Adversárias Invisíveis


Beisebol é um esporte simples: quem defende arremessa a bola com o maior efeito possível e quem ataca rebate o mais longe que puder. A grande maioria dos jogadores da MLB raciocina desta forma; dizem que se alguém entrar em campo “pensando demais” não conseguirá render em alto nível. Quanto mais simples, mais básico, melhor.

Por que então três jogadores, somente nesta temporada (Dontrelle Willis – AT, Detroit Tigers; Khalil Greene 'foto acima' – 3B, Saint Louis Cardinals e Joey Votto – 1B Cincinnatti Reds) entraram no Departamento Médico (DM) por “questões de estresse”?

Se um jogador machuca o braço, por exemplo, o tratamento é fácil: ele faz uma ressonância magnética, a lesão é diagnosticada e entra em processo de recuperação. Agora, e se o problema for psicológico, o que fazer?

Ansiedade, depressão, temor; estes são alguns sintomas da chamada: fobia social, algo que Zack Greinke, arremessador dos Royals, teve que lidar em sua carreira (leia “Agora, Vai?”). Muitas pessoas não entendem que tal estado emocional é uma doença grave e que é mais séria do que se imagina.

Eu pensei que ia morrer” disse Joey Votto (foto ao lado) em entrevista coletiva na semana passada ao voltar do DM. “Liguei para a emergência às quatro horas da manhã. Foi o momento mais aterrorizante que passei em toda minha vida” - o jogador de 25 anos dos Reds relata o que aconteceu com ele no começo deste mês.

O pai de Votto morreu em Agosto de 2008. Por ser o irmão mais velho, ele sente a responsabilidade de ser o “homem” da casa. Conseguiu lidar com isto por um tempo, mas a depressão o atacou de vez na pré-temporada deste ano. A situação ficou mais grave quando, no início do campeonato, ele teve que sair de três jogos por estresse; antes de ir para o DM, Votto rebateu 35% com 33 RBIs em 38 jogos.

Depois de permanecer 21 dias no DM, Votto já fez 6 jogos: aproveitamento no bastão de 33% com 4 RBIs.

Esta atitude de Votto é extremamente louvável; aparecer para o público e dizer que passou por problemas sérios de depressão e que precisou de ajuda para melhorar. Reconhecer que a fobia social é uma doença é o primeiro passo para a recuperação, negar o caso pode ser pior.

Exatamente o que aconteceu com Dontrelle Willis. (foto à esq.)

Não é depressão, é outra coisa diferente. Os médicos viram algo no meu sangue que eles não gostaram. Eu não sou louco, apesar de meus companheiros acharem que sim...”. Disse Willis depois de ser colocado pelos Tigers no DM no dia 29 de Março e ficar dois meses inativo.

Não é a toa que Willis foi duas vezes para o DM por os mesmos sintomas – a outra foi dia 18 de Junho. Ou, por “coisas que os doutores observaram no meu sangue e não gostaram”. Se não reconhece o problema, como tratá-lo?

Na sua segunda ida ao DM, quando repórteres perguntaram a ele se seu problema era mecânico ou mental, Willis respondeu: “Eu sinto que é mecânico. Percebo que o movimento do meu braço está um pouco fora do comum.”

Quando, no mesmo dia, os repórteres perguntaram ao médico do Detroit, Kevin Rand, se o problema era mecânico ou mental, ele respondeu: “Fisicamente, Willis está bem. Há períodos nos jogos que ele arremessa bem, mas falta a consistência ideal.”

Willis jogou 7 partidas neste ano: 1v e 4d com um ERA de 7.49.

Deixar que os companheiros de time saibam da sua doença, não é mostrar a eles seu atestado de “loucura” (viu Willis?) e sim é um modo de terapia que ajuda na recuperação. “Quando você tem um problema interno você que expor, colocar pra fora” disse Albert Pujols ao USA Today, ele que é parte importante do tratamento de Khalil Greene.

Os Cardinals colocaram Greene (foto ao lado) no DM dia 29 de Junho e lá ele ficou por 19 dias. Greene também tem problemas de depressão a tempos, mas, segundo o jogador, “...só tive sintomas mais forte nesta temporada...”. Ele passou por inúmeros médicos e toma diversos medicamentos, contudo a meta principal depende dele, responsável por tirar os pensamentos ruins e substituí-los por pensamentos positivos.

A franquia o ajuda bastante, dando todo o apoio para sua recuperação total. Apesar de ser SS de origem, Tony La Russa, treinador dos Cardinals, o colocou na 3B para aliviá-lo da pressão e da responsabilidade que é jogar entre a segunda e terceira base. Todos os colegas de time, liderados por Pujols, o ajudam na medida do possível.

O testemunho de Votto e Greene pode colaborar para que outros atletas venham a falar que sofrem de fobia social, de depressão, de ansiedade... Eles são exemplos de que é preciso reconhecer a doença, que este é o primeiro passo para ser curado. Servem como modelos de coragem por mostrar que tem falhas como qualquer outro ser humano e que é preciso ter cuidado com estas adversárias invisíveis que nunca devem ser subestimadas.



© 1 Christian Petersen / Getty Images

Afinal, Nem Tudo É Perfeito


Não adianta, por mais que uma história se pareça impecável, é possível achar algo que tire o 100%: seja um erro aqui, outro ali... Há histórias que precisam de certa imperfeição, se não perde a graça, foge da realidade.

A carreira de Tyreke Evans foi preparada para quebrar este status. Desde criança, seu caminho já era direcionado a ser um jogador de basquete de alto nível (leia-se: NBA) e pessoas próximas a ele fizeram um acordo de unir forças e trabalhar a favor de Evans, na busca por um lugar entre os grandes.

Os irmãos mais velhos de Tyreke (Doc, Reggie e Pooh) formaram uma equipe para gerenciar a carreira do prodígio atleta. Na verdade, mais do que prodígio; esta decisão aconteceu quando Tyreke tinha apenas quatro anos de idade.

Quantas crianças desta mesma idade se ver por aí chutando uma bola de futebol? E quantas vezes se ouvem: “Este menino tem talento, tem futuro". Muitas. Agora, quantas destas crianças recebem um acompanhamento e incentivo para desenvolver esta habilidade? Poucas.

Tyreke era uma destas crianças habilidosas, sempre com uma bola de basquete arremessando na parede, em cestas de lixo... O que os irmãos dele fizeram foi ver o futuro e apoiá-lo, caso o basquete profissional fosse a resposta de Evans para a pergunta: “O que você quer ser quando crescer?”

O cuidado dos irmãos não era visando o dinheiro, todos são empregados (Nota: pode tirar este pensamento da mente). A razão principal por toda esta atenção era pra evitar o assédio excessivo que há em garotos de qualidade no basquete americano, assédio bem parecido com o que vemos no futebol brasileiro.

Cada vez mais, os empresários estão buscando meninos de 12, 13 anos para assinarem contratos, mandando-os para a Europa e prendendo o atleta em suas mãos. Nos EUA, garotos da 5ª série já são rankeados, vistos como promessa; Tyreke recebeu a primeira carta de recomendação de uma faculdade aos 12 anos. Porém, Evans não caiu na tentação de aceitar “presentes” das universidades, ouvindo sempre os conselhos de seus irmãos.

O auxílio não vinha só para questões empresarias. Os irmãos treinavam arremessos e fundamentos com Evans diariamente. Além disso, o aconselhavam para que ele ficasse longe de problemas. “Eu agradeço a Deus por eles. Muitos garotos não têm irmãos como estes. Alguns garotos são rodeados de treinadores e agenciadores que só sugam...” disse Tyreke ao Washington Post sobre sua “equipe”, no torneio da NCAA deste ano.

Antes de jogar uma partida pela NCAA, Tyreke estava nas capas da SLAM Punks (foto ao lado), Dime...; aparecia em comercias de TV; documentários... Tudo muito bom, certo? Sim, mas algo de errado aconteceria, afinal, nem tudo é perfeito.

Noite de 27 de Novembro de 2007. Tyreke estava dando uma volta no seu SUV com um primo (Jamar) em Chester Township, cidade da Pensilvânia. Depois de um tempo, Jamar pediu que Tyreke parasse. Jamar, do banco de passageiro do carro de Tyreke, disparou vários tiros contra Marcus Reason, um adolescente ligado a gangues; Marcus faleceu após o tiroteio e nesta última terça (23/06), Jamar foi condenado à 20 anos de prisão por assassinato.

E Tyreke? Cúmplice?

O júri entendeu que Tyreke é inocente, pois em nenhum momento ele ficou ciente do que seu primo ia fazer. Jamar disse à corte que Tyreke não teve nada a ver com o assassinato.

Na época, Tyreke estava prestes a escolher uma universidade e teve receio que este episódio manchasse todo o trabalho que foi feito com ele pelos seus irmãos. Apesar de tudo, os principais programas de basquete continuaram sondando Evans que, entre a universidade do Texas e de Memphis, escolheu Memphis.

A missão de Evans era complicada, substituir Derrek Rose e tentar repetir o feito de 2008 quando os Tigers chegaram na decisão do Final Four. O começo foi difícil para ele, mas uma mudança de John Calipari (então treinador de Memphis e que hoje está em Kentucky) fez a diferença no jogo de Evans.

Com a ida de Rose para a NBA, Memphis estava sem um armador. Depois de muitas tentativas, Calipari resolveu colocar seu armador-arremessador (SG), Tyreke Evans para ser o quarterback da equipe. Em 28 jogos que Evans jogou de armador, Memphis venceu 27! Perdeu um jogo só contra Missouri, no Sweet 16 (oitavas de final) do torneio da NCAA deste ano; na ocasião Evans foi o cestinha da partida com 33 pontos.

Quando o Sacramento Kings se preparava para fazer sua escolha no Draft 2009, Ricky Rubio estava disponível e todos pensavam que o clube ficaria com o espanhol. Para surpresa de muitos, os Kings escolheram Tyreke para comandar as armações ofensivas da equipe junto com Kevin Martin.

Há divergência de opiniões sobre a decisão do Sacramento: uns acham que fizeram a escolha certa com Evans, outros viam Rubio como uma melhor opção pelo estilo de jogo da equipe. Paul Westphal, treinador dos Kings, deve achar um espaço para Tyreke no time - Evans disputa com Sergio Rodriguez e Beno Udrih a titularidade.

Para trás ficaram os casos e história de um talentosíssimo jogador, que esteve no topo das notícias durante toda sua carreira por feitos dentro e fora de quadra. O futuro é uma carreira de sucesso na NBA, porém o presente não é tão agradável assim: jogar no Sacramento Kings, pior equipe da associação na temporada passada.

Convenhamos. Afinal, nem tudo é perfeito...



©1 Mike Brown
©2 SLAM
©3 NBAE

NBA Draft 2009 - As Apostas

Há uma certeza e diversas dúvidas no Draft 2009 da NBA.

Existe a certeza que Blake Griffin será uma super-estrela.

Em relação às dúvidas... existem várias.

Será que Ricky Rubio conseguirá mostrar seu estilo em alto nível na associação? Hasheem Thabeet vai ser um sucesso ou um fracasso? O que o Minnesota Timberwolves irá fazer com suas quatro escolhas na primeira rodada? O que vai acontecer com...

Bem, estas (e outras) perguntas só terão suas respostas no dia do draft – 25/06 – ou quando a próxima temporada começar.

O “Grandes Ligas” não irá se aventurar em tentar prever o que acontecerá na noite do draft. Assim como foi feito com a NFL (As Apostas – NFL Draft 2009), “Grandes Ligas” colocará a disposição de seus leitores um perfil de seis jogadores que têm potencial de serem importantes nomes no futuro da associação, baseado em analise pessoal, visão dos “olheiros” da NBA e qualidade individual de cada jogador.

Confira nossas apostas:

Jrue* Holiday
(*Pronuncia: Dru)



Natural de: Chatsworth, Califórnia
Idade: 19
Posição: PG / SG (1 ou 2)
Universidade: UCLA Bruins (Novato)
Curso: “Não Declarado”
Curiosidade: Toya Holiday, mãe de Jrue, é a responsável por gerenciar a carreira do jogador desde os tempos de escola.

Holiday já poderia estar na NBA se não fosse a regra de que apenas jogadores acima de 19 anos tem acesso a liga. A temporada em UCLA não foi boa para ele, com médias de 8,8 PPJ e 3,7 APJ. O que coloca Jrue em alta neste draft são suas atuações na escola de ensino médio (ele foi eleito o melhor jogador do High School em 2008 – Prêmio Gatorade) e seus treinamentos pré-draft. Seu jogo de defesa é o que vem mais agradando aos times, já que marcar é uma das coisas que Jrue mais gosta de fazer em quadra e é difícil achar um armador com este tipo de qualidade.





Earl Clark



Natural de: Plainfield, New Jersey
Idade: 21
Posição: SF (3)
Universidade: Louisville Cardinals (Junior)
Curso: Comunicação
Curiosidade: Na infância, Clark jogava basquete imaginando ser Allen Iverson… Clark teve um absurdo aproveitamento de 62% de seus arremessos no torneio da NCAA deste ano.

Sua postura é de um puro ala. Qualquer parte do jogo de Clark que for avaliada (controle de bola, arremesso, infiltração, movimentação sem a bola...) chega-se a conclusão de que ele é o jogador modelo da posição, pronto para a NBA. Durante os três anos em Louisville, sob o comando de Rick Pitino, Clark mostrou a todos como se arremessa uma bola com estilo e eficiência; terminou sua carreira universitária com 47% de aproveitamento. Apesar de se dar bem contra marcação por zona fazendo boas infiltrações, precisa melhorar seu drible contra uma marcação individual.





Stephen Curry



Natural de: Akron, Ohio
Idade: 21
Posição: PG (1)
Universidade: Davidson Wildcats (Junior)
Curso: Sociologia
Curiosidade: Ele é filho de Dell Curry, que atuou na NBA por 16 anos (recebeu o prêmio de “Sexto Homem” em 1994 com o Charlotte Hornets). Sonya Curry,mãe de Stephen, foi uma jogadora de vôlei bem sucedida da Virgina Tech, mesma universidade que Dell estudou, onde ambos se conheceram. Stephen, quando criança, apareceu em um famoso comercial do Burger King com seu pai.

Improvável, este é o rótulo de Stephen Curry. Um jogador de raciocínio rápido que tem um ótimo arremesso de longa e média distância, mas tem também boa visão de quadra para entrar no garrafão quando a marcação se aproxima. Porém, se a marcação chega forte, Curry se mostra pouco eficiente para sair dela. O improvável aparece também na sua projeção no draft: alguns o colocam entre a quarta e quinta escolha, enquanto outros o colocam abaixo da décima quinta escolha.





Brandon Jennings



Natural de: Los Angeles, California
Idade: 19
Posição: PG (1)
Time Europeu: Lottomatica Roma (Itália)
Curiosidade: Foi o primeiro jogador que “escolheu” jogar na Europa ao invés de ir para a NCAA.

Percebe que o “escolheu” está entre aspas. Porque não foi bem uma opção de Jennings ir para a Europa... foi a única! Ao sair da poderosa Oak Hill Academy HS, famosa por revelar grandes jogadores de basquete (ex. Josh Smith, Carmelo Anthony, Rajon Rondo, Kevin Durant...), Jennings estava acertado em ir para a universidade do Arizona. Contudo, ele não conseguiu passar na prova para entrar na faculdade, mesmo após várias tentativas. Desta forma, ele “escolheu” ir para a Europa. Lá ele não teve uma boa temporada, por isso que seu caso se assemelha com o de Jrue Holiday: é cotado para ser uma escolha alta graças aos anos na escola (High School).





Ricky Rubio



Natural de: Barcelona, Espanha
Idade: 18
Posição: PG (1)
Time Europeu: DKV Joventut (Espanha)
Curiosidade: Joga profissionalmente desde os 14 anos, mas seus pais só o autorizam a falar com a imprensa após completar a maioridade.

Há dois pontos de vista em relação ao jogo do espanhol: o americano e o europeu. No ponto de vista americano, Rubio é um cara que jogou bem contra Jason Kidd e Chris Paul nas Olimpíadas de Pequim e tem um nome que poderia ser de um personagem da Disney... No ponto de vista europeu, Rubio é um atleta de excelente habilidade com a bola, que tem uma boa visão de jogo e faz seus companheiros jogarem melhor. Ambas as visões se encontram em um ponto: ele (ainda) não é um bom arremessador. Contudo, há tempo para ele desenvolver seu jogo e, se conseguir, será uma estrela na associação sem dúvida nenhuma.





Blake Griffin



Natural de: Oklahoma City, Oklahoma
Idade: 20
Posição: PF (4)
Universidade: Oklahoma Sooners (Segundanista)
Curso: Ciência Preventiva (área da Medicina)
Curiosidade: Ele, junto com Sam Bradford (quarterback de Oklahoma), conseguiu um feito histórico na temporada passada: venceram no mesmo ano o prêmio de melhor jogador da NCAA. É apenas a segunda vez que uma mesma universidade tem dois jogadores nestas condições – a outra foi UCLA em 1968 com Gary Beban (football) e Kareem Abdul-Jabbar (basquete).

Griffin é a certeza. Tem potencial para ser um dos mais dominantes jogadores da associação. Quando perguntado sobre seu estilo de jogo, Griffin afirma que gosta de contato, de jogo físico. Entretanto, ele não vê problema em fazer o jogo de transição, assim como jogar longe da cesta e converter arremessos de média distância... Griffin é o pacote completo, inclusive para ser um jogador de franquia; resta saber se o Los Angeles Clippers vai saber como usá-lo...




PS: Leia "Conhecendo Tyler Hansbroug", artigo que mostra um perfil do jogador de North Carolina (publicado em 08/04/2009)

Seus Problemas Acabaram?


Será?

Os torcedores do Chicago Cubs esperam que sim.

A baixa produtividade ofensiva da equipe está em processo de solução. Nesta última semana, os Cubs venceram 4 jogos em cinco; três deles com os rebatedores sendo os responsáveis pelos triunfos.

Faz uma semana que Jim Hendry, diretor de beisebol do Chicago, trocou o treinador dos rebatedores; saiu Gerald Perry e entrou Von Joshua vindo da divisão de base.

Coincidência?

Estava claro que precisávamos de mudança, de uma nova voz dentro do vestiário. Von participou da evolução de nossos jogadores na base. Nossas dificuldades ofensivas vão mais além do que a ausência de Aramis Ramirez”. Disse Hendry à ESPN sobre a troca de treinadores.

A diretoria precisava fazer algo para tentar colocar o ataque de volta em boa produção. Ao olhar as estatísticas ofensivas e ver o clube nas últimas posições, observa-se um grande contraste comparado ao ano passado: (números de 2009 até 21/06; números de 2008 de toda a temporada. Colocação na Liga Nacional que tem 16 clubes)

CORRIDAS
2009: 280 (14º) – 2008: 855 (1º)
REBATIDAS
2009: 548 (15º) – 2008: 1552 (2º)
RBI
2009: 266 (14º) – 2008: 811 (1º)
.BA
2009: .246 (13º) – 2008: .281 (1º)

Este aproveitamento de 28% no ano passado foi o melhor em 71 anos na história da franquia. Uma queda tão grande assim precisava mesmo de uma mudança, por mais que a questão não seja mesmo o treinador de rebatedores. Aquela história que vemos muito no futebol se repete em Chicago: é mais fácil demitir um treinador do que 8, 10 jogadores...

Jogadores estes que custaram uma fortuna para os Cubs e que, por enquanto, não estão correspondendo. Isto fez com que Lou Piniella (foto acima), treinador da equipe, mudasse várias vezes a ordem dos rebatedores até achar uma que fosse eficiente. Na semana que passou, Piniella subiu o SS Ryan Theriot para a segunda posição, mantendo o OF Alfonso Soriano em primeiro com 1B Derrek Lee e OF Milton Bradley rebatendo atrás de Theriot. Esta formação se mostrou efetiva, com aproveitamento de 25,1% nos últimos 5 jogos.

Dos principais jogadores de ataque, apenas Soriano (foto 1) continua mal, mesmo sendo o líder de home runs da equipe (14); está com aproveitamento de 22,4% no bastão.

Já Derrek Lee (foto ao lado) esta numa sequência de 18 jogos com pelo menos uma rebatida, alcançando sua melhor marca na carreira que ele atingiu em 2005. Dentro desta sequência, o aproveitamento de Lee é de 36,5% no bastão.

Milton Bradley vem logo atrás com 10 jogos seguidos com pelo menos uma rebatida. Nesta última semana ele teve um aproveitamento no bastão de 40% e um altíssimo OBP de 47,8%.

O caso mais interessante é de Ryan Theriot que está com 7 jogos seguidos com pelo menos uma rebatida, justamente o período que Von Joshua chegou ao time principal. Theriot e Joshua trabalharam juntos por um bom tempo em Iowa, estado que tem o time da base dos Cubs. A missão de Von é acabar com os altos e baixos que Theriot está tendo nesta temporada e torná-lo um rebatedor mais consistente.

Se o ataque mantiver este processo de melhora, a tendência é chegar ao nível do ano passado quando Aramis Ramirez voltar do Departamento Médico. Ramirez, o segundo salário dos Cubs (U$ 16 milhões/ano, o primeiro é Soriano com U$ 17 mi/ano), jogou 18 jogos antes de se contundir, conseguindo um aproveitamento de 35,4% no bastão. Nesta segunda feira (22/06) ele voltará ao treinamento realizando algumas rebatidas; a expectativa é que Ramirez volte depois do Jogo das Estrelas (dia 16 de Julho contra o Washington Nationals).

Apesar deste péssimo desempenho do jogo ofensivo, o Chicago Cubs está a 2 ½ jogos atrás do Saint Louis Cardinals na divisão Central da Liga Nacional. O crédito disto é dado à rotação do time que tem um ERA de 3.88, a quinto melhor da MLB. Mais um motivo para acreditar que melhores tempos estão à frente dos Cubs.

Contudo, talvez seja precipitado afirmar que os problemas acabaram. Deixa Ramirez voltar e a segunda metade do campeonato chegar para se ter certeza.




© 2 Gene J. Puskar / AP
© 3 Peter M. Catino

Tá Na Moda! - Futebol Americano no SPFW 2010


Parabéns Alexandre Herchcovitch!

De moda um coisa eu sei: não sei de nada!

E, muito provavelmente, quem esteve presente no segundo dia de desfiles do São Paulo Fashion Week Verâo 2010 (SPFW) não sabe nada de futebol americano.

Porém, os dois mundos se encontraram graças a Alexandre.

Agora, da onde veio a idéia de fazer um desfile de moda, em uma das passarelas mais famosas do mundo, usando o tema futebol americano?

Não importa como surgiu a idéia. Foi um sucesso! Veja algumas manchetes:

ELLE (revista de moda da Editora Abril): Jogada de Mestre

UOL (site/portal): Herchcovitch casa virilidade do futebol americano com delicadeza feminina...

Marie Claire (revista de moda da Editora Globo): Esporte Espetacular

Em um evento de gala, o futebol americano foi destaque. Não se falou de Brett Favre (apesar ele parecer mais uma "diva" nesses dias) e nem de Tom Brady (a não ser no “circuito da fofoca” sobre se ele engravidou ou não Gisele Bundchen). O destaque principal foram os cortes e costuras dos vestidos de Alexandre, buscando mostrar, dentro de sua perspectiva, os uniformes dos jogadores, árbitros, cheerleaders...

É possível perceber nas roupas os cortes inspirados nos uniformes da NFL (destaque para a calça prateada), o detalhe do sapato, da carteira e, claro, das ombreiras.

Se o futebol americano tem lugar na passarela, hoje o Grandes Ligas dedica seu espaço para mostrar o magnífico trabalho apresentado no SPFW Verâo 2010.

Parabéns Alexandre Herchcovitch!

Veja as fotos do desfile:













© Fotos da Agência Fotosite

Tecnologia! Você Por Aqui...


- ... me diz aí as novidades?

- Pois é João – respondeu Tech, apelido carinhoso dela. – Sempre tenho novidades.

- Ah sei disso. Mas você apareceu pouco nestas finais da NBA; nem te usaram muito, não foi?

- Não, não, tais enganado. Estive presente nos jogos 3 e 4 em Orlando.

- Ué?! Como não te vi? – perguntei curioso em saber como foi esta aparição.

- Aliás, este é o objetivo, não aparecer muito. Você sabe como este pessoal do esporte é: querem me usar para ajudar a resolver problemas dos jogos, mas me criticam ao mesmo tempo.

- Falando em ajuda, valeu pela “mãozinha” no jogo contra o Egito em? Já pensou empatar com os caras? Se viu, a Itália perdeu... – sabendo o que viria na sequência, aguardei a sua bronca

- Mas, veja só: o ponto eletrônico foi o instrumento usado para alertar o árbitro do ocorrido, não a televisão que o juiz reserva tem em sua mesa! Aí no jogo contra os EUA, tiraram a TV como se ela fosse a culpada. Esses caras da FIFA são muito ranzinzas! Tá loco! – gritou ela defendendo sua companheira.

- É assim mesmo, sempre dificultam qualquer avanço, mesmo sendo para a melhora do jogo.

- E não é só isso – continuou Tech com o desabafo – O assunto que corre nos bastidores é que vão colocar dois juízes atrás das traves... Pense numa gente retrógada!

- Não se preocupe que isto se supera... – fui então interrompido para ouvir mais reclamações

- Se a “poderosa FIFA” é retrógada, imagina a MLB. Você acompanha e sabe da história. Quando é pra medir a velocidade dos arremessos: maravilha! Estou fazendo apenas meu trabalho. Agora, quando eles inventaram de me usar para conferir se foi ou não Home Run: dizem que eu desacelero o jogo... Cada partida dura três horas e a culpa é minha?! E sempre tem aqueles arremessos para a 1ªbase...

Tive que interromper porque ela estava muito nervosa.

- Olha Tech; entenda que o beisebol é um esporte puritano, tradicional. São resistentes a mudanças também. Já que tocou no assunto, pelo menos na NFL você é bem vista.

- Verdade. Até usam umas toalhinhas para me chamarem – ela confirmou com um semblante mais calmo.

Aproveitei e voltei a história da NBA

- Mudando de conversa, você tava dizendo que esteve nas finais da NBA...

- Ah sim! É mesmo. – disse interessada em contar logo a “fofoca”, ou melhor: passar pra frente a informação... – Então, meu trabalho foi na “miúda” (como dizem por aí nas ruas). Era um teste para ajudar os clubes da associação a entender melhor o que acontece na partida.

- Como assim? – perguntei ainda sem entender direito

- Tipo, pegamos a MLB por exemplo. Percebeu a quantidade de estáticas que eles têm?

- Vixi! Nem me fala. E vem tudo em siglas: ERA, OPS, WHIP, RBI, OBP...

- Um jogo é destrinchado nos mínimos detalhes para que os treinadores tenham um entendimento exato do que aconteceu numa partida e o que precisa ser feito para se apresentar melhor em jogos futuros.

- Ok! Mas, o que a NBA tem a ver com isso?

- Quais são as estatísticas da NBA? Pontos, rebotes, assistências... enfim, coisas que o olho humano vê. Desta forma, há inúmeras situações que acontece dentro da quadra que este tipo de número não quantifica com qualidade.

- Tô entendendo... Você conhece John Hollinger, jornalista da ESPN? Ele faz um trabalho interessante, buscando mostrar em números a verdadeira eficiência de cada jogador e time.

- Sei quem ele é sim – respondeu Tech emendando o contra-ataque – Porém, não são números oficias. Além disto, este meu novo sistema é melhor. – afirmou ela deixando um ar de superioridade no ar.

- É! Como funciona? Você ainda não me disse Tech.

- Assim: nos jogos 3 e 4 em Orlando, várias câmeras foram colocadas em volta da quadra no anel superior do ginásio...

- Sei.

- Tudo em quadra estava sendo observado: os jogadores, a bola, os árbitros... Isto para pegar o exato movimento deles, a exata velocidade de cada jogada. Aí, dados chegam aos computadores que os resume em vários tópicos. Algo que nunca foi feito antes!

- Entendo.

- Deixa eu te dar um exemplo prático: este sistema é capaz de ver a exata posição de cada atleta. Isto vai ajudar os treinadores para corrigir falhas nas jogadas ofensivas e defensivas. É possível analisar também como um jogador esta fazendo a marcação individual, principalmente sem a bola, sabendo a distância real um do outro.

- Aham...

- No caso dos juízes, é possível ver o ângulo que cada um dos três tem das jogadas, se o posicionamento é o correto para um lance específico. Outro exemplo: em uma jogada no garrafão, será possível ver qual o melhor ângulo de visão que o juiz do fundo e o das laterais precisam estar para enxergarem melhor o lance.

- Legal, em?!

-É sim. O foco, João, é colocar em números o que de fato acontece em quadra. Todos estes detalhes que mencionei são transformados: é como se o “humano” se tornasse em “exato”.

- Nossa! Grande novidade essa... Mas vai ser implementada logo na associação?

- Não, estamos em fase de testes ainda. Na temporada que vem vamos estar em mais jogos. O que eu escuto falar nos corredores da NBA é que o plano é colocar este sistema oficialmente na temporada 2011-12.

- Tem que passar por fase de estudos e esta história toda...

- Sim. Você sabe como é a NBA. Não vai querer fazer que eu passe vergonha de novo.

- De novo? - indaguei surpreso.

- É, de novo. Esqueceu da “bola de praia” (risos)

- Ah! (risos). Verdade. Fiasco total.

- Bom, mas agora será diferente. A modernidade tem vários níveis e a NBA está buscando chegar ao mais alto possível. Te digo uma coisa: este sistema vai ajudar bastante os treinadores.

- Já os jogadores não sei – fiz uma ressalva – você vai mostrar as falhas de todos eles. Nem vai adiantar dizer que o cara tava marcando certo e tal, porque você mostrará o contrario.

- Não tinha pensado nisso. Ah! Porém nem tudo é perfeito.

- Nem você né Tech? - disse em tom de provocação.

- Maldito seja o homem que confia numa máquina! (risos) – ela esbravejou com uma voz cômica de autoridade.

- Que assim seja! (risos).



© 1 Bob Rosato / SI

Mostre-lhe os Dedos!

Bem, não “aqueles” dois dedos...

Phil Jackson é um homem de classe, um cavalheiro; ele não faria isto.

Mas poderia mostrar os dez dedos das mãos e dizer: “Quem tem 10 anéis de campeão da NBA pode vim falar comigo.” Ninguém tem, a não ser ele mesmo...

Com o título conquistado na temporada 2008-09, Phil Jackson se tornou o treinador com mais títulos da NBA (10), passando o lendário Red Auerbach (9) – técnico que ganhou todos os títulos com o Boston Celtics de 1957 a 1966, sendo oito deles de forma consecutiva.

Não se preocupe. A questão principal aqui não é afirmar quem é o melhor, já que é bastante complicado comparar épocas, principalmente tão distantes assim. Só a título de informação, na temporada 1965-66, a NBA tinha apenas nove equipes - hoje tem trinta. Se o talento fica mais concentrado com poucos times no campeonato, quanto maior for o número de clubes, maior é o número de jogos. Sem mencionar o draft, os “agente-livre”, os jogadores internacionais...

Independente de qualquer opinião pessoal que se tenha sobre Phil Jackson, é preciso dar crédito a tudo o que ele fez na associação enquanto treinador; são dezoito temporadas e em todas elas suas equipes – seja Chicago Bulls ou o Los Angeles Lakers – terminaram com mais vitórias que derrotas. No seu primeiro campeonato em Chicago (1989-90), sua equipe chegou às semifinais de Conferência quando perdeu para o Detroit Pistons. O alto nível de competitividade de Phil já foi mostrado de cara.

Antes do décimo anel de campeão, Jackson sempre foi alvo de críticas, questionado se teve um papel fundamental nas seis conquistas com os Bulls (Michael Jordan / Scottie Pippen) e nas três com os Lakers (Kobe Bryant / Shaquille O´Neal). A história de que ‘qualquer-um-ganharia-com-esses-jogadores’ é o argumento usado para desmerecer Phil.

Ele, porém nunca chamou os holofotes para si, sempre creditou os méritos aos seus atletas, apesar de ter sido sim importante em todos os títulos.

Esta “não-preocupação” de Jackson é totalmente compreensível, afinal quantas vezes já se comentaram na história dos esportes coletivos que times com grandes estrelas - e que conseguiram ganhar algo - não precisavam de um treinador?

Contudo, quantas vezes na história dos esportes coletivos times com grandes estrelas fracassaram?

Será possível então chegar ao meio termo e concordar que é preciso uma combinação de um grande treinador + um grande elenco?

Nomeie um atleta – Jordan, Pippen, O´Neal, Bryant, por exemplo. Todos irão afirmar que Phil teve uma participação importante no desenvolvimento do seu respectivo jogo. O trabalho dele era tirar o máximo possível da habilidade de cada um, tomando cuidado para não ofuscar os outros companheiros. Controlar os egos e administrar a personalidade de cada uma das super-estrelas fazia parte do plano também.

Por essas e outras, muitos admitem: “É, ele saber fazer essas coisas... Mas também, com o time já pronto e tal... Quero ver ele construir uma equipe, começar de baixo...”

Antes de morrer em 2006, Red Auerbach fez uma critica semelhante ao trabalho de Phil Jackson “Ele nunca tentou montar um time, ensinando os fundamentos. Sempre quando ele chegou às equipes que treinou, todas estavam prontas. Aí era só implementar seu sistema.” disse ao site Yahoo! na época.

“Sem-querer-querendo”, Phil iniciaria um novo Lakers a partir da temporada 2004-05, depois de ficar ausente no campeonato de 2003-04, primeira vez em dez anos que o Los Angeles não foi para a pós-temporada.

Modo de Construção [ON]

Mesmo perdendo bons jogadores (Von Wafer, Caron Butler...), Phil estava remontando os Lakers com a base em Kobe Bryant. Foi analisado o potencial de Lamar Odom, que chegou à Los Angeles em 2004, e ele permaneceu. Muito trabalho, porém precisava ser feito.

Andrew Bynum, com 17 anos, chegou via draft em 2005. Jordan Farmar, com 19 anos, chegou via draft em 2006. Trevor Ariza chegou em 2007 via troca (Maurice Evans e Brian Cook foram para Orlando). Pau Gasol chegou em 2008 via troca (Kwame Brown, Jarvaris Crittenton, Aaron Mckie foram para Memphis com mais uma escolha de draft).

O resultado disso: após ser eliminado duas vezes na primeira rodada dos playoffs (2006 e 2007), o Los Angeles Lakers chegaram a duas consecutivas finais da NBA – perdendo em 2008 para o Boston Celtics e vencendo em 2009 o Orlando Magic.

Para quem queria vê-lo construir um time, está aí os Lakers de 2008-09. Quem não viu ele comandar super–estrelas é só olhar os Bulls dos anos 90 e os Lakers do início desta década.

A soma disto tudo são 10 anéis de campeão. Quem chegar a este nível tem condições de argumentar com Phil Jackson.

Enquanto isto não acontece, ele pode (mesmo não fazendo) mostra os dedos a todos.


© 1 e © 3 Andrew D. Bernestein / Getty Images
© 2 David E. Klutho / SI

Com Um Ano de Atraso

No inicio do campeonato passado, o Detroit Tigers era considerado um dos favoritos ao título da Liga Americana, porém o time terminou com um frustrante aproveitamento abaixo dos 50% (74v e 88d). Nesta temporada, sem a pressão de conseguir bons resultados, o clube é líder da divisão Central e está com um time que tem condições de fazer um bom papel na pós-temporada.

Em jogos de playoffs, duas coisas são importantes: arremessadores e defesa. Exatamente nestes dois setores que os Tigers melhoraram. Já o ataque está no mesmo ritmo de 2008.

Carlos Guillen foi o único a rebater acima dos 30% na campanha passada (desde o dia 5 de Maio ele está no Departamento Médico) e hoje apenas um jogador do Detroit está rebatendo acima dos 30%: Miguel Cabrera (foto à esq.). Sem dúvida, a defesa e os arremessadores que são os responsáveis por esta melhora sensível do Detroit na classificação.

Apesar da metade do campeonato nem ter chegado, já é possível dizer que os Tigers possui um elenco de arremessadores capazes de atuar em alto nível na pós temporada, a começar pelo seu principal ace, Justin Verlander (foto © 1).

Verlander teve um mês de Maio excepcional com 5 vitórias e nenhuma derrota, com um ERA de 1.52 e 56 stikeouts, arremessando bolas a 150 km/h na última entrada, parece que o jogador que levou a equipe a World Series de 2006 está de volta. Semana passada, no dia 10 de Junho contra o Chicago White Sox, Verlander completou o jogo arremessando 122 bolas para 9 strikeouts. John Danks, arremessador titular dos White Sox no jogo, disse após a partida que “Parecia que ele (Justin Verlander) estava jogando PlayStation... jogava a bola aonde queria a mais de 160 km/h na oitava entrada...

Outro responsável pela melhora da rotação é Edwin Jackson, jogador que fez parte do time campeão da Liga Americana em 2008 (Tampa Bay Rays) e está com o ERA mais baixo da equipe: 2.24, com 6v e 3d. A comparação entre stikeouts e walks tende a ser melhor do que no ano passado quando Jackson teve 108 SO e 77 BB; em 2009 ele tem 65 SO e 23 BB. Ele tem apenas 25 anos, mas já está na sétima temporada na MLB e credita está experiência para seu melhor desempenho jogo-a-jogo “Durante as partidas, eu aprendi a mudar o ritmo dos arremessos, atacando a zona de strike a todo instante com agressividade e fazendo com que os rebatedores coloquem a bola em jogo.”

Contudo, quem realmente é a conversa nos vestiários do Detroit atende pelo nome de Rick Porcello, 20 anos (foto à dir.). Passou o mês de Maio invicto (5 vitórias e um ERA de 1.50) e está “...surpreendendo a todos...” como diz Rick Knapp, treinador dos arremessadores. Em seu mais recente jogo, sexta 12/06, Porcello arremessou em sete entradas cedendo apenas uma corrida; conseguiu a sétima vitória da temporada (4 derrotas) e está com um ERA de 3.71.

Entretanto: “Sem defesa, não adianta nada o esforço dos nossos arremessadores” diz Knapp.

E ele tem razão.

Seja no infield ou outfield, todos os jogadores dos Tigers estão se esforçando o máximo para fazer valer o belíssimo trabalho que a rotação está fazendo. As mudanças que aconteceram no posicionamento do infield foram produtivas, com a chegada do catcher Gerald Laird e do 3B Brandon Inge do Texas Rangers e com a contratação de Adam Everett para o SS; Miguel Cabrera foi para 1B.

O resultado é a sexta posição na MLB em jogadas defensivas (98%) e apenas 26 erros nos primeiros 63 jogos. Ano passado a equipe teve um total de 113 erros ficando próximo do último lugar nesta categoria.

Continuando os jogos entre as ligas nesta semana e na próxima, o Detroit Tigers jogará três jogos contra o Saint Louis Cardinals em casa e sai para jogar três contra o Milwaukee Brewers e três contra o Chicago Cubs. Ótimas partidas para testar o potencial verdadeiro da equipe quando se aproxima a metade do campeonato.

Porém, os dois principais fundamentos para vencer jogos em Outubro os Tigers já têm: arremesso e defesa. A questão é: o time chegará aos playoffs? Tudo indica que sim, mesmo sendo com um ano de atraso...



©1 e © 2 Charles Rex Arbogast / AP
© 3 Duane Burleson / AP

Diversidade Nota A+


Esta foi a nota que a NBA recebeu do Institute for Diversity and Ethics in Sports (TIDES) da UCF (University Central Florida – a quinta maior universidade dos EUA) por diversidade racial em todos os níveis da associação; a melhor avaliação entre todas as principais ligas americanas – a NBA é líder nesta categoria por duas décadas. A associação recebeu um “A” por diversidade de gêneros, a única liga profissional a receber uma nota tão alta.

Estes resultados fazem parte de uma avaliação anual que o TIDES faz com todas as ligas profissionais americanas para ver qual é o papel das pessoas de cor (Afro-Americanos, Latinos, Asíaticos) nas quadras e também na administração das franquias e da liga em si. É feito também um levantamento do papel da mulher nas questões administrativas.

Assim como foi feito com a MLB (leia “MLB – Diversidade Nota A”) o Grandes Ligas irá destacar os principais representantes desta diversidade na NBA

Diretoria da NBA

Aqui talvez seja o grande trunfo da associação. David Stern, comissário da liga, tem sobre seu comando 35% de pessoas de cor e 43% de mulheres. Nenhuma outra liga chega perto destes números, em ambas as categorias a NBA é líder entre os esportes profissionais americanos. Alguns nomes que valem ser mencionados:

Afro-Americanos
Stuart Jackson, vice-presidente executivo das Operações de Basquete
Mark Tatum, vice-presidente executivo de Marketing .

Mulheres
Kerry Chandler, vice-presidente sênior de RH
Heidi Ueberroth, presidente de Operações Financeiras Internacionais (foto 3c)

Donos de Franquias

Três mulheres têm parcelas majoritárias em sociedade: Collen J. Maloof e Adrienne Maloof-Nassif – Sacramento Kings; e Irene Pollin, que divide com seu marido (Abe Pollin) o Washington Wizards.

Robert L. Johnson (Charlotte Bobcats - foto ao lado) continua sendo o único Afro-Americano é ser dono majoritário de uma franquia entre todos os esportes americanos. Porém, ele está a procura de um comprador para seu clube.

Diretoria Executiva (CEO´s)

Houve uma queda em relação ao ano passado, com as demissões de Isiah Thomas (Knicks) e Billy King (76ers). Agora há cinco Afro-Americanos com este cargo nas franquias:

Fred Whitfield – Charlotte Bobcats
Terdema Ussery – Dallas Mavericks
Larry Miller – Portland Trail Blazers
Joe Dumars – Detroit Pistons (também Presidente de Operações de Basquete)
Steve Mills – New York Knicks (também Presidente Financeiro)

Cargos de Presidência

Esta é uma posição que várias mulheres aparecem, com uma apenas se destacando: Jeanie Buss, vice-presidente Executiva (Financeira) do Los Angeles Lakers , cargo mais alto de uma mulher na NBA – leia “Ela é o Futuro dos Lakers”. Quem se aproxima mais dela na hierarquia das franquias é Ann Meyers Drysdale, vice-presidente do Phoenix Suns.

Entre os Afro-Americanos, com 11% dos cargos, se destacam alguns ex-jogadores, entre eles:

Michael Jordan, membro da diretoria do Charlotte Bobcats
Sam Perkins, vice-presidente de Relacionamento do Indiana Pacers
Earvin “Magic” Johnson, (foto ao lado) vice-presidente do Los Angeles Lakers
Dominique Wilikins, vice-presidente de Operações de Basquete do Atlanta Hawks

Diretores de Basquete (GM)

Outro cargo que teve uma queda da temporada 2007-08 para esta. Havia sete diretores de basquete Afro-Americanos, hoje há apenas três:

Joe Dumars (foto 2b) – Detroit Pistons
Rod Higgins – Charlotte Bobcats
Otis Smith – Orlando Magic

Treinadores

No início desta temporada, 11 Afro-Americanos:

Mike Woodson - Atlanta Hawks
Glenn “Doc” Rivers - Boston Celtics
Mike Brown (foto ao lado)- Cleveland Cavaliers
Michael Curry - Detroit Pistons
Byron Scott - New Orleans Hornets
Maurice Cheeks - Philadelphia 76ers
Terry Porter - Phoenix Suns
Nate McMillan - Portland Trail Blazers
Reggie Theus - Sacramento Kings
Sam Mitchell - Toronto Raptors
Eddie Jordan - Washington Wizards

e um Asiático (Erik Spoelstra – Miami Heat, foto 1a. Sua mãe, Elisa Celino é Filipina) comandavam um time na NBA.

Ao longo do campeonato, mais três Afro-Americanos foram contratados

Lionel Hollins -Memphis Grizzlies
Alvin Gentry - Phoenix Suns
Kenny Natt - Sacramento Kings

Jogadores

Na temporada 2008-09 da NBA, 82% dos atletas inscritos se consideravam de cor (Afro-Americano, Latino, Asiático...). Esta é a maior porcentagem desde a temporada 1994-95.
1% dos jogadores se categorizaram como “outro”, 1% são Asiáticos, 77% Afro-Americanos e 3% Latinos. A porcentagem de jogadores internacionais se manteve a mesma, 18%, com três brasileiros:

Nenê – Denver Nuggets
Leandrinho – Phoenix Suns
Anderson Varejão – Cleveland Cavailers



© 1a Douglas C. Pizac / AP
© 2b Said / Michigan Daly
© 3c Chris Buck / Business Week

Personalidade


É personalidade” disse Phil Jackson sobre Derek Fisher após o jogo 4 das finais da NBA.

Declaração que surgiu para falar sobre os dois arremessos de três que o armador do Los Angeles Lakers converteu em momentos cruciais da partida: a 4.6 segundos do tempo normal, levando o jogo para a prorrogação (foto abaixo) e a 31.3 segundos do final do tempo extra, quando o jogo estava empatado em 91 pontos (foto acima).

O péssimo aproveitamento da linha de três de Fisher (27,1%) nestes playoffs foi esquecido. O que importa agora são os dois arremessos convertidos.

Nós sabemos que ele é capaz” disse Kobe Bryant após o jogo “No vestiário, eu joguei umas indiretas para ver se ele iria reagir, porque tinha errado todos os cinco arremessos antes de acertar os últimos dois. Mas, este é o Derek que eu conheço.”

E que todos os torcedores dos Lakers (e os amantes do basquete também) conhecem. Dos jogadores hoje em atividade na associação, Fisher é o segundo na lista com mais jogos de pós-temporada: 175, atrás de Shaquille O´Neal – 203. Em 26 jogos de finais que Fisher jogou, ele tem um aproveitamento de 45,3% de arremessos de três (sem contar os jogos deste ano). Entre esses lances, há o inesquecível arremesso contra o San Antonio Spurs nas finais da Conferência Oeste em 2004, quando no jogo cinco, faltando 0,4 segundos para o término da partida, Derek converte o jumper da vitória que está na história dos Lakers.

Contudo, esta experiência toda não foi demonstrada com consistência nestes playoffs. Ele que no tri-campeonato do Los Angeles no início desta década, era o terceiro cestinha atrás de Bryant e O´Neal, entrou nestas finais com uma média de apenas 7,5 PPJ, o quinto cestinha. Nas finais, Fisher melhorou um pouco, com uma média de 10,5 PPJ nos quatro primeiros jogos.

Por estas razões, muita gente (dos torcedores à imprensa) pediam que os minutos em quadra do armador titular fosse diminuídos. Um argumento usado com freqüência é a questão da idade – Fisher tem 34 anos e completará 35 dia 9 de Agosto.

Agora é a idade, mas antes eram outras coisas” diz Fisher sobre as críticas “Já ouvi dizer que não posso mais arremessar ou que não sou alto o bastante para fazer o que quer que seja na quadra. Eu uso isto como motivação para treinar mais forte e ser melhor hoje do que fui ontem”.

O fato é que sua ida para o Golden State Warriors na temporada 2004-05 expôs os defeitos do armador, mesmo ele conseguindo no campeonato seguinte sua melhor média de pontos na carreira (13,3), sendo reserva de Baron Davis.

Em sua curta carreira em Utah, Derek Fisher mostrou mais um traço de sua personalidade única.

Eram as semifinais da Conferência Oeste 2007 e o Jazz enfrentava os Warriors. O jogo em questão era o de número dois em Utah. Fisher pediu para Jerry Sloan (treinador do Jazz) para inscrevê-lo na partida, mas não garantiu que ele estaria no jogo, porque sua filha de 11 anos, Tatum, foi diagnosticada com um raro câncer nos olhos e precisava de uma cirurgia urgente em New York, que foi bem sucedida. Com a permissão dos médicos e da família, Derek decidiu voltar para Utah, chegando na arena com o terceiro período em andamento. Foi quando ele descobriu que Deron Williams estava com problemas de faltas, Dee Brown (armador reserva) estava com uma contusão grave e que o ala russo Andrei Kirilenko iria armar as jogadas. Sem aquecimento e sem nenhuma preparação, Fisher vestiu o uniforme do time e entra em quadra recebendo aplausos de todo o ginásio e também dos jogadores dos Warriors. O Utah venceu na prorrogação com Fisher sendo decisivo, com uma defesa em Baron Davis no final do tempo normal e um arremesso de três no final do jogo.

Este, sem dúvida, foi um dos momentos mais marcantes desta década no mundo esportivo. Afinal, o atleta deixou sua filha no hospital para cumprir seu dever. Sinônimo de profissionalismo.

A confiança que Phil Jackson tem em Derek Fisher excede qualquer entendimento. Mesmo perdendo os duelos para Aaron Brooks (Rockets), Chauncey Billups (Nuggets) e Rafer Alston (Magic, no jogo 3), o treinador dos Lakers sempre manteve seu armador em quadra por uma razão:

Sempre dizemos que a personalidade tem que ‘estar’ com o atleta, principalmente se ele for um grande jogador. É algo que você não escolhe no draft, porque não é questão de talento. No final, sempre é a personalidade e ele (Fisher) é uma pessoa com uma alta personalidade, trazendo isto para cada jogo.”


© 1 John W. McDonough / SI
© 2 John Bazemore / AP
© 3 Terry Pierson / The Press Enterprise

Quebrando Estereótipos


Passado os três primeiros jogos das finais da NBA 2008-09, os fãs de basquete estão conhecendo um “novo jogador”, um cara que está mais brigador no garrafão, mais aguerrido e tornando seu jogo mais agressivo. Isto para, quem sabe, tirar o rótulo de jogador “delicado”, “suave” que geralmente os atletas europeus ganham quando vem para a associação. Pau Gasol está mostrando em quadra que é mais “valente” do que muitos pensam.

Mas, na verdade, ele nem se preocupa muito com isso.

Eu não me importo com este tipo de comentário” disse o ala espanhol à FOX.

Por este fato de não se incomodar com o que os outros pensam, é que ele está conseguindo crescer o seu jogo. E também a vencer certos pré-conceitos.

Quantos jogadores de NBA (para usar só um exemplo) têm uma mãe que é doutora e um pai que é um diretor de hospital? Gasol estava encaminhado para seguir a mesma carreira que seus pais, mas desistiu aos 18 anos, largando a escola de medicina e se dedicando somente ao basquete.

O garoto tinha talento.

Nesta época ele era uma promessa do basquete espanhol, ganhando um destaque maior quando foi campeão europeu com a Espanha do mundial sub-18 (1998) e sub-19 (1999). Na virada da década, muitos olheiros americanos passaram a acompanhar a equipe de basquete do Barcelona, para ver o que este espanhol tinha de tão bom.

Em toda sua carreira, Gasol mostrou muita personalidade e liderança. Suas conquistas na NBA e com a seleção espanhola são impressionantes.

No Memphis Grizzlies, o espanhol tem números que excedem qualquer padrão. Foi o novato do ano na temporada 2001-02. É o líder da franquia em partidas, minutos jogados, maior quantidade de arremessos (de quadra e de lance livre) convertidos e tentados, rebotes defensivos e ofensivos (no total também), tocos e pontos. É o único “Grizzlies” a participar do jogo das estrelas e levou a equipe a três pós-temporada (2004, 2005 e 2006).

Com a seleção espanhola foi medalha de ouro no mundial de 2006, levando no mesmo ano o prêmio da FIBA (Federação Internacional de Basquete) de melhor jogador do mundo. Conquistou a medalha de prata nas olimpíadas de Pequim em 2008, levando o prêmio da FIBA de melhor jogador europeu do ano.

Tudo isto, porém não mudava o pensamento de muitos jogadores e treinadores da associação em relação à Gasol; o consideravam um jogador fraco fisicamente. Em entrevista recente ao New York Times, Derek Fisher, hoje companheiro de Gasol,” entregou o ouro”.

Quando jogávamos contra Memphis, o plano era atacar o garrafão e ser agressivo contra Gasol. Nosso pensamento era de que ele não agüentaria o jogo físico”.

Apesar de não ligar muito para o que falam sobre sue estilo de jogo, Gasol reconhece que, por exemplo, nas finais do ano passado, ele não rendeu o que se esperava. “Na temporada passada eu senti que cai de produção no final, sem energia e força. Tivemos alguns jogos que não competimos tão forte assim como o Boston e ganhamos o rótulo de ser um time 'sutil'. Este ano, para resumir, estamos jogando com agressividade”.

No jogo 3, o Orlando Magic se superou, conseguindo um aproveitamento de arremesso de 62,5 %, o melhor de todas as finais da NBA em apenas uma partida. Porém, nos dois primeiros jogos em Los Angeles, a defesa dos Lakers mostrou sua postura, principalmente Gasol defendendo Dwight Howard, mesmo o plano inicial, segundo Phil Jackson (treinador do Los Angeles) era que “...Gasol marcasse Lewis...

Howard iria gostar se a primeira idéia fosse cumprida. “Eles estão me marcando de uma forma diferente, me forçando a ir para a ‘zona morta’ assim que eu pego a bola. Os dois primeiros jogos foram um processo de aprendizado para mim” disse Dwight sobre a marcação do Los Angeles (Leia-se: marcação de Pau Gasol).

A força do espanhol não está aparecendo apenas no lado defensivo. Gasol está com 21 pontos de média nestes três primeiros jogos das finais, três pontos a mais do que a média em todo o playoff. Se o crédito por um possível título do Los Angeles cair todo na conta de Kobe Bryant, está claro que Pau Gasol merece uma fatia do mérito também.

O cara cabeludo, com a barba por fazer e atuando no “estrangeiro” está atraindo as atenções nesta serie final entre Los Angeles Lakers (Kobe Bryant) e Orlando Magic (Dwight Howard). Mais um rompimento de paradigma na carreira de Pau Gasol.


© 1 Mark J. Terrill / AP
© 2 Matt Styles / AP

O Pai do Filho


Essas coisas acontecem em uma família que tem um atleta famoso.


É sempre: “Você não é o filho do fulano?” ou “Eu sou irmão do fulano”.

Por muito tempo este foi o caso de Daniel Schlereth, filho de Mark Schlereth, famoso ex-jogador da NFL.

Mark teve uma carreira marcante no football. Jogou 12 temporadas na posição de guard (importante papel da linha ofensiva, que protege o QB e facilita o jogo corrido) em dois times: Washington Redskins e Denver Broncos. Era titular em ambas as equipes e venceu 3 vezes o Super Bowl – uma com os Redskins e duas vezes com os Broncos. Jogou ainda em dois Pro-Bowl´s, o jogo das estrelas da NFL.

Logo depois da aposentadoria, Mark foi para a mídia, começando em um programa de rádio na cidade de Denver até chegar à ESPN, onde hoje ele é um dos principais analistas de football da emissora.

Então, Daniel era o filho de Mark.

Contudo, Daniel tem uma carreira esportiva. Apesar de jogar na escola de ensino médio (High School) na equipe de futebol americano, seu pai o aconselhou a mudar de esporte: “Dizia que ele era muito baixo para ser um quarterback e que ele não tinha um corpo que a NFL estava procurando para a posição. Porém, ele já tinha um arremesso perto dos 150 km/h... Por isso ele foi para o beisebol” diz Mark

Mesmo com ofertas de universidades importantes para Daniel jogar football, ele escolheu a faculdade do Arizona para ser um reliever.

Na universidade ele teve bons números com Arizona estando várias vezes na posição de número 1 nos rankings. No draft de 2008, o Arizona Diamondbacks escolhe Daniel na primeira rodada com a 26ª escolha. Ficou um ano nas ligas de base do Diamondbacks no estado de Alabama até ser chamado para o time principal dia 28 de Maio deste ano para jogar no dia seguinte contra o Atlanta Braves.

Eu estava em casa tranqüilo, liguei para o Daniel um dia antes e conversamos sobre um jogo que ele participou em Alabama e tal... Na sexta ele me liga e diz: ´Pai, o Arizona me chamou!’. Eu comecei a chorar, ele começou a chorar e me falou pela primeira vez: ‘Muito obrigado por tudo o que você fez por mim. Obrigado por todo o apoio’”

Mark sempre imaginou este momento. Desde criança Daniel teve um bom braço para o beisebol. Sejam nos jogos infantis, juvenis, Mark sempre estava presente incentivando seu filho. Ou gritando. “Minha mãe tinha que tirá-lo toda vez do alambrado devido aos “exageros” das instruções do meu pai (risos)” diz Daniel sobre o comportamento do pai/treinador.

Por muito tempo Mark manteve um prazer tradicional com seu filho: brincar de arremesso. Porém, esta brincadeira teve um final (cômico) no ano passado.

Nas férias de Daniel, pai e filho iam para a rua arremessar a bola um para o outro. Mark, esperto, pedia sempre pro filho maneirar. Conforme a brincadeira foi esquentando, Mark sentiu confiança e pediu pro filho arremessar um pouco mais “com vontade”. Obediente, Daniel cumpriu o pedido do pai. Lá pelas tantas, Mark resolveu se aventurar de catcher. “Minha posição de catcher mais parecia de um OL mesmo; pelas 29 cirurgias que tenho nos membros inferiores, não consigo ficar de cócoras”. Bom, então Daniel arremessou. Porém, a bola veio mais ou menos em 120 km/h; detalhe uma cutter (bola rápida que vem reta, mas “cai” quando chega próximo do catcher). Mark não conseguiu pegar a bola que atingiu o lado direito do peito. “Parecia um saco de batatas caindo (risos)” diz Mark “Daniel correu na minha direção pensando que tinha me matado... Quando levantei a camisa, estava lá a marca da bola com a costura e tudo... Tomei uma decisão então: Nunca mais brinco de bola com o Daniel (risos)” afirmou Mark.

Pois é, Mark reconheceu de um jeito bem inusitado que seu filho é um profissional da MLB.

Alías, ao vê-lo trotar do dugout (banco de reservas dos arremessadores) para a posição de arremesso no jogo contra os Braves, segundo Mark, foi o momento mais marcante da sua vida, algo que nem se compara aos três títulos de Super Bowl que ele possui.

Só que este não foi o fato que mudou a história de ambos.

No sábado 30 de Maio, folga de Daniel, toda a família estava assistindo o jogo do Arizona contra o Atlanta na maior calma e alegria. Os Diamondbacks venceram e Mark com sua esposa e filhas estavam saindo do estádio; Daniel estava um pouco atrás deles. Até que encontraram, próximo a saída vários torcedores que gritavam: “Schlereth?! Schlereth?! Assina uns autógrafos pra gente?”. Mark então para, diz pra sua esposa esperar um pouco e olha para trás a espera de uma caneta, um papel... O que ele vê, contudo, é Daniel assinando inúmeras bolas de beisebol...

A partir deste momento, Mark passou a ser conhecido como o pai do Daniel...


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© 2 Elaine Thompson / AP