Baltimore Ravens e a inutilidade dos Power Rankings


Os playoffs da NFL se aproximam e os cenários de confrontos na pós-temporada estão se desenhando. Há duas rodadas do fim, é certo o time que ninguém da Conferência Americana quer enfrentar: Baltimore Ravens.

Porém os fatídicos Power Rankings, que surgiram com uma boa intenção, colocam os atuais campeões fora dos supostos 10 melhores times da NFL. Similar com o que aconteceu ano passado.

Para sair da exatidão numérica da tabela de classificação, os Power Rankings têm a função de classificar os times fora da ordem vitórias-derrotas. Isso porque nem sempre o time com mais vitórias e menos derrotas é o melhor.

Os Ravens estão com 8 vitórias e 6 derrotas e numa situação não tão confortável assim na Divisão Norte da Conferência Americana – apesar das chances de serem o primeiro lugar; está atrás do Cincinnati Bengals. Mesmo sendo um time extremamente perigoso e de qualidade, os Ravens são preteridos pelos responsáveis dos Power Rankings.

No da ESPN, Baltimore é o 12º; no da NFL, é o 14º; no da Fox, é o 11º; e no da CBS, o 12º. Times como Indianapolis Colts, Arizona Cardinals, Miami Dolphins e Cincinnati Bengals estão à frente dos Ravens.

E o Baltimore Ravens é melhor que todos esses.

Na atual temporada, os Ravens teve só uma derrota pesada, mas foi fora de casa: perdeu por 22 pontos contra o Denver Broncos na abertura do campeonato. Todas as outras 5 foram por diferença de um touchdown ou menos.

Levando em consideração as importantes vitórias do time, superando situações adversas para conseguir o resultado positivo como nos jogos contra Detroit Lions, Pittsburgh Steelers e Minnesota Vikings, os Ravens mostram que tèm plenas condições de fazer uma campanha boa nos playoffs, brigando com os Broncos e New England Patriots por uma vaga no Super Bowl.

Existem times com menos derrotas que os Ravens, mas não quer dizer que são melhores tecnicamente. Aí que deveria entrar os Power Rankings, com uma análise mais ampla e profunda dos times. Atualmente, porém, é uma réplica do que pode ser vista na tradicional tabela de classificação: os times colocados na ordem crescente de derrotas.

Nunca fiz Power Rankings para nenhuma das grandes ligas, nem aqui nem em outro lugar. Mas, para não deixar o texto incompleto, entendo que os Ravens é o quinto melhor time da NFL:

1-Seattle Seahawks
2-Denver Broncos
3-New England Patriots
4-Carolina Panthers
5-Baltimore Ravens

No campeonato passado, a ESPN colocou os Ravens como o 10º melhor time da liga no encerramento da temporada regular. Sabemos como foi o final da história, certo?

É muito difícil uma equipe ser bicampeã da NFL; última foi o New England Patriots (2004/05). Desde então, nenhum vencedor do Super Bowl voltou à decisão no ano seguinte. É improvável que os Ravens consigam repetir ao menos um desses feitos. Contudo, é um time digno de estar, no mínimo, no Top 10 da liga.

Um time que ninguém quer enfrentar, apesar de Ray Rice (RB) não ser mais o mesmo e Joe Flacco (QB) ter sofrido uma pancada no joelho no último confronto contra os Lions.

Quem quiser apostar contra fica à vontade.

Eu não.

(GL)
Escrito por João da Paz

Chegou a hora de a NFL liberar o uso da maconha?


Na última terça (10) o Uruguai se tornou o primeiro país a legalizar a produção e consumo da maconha. Essa inédita decisão reacendeu o debate sobre a descriminalização da droga e os benefícios/malefícios que ela traz. Como que reage num corpo de uma pessoa? E num corpo de um atleta?

A NFL tem diversos rótulos pejorativos e um dos mais degradantes é ser a Liga do Criminoso. Na lista das violações estão problemas com bebidas alcoólicas e envolvimentos com maconha. Jogadores pegos em flagrante dirigindo embriagados, com bebidas em automóveis, portando doses altas de cannabis... Além de ser crimes, infringem regulamento de conduta da NFL.

Mas há particularidades, principalmente em relação a maconha, que traz interessantes reflexões. Exemplo: dois estados americanos (Washington e Colorado) a maconha é legalizada (para maiores de 21 anos de idade). Dois times da NFL jogam em ambos os territórios (Seattle Seahawks e Denver Broncos). Em 20 estados americanos, o uso medicinal da maconha é permitido - em oito destes há times da NFL.

Como fica a relação pode não pode?

Evidente que há distinções. Por mais que haja essas brechas, nos Estados Unidos, como instituição federal a droga ainda é proibida. Você pode andar tranquilo nas ruas de Denver com maconha no bolso, mas se for para uma agência dos Correios, poderá ter problemas.

Logo, não necessariamente porque em x estados há algum tipo de liberação da maconha que a NFL precisa abraçar a mesma ideia. Contudo é importante entender porque os atletas de futebol americano usam a droga.

O ex-receiver Sam Hurd (Bears, Cowboys) foi destaque nas manchetes no mês passado ao dizer em entrevista que fumava maconha todo o dia enquanto membro da NFL. Teve até bons momentos nos Cowboys e não é plausível dizer que a droga o afetou de alguma maneira.

Não é um argumento para esconder o uso indiscriminado, mas muitos jogadores alegam que fazem uso da maconha como um remédio, medicamento para aliviar a dor e o estresse. Contrapondo o julgamento moral irracional, esses tem a sustentação de estudos medicinais.

A NFL não lista a maconha como substância de uso médico e sim ilegal. Embora há o problema de outras drogas legalizadas permitidas pela liga, como calmantes altamente viciantes.

A maconha vicia, como o álcool... Só que não é dada a ela o crédito devido ao bem que pode trazer.

Alguns jogadores buscam alívio na maconha, outros em mulheres, outros em bebidas. Desde que Roger Goodell assumiu o cargo de comissário da NFL até o começo da atual temporada, 107 atletas foram pegos dirigindo sob influência de álcool. Existe, para concordar com a coerência, uma campanha contra as bebidas alcoólicas?

Não.

Será por que uma das maiores empresas cervejeiras do mundo (Anheuser Busch) patrocina a liga?

Para ilustrar bem essa contradição, a organização Marijuana Policy Project colocou este outdoor ao lado do estádio Sport’s Authority Field no jogo de abertura entre o atual campeão Baltimore Ravens e o time da casa:

A provocação está na frase “uma escolha segura é legal aqui”.


(GL)
Escrito por João da Paz