - e mais três jogadores com o Cleveland Browns -, pela quinta posição para ficar com Sanchez. Era exatamente o jogador que Rex Ryan queria. Outra oportunidade (ou será que foi sorte?) de pegar um talentoso jogador apareceu no segundo dia do draft.


Só que agora a preferência era do diretor de football (GM) da franquia, Mike Tannenbaum. Nas analises pré-draft, ele colocou o RB Shonn Greene (Universidade de Iowa) como o 19º melhor jogador disponível. Porém a segunda rodada de escolhas já tinha passado e Greene (camisa 23, foto acima) ainda estava disponível. Foi quando os conselheiros do clube incentivaram o diretor a fazer outra loucura, subir no draft e pegar o RB. Então a franquia trocou as escolhas da terceira, quarta e sétima rodada com o Detroit Lions pela 65º posição (primeira escolha da terceira rodada). Aí os Jets selecionaram Shonn Greene e, depois de 18 jogos com os novatos sendo decisivos, se entende que a ousadia foi válida em busca dos talentosos jogadores – os Jets foi o time que menos jogadores selecionou no draft 2009 da NFL (3).

Greene, por exemplo, foi fundamental nas vitórias contra os Bengals e San Diego Charges nestes playoffs. Usando sua habilidade de correr por dentro da defesa e conseguir mais jardas depois de ser tocado, ele anotou 135 jardas contra CIN e 128 contra os Charges, sendo o primeiro novato em toda a história da liga que correu mais de 125 jardas em cada um dos dois primeiros jogos da pós-temporada; marcou um TD em cada um deles também. Um dado a favor de Greene impressiona: NY venceu todas as partidas (7) que ele correu mais de dez vezes.

Por jogar em casa e ter o melhor time, os Colts são favoritos – as bolsas de apostas de Las Vegas dão uma vitória de sete pontos para IND. Independente do resultado da decisão da Conferência Americana, ambas equipes merecem estar nesta final, pois fizeram por onde para chegar neste ponto. Provavelmente os Colts destruírão os Jets, já que contra um adversário de características parecidas (Ravens), IND saiu vencedor nas semifinais da Conferência (20 a 3).

Agora, nada deve diminuir ou desvalorizar o belo trabalho que Rex Ryan & Co. fizeram nesta temporada com o New York Jets. Com certeza a sorte não foi um agente auxiliar (muito menos o principal) que colocou a equipe nessa posição. Por ser difícil fugir dos rótulos, a conclusão mais simples sobre os Jets é que eles são:

Aproveitadores e competentes.

Para bom entendedor, dois adjetivos bastam.



(GL)



© 1 Antonelli / NYDN
© 2 Jeff Zelevansky / Getty Images


Leia também: Às Cores Quando Não Há Palavras (Rex Ryan) – publicado dia 1º de Julho de 2009

Fator Darrelle Revis –publicado dia 02 de Dezembro de 2009

Significa


Usando como base a escola filosófica pós-contemporânea do querido apresentador noturno da televisão brasileira, Ronnie Von, que consegue – como muitos já sabem – ser objetivo e direto numa simples resposta para uma pergunta complexa, a seguinte indagação é claramente decifrável:

"Football: significa bola no pé?"

Significa...

Aí entra outra questão que todo brasileiro admirador do football já fez na vida: "Então porque o futebol americano é jogado, em grande parte, com as mãos?" Bom, nem o galã da jovem guarda conseguiria ser sucinto para explicar esta pergunta, mas pode-se afirmar que os momentos do jogo que a bola está no pé de alguém são os mais decisivos, levando uma equipe ao sucesso ou ao fracasso. O mais recente kicker a sentir esta importância foi Nate Kaeding (San Diego Charges – foto acima)

Na partida semifinal da Conferência Americana, o San Diego Charges foi eliminado pelo New York Jets em casa. Diversos fatores colaboraram para a derrota do time que vinha de 11 vitórias seguidas e Kaeding foi um deles. Especialistas apontaram, antes da partida, o kicker dos Charges como peça fundamental para uma possível vitória de sua equipe. Ele estava numa sequência impressionante de 20 FG´s (field goals) consecutivos, errando apenas 3 durante 16 jogos e considerado, pelos números, o mais preciso kicker de toda a história da NFL.

Mas os Jets estavam pela frente... e o confronto era de playoffs...

Kaeding errou três FG`s na semifinal e os Charges perderam por 3 pontos (17 a 14). Qualquer um dos FG´s, caso convertidos, mudaria o curso da partida. O primeiro (36 jardas), o jogo estava 0 a 0; o segundo (57 jardas) foi no final do segundo tempo e San Diego vencia por 7 a 0; e o terceiro (40 jardas) aconteceu no último período quando os Jets venciam por 17 a 7. Estes FG´s perdidos se somam a outros seis que ele não converteu em playoffs, conseguindo marcar apenas 3 de 9 chutes tentados no total. Nate não precisa ficar tão desapontado porque ele não é o único a falhar na hora H.

Mike Vanderjagt (Colts e Cowboys) era o detentor do recorde de eficiência antes de Kaeding. Na temporada 2003-04 (defendendo o Indianapolis), ele converteu 37 de 37 FG´s e 46 de 46 pontos extras. Porém nos playoffs do campeonato 2005-06, enfrentando o Pittsburgh Steelers, ele entrou para a galeria das decepções, ao perder um FG de 46 jardas restando 18 segundos para acabar a partida – IND estava atrás no placar: 21 a 18. Depois deste jogo todos torcedores esqueceram-se das atuações eficientes de Vanderjagt e só irão se lembrar do FG perdido.

Provavelmente o mesmo acontecerá com Kaeding, que tem mais um agravante: nos playoffs 2003-04 ele perdeu um FG na prorrogação que custou a vitória para SD (20 a 17). A partida foi contra o New Yor Jets...

Baseado nessas situações e performances é possível afirmar que existe o kicker de temporada regular e o kicker dos playoffs? Sim. Como, aliás, acontece com qualquer outro jogador dentre os 53 que compõe o elenco; uns são bons em jogos que não valem nada, enquanto outros aparecem nos momentos decisivos. Se alguém perguntar para o Robert Kraft, dono do New England Patriots, qual o valor e a importância de um kicker para um time de football, ele saberá responder muito bem.


Sua franquia conquistou três títulos nos anos “00´s” e dois deles vieram com a contribuição direta de um kicker: Adam Vinatieri. No Super Bowl XXXVI (36 – foto acima), ele converteu um FG de 48 jardas que colocou os Patriots a frente do Saint Louis Rams – foi o último lance do jogo. Dois anos depois, no Super Bowl XXXVIII (38), ele marcou os três pontos faltando 4 segundos para o término da final contra o Carolina Panthers (NE venceu: 32 a 29).

Ao se transferir para os Colts, ele levou consigo sua performance de alto nível. No Super Bowl XLI (41) ele converteu 3 de 4 FG´s e o Indianapolis venceu o Chicago Bears: 29 a 17.

Nos bastidores se comenta sobre a possível ida de Vinatieri para o Hall da Fama. Mesmo que existam argumentos contrários a sua indicação para o seleto grupo, deve se levar em consideração que em três Super Bowls ele foi responsável direto pela vitória do seu time. Quem sabe este ponto de vista seja forte o suficiente para ele receber esta homenagem e se juntar ao único kicker que faz parte do Hall da Fama.

Em 1991, Jon Stenerud (Chiefs, Packers e Vikings) entrou no Hall. Ele é conhecido por ser o primeiro jogador a se dedicar exclusivamente ao chute, revolucionando assim a posição. Entre tantos feitos conseguidos ao longo da carreira, ser o melhor jogador do Pro Bowl 1972 (Jogo das Estrelas) é o que impressiona.

A classe dos kickers tem um representante no Hall, mas e os punters que não tem ninguém por lá para mostrar que são importantes também? Defender uma eleição de um kicker é fácil, desde que ele seja aquele que marca os três pontos da vitória. Agora, como argumentar a favor de um punter? O senso comum afirma que eles são “apenas” mais um jogador da defesa, responsável por determinar aonde o time adversário irá começar o ataque. Este descrédito faz com que uma temporada histórica passe despercebida.


Shane Lechler (foto acima), punter do Oakland Raiders, terminou a temporada 2009-10 com números recordes e históricos para um atleta da posição; ele é o mais bem pago entre os punters (USS 3 milhões por temporada). O engraçado é que ele não valoriza muito a sua função: “Você vai pro treino – antes dos outros jogadores, é claro – chuta umas bolas... e serviço feito” ironiza. Entretanto não é qualquer um que consegue chutar uma bola oval tão distante e tão alta ao mesmo tempo. Al Davis, dono dos Raiders, viu esta qualidade em Lechler e o escolheu no draft de 2000. O curioso é que anos atrás, Davis faria com um punter algo totalmente fora do comum e inédito.

Ele simplesmente escolheu, na primeira rodada do draft de 1973, um punter (isto mesmo) - o predestinado foi Ray Guy. De tantas incertezas que circundam o mundo dos punters, há algo praticamente definido: o primeiro a entrar no Hall da Fama será um Raider, porque se não for Guy, será Lechler. Guy concorre ano após ano e até alguns jornalistas votam nele, mas não tem sido suficiente. Aqueles que acompanharam a carreira de Guy dizem que ele fazia coisas impressionantes, como manter a bola no ar por 5 segundos (uma eternidade); existe jornais e reportagens da época afirmando que Guy acertou o teto do Superdome (estádio do New Orleans Saints)...

A baixa produtividade dos kickers e punters nesta temporada faz surgir outra pergunta de profunda reflexão: "Quando o time prefere tentar a quarta descida, ao invés de optar por chutar a bola, não importando a posição no campo, significa que tanto os kickers quanto os punters estão sem moral?

Significa...

Interessante é que esta temporada de pouco sucesso para os homens da bola no pé veio depois de um campeonato 2008-09 de bom aproveitamento. O que eles precisam fazer é se concentrar mais, estudar mais, treinar mais e ir a campo focado somente em chutar a bola, sem se preocupar com outras coisas.

Por isso Mason Crosby, kicker do Green Bay Packers, está no caminho certo, chutando bolas em sinos por aí.




(GL)



© 1 Lenny Ignlzi / AP

Aí Sim! "Não" Fomos Surpreendidos Novamente


Uma marca registrada no basquete da NCAA é bem conhecida e a cada temporada que passa se torna mais padrão. Comandado pelo treinador da seleção americana, Mike Krzyzewski (pronúncia: sha-shef-skee), o programa da Universidade Duke sempre traz jogadores com estilos parecidos, recebendo as mesmas instruções e tendo postura em quadra similar, criando uma cultura que acaba se tornando tradicional. No time 2009-10 não é diferente e vários são os jogadores que se encaixam nesse perfil, com um se destacando mais que os outros: o armador Jon Scheyer.

Ao chegar à metade do campeonato, Scheyer tem seu nome citado entre os melhores da posição, dividindo espaço com atletas que tem um apelo perante o público maior (John Wall – Kentucky, Evan Turner – Ohio State, Sherron Collins – Kansas e Jacob Pullen – Kansas State). Todos os outros têm um jogo mais próximo do profissional (NBA) do que Scheyer, porém há treinadores que admiram caras que são formados em Duke, por serem eficientes e jogarem um estilo mais tradicional do basquete.

Talvez por isso que o armador não ganhe tanta atenção do público, interessado em assistir atuações explosivas e dinâmicas do que um pragmatismo em quadra. Porém Duke é assim e desde quando Krzyzewski assumiu o programa, jogadores com características parecidas têm saído da universidade. Grant Hill, Carlos Boozer, Mike Dunleavy Jr., Shelden Williams, Shane Battier, Chris Duhon, Luol Deng, J.J. Redick entre outros, são protótipos do programa de Duke que hoje estão na NBA. Scheyer provavelmente deverá integrar este grupo a partir do próximo semestre, contudo antes disto acontecer ele tem metas a serem cumpridas.

Quando saiu do High School (ensino médio), só dois programas de grande porte ofereceram bolsa de estudo para Scheyer. Por ser uma estrela do basquete escolar no estado, a universidade de Illinois se interessou prontamente; Duke apareceu na história mais tarde. Como a opção de escolha estava com Scheyer, ele resolveu ir para Duke (estado da Carolina do Norte) com o objetivo de conquistar títulos. Só que depois de 3 anos e meio, os Blue Devils não chegaram nem perto do Final Four, indo para o Sweet 16 (oitavas de final) apenas uma vez neste período – 2009.


Então este é o último ano que ele tem para poder levar Duke às finais do torneio da NCAA. Por ser um dos três veteranos do time, Scheyer entende sua posição de líder e reconhece que a responsabilidade aumentou quando ele se tornou o armador principal da equipe. O fato de iniciar as jogadas e ter a bola sempre às mãos não é comum para ele, pois sua principal arma sempre foi o arremesso. Krzyzewski o colocou nesta situação, na metade da temporada passada, porque tinha poucas opções para a posição. Scheyer demorou a se acostumar, mas logo entrou no ritmo.

Durante a partida ele divide a armação com Nolan Smith. Ao ser questionado pela imprensa em qual posição Scheyer joga, o treinador de Duke responde prontamente: “Ele é puramente jogador de basquete. Ou seja, é mais do que um armador e/ou arremessador”. Um dos obstáculos de Scheyer nesta transição foi entender cada momento do jogo em si para saber quando passar a bola, quando segurar mais ela e quando arremessar. Por enquanto ele está muito bem, mostrando que se adaptou facilmente.

Suas médias nesta temporada estão acima do outros anos: 19.6 PPJ, 6.1 APJ, 45% de arremessos de quadra, 39% de três e 90% de lance livre. Só uma média se manteve estável, erros (1.3 por jogo) algo bastante significativo, pois mostra que mesmo com mais tempo com a bola, ele mantém o número de desperdícios baixo.

A ótima performance desta temporada é resultado de um trabalho rigoroso e extensivo nas férias passadas. Scheyer passou pela primeira vez, dentro destes quatro anos, o período de descanso na universidade, treinando arremessos e controle de bola. Ele também foi para o campo de treinamento do Deron Williams (armador do Utah Jazz) e lá pode aprender mais sobre o seu novo papel.


Esquecendo a NCAA e fazendo uma projeção mais avançada, esta mudança pode ajudar ou prejudicar a cotação do armador no draft; dependendo do ponto de vista de cada equipe da NBA. Ele está provando que é versátil e que pode exercer várias funções em quadra (ponto positivo). Agora, poderá ele executar uma só com eficácia e de modo constante? A conferir...

Fato é que ele tem totais condições de atuar na associação por bastante tempo - é só encontrar um time e sistema de jogo adaptável ao seu estilo. Scheyer não é aquele jogador franquia, muito menos carregará a equipe sendo o cestinha a cada jogo. Ele será útil num elenco que precisa de um complemento qualitativo, de um cara que possa arremessar quando for preciso e controlar o jogo se a situação assim exigir. Aquela franquia que precisar de alguém com este perfil e possuir uma escolha entre as 10 primeiras posições, pode pegá-lo que ele fará bem ao clube.

E isto não será diferente do que acontece historicamente. Só dois jogadores de Duke foram primeiras escolhas: Elton Brand (Chicago Buls – 1999) e Art Heyman (New York Knicks – 1963). Porém, em um ranking recente feito pela ESPN, o programa de Duke foi eleito o melhor da NCAA (contando da temporada 1984-85 em diante, quando foi implementado o torneio final com 64 times). Entre tantos dados favoráveis a universidade, um merece menção: 11 escolhas no TOP 10 do draft da NBA – empatado com North Carolina Tar Heels. Jon Scheyer está aí para manter esta escrita e ser mais um nome de destaque vindo do bem sucedido (e previsível) programa de Duke, pronto para deixar ninguém surpreso no próximo draft.


(GL)



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Uma Estrela no Campo


É um super ator de Hollywood? Um super astro da música? Uma celebridade?... Não, esta pessoa com a camisa 9 não é nenhuma destas três personalidades citadas, mas ser quarterback (QB) do Dallas Cowboys lhe dá uma repercussão tão forte quanto o que conseguem um super ator de Hollywood, um super astro da música e uma celebridade... juntas! É uma reputação que precisa ser defendida, além de jogar um football acima da média. A introdução de Tony Romo na inauguração do novo estádio do seu time (foto acima) deixa claro que ele é diferenciado e polarizador: torcedores o amam na mesma proporção que torcedores o odeiam.

Na preparação para esta temporada quando ele chegou para fazer seu primeiro treino, esta reação dividida ficou evidente. Os 20 mil espectadores que estavam presentes no Centro de Treinamento dos Cowboys ovacionaram Romo assim que ele pisou no gramado; depois veio um silencio e vaias começaram a serem ouvidas... O grande público resumiu como era o sentimento do fã da equipe, que vivia um momento de crença e desconfiança em relação a seu principal jogador. Porém havia indícios que este campeonato seria diferente.

Três pessoas que conviveram com Romo e ajudavam a aumentar o status de celebridade do jogador não estavam mais por perto. Ele largou as namoradas famosas – Carrie Underwood e Jessica Simpson – e um(a) “diva” o deixou – Terrell Owens. A saída das duas primeiras pessoas fez com que as distrações fora de campo desaparecessem, e a saída da última pessoa fez com que as distrações dentro de campo desaparecessem. Agora Romo poderia se concentrar em uma coisa somente: ser o QB do Dallas Cowboys.

O que não é fácil... A pressão é tão grande que muitos se esquecem de um detalhe: esta é apenas a quarta temporada completa dele como titular. Os três anos passados serviram como aprendizado, uma aula pesada e exigente de como lidar com a pressão de ser o responsável em criar as jogadas do time de maior torcida da liga e mais visado pela mídia. Passar por estes testes foi importante para Romo, pois lhe mostrou os erros cometidos e o que poderia fazer para consertá-los. Ele assumiu este compromisso e resolveu ter uma nova atitude.


Dizer que Romo amadureceu é complicado, porque nem ele mesmo sabe se isto ocorreu: “Quando eu tinha 25 anos, eu pensei que já estava maduro e hoje eu tenho certeza que não estava. Quando eu tinha 22 anos eu pensei que estava maduro, mas provavelmente não era assim. Eu tenho 29 agora... Será que eu estou maduro? Não sei dizer ao certo”. O ponto fundamental é que fica nítido a sua abordagem diferente com todos do clube e que seu foco está dentro de campo e de como ele pode fazer seus companheiros serem melhores.

Há um termo muito comum no mundo corporativo e que se encaixa bem nos esportes: Líder pelo exemplo. Assim que os outros atletas percebiam que Romo estavam ficando mais tempo na academia, mais tempo estudando vídeos de partidas, mais tempo se dedicando ao seu trabalho, automaticamente se criava aquela sensação de que se o QB/líder está trabalhando tanto, os outros jogadores podem/devem fazer o mesmo.

E o resultado disso tudo veio logo.

Apesar de não ir, pelo segundo ano seguido, ao Pro Bowl (Jogo das Estrelas), Romo teve a melhor temporada da sua curta carreira em jardas (4483), QB rating (97.6) e touchdowns-por-interceptações (26-9). Isto aconteceu porque ele soube usar a sua habilidade de maneira correta e na hora certa, já que antes sua principal qualidade era seu principal defeito.

Romo sempre foi um QB móvel, que usa bastante o jogo de pernas para se livrar das blitzes e criar jogadas do nada. Isto lhe prejudicava às vezes, pois acabava querendo fazer lances quando não havia nenhuma possibilidade de conclusão - em 2007, por exemplo, ele teve sua maior marca em TD´s (36) mas também sua maior marca em INT´s (19). Ele então teve que ouvir as instruções dos treinadores que lhe disseram para proteger mais a bola, ser mais cuidadoso e balancear mais o jogo. Sem Owens, cumprir tais metas foi moleza.

De certa forma, Romo se sentia pressionado em criar jogadas para o principal receiver do time e um dos melhores da NFL. Sem ele em campo Romo aprendeu a explorar todos os WR´s do time e ser mais eficiente nos passes. A partida mais recente contra o Philadelphia Eagles (repescagem da Conferência Nacional) foi um exemplo disto, com Romo completando 23 passes de 35 tentados, 2 TD´s e nenhuma INT, além de usar oito receivers diferentes no jogo aéreo.



Em outro jogo contra os Eagles (o último da temporada normal), uma jogada (vídeo acima) exemplifica esta nova postura do Romo e do ataque dos Cowboys – o jogo foi 24 a 0 pro Dallas. A situação era uma terceira descida para 4 jardas e Romo estava no shotgun com 3WR, 1TE e 1RB. A marcação dos Eagles era por zona e, assim que a jogada iniciou, dobraram em cima do TE Jason Witten e do WR Miles Austin. Com 4 defensores pressionando Romo, sobrou três DB´s para marcar os outros jogadores de ataque e a opção surgiu do lado esquerdo. O CB Sheldon Brown ficou marcando dois WR´s e Romo fez uma finta para ver quem ele iria marcar. Shledon não se decide e Parick Crayton recebe o passe no fundo da endzone.

O perigo do ataque do Dallas é justamente estas inúmeras opções, algo que o Minnesota Vikngs terá que prestar bastante atenção no jogo deste domingo. Romo disse em entrevista coletiva após a partida da semana passada que ele não está mais procurando passar a bola para um receiver específico e sim para aquele que estiver livre na jogada desenhada. O WR Roy Williams quase cria um desconforto na metade deste campeonato reclamando (via imprensa) que não estava sendo alvo constante de jogadas (é o quarto da equipe em recepções: 38). Prontamente o assunto foi resolvido e a maioria dos outros atletas ficou ao lado do QB, mostrando que neste elenco não tem espaço para “divas”.

Tony Romo sabe disso e a cada dia que passa ele deixa de lado a sua vida agitada fora de campo, aprendendo a não se expor mais do que naturalmente já é; se não fosse assim, ele não teria o apoio do elenco como um todo. Romo percebe sua representatividade ao largar comportamentos juvenis para ser uma estrela no campo, buscando colocar novamente o Dallas Cowboys no topo; não nas manchetes de jornais sensacionalistas divulgando sua vida particular, mas sim em páginas esportivas exaltando o seu empenho em colaborar com o retorno dos Cowboys ao Super Bowl, sendo mais uma estrela entre tantas outras – apesar de haver uma estrela no campo, em cada capacete há uma também...


(GL)



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A Bem-Aventurada Entre os Santos


Em um dos menores mercados da NFL - à frente apenas de Green Bay, Wisconsin (pop. 101.203) - , os Saints sobrevive por milagre e Rita Benson LeBlanc (na foto acima entre Drew Brees, esq. e Reggie Bush dir.), Vice-Presidente Executiva da franquia, é a responsável direta por o clube ainda está em New Orleans, Louisana (pop. 336.644) e ainda ser lucrativo e competitivo na maior liga esportiva do mundo. Nem um desastre de proporções catastróficas impediu o progresso dos Saints, na verdade ajudou a franquia a se unir mais à comunidade e deixar claro o seu valor intangível para os habitantes da cidade.

Rita é responsável por vários setores do clube: marketing & propaganda, programas comunitários e operações do estádio (Superdome); ela cuida de todas as finanças da franquia e é a representante oficial dos Saints nos encontros oficias dos executivos da NFL – tem mais de 75 pessoas trabalhando diretamente para ela. Além de ser a segunda no organograma pessoal da franquia, é sócia majoritária do clube e possível sucessora do atual presidente/dono: Tom Benson. A similaridade com o sobrenome não é mera coincidência; Rita é neta de Tom.

Ao saber disto logo surge os tão pré-conceituosos questionamentos: Ela só chegou nesta posição porque é neta do dono e blá, blá, blá... Rita sofreu o mesmo que Jeanie Buss (confira: Ela é o Futuro dos Lakers), mas o trabalho e dedicação (e a simples postura de não estar nem aí) faz com que tais argumentos caem por terra.

Ela começou de baixo e passou por todos os departamentos do clube: assessoria de imprensa, pesquisa de dados, fiscal... Sem contar que nos tempos da faculdade ela passava as férias trabalhando nos escritórios da NFL em Los Angeles, New York e New Jersey. O respeito que ela adquiria dos executivos (leia-se: homens) era devido a sua firmeza e decisão em assuntos delicados e controversos, mostrando uma postura sólida e convicta. Assim ela aprendeu a não se intimidar, rompendo uma barreira importante no mundo corporativo da liga.

Porém um desafio gigantesco apareceria, um sério problema que iria transformar a cara da franquia Saints.


Em 2005 a cidade de New Orleans foi devastada pelo furacão Katrina e as dependências do clube, principalmente o Superdome (foto acima - que acabou virando um refúgio aos desabrigados), foram alvos da destruição. O time teve que jogar em outras cidades e o boato que a franquia sairia de NO (indo provavelmente para San Antonio) surgiu com força. O desastre natural expôs a todos os defeitos dos Saints e a insatisfação que a população tinha com o clube: público nos jogos irrisório, um estádio ultrapassado e pouco apoio dos habitantes. Rita, contudo, se posicionou contra a saída dos Saints de NO e iniciou um processo de reconstrução esplêndido.

Quem viu o Superdome aos cacos em 2005, não imaginaria que um ano depois teria uma partida da NFL por lá. Pois bem, 2006 marcou a volta dos Saints ao seu estádio e um recorde foi alcançado: pela primeira vez na história da franquia que todos os jogos em casa teve a lotação máxima – fato que se repete em toda temporada desde então. De desgosto da cidade, o clube passou a ser orgulho, graças ao trabalho da Rita em ajudar a reconstruir não só o clube, mas New Orleans também.

Logo após o Katrina, Rita criou um fundo de arrecadação para ajudar as vítimas do furacão. Seu trabalho rendeu, só em 2005, 1 milhão de dólares que foram repassados para a comunidade. De 2006 pra cá, são mais 1 milhão e meio de dólares doados para escolas e bairros que ainda se recuperam do Katrina. Estas ações aproximaram o time da população, criando uma oportunidade única para a revitalização da franquia. Aí entrou o departamento de marketing, usando o logo do clube em diversas ações e associando cada vez mais a cidade com o time. O trabalho rendeu um prêmio aos Saints (Rita), recebendo da Associação Americana de Marketing o troféu de “Melhor Ação de Marketing de 2006”.

No último levantamento da Forbes (revista de economia), o New Orleans Saints é o 22º clube mais valioso (de 32) da NFL. Pode parecer pouco, mas é bastante significativo levando em consideração o rendimento do time em campo e um mercado restrito; embora a renda de US$ 232 milhões arrecadada na temporada 2008-09 tenha sido 11% maior do que no biênio 2007-08, deixando a entender que há mais espaço para crescimento.


E é assim que Rita (foto acima) vê. Exemplo: se hoje existem jogos da NFL em Londres, ela é a responsável. Por ser a chefe do Comitê Internacional da NFL, ela que planejou, executou e tornou possível a realização de jogos da temporada regular na capital da Inglaterra. Seu clube jogou contra o San Diego Charges no estádio Wembley em 2008 e até agora ela conta as vantagens ($$$) e a exposição que os Saints e New Orleans tiveram no evento. Ela já esteve em Londres nesta temporada para preparar a cidade que almeja ser sede de um Super Bowl (a final do campeonato). Ao ser questionada se será possível uma franquia se deslocar para o “velho mundo”, Rita diz: “Eu sou extremamente pragmática com números e eles estão a favor de Londres. É importante neste mundo globalizado que vivemos expandir nossa audiência, mas a possibilidade de isso acontecer ainda está sendo estudada”.

Ir jogar na Europa foi uma das melhores coisas que a franquia fez, porém ainda era preciso se estabelecer na cidade natal. O acordo feito com o governo de Louisiana para o clube ficar com o Superdome até 2025 é uma afirmação que há uma harmonia entre estado-time-população. Em uma era de mega-estádios, é estranho ver um clube assinando um contrato de tão longo prazo com um dos estádios mais velhos (desde 1975) dos EUA . Mas há um projeto de renovação da ordem de 320 milhões de dólares que não será gasto somente no estádio, o bairro em volta dele também será reformado e modernizado.

Dos 35 anos de vida, Rita passou boa parte dele se dedicando ao New Orleans Saints. Seja no trabalho com a comunidade (Katrina), seja no marketing (pós-Katrina e NFL em Londres), seja no Superdome, o trabalho dela tem sido eficiente, saudável e lucrativo. Mesmo não precisando provar nada pra ninguém, sua ações deixam claro que ela não está na atual posição perante o clube e a NFL por ser “neta do dono”. Por mais que Tom seja realmente a grande inspiração dela – e a razão de escolher o football ao invés de viver nas fazendas de mais de 1200 hectares do seu pai –, Rita mostra que tem personalidade própria e usa a sua privilegiada posição para ajudar uma cidade que é conhecida pelo jazz, carnaval e, agora, por ter um time competitivo na NFL chamado Saints.


(GL)



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O Que For Preciso


A temporada NBA 2009-10 está sendo a melhor da carreira do ala-pivô titular do Toronto Raptors. Chris Bosh (até 11/01) tem as melhores médias de pontos (23.9) e rebotes (11.4) dos seis anos que ele participa da associação. Prestes a ter seu contrato expirado com o time canadense, ele faz o necessário – e um pouco mais – para conseguir de duas coisas uma: ou tornar os Raptors elite da conferência Leste, ou melhorar seu desempenho e ir para outro time neste meio do ano.

Desde que Brian Colangelo assumiu a presidência da franquia e a diretoria de basquete, o duas vezes melhor executivo do ano (2005 com o Phoenix Suns e 2007 com os Raptors) tem buscado aprimorar o elenco, trazendo reforços e mantendo jogadores para ir aos playoffs de forma competitiva e, principalmente, segurar Bosh por mais alguns anos. As contratações de Hedo Turkoglu (5 anos – US$ 53 milhões), Jarret Jack (4 anos – US$ 20 milhões); que jogou com Bosh na universidade de Georgia Tech, e a renovação de Andrea Bargnani (5 anos – US$ 50 milhões) integra o pacote “Fica Chris Bosh” e coloca os Raptors como o sexto melhor time do Leste atualmente.

O sucesso em quadra do Toronto será primordial para uma possível renovação de contrato do camisa 4 do clube. Ele assinou, em 2006, uma extensão de 4 anos e US$ 65 milhões. No final deste campeonato ele será agente-livre, ou seja, pode negociar diretamente com qualquer franquia e os Raptors não ganharão nada em troca. Se caso isto ocorrer, a perda do melhor jogador da história da franquia irá ser dolorosa. Por essas e outras que a diretoria fará o que for preciso para mantê-lo no Canadá.

Bosh é o maior cestinha e reboteiro da história do clube. Ele chegou em Toronto novo, com 19 anos e com a reputação de ser um dos melhores jogadores de basquete no nível escolar que já participaram dos campeonatos da cidade de Dallas, estado do Texas (famoso reduto de estrelas da NBA). Jogou um ano pela universidade de Georgia Tech na NCAA e foi para o Draft 2003, disputando as primeiras escolhas com três outros grandes jogadores. LeBron James (Cleveland Cavaliers) foi o número 1 – o número 2 nem vale a menção, mas é preciso dizer que o Detroit Pistons escolheu o servo-montenegrino Darko Milicic -, o número 3 foi Carmelo Anthony (Denver Nuggets), Bosh foi o 4º e Dwyane Wade o 5º (Miami Heat).


Nas olimpíadas de Pequim 2008, James, Anthony, Wade e Bosh estiveram no time medalha de ouro, mas Bosh não era considerado uma das estrelas do espetacular elenco. Na verdade, o valor dele, na visão dos fãs da NBA, não é tão alto assim. Apesar de já ter participado de quatro Jogo das Estrelas, ele não foi nenhuma vez escolhido pelo público para ser titular. Certa vez, as vésperas do Jogo de 2008, ele fez o que foi preciso para chamar a atenção dos torcedores.

Em um vídeo hilário que se tornou um hit no site de vídeos YouTube, Bosh fez um papel de vendedor de carros – desses bem engraçados que vemos nos finais de semana pela TV – tentando persuadir o eleitor, quer dizer, o torcedor para votar nele. O resumo desta história é cômico e Bosh faz questão de contar: “Um dia fomos jogar contra os Knicks em New York e um torcedor gritou da arquibancada: ‘Eu assisti o vídeo e dei muita risada, mas mesmo assim não votei em você...’ Isto é engraçado” – ele foi para o Jogo das Estrelas daquele ano como reserva, escolhido pela comissão técnica.

Ele não é um dos favoritos da maioria dos fãs da NBA, porém ele desfruta um relativo sucesso com os vídeos caseiros que ele possui e que estão por toda a web fazendo um sucesso grandioso. O bom humor de Bosh rendeu a ele um contrato com a Warner Bros, que lançou no final do ano passado o DVD First Ink, espécie de documentário/comédia sobre o cotidiano do ala, mostrando os diversos personagens dele.

A imagem de Chris perante o grande público é boa, graças ao seu alto astral e personalidade agradável. Contudo no primeiro trimestre de 2009, Bosh teve que lidar com boatos e contradições acerca da sua relação com Allison Mathis, mãe da sua filha Trinity. Antes de Trinity nascer ela já era destaque de sites e tablóides, pois Allison entrou com um processo judicial contra Bosh alegando que ele não estava cuidando delas. Bosh teve que ir a público desmentir o caso e fez o que foi preciso para proteger sua filha.

A real é que Allison estava buscando um maior apoio financeiro (lembrando que ela não é casada com Bosh), embora ela lamenta que a história tenha chegado a imprensa, já que prontamente um acordo foi feito e o principal, a felicidade da criança, foi colocada em primeiro plano.


Por estar muito ocupado e ter um trabalho bastante corrido, Bosh vê pouco Trinity; que agora está com 14 meses de vida. Mas ele sempre encontra um tempo para estar com a menina e um desses “tempo” foi o Natal do ano passado.

Sem serem datas especiais, Bosh só vê sua filha na estrada eu quando consegue uma folga. Por ter mais de três dias livres perto do Natal, ele preparou uma surpresa para Trinity enchendo um dos quartos da sua casa de brinquedos; todos comprados online, alías, por falta de tempo de ir às lojas... Tudo o que precisa ser feito para que a criança não sinta tanta a falta do pai ele está fazendo.

São diversas as especulações sobre como será o futuro de Bosh (e para onde Trinity terá que ir visitar seu pai). Los Angeles Lakers, Chicago Bulls e Houston Rockets já mostraram claro interesse em assinar com ele, topando inclusive assumir o atual contrato do jogador e correr o risco de perdê-lo ao final desta temporada; Colangelo, em contrapartida é claro, está disposto a fazer mais do que o necessário para mantê-lo no elenco. Se caso não haver mais possibilidades de Bosh permanecer em Toronto na próxima temporada, a tendência é que ele feche um novo e longo contrato com os Raptors e seja trocado por outros atletas na sequência, porque desta forma a franquia não deixará seu principal atleta partir sem ganhar alguma coisa em troca.

As médias dele nesta temporada é uma indicação que ele está fazendo o que é preciso para se valorizar ainda mais e corresponder as expectativas. Tudo que for preciso...


(GL)




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