Aquele do ex-jogador que vira comentarista


A temporada 2012 da NFL consagrou um dos melhores defensores da história da liga, Ray Lewis, com o troféu do Super Bowl conquistado pelo seu time, o Baltimore Ravens. Na verdade ex-time, pois Lewis se aposentou depois da grande decisão. Mas ele está de volta aos holofotes, agora trabalhando como comentarista da ESPN.

Lewis passa a ser mais um ex-jogador que encara as câmeras de TV para falar sobre futebol americano aos domingos (e segundas). A emissora se antecipou às concorrentes para contar com um cara que tem uma visão bem peculiar do futebol americano – e firmou compromisso de ser original em suas participações.

Na semana inicial do campeonato 2013, Lewis fará sua estreia no pré-jogo da ESPN chamado de Sunday NFL Countdown. Sua participação efetiva será no Monday NFL Countdown, que antecipa o especial jogo de segunda feira à noite. Ele aparecerá outras 7 vezes aos domingos durante a temporada.

Apesar de jogar três anos pela Universidade de Miami, Lewis completou sua graduação em Artes e Ciências na Universidade de Maryland no ano de 2004. Sem preparo para a Comunicação, a ESPN desde o mês de Junho faz um treinamento específico com ele (técnicas de fala, respiração e postura). Como Lewis é uma pessoa extrovertida, a transição campo-TV não deve trazer problemas para ambas as partes.

Todas as emissoras que transmitem a NFL para os Estados Unidos apostam em ex-jogadores que viram comentaristas, tanto para serem figuras no estúdio ou estádio. A ideia é que apresentem a visão do campo, que possam traduzir elementos característico do esporte para o telespectador médio. O grande questionamento é que cada vez mais os torcedores estão dando menos importâncias a isso.

CBS, FOX, NBC, NFL Network e ESPN têm espaço em suas respectivas programações para o pré-jogo, apresentado no domingo à tarde antes das partidas – que iniciam às 13hs, horário de Washington, DC. Cada uma delas dedica esse tempo para apresentar as partidas da rodada, mostrar perfis de personagens da liga e debater os principais temas em evidência. Porém o que mais se ouve são clichês e frases feitas.

O time com a melhor defesa vai vencer...”. “Esses são dois times bem preparados fisicamente...”. Frases desse naipe são proferidas pelos tais ex-jogadores. Estão lá para dizer obviedades ou compartilhar uma visão efetivamente qualitativa? Como a primeira opção é a comum, os telespectadores estão fugindo desses shows. A queda de audiência entre 2012 e 2011 beirou os 20%.

As emissoras inserem os ex-jogadores tendo por objetivo criar uma forte linha de comentarista e atrair fãs. Além disso há a competição entre elas, por isso se a ESPN não assinasse prontamente com Lewis, outra faria.

Não obstante, a ausência de jornalistas nas mesas pré-jogo e estádios é a regra. Então são os ex-jogadores responsáveis por transmitir ao telespectador comentários sobre a NFL.

ESPN (Sunday NFL Countdown)
Estúdio: Tom Jackson, Keyshaw Johnson, Cris Carter, Mike Ditka

Jackson é o veterano da turma (desde 1987) – o programa estreou em 1985. Jackson foi um dos personagens centrais de uma das maiores polêmicas da história da TV americana, quando em 2003 o então comentarista Rush Limbaugh, popular nome do rádio yankee, creditou o sucesso do quarterback Donovan McNabb ao “...desejo da mídia de ter um quarterback negro bem sucedido na NFL” – saiba mais lendo “Dossiê Rush Limbaug e o Saint Louis Rams”.

O quarteto é um dos mais criticados pelos clichês ditos costumeiramente, principalmente Ditka e Jackson. Mas a produção do programa salva a lavoura e bons quadros vão ao ar. O pré-jogo da ESPN tem 7 prêmios Sports Emmy por melhor programa semanal.

NFL NETWORK (NFL Game Day)
Estúdio: Kurt Warner, Warren Sapp, Michael Irvin, Marshall Faulk
Estádio: Mike Mayock

A emissora da NFL confia em nomes mais contemporâneos, tirando Irvin, que saiu da ESPN. De todos, Warner é o mais classudo, quem mais comenta com serenidade. Os outros sofrem de uma síndrome que persegue a classe: defender os jogadores não interessando a circustância. A proteção chega a ser embaraçosa em alguns casos.

Mayock comenta as partidas de quinta-feira. Ele tem respeito dos torcedores pelo amplo conhecimento do football universitário, que o ajuda na cobertura do draft da NFL.

NBC (Football Night in America)
Estúdio: Rodney Harrison, Tony Dungy
Estádio: Cris Collinsworth

A NBC começou seu pré-jogo em 1975. Parou em 1997 quando perdeu os direitos de transmissão da NFL. Em 2006, com a retomada das transmissões – jogos de domingo à noite – foi criado o FNA.

Harrison está no programa desde 2006 e em 2009 tentou romper com o corporativismo e criticou seu ex-companheiro de New England Patriots, Tom Brady. Harrison pediu para o QB “tirar a saia”. Logo ele veio a público esclarecer que foi uma brincadeira...

Collinsworth assumiu o posto de comentarista de estádio em 2009, assumindo o posto deixado pelo lendário, mas também amante dos clichês, John Madden. Collinsworth assumiu uma grande responsabilidade, porém tem correspondido muito bem e é considerado o melhor comentarista televisivo de estádio.

O braço esportivo da NBC, NBCSports, vai lançar em 2014 um pré-jogo para concorrer com a ESPN.

FOX (FOX NFL Sunday)
Estúdio: Terry Bradshaw, Michael Strahan, Howie Long
Estádio: Troy Aikman, Daryl Johnson, John Lynch, Ronde Barder, Heath Evans e Tim Ryan

Bradshaw e Long estão no programa desde o início, em 1994. Bradshaw é o mais lúdico dos comentaristas, aproveitando sua vasta experiência e sucesso dentro de campo: 4 títulos de Super Bowl e 2 troféus de MVP de Super Bowl, tudo com o Pittsburgh Steelers. Dos que comentam em estádios, Aikman é quem mais se destaca, sempre presente nas partidas da importante NFC Leste.

A FOX é uma emissora jovem e abraça esse rótulo em sua programação e linguagem. Trouxe Strahan e criou uma sitcom para ele. Tentativa fracassada; a série foi cancelada após 13 episódios.

FOX NFL Sunday venceu quatro Sports Emmy e foi o primeiro pré-jogo com uma hora de duração.

CBS (The NFL Today)
Estúdio: Shannon Sharpe, Dan Marino, Boomer Esiason e Bill Cowher
Estádio: Phil Simms, Dan Fouts, Rich Gannon, Solomon Wilcots, Steve Tasker e Steve Buerlein

A CBS é a pioneira nessa história de pré-jogo com o Pro Football Kickoff, programa que foi ao ar em 1961 com 15 minutos de duração. O apresentador era o ex-jogador Johnny Lujack (quarterback do Chicago Bears) – Lujack saiu da CBS um ano depois, quando a Ford fechou uma cota de patrocínio com a emissora e pediu a saída dele por ter concessionária da Chevrolet...

Frank Gifford (ex-receiver do New York Giants, campeão em 1956) marcou época ao estar no show quando o nome foi alterado para The NFL Today em 1964. Ele mudou para a ABC em 1971 e passou a ser comentarista do Monday Night Football. Gifford manteve essa posição até 1997.

A atual formação de estúdio é bem equilibrada, com destaque para Marino e Cowher. Simms é o escolhido para comentar os principais jogos, incluindo Super Bowl.

O programa é altamente premiado – levou o primeiro Sports Emmy em 1979. Antes de existir essa premiação específica para programas esportivos, The NFL Today concorria no prêmio geral e levava várias estatuetas. O ano de maior glória foi em 1975 quando arrematou 13 Emmys. A equipe era formada pelo apresentador Brent Musburger, o ex-jogador Irv Cross, o apostador Jimmy ‘The Greek’ Snyder e a Miss América '71 Phyllis George.



(GL)
Escrito por João da Paz

As cortinas se fecham para Allen Iverson – e uma letra de rap é o despojo


Um ícone da NBA está prestes a encerrar sua carreira definitivamente. De acordo com reportagem da Revista SLAM, especializada em basquete, Allen Iverson vai anunciar sua aposentadoria do basquete, não tem mais volta. Após deixar a NBA em 2010, arriscou uns dribles na Turquia defendendo o Beşiktaş, mas os 38 anos de idade bateram na porta e pediram um tempo.

O que fica? O que Iverson deixa? Qual seu legado?

Uma era chega ao fim. Sim, é perfeitamente possível rotular a passagem de Iverson pela NBA como uma era. Marcou época para o bem e/ou para o mal, sendo figura de destaque dentro e fora de quadra. Coletou fãs nos quatro cantos do mundo e no Brasil tem uma base de admiradores sólida, que em grande parte surgiu graças ao estilo da pessoa que eternizou a camisa 3 do Philadelphia 76ers, com mágicos dribles e arremessos.

O que aproximou Iverson dos torcedores foram fatores de similaridades. Estava ali em quadra alguém que se vestia como um cara comum. Porém era um cara comum que não se intimidava com os adversários grandalhões. Os derrotava com um arremesso letal ou com dribles desconcertantes.

A Era Allen Iverson começou em 1996 e terminou 14 anos depois. Teve início na cidade de Filadélfia, num jogo contra o Milwaukee Bucks no primeiro dia de novembro daquele ano. 30 pontos na cabeça! A luz apagou em Chicago contra os Bulls em 20 de Fevereiro de 2010; 13 míseros pontos. Durante todo esse tempo, somente em contratos trabalhistas, ele acumulou a bagatela de (+)US$ 154 milhões. Ao menos era para ele ter uma boa fatia desse montante em caixa, porém na temporada que saiu da NBA um banco o cobrou por uma dívida de uma corrente que ele não pagou – e nem tinha condições para quitar a conta.

Péra! Mas o quê um senhor, então com 36 anos, estava fazendo com um colar de rapper no pescoço?

Então, se tem algo a creditar na conta de Iverson é sua personalidade firme e original. Afinal, não se moldava a padrões, teve que fazê-lo devido exigências patronais. Contudo Iverson não escondia sua influência cultural, muito menos pensamentos controversos.

Quando o jogador caminhava rumo ao auge, a NBA atravessava a depressão pós-Jordan e buscava uma nova direção. Confusa, não sabia se abraçava a cultura hip-hop como um todo e colocava Iverson como garoto propaganda. Não sabia se rejeitava a cultura hip-hop parcialmente e colocava Iverson como garoto propaganda.

Optou pela segunda alternativa.

Ficaram as músicas nos falantes dos ginásios e os shorts nos uniformes dos clubes. Excluídas as roupas de rua do movimento hip-hop. Como visto aqui no grandes ligas no ano passado, essa foi a melhor ação do David Stern, comissário da associação: fazer com que os jogadores da NBA se vistam como adultos.

E Iverson ficou como o bom exemplo mau. Mesmo assim seu impacto fora de quadra continuava forte, um símbolo.

Nas quadras os recordes foram se acumulando. No primeiro campeonato veio o troféu de Novato do Ano. Daí acrescente 11 nomeações para o Jogo das Estrelas, quatro títulos de cestinha, um MVP... Em temporada regular, sua média de pontos foi de 26,7; nos playoffs de 29,7. Uma análise nem tão profunda em seu currículo leva ao óbvio: daqui a dois anos entrará no Hall da Fama. Será mais um motivo pelo qual não é possível dissociar o nome Allen Iverson do basquete.

No meio tempo os Sixers vão aposentar a camisa 3. Ele aparecerá na cidade, dará um discurso impactante. Só que não haverá comparação com o que se espera que aconteça na entrada do Hall da Fama. Ali sim um momento de reflexão, de olhar para trás e ver que por mais que problemas apareceram, eles ficaram para trás. Instante para admirar a cortina fechada e apreciar a glória que chegou.

Traços da vida árdua de Iverson estão registrados no álbum de hip-hop (“40 Bars”) que ele gravou em 2000, mas não chegou às lojas por ter um conteúdo altamente explícito. Porém ele contou histórias suas, do seu ponto de vista.

De Memphis, uma das cidades que o acolheu na jornada da NBA, saiu o rap que fala sobre o problemático atleta, modelo de inspiração para muitos, modelo de desgosto para outros. O rapper Don Trip gravou um som chamado “Allen Iverson”, por ver nele um espelho. A letra é bem estruturada e as vidas de Don Trip e Iverson se encontram nos versos, com intros de declarações emocionantes do jogador, extraídas de entrevistas.

Uma dessas rimas diz:

A mídia te provoca, são como urubus
E você está no pedestal, é preciso manter o foco
Qualquer movimento que você faz representa sua cultura
Você quer ser normal, mas essa vida está morta



“Sou humano”, assim Iverson respondeu a pergunta “O que você é?”.


(GL)
Escrito por João da Paz

Atleta tem de ser bom exemplo? Uma ótima pergunta...


Quando você vai assistir um jogo (qualquer esporte), você espera aquele duelo empolgante ou que os atletas mostrem o quanto são “bonzinhos” fora da ação?

Se esporte é entretenimento, por que exigir dos praticantes de qualquer modalidade que sejam modelos ímpares de cidadania?

Ou esporte não é entretenimento?

Caso não, o que é? Um ato cívico?

Atores, músicos, estão no mesmo patamar que atletas? Devem ser julgados da mesma maneira?

Albert Pujols, do Saint Louis Cardinals, vai processar o ex-jogador do clube, Jack Clark, que ao vivo em uma rádio acusou Pujols de usar esteroides. Litígio criado porque Pujols visa preservar sua imagem de bom exemplo. Bom exemplo para quem? Os torcedores? Para as crianças?

O torcedor quer home runs ou doações caridosas? Atos de voluntariedade, talvez?

Um adendo: uma investigação da ESPN, divulgada em Março deste ano, mostrou que 115 instituições de caridade fundadas por atletas da elite dos esportes americanos não cumprem os padrões básicos de organização beneficente e usam incorretamente dinheiro de doações. Que coisa, não?

Alex Rodriguez, do New York Yankees, é vaiado e aplaudido na mesma proporção pelos fãs do seu time. O lado da perseguição contra Alex é alimentado por acusações de doping. Qual posicionamento é o correto?

Não é exagero isso? Quer dizer, o cara pode ser quem bem entender longe dos holofotes, pode fazer qualquer coisa, e o que interessa são suas atuações com um uniforme?

Sim ou não?

E as crianças?! Ah, as crianças... As crianças admiram os atletas, não é verdade?

Ao menos os jogadores deveriam respeitá-las. É pedir de mais um pouco de decência e cuidado?

Porém o problema não é esse, sabia?

LeBron James, ala do Miami Heat, disse em entrevista veiculada na última segunda (19) no Good Morning America (programa matinal da ABC), que o envolvimento de jogadores de beisebol com esteroides manda uma mensagem errada para as crianças. Tá, mas a culpa é de quem?

Dos atletas ou dos pais?

Cadê os pais para impedir que crianças escolham um esportista como ídolo?

Está tão fácil assim transferir a responsabilidade?

Como será o futuro - cotidiano - do(a) garoto(a) que idolatra um atleta, alguém distante e desconhecido?

Se é para idolatrar, que os exemplos a serem seguidos sejam os pais, né?

Atleta tem de ser um bom exemplo? Uma ótima pergunta...

Cada um no seu quadrado, pois o que temos a ver com o cotidiano deles?

(GL)
Escrito por João da Paz
© 1 Adams / NY Daily News

Yasiel Puig: a história de um cubano nos Estados Unidos


A liberdade americana pode ser questionada, mas é viva na terra do Tio Sam. Uma estátua em New York representa esse importante direito humano, simboliza uma qualidade que outros países também desfrutam. Mas para aqueles privados dela, arriscar a vida para ser livre é a única opção plausível.

O cubano Yasiel Puig, 22 anos, jogador do Los Angeles Dodgers, é um pelotero inato. Ficar num país congelado no tempo, com a cara preto&branco de 1960, estava longe de ser o objetivo de sua carreira. Assim escolheu expor o que há de mais valoroso para si, tendo por meta saborear o que não há em seu país: essa tal liberdade.

Cuba é reconhecida por produzir grandes esportistas e os jogadores de beisebol estão nesse balaio. Porém é um lugar rico em profissionais da mais alta qualidade. São advogados, médicos, professores... Muitos desses, ávidos para serem livres e seguir com suas respectivas profissões rumo ao bem estar, à segurança, ao sossego.

A Guarda Costeira dos Estados Unidos tem registrado os números da travessia nada prazerosa entre o atraso e a contemporaneidade, entre o fim e o começo, entre a morte e a sobrevivência. Desde 2000, cerca de 200 cubanos morreram tentando chegar em solo americano; nesse mesmo período mais de 10 mil cubanos foram capturados e mandados de volta para Cuba, com destino incerto. Quem é pego por fugir da nação socialista é fadado ao desaparecimento, seja o físico ou o abstrato.

Puig decidiu por em risco a sua integridade e de sua família – esses que sofrem se tiverem parentes no território inimigo. Ele arriscou pela primeira vez na forma “tradicional” que cubanos optam: pedir asilo quando a seleção nacional vai disputar um torneio internacional. Isso Puig fez em 2011 na cidade de Roterdã, Holanda. Cuba participava do World Baseball Classic, porém o pedido de asilo político foi negado.

O governo cubano puniu Puig por essa ação, o suspendendo da temporada de 2012 do campeonato nacional e banindo indefinidamente sua participação na seleção do país. A ordem era que ele não podia deixar Cuba. As autoridades locais estavam intimadas para impedi-lo de sair da ilha caribenha.

Não deu muito certo. Puig tentou outras três vezes chegar aos EUA. Só consegui na quarta tentativa quando optou por um caminho diferente via México. No ano passado o atleta embarcou numa super lancha e chegou à cidade de Cancún. Lá uma pessoa ajeitou as coisas para ele, conseguindo um visto como habitante mexicano. Os detalhes dessa operação são desconhecidos, até porque Puig mantém o silêncio pensando na preservação da sua família, alvo fácil de represálias em Cuba.

Muitas informações desencontradas circundam o visto concedido ao cubano. Algumas apontam para um envolvimento com tráfico de drogas – traficantes teriam facilitado os caminhos burocráticos e de transporte em troca de uma parte da grana que Puig receberia ao assinar com um clube da MLB. Outras mostram que pessoas ligadas ao tráfico humano estejam envolvidas; na Flórida o compatriota Miguel Angel Corbacho está preso cumprindo pena de sete anos e processa Puig e sua mãe por falso testemunho, que o levou ao cárcere. O processo diz que Puig é um “informante do governo cubano”.

Enfim...

Puig, com o visto mexicano, entrou nos Estados Unidos legalmente e ainda recebeu tratamento especial da imigração americana por ser refugiado do comunismo castrista. Aí, no mesmo ano, o Los Angeles Dodgers apareceu e assinou um contrato de US$ 42 milhões/por sete anos.

Por que os Dodgers apareceram assim do “nada”?

O lendário olheiro do clube, Mike Brito, com experiência de 35 anos e descobridor de Fernando Valenzuela, assistiu Puig jogar numa partida no Canadá. Fez todas as anotações necessárias e as guardou. Um irmão de Brito, que mora em Cuba, entrou em contato para avisar que o jogador tinha deixado o país e embarcado no México. Rapidamente Brito armou um plano para assinar com Puig, pedindo ajuda de outra força dos Dodgers na observação de talentos: Logan White, vice-presidente das categorias de base amadoras (revelou, entre outros, Matt Kemp e Clayton Kersahaw).

Ambos deram um pulinho para o México, ficaram de olho em Puig e mesmo sem atuar por um ano, fecharam acordo com o atleta. Era a oportunidade que todos os lados tanto queriam: um espaço na MLB (Puig) e um nome para tomar as manchetes do mundo e arrasar em campo (Dodgers).

A franquia cuida de Puig como de fato deve ser, como um patrimônio. Contratou uma pessoa para morar com ele e mostrar os atalhos para aproveitar melhor essa tal liberdade. Tim Bravo, amigo de faculdade de White, é Diretor de Assimilação Cultural dos Dodgers, porém recebeu a missão extra de cuidar de Puig e também ser seu professor de inglês.

O jovem cubano aos poucos está assimilando o direito de ser livre. Liberto de um regime limitador. pode notar os momentos magníficos que a vida nos entrega e soltar um sorriso com detalhes nem tão importantes. Ele nem sabia quais eram as cores dos Dodgers antes de assinar com o clube. E ficou extasiado ao ver que há várias cores e sabores de Gatorade...

Puig fala com confiança, com fé, com determinação. Traços de sua personalidade que o fez encarar o desconhecido e buscar o que ambicionava. A carreira na MLB está só começando, mas um belo filme hollywoodiano, diretamente de Los Angeles, está sendo “rodado” sobre a vida de Puig.

Para nós, observadores latinos, está mais para uma novela. Podemos assistir a cada dia um capítulo diferente se desenrolar.


(GL)
Escrito por João da Paz

Como serão as coisas quando um brasileiro estrear na NFL

Estes acontecimentos vão acompanhar a estreia de João José da Silva (também conhecido como “Jota-Jota” ou “Jay-Jay”) na NFL:

- As emissoras de TV aberta vão fazer um pool para transmitir o jogo para todo o Brasil.

- Ele vai usar a camisa 10... em homenagem a Yan Gomes, primeiro brasileiro a jogar na MLB.

- A presidenta vai decretar que pelo menos uma rua e uma escola pública em cada um dos 7.539 municípios tenha o nome “João José da Silva”.

- As cinco ligas nacionais que organizam “campeonatos brasileiros” de futebol americano vão se unificar e o nome do “único” Campeonato Brasileiro será “Jota-Jay”.

- Os torcedores brasileiros da NFL que não colocarem as iniciais "JJ" nos endereços do Facebook e Twitter serão hostilizados.

- Preta Gil, Pollo, Restart, Gaby Amarantos, Luan Santana e outros grandes nomes da música brasileira vão fazer um clipe especial em homenagem ao JJ. O vídeo vai estrear no Fantástico.

- A Globo vai comprar os direitos de transmissão do time X e todos os jogos vão passar às 16h. Torcedores do Corinthians tomam às ruas do país protestando por serem preteridos pela emissora global.

- Rodrigo Faro vai pagar um mico em seu programa dominical usando o uniforme do time de JJ.

- Como brinde, JJ vai ganhar um café da manhã com a Ana Maria Braga no programa Mais Você...


(GL)
Escrito por João da Paz