O sucesso do brasileiro Maikon Bonani depende desse cara

A Universidade do Sul da Flórida (USF) começa a temporada 2011-12 em grande estilo neste próximo sábado dia 3. O jogo fora de casa contra a tradicional Notre Dame é um momento histórico para os Bulls, para o treinador Skip Holtz (que volta ao campus que estudou e iniciou a carreira atrás das quatro linhas) e para o kicker titular Maikon Bonani.

USF vem evoluindo bem desde a metade da década passada, mudando de conferência, integrando uma que faz parte do BCS. Esse jogo de abertura é um símbolo do crescimento da equipe e sua representatividade. Antes os jogos fora da conferência, os que dão início ao campeonato, eram feitos com escolas menores ou com times da elite, porém num aspecto mais de marketing do que competitivo. Isto mudou quando Holtz assumiu no ano passado o posto de técnico e marcou uma partida contra Florida Gators, força da conferência SEC. Perderam feio (38 a 14), mas inseriu o nome “USF” na grande mídia.

Em 2010 os Bulls foram razoáveis, terminando a temporada com 7v e 5d – mais o título do Meineke Car Care Bowl sobre Clemson Tigers. As vitórias fora de casa contra Cincinnati, Miami e Louisville deram um crédito ao time. Mesmo com apenas 11 titulares de volta, 6 na defesa, muitos consideram USF como favorita ao título da Big East; o comentarista Kirk Herbstreit, ESPN, é um deles.

Começar a temporada é difícil e está inserido naquele clichê “primeira impressão é a que fica”. Quando é contra um time rankeado (#14) então... Quando é fora de casa então... Se for contra Notre Dame então... A partida é encarada com tanta seriedade que os jogos de pré-temporada foram voltados para este duelo. Após tantos treinos Holtz deu ao seu elenco um inédito três dias de descanso (sábado, domingo e segunda) para voltar ao batente hoje visando o confronto do fim de semana.

No campus, vestiário, só se fala disso, tudo por um motivo.

Será a primeira vez que USF vai ter um jogo transmitido para todos os EUA em TV aberta (rede NBC). Um ingrediente a mais a ser adicionado na responsabilidade dos jogadores em representar a universidade para um enorme público no sábado à tarde e provar que podem jogar bem contra uma das gigantes forças da NCAA. Na semana passada Holtz ressaltou este detalhe dizendo: “Há muita empolgação. Que é alimentada pela maneira que terminamos a temporada passada e por jogar contra Notre Dame em televisão nacional. É um grande jogo para nós”.


Será também para o brazuca Bonani, kicker que está entra no seu quarto ano na USF, mas o terceiro como membro ativo do time - junior - (ficou fora em 2009 por lesão nas costas devido à um acidente de trabalho). Bonani começou 2010 como reserva e reconquistou a posição de primeiro K ao longo da temporada. Daí foram registradas grandes performances e seu campeonato terminou com o melhor aproveitamento de um kicker na história da USF: 17 field goals convertidos de 21 tentados, 81%.

A "temporada da NFL" de qualquer jogador universitário que não seja uma super estrela é a junior. Com 3 anos dá para medir bem o potencial do atleta (também é o período que o jogador precisa ficar na universidade para poder virar profissional). Contudo Bonani, mesmo tendo um 2010 produtivo e classificado como um dos kickers top para 2011, teve uma fraca pré-temporada, com uma grave inconsistência nos chutes de FG. Certa vez, ao comentar sobre esta situação, Holtz disse a um repórter local: “Não posso olhar diretamente pra ti e dizer que o time de especialistas tem feito com qualidade suas obrigações”. Holtz, inesperadamente, chegou deixar aberta a posição de kicker número 1, colocando Bonani para disputar vaga contra novatos e segundanistas.


Talvez esta tática ajude Bonani (foto acima) a não se acomodar e render melhor. As dúvidas precisaram ser resolvidas e Holtz vai com o brasileiro como o K titular contra Notre Dame (só FG e chutes extras). Numa partida de repercussão geral, com a atenção da NFL voltada a ela, Bonani pode inserir firmemente seu nome nas pranchetas dos scouts. Uma atuação ruim pode causar o efeito inverso e não só manchar seu status, mas perder a posição de titular.

A relevância da USF, reforçada na aquisição de Holtz e no trabalho que vem fazendo diariamente, ajuda os membros do elenco a se sobressaírem. Isto também beneficia o programa na época da seleção de recrutas, interessados em atuar numa universidade que “apareça” bastante ao público. Estar numa grande universidade, defender uma equipe da elite, faz toda a diferença. Não basta o atleta ter habilidade.

Veja o exemplo de outro kicker (e punter) brasileiro. Raiam dos Santos jogou por quatro anos pela Universidade Pennsylvania, integrante da Ivy League, conferência de escolas mais preocupadas em formar nomes para as mega empresas/corporações do que produzir atletas de alto rendimento. Raiam teve lá seu destaque naquele pequeno mundo, mas os scouts da NFL passaram longe do seu nome no draft '11. Ele, no programa Expresso do Esporte (SporTV) disse que sonha ocupar o mais alto cargo da República Federativa do Brasil.

Pois bem, é mais fácil Raiam ser presidente da nossa nação do que entrar na NFL...

Aparecer importa e Skip Holtz, junto com a USF, vai ajudar Bonani a receber o devido destaque. Resta ao camisa 28 fazer o que se espera dele.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 USF Media
© 2 Getty Images

Quem tirou a NFL do BandSports?


Os fãs brasileiros de esportes americanos, mais especificamente de football, fizeram outro desserviço. A temporada 2011-12 da NFL não terá transmissões do canal esportivo BandSports, integrante do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Uma alternativa no domingo à tarde, horário do maior número de jogos do campeonato – logo com mais diversificação de partidas (times) – é jogada ao léu pelos próprios torcedores que ontem reclamavam e hoje amarguram a perda.

O tratamento dado ao canal pelos fãs era medonho. Mesmo na razão de consumidores, certas reclamações beiravam o ridículo, fundadas em tópicos sem nexo, fruto de mentes mimadas. A direção do canal recebia um retorno cheio de ódio daqueles que eram os principais alvos das transmissões. Foram registradas poucas admirações ou reconhecimentos pelo ineditismo de trazer ao Brasil jogos à tarde da NFL. Isto diretamente contribuiu para que o interesse dos chefões do BandSports não se esforçassem muito para renovar com a liga, visto que o investimento não valia a pena pela péssima qualidade da audiência, que denegria mais o produto do que o valorizava. Qual empresa vai investir dinheiro num evento que não atrai um bom público? Como a emissora vai vender o espaço publicitário?

Sem dinheiro, nada feito. Por isso a aposta para o BandSports é escolher o futebol – nem que seja de um país X qualquer. Este, para os arrogantes fãs de esportes americanos, é um evento insignificante, mas para o canal traz audiência e propaganda no específico espaço da grade. Justamente o objetivo maior da corporação.

Há ainda a mesquinha bronca contra a qualidade das transmissões, principalmente nas informações transmitidas pelo trio Ivan Zimmerman, Silvio Santos Jr. e Paulo Mancha. Surge da banda soberba de torcedores que se acham os grandes conhecedores do assunto e que são importantes demais para ouvir “brasileiro falar sobre football”; preferem escutar o áudio em inglês. O canal não disponibiliza a tecla SAP e sempre achei louvável (por mais que seja oriundo de motivos técnicos). A transmissão é feita para o Brasil e os jornalistas devem ser daqui. Porém a falta de respeito dos telespectadores para com eles agravou o desânimo da emissora com os jogos da NFL.

Os “sabichões” se consideram importantes por assistir um jogo em áudio original, mas a maioria ouve e não entende. Saem por aí falando que os de lá são os melhores, entretanto não atentam para o fato de que o público americano repudia muitos narradores/comentaristas da NFL nas ruas, em sites, comunidades, fóruns. Falam tanta “besteira” quanto os analistas brasileiros dizem – talvez seja mais “chique ouvir bobagens” em outro idioma.

O jornalista brasileiro de esportes americanos sofre. Ele precisa ao mesmo tempo explicar determinada modalidade para um iniciante e tecer visões técnicas ao mais experimentado. Fácil agradar ambos, né? Emitir opiniões deve apenas ser feito quando vai de encontro ao que o torcedor quer ouvir, senão... Algumas críticas são válidas, bem construídas e de bom proveito. Outras são nulas e vem com o rótulo “cópia de jornalistas americanos”.

Tive a oportunidade de travar um debate com o Paulo Vinicius Coelho, jornalista da ESPN Brasil e conhecedor profundo do futebol europeu, sobre a diferença de tratamento que o comentarista brasileiro da Premier League, por exemplo, recebe dos fãs do nosso país em comparação ao que acontece com o comentarista brasileiro da NFL. Os dois não vivem no respectivo país da competição, não assistem aos jogos in loco, não conversam pessoalmente com jogadores/treinadores/jornalistas locais e não convivem no “clima esportivo” da nação. Então por que o comentarista de futebol europeu é tido como grande entendedor e tratado com muito mais respeito do que aquele comentarista de esportes americanos?

...

Tanto Mancha quanto Silvio fazem gloriosos esforços para levar o melhor ao fã de football. Criaram um blog que depois virou site (Snap!) e buscam falar do football de uma maneira diferenciada. Mancha foi além e organizou a publicação “Especial Futebol Americano 2010-2011” e logo chegará às bancas a versão 2011-2012. Tudo em prol da informação produzida em português direcionada ao público brasileiro.

Agora, para alcançar posições elevadas, é necessário mais apoio. Um espaço televisivo é extremamente caro e raro de conseguir. Os amantes da NFL no Brasil são milhares, contudo não suficientes para manter um horário nobre no ar por um longo período. É tipo aquele esportista que esperneia para todo mundo escutar do absurdo que é a imprensa esportiva brasileira não abrir espaço para as diversas modalidades existentes, se concentrando apenas no futebol. Se você é um destes, por acaso uma transmissão de vôlei no sábado à tarde vai ter sua audiência? E um jogo de basquete? Handebol? E a NFL no domingo à tarde, você tava ligado no BandSports desfrutando a partida? Ou estava mais preocupado em criticar, falar mal e repercutir erros?

Na segunda (22) recebi a informação que o BandSports não tem mais os direitos de transmissão da NFL 2011-12. Na quarta (24) Silvio Santos Jr. divulgou no seu Twitter a informação causando uma imediata repercussão/revolta. Entre discursos tolos, reforçaram a ideia do “grande equivoco” cometido pelo Grupo Bandeirantes, isto exemplificado na hashtag #BandBurra. Ora, se tem alguém inteligente nesta história é a Band e seus diretores. Não existe a mínima condição de continuar com um projeto que não dá o retorno financeiro imaginado e que não gera uma audiência qualitativa. Só um irresponsável investiria em um produto que o consumidor rejeita, constrói movimentos contra e não prestigia como se espera.

Não é a toa que são poucos programas (colunas) sobre esportes americanos na mídia brasileira.

A esperança é sempre viva, este quadro pode mudar, mas muitas atitudes precisam passar por uma revisão.



(GL)
Escrito por João da Paz

Aproveite! Acompanhe o fim de carreira do Leandrinho no Flamengo


Os torcedores do Toronto Raptors queriam que o armador brasileiro Leandro Barbosa saísse do time e não voltasse mais. Porém como a opção de renovação é do jogador, assim que a temporada 2011-12 da NBA começar, últimos meses vigentes do atual contrato, ele estará defendo o rubro-negro canadense. Enquanto isso, fortalecendo a sua derrocada, Leandrinho acerta com o Flamengo para jogar pelo clube carioca até que o impasse sobre o novo acordo trabalhista na associação seja resolvido.

No final de 2009, junto com o Dênis do Bola Presa, foi publicado aqui um especial sobre os brazucas na NBA – “Feito no Brasil”. Nele disse que Leandrinho, assim como Nenê, serão os compatriotas mais lembrados pelas participações no melhor basquete do mundo. Hoje digo o mesmo, mas o que garante tal posição para Barbosa é o que ele fez anos atrás, porque seu recente passado é ruim e o presente pior.

Entendo que a importância do armador brasileiro vem carregada pela fama construída dentro de quadra em duas temporadas chaves (’06-’07 / ´07-´08). Nestas ele adquiriu o apelido que resume seu estilo: “Vulto Brasileiro”. Também recebeu o prêmio de “Melhor Reserva” na temporada ’06-’07. Convenhamos que ser considerado rápido e ganhar um troféu de “melhor sexto homem” não configura num grande status pra ninguém.

Por isso Leandrinho tem nos salários das 8 temporadas na NBA sua maior conquista. Os US$ 38 milhões recebidos neste período é um enorme prêmio para quem saiu do Brasil como segundo cestinha do campeonato nacional 2003 (28.2 PPJ, atrás do Oscar Schmidt) e não levou sua geração a sequer uma Olimpíada.

Leandrinho até ameaçou sair dos Raptors em busca de um novo contrato noutro time; ninguém se manifestou. Usou a carta “Vou jogar no meu país natal”, mas também não deu certo. Decidiu, sem alternativas, por ficar na cidade de Toronto amargando o mais baixo nível encontrado na NBA. Se ele chegou ao Brasil dizendo que vai jogar por amor, sua permanência no Canadá mostra o oposto e os US$ 7 milhões e 100 mil dólares (garantidos) que receberá na próxima temporada o fez ficar.

E pra continuar na NBA após o próximo campeonato? Vai ser difícil achar alguma franquia que banque um “reserva-veloz-com-alto-salário”. Será necessário aceitar uma drástica redução nos vencimentos – ou “um Brasil” sempre estará ali de portas abertas...


Como o basquete brasileiro está entregue à nulidade, qualquer novo movimento causa alvoroço. A situação é tão calamitosa que um cara que provavelmente nem vai jogar (ou por poucos jogos) é aclamado nos braços do fã ilusório que venera o fracasso. Caso Leandrinho fosse Top, o bonzão mesmo, o Brasil seria preferência?

Kobe Bryant? Poupe-nos de risos, ok?

Até que grandes nomes da NBA podem vir ao Brasil... pra passear, conhecer pessoas. Quem sabe colocam na lista de viagem “Jogar basquete no Brasil e marcar mais de 40 pontos por jogo, isto deve ser divertido”.

Um jogador que afirma ter recebido propostas de grandes clubes da Europa e diz que “escolheu” o Brasil pra jogar basquete? Basquete? Nos ginásios brasileiros? Contra jogadores brasileiros? Quem Leandrinho quer enganar? Na verdade enganou, muitos estão na onda com ele e fazem renascer a pífia frase: “o ressurgimento do basquete nacional”. Ao parar para pensar, não é possível que um atleta de alto nível intitulado “Jogador da NBA” escolha em sã consciência, por livre e espontânea vontade, jogar basquete no Brasil.

Sou a favor da decisão dele em não querer defender a seleção brasileira no pré-olímpico. Leandrinho é livre e pode fazer o que quiser: tentar aumentar o salário, ter melhores condições de trabalho, jogar aonde bem entender... Mas e os torcedores brasileiros? Acostumados com tão pouco elevam um atleta a plataformas não merecidas e um jogador na derradeira curva da sua carreira recebe tratamento de super ídolo. Se Barbosa tivesse numa boa situação em Toronto, ficaria bem quietinho por lá – o mesmo aconteceria se estivesse num clube grande da NBA. Só que não é desta maneira. Buscou um plano B na Europa; não deu certo. Restou o basquete brasileiro... melhor que nada.

Pelo menos o basquete verde amarelo é melhor em alguma coisa.



(GL)
Escrito por João da Paz


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Com muito zelo e vigor, Oakland Raiders é a pior franquia da NFL

Al Davis, foto acima, está prestes a completar 50 anos junto ao clube Oakland Raiders. As conquistas como treinador, depois dono / diretor de football o colocará no Hall da Fama na primeira oportunidade: 3 Super Bowls. Mas isto é o passado e o atual momento do time é lamentável e cheio de descasos. A demissão do treinador Tom Cable, a não renovação de contratos com Nnamdi Asomugha (CB) e Zach Miller (TE) ilustram tal desmando que impera.

Como haverá comprometimento com a vitória se esforço algum é feito para manter o melhor jogador do elenco? Pelo contrário, Davis não titubeou ao dizer em entrevista coletiva no mês de Janeiro/2011: “O dinheiro gasto com ele [Asomugha] pode trazer dois ou três atletas que me ajudarão a vencer”. Assim o torcedor fica desiludido sem poder ver um cara da elite da NFL com seu uniforme e recebe de presente uma perspectiva de um amanhã denso e tenso.

A futilidade que brota dos Raiders é tão grande que o técnico que conseguiu terminar a temporada 2010-11 com um recorde em 50% (8 vitórias – 8 derrotas) foi considerado vitorioso, pelo fato de ter peças horríveis a disposição. Esta é a melhor campanha do clube desde a temporada 2002-03, quando chegou ao Super Bowl e perdeu para o Tampa Bay Buccaneers.

Nisto há uma história chamativa. Jon Gruden era o treinador dos Raiders na temporada 2001-02. Nela o time fez um bom campeonato terminando com 10v – 6d. Chegou aos playoffs como wild card (repescagem) e perdeu no Divisional para o New England Patriots. Gruden recebeu como agradecimento uma ida (sem volta) para Tampa Bay, transação que deu aos Raiders algumas irrisórias escolhas de draft. Sem Gruden, Oakland teve um aproveitamento superior na temporada seguinte (11v – 5d) e conseguiu ultrapassar os obstáculos da Conferência Americana até chegar na grande decisão. Lá o encontro foi com seu ex-treinador e teve uma acachapante derrota (41 a 28). Gruden achou fácil sair com a vitória porque Oakland manteve os mesmos assistentes dele na comissão técnica, completando com a utilização do mesmo playbook (livro de jogadas) que Gruden usara e tinha decorado todinho em sua memória.


Depois deste “pequeno” oops!, começou uma sequencia de pouco valor nos drafts a partir de 2003, ano que os Raiders escolheram Asomugha (foto acima). A franquia opta por um CB mesmo tendo no grupo 3 fortes nomes na posição: Charles Woodson, Phillip Buchanon e Rod Woodson. Asomugha tornou-se um dos principais destaques da posição 7 anos depois, mas do que adiantou se nada foi feito para mantê-lo com o uniforme preto e prata?

Com a segunda escolha no draft 2004 era óbvio esperar que um QB fosse o felizardo. O San Diego Charges, número 1, pegou Eli Manning. Então o estimado Al Davis, tendo à disposição Phillip Rivers e Ben Roethlisberger, escolhe o offensive tackle Robert Gallery (defende hoje o Seattle Seahawks).

A necessidade de um QB elite permaneceu, porém a escolha dos Raiders no draft 2005 era muito baixa (23ª). Até que uma benção disfarçada cai no colo do clube porque seus concorrentes passaram pelo QB da Universidade da Califórnia chamado Aaron Rodgers. Para manter a sina, o clube escolhe um CB (Fabian Washington – hoje no New Orleans Saints). O clube posterior ao Oakland não desperdiçou a oportunidade e mesmo com um lendário QB como titular, o Green Bay Packers ficou com Rodgers na 24ª posição.

Em 2006 Charles Woodson sai dos Raiders e vai para Green Bay ganhar em 2011, junto com Rodgers, o título da NFL.

2007 foi o ano da tragédia no draft. A equipe continuava sem QB e a decepção de anos anteriores fez Al Davis agir de forma errada com a valiosa escolha número 1. Qualquer outro jogador seria melhor que JaMarcus Russell, uma decepção na NFL e um exemplo de como não se comportar, como proceder erradamente. E queriam que Russell fosse o QB da franquia por muito tempo...


O draft mais produtivo para os Raiders foi 2010, justamente, não por coincidência, situação na qual não teve interferência do Al “Mr. Burns” Davis. No comando estava Tom Cable (foto acima) que escolheu o LB Rolando McClain na 8ª posição e o DE Lamarr Houston na 44ª. Somado com o trabalho construído ao assumir o posto de treinador em 2008, Cable levou Oakland a um inesperado número de vitórias: oito. Uma ilusória expectativa foi criada, mas Davis tratou de esmagá-la ao demitir o técnico por problemas de relacionamento.

Esse entrave evita que jovens treinadores queiram ser entrevistados pela franquia para assumir qualquer cargo que seja na comissão técnica. A interferência excessiva de Davis nas questões do football é um ato prejudicial, maléfico. O elenco é razoável, a franquia não ousa nas contratações, atrai poucos agentes livres, sombria autonomia nos drafts...

O modus operandi do Oakland Raiders pode se assemelhar ao que é prática comum na CFL, XFL, AFL ou qualquer outra “FL”, menos à maior liga de futebol americano (e uma das mais ricas ligas esportivas do mundo). O ponto no qual a franquia chega é o de não pertencer mais ao padrão NFL, por mostrar ações que não condiz com um clube profissional.

A atração maior dos seus torcedores é acompanhar se Asomugha (Philadelphia Eagles) e Miller (Seattle Seahawks) vão conseguir um anel de campeão do Super Bowl antes da franquia sequer chegar lá. Caso queira adivinhar, veja o retrospecto/histórico de cada um e tente não errar – é só não embarcar no conto do pirata.

E o slogan da franquia, compromisso com a excelência, mostra-se falho.



(GL)
Escrito por João da Paz


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Ocasião sublime para patrocínios nos uniformes de jogo


Na NFL é permitido que empresas coloquem seus logos em camisas de treino, um avanço comparado à nula exposição dada pela NBA em uniformes de suas franquias. O torcedor inerte e falso purista não está pronto, mas as ligas, os clubes e as empresas não veem a hora de poder tocar uma parceria que renderá milhões e milhões de dólares. O momento certo deste start é aguardado com latejo.

A reputação de “uniforme sagrado, indigno de publicidade” há muito é esquecida e superada. Os cifrões tampam o rótulo de imaculado e os uniformes já são objetos de estudos para aumentar a receita do clube. Mesmo num momento de crise e de novos acordos trabalhistas nas principais ligas, NFL com um novo na ativa e a NBA em negociação, a implantação de logomarcas corporativas depende de uma boa oferta por parte das empresas. Quem tá no comando do financeiro das ligas enxergam que os valores atuais do mercado são baixos em relação ao potencial de propaganda que existe neste caso.

Cerca de 270 milhões de dólares é o que as franquias da NFL deixam de arrecadar por não permitir patrocínio nas camisas de jogo. Este é um das avaliações feitas por institutos de pesquisa que fazem um levantamento alicerçado em critérios próprios. A liga de football, porém, resolveu tentar dimensionar na prática o que isto significa e desde de 2009 libera publicidade nos uniformes de treino – e com uma condição obrigatória de tamanho: não pode passar dos 8.9 cm de largura e 11,4 de comprimento.

As grandes corporações ficaram de fora no primeiro momento porque a grande mídia não iria exibir suas marcas. Por ser camisas de treino, a exposição é maior nas redes de TV´s do município na seção esportiva do telejornal principal da rede – vale também para os jornais impressos. Então empresas locais entraram na brincadeira e uma das primeiras foi o Centro Batista de Medicina Esportiva da cidade de Tennessee, vinculando sua imagem aos Titans.

Os anos foram passando o interesse aumentou e hoje nomes fortes dos negócios estão neste espaço na NFL: Visa com o San Francisco 49ers, por exemplo. Um dos acordos deste tipo que chamam atenção é da TIMEX (fabricante de relógios) com o New York Giants. A empresa fez um contrato de US$ 40 milhões válido por 15 anos. A principal parceria é o logo no ombro esquerdo dos jogadores nas camisas de treino, mas inclui também aparição do nome da empresa no telão do novo estádio nos intervalos.

O ponto central é se estes valores e prazos são bons, se agradam ambos os lados. Após surge a diferença que existiria entre os clubes grandes e os clubes de menor expressão. Onde ficará o símbolo da empresa, embaixo ou em cima do número? Fato é que se não for criado um sistema igualitário nos acordos publicitários ou um programa de recompensa para as franquias menos rentáveis, com o valor do patrocínio variando entre aparições na TV em rede nacional e jogos extras nos playoffs, as grandes equipes ficaram mais ricas por conseguir atrair um valor maior, vantagem para New England Patriots, New York Giants, Dallas Cowboys, New York Jets e Philadelphia Eagles.

Na NBA são conhecidas quais franquias têm a oportunidade de arrecadar mais renda com publicidade: Los Angeles Lakers, New York Knicks e Boston Celtics. Contudo as dúvidas são inúmeras quanto ao valor e demais detalhes. Estima-se que as franquias da NBA deixam de arrecadar US$ 30 milhões em patrocínios nos uniformes. O teste acontece com “familiares” da associação, franquias da WNBA (feminino) e NBDL (liga de base) que possuem acordos com empresas e muitos destes times são comandados por grupos e/ou pessoas que também dirigem clubes na NBA.


Quem iniciou a “ousadia” foi o Phoenix Mercury (o dono da franquia é Robert Sarver, o mesmo do Phoenix Suns – NBA). Ele fechou com a empresa de seguros LifeLock uma parceria para um logo na frente da camisa. O sucesso (lucro) foi grande e outras equipes acompanharam a moda como Seattle Storm, Los Angeles Sparks, New York Liberty (administrado pela Madison Square Garden Inc., a mesma do New York Knicks – NBA) e Washington Mystics (o dono Ted Leonsis possui também o Washington Wizards – NBA).

Franquias da associação têm um braço na NBDL para avaliar melhor os novos talentos e recuperar algum jogador em má fase. Clubes desta liga de desenvolvimento fazem parcerias com times da NBA e, para ilustrar, dois deles finalizaram em 2010 acordos publicitários e estampam logomarcas na frente do uniforme: o Rio Grande Valley Vipers (afiliado do Houston Rockets) e Erie Bay Hawks (afiliado do New York Kincks).

Estes exemplos servem como base de estudos para a NBA analisar o impacto de tal publicidade e o retorno que é ganho com isto. Algumas franquias fazem levantamentos privados e muitas delas estão prontas para quebrar o “tabu da virgindade publicitária nos uniformes”. Quem tá na linha de frente, sem surpresa alguma, é Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, atual campeão. No primeiro sinal positivo do comissário David Stern, o projeto para patrocínio na camisa do seu clube será posto em prática.

Ao seu jeito, a NFL tenta potencializar o valor de patrocínio na camisas dos clubes que formam a liga. A NBA acompanha de perto o que acontece com sua “irmã” e “irmão” e projeta uma simulação dentro de seus termos. Os planos estão nas mesas prontos para execução. Uma ação de coragem basta para desencadear uma sequencia de acordos e mais acordos. A crise econômica que afeta diretamente os clubes esportivos pode acelerar este processo e o futuro próximo trará um logotipo na frente do uniforme do seu time predileto.



(GL)
Escrito por João da Paz

Fé sem obras é morta e Tim Tebow sabe disto


A pré-temporada da NFL 2011 começa hoje e dos 5 jogos da abertura um chama maior atenção. O duelo entre Broncos e Cowboys em Dallas não terá grandes novidades de impacto geral (novos nomes em Filadélfia, Chad Ochocinco em New England...), mas uma das atrações gera expectativa enorme.

Em questão está se Tim Tebow, foto acima, vai conseguir ser o QB titular do Denver quando o campeonato iniciar para o seu time em 12 de Setembro numa segunda-feira à noite contra o Oakland Raiders. Quem entra jogando é Kyle Orton, por enquanto. Tebow encerrou 2010 como titular nos três jogos finais, porém não garantiu a posição neste ano.

Os torcedores dos Broncos querem Tebow como titular e a notícia dada com antecedência pelo treinador da equipe, John Fox, que o jogador será o QB número 2 frustrou os fãs. Também deixou Tebow chateado, que disse o seguinte sobre:

Aqueles que dizem que eu não vou conseguir [ser titular] estão errados. Não sabem do que sou capaz e o que tenho dentro de mim. Minha família e amigos se incomodam com isto e eu digo para não darem atenção. Eu confio, como sempre, na minha fé”.

Um auxílio extra é válido e pode beneficiar. Só que trará más consequências se buscado de forma errada, caso seja aplicado de maneira equivocada. Acreditar que um dia será um quarterback titular é uma coisa que não funciona isoladamente, pois necessário é que haja uma dedicação para tornar tal pensamento em algo concreto. Não adianta só ter fé.


Pouco ajuda o fato de saber o que é preciso para melhorar o desempenho dentro de campo, nos treinamentos, e nenhuma ação ser exercida. Tebow tem que ouvir conselhos de gente mais experiente, pôr em prática o que é ensinado e assim aprimorar as habilidades. Nisto tudo ele tem muito que fazer.

O estrondoso sucesso vivido por Tebow quando estava na NCAA (Florida Gators) não traduz em qualidade na liga. Pelo contrário, os fracassos perseguem aqueles que foram grandes quarterbacks no universitário e tentam manter o nível no profissional. É possível argumentar que dos melhores QB´s da atual NFL só dois obtiveram uma fama relativa na NCAA: Peyton Manning (Colts – Universidade Tennessee) e Michael Vick (Falcons e Eagles – Universidade Virgínia Tech).

Um dos fatores (entre tantos outros) que colaboram para que este fenômeno ocorra é o diferente estilo de jogo. Críticos de Tebow dizem que ele não tem postura de um QB elite, apontam uma falta de malícia. Há os que advogam por ele e um destes é Hall da Fama (NFL e NCAA), vencedor de Super Bowl (2 vezes) e Vice Presidente da Operações de Football dos Broncos: John Elway.

Elway conhece do riscado e defende seu atleta assim:

Ele não teve uma intertemporada de treinos para elevar seu jogo. Ele não fez muito isso no universitário [ser um QB que recebe a bola direto do center e dá passos para trás antes de lançá-la]. Isto é muito diferente do shotgun [quando o QB recebe o snap longe do center]. Mais: ele só tem uma temporada de experiência. Tebow é um jogador de football excelente, nunca desistiria dele”.

Ouvir conselhos do mestre é bom. Melhor é se exercitá-los. Os fundamentos básicos que Tebow tem que trabalhar são nos movimentos de pernas, uns 5 ou 7 passos para trás antes de lançar a bola. Neste tempo é vital que leia bem a defesa adversária e como está sendo percorridas as rotas de seus receivers. Isto é um ponto ruim no jogo de Tebow e não está no seu repertório porque não fazia estes lances no universitário. Na NFL é diferente e ele tem que incorporar isto dentro de si, tornar um movimento natural. Terá condições de dizer então: “Sou fraco, mas sou forte”. [2 Co 12:10]


Fox dá indícios que não entra na onda, que não é adepto da “Mania Tebow”. Isto é ótimo para o próprio jogador que não ganhará a vaga de titular pela fama ou por pressão. Desde a abertura dos treinos ao público, gritos de “Tebow!, Tebow!” ecoam pelo ar. Milhares de torcedores estão com o uniforme do time e um grande número 15 na frente. Talvez não seja o método mais exato, contudo as vendas de camisas é um parâmetro de medição interessante sobre a popularidade de determinado jogador. Antes mesmo de estrear em 2010, Tebow tinha a camisa mais vendida da NFL – terminou a temporada na terceira colocação. Na loja oficial dos Broncos em Denver, para cada 5 camisas do Orton existe 60 do Tebow.

Esta popularidade enorme tem ingredientes além do football. Tebow carrega consigo, por querer ou não, uma imagem exemplar de bom cristão e pessoa agradável de conviver. São características que fazem com que mais pessoas torçam ao seu favor, criando o lado oposto das que torcem pela sua derrota. A mídia o procura com intuito de saber sua opinião sobre tudo. A mídia escreve coisas sobre ele que não batem com a realidade, que de alguma forma o prejudica. Resolveu esta demanda com uma autobiografia chamada “Through My Eyes” (tr. Através dos meus Olhos) e nela Tebow se posiciona sobre questões que acha relevante. Foi uma maneira de canalizar sua visão dos assuntos ao seu redor num único lugar.

Uma similar abordagem pode corroborar sua atuação no campo. Basta absorver todas as críticas e desdém e as expelir nos treinamentos e oportunidades dadas. Mesmo não sendo titular, Fox colocará Tebow em campo por alguns minutos e jogadas, momento de abraçar a chance e fazer o máximo que puder. Deste modo a fé não será desperdiçada e acreditar não será em vão.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 Jack Dempsey / Broncos Media
© 2 Eric Lars Bakkes / Broncos Media

Você é um cantor e grava álbum infantil, avance 4 casas

O jogo da vida entrega um dom a Nick Swisher (acima), jogador do New York Yankees.

Neste dia 9 de Agosto ele lança oficialmente um disco de tradicionais musicas para crianças, com um toque mais contemporâneo e pop/rock. O título desta nova aventura chama-se “Believe” (tr. Acredite) e terá parte da renda adquirida com as vendas destinada a “Swish’s Wishes”, fundação filantrópica do atleta.

“Swish’s Wishes” faz um trabalho motivacional direcionado à garotos (as) que tem graves doenças e enfrentam o duro cotidiano de lutar contra sintomas desanimadores. O teor do álbum engloba sons de coragem e tenacidade, ajudando o público alvo a revigorar o ânimo e a se fortalecer.

Este projeto aconteceu muito rápido e Swisher aceitou logo de cara ser a voz das canções. A contagiante personalidade brincalhona dele se encaixou com perfeição no objetivo maior do disco. Fez também que grandes músicos participassem dos arranjos, entre eles o baixista Leland Sklar (Phil Collins), tecladista Matt Rollings (Tim McGraw) e o guitarrista Tim Perce (Goo Goo Dolls). Até sobrou espaço para Bernie Williams (ex-jogador dos Yankees) e Barry Zito (arremessador do San Francisco Giants) – ambos tocaram violão em algumas faixas.

O alto astral de Swisher é evidente e sua vontade de ajudar figura no topo das prioridades da sua vida. Antes de ter este visual “quase” careca, ele exibia longas madeixas e resolveu cortá-las para doar a “Locks of Love”, instituição de caridade que faz perucas para crianças carentes que passam por quimioterapia.

Agora Nick deixou seu canto fazer a contribuição.

Coloca-se a música numa lista recheada de atividades que o tabuleiro do cotidiano o direcionou. Do seu lado “o pino rosa” é Joanna Garcia atriz que ficou conhecida pelas participações no seriado “Gossip Girl” e protagonizou as séries “Privileged” e “Better With You”. O convívio em Hollywood levou Swisher a aparições em alguns programas de TV. Claro, apareceu no show da sua esposa (“Better With You”), mas também esteve em um episódio do “How I Met Your Mother”.

Cantor, ator... Nada disso faz parte do ganha pão de Nick. Sua grana é produzida numa das maiores cidades do mundo, jogando em um dos maiores clubes do planeta. Entrar num campo de beisebol com o inconfundível “NY” no peito ou “New York” atravessando o torso, é para poucos privilegiados e Swisher faz isso desde 2009, primeira temporada completa dele com os Yankees e justamente a do mais recente título de World Series da franquia.


O contrato dele acaba ao final do campeonato 2011 e o atleta quer renovar, resta esperar para ver qual será a posição da diretoria. A opção de permanecer em New York tem base em alguns óbvios pressupostos, e um deles é continuar com um time vencedor que sempre está competindo para ser campeão. Cabe lembrar que Swisher se adaptou bem na megalópole e um marco ocorrido em 2010 o deixou bastante lisonjeado.

O Jogo das Estrelas conta com uma votação final para a última vaga e no ano passado a disputa para completar o elenco da Liga Americana foi entre ele e o primeira base do arqui-rival Boston Red Sox: Kevin Youkilis. Com uma “campanha” agressiva, Swisher ficou com a vaga vencendo uma corrida de votos acirrada – também participou do Home-Run Derby daquele evento.

Sua fama no campo não foi construída em cima do poder no bastão – maior número de HR’s em um campeonato foi 35 com o Oakland Athletics em 2006; em 2010 foram 29 bolas na arquibancada, mesmo número atingido em 2009. Swisher é conhecido por ser um atleta utilitário (é ambidestro no ataque), que faz de tudo para chegar às bases e joga na posição defensiva que for necessário, mesmo com limitações por usar a mão esquerda para arremessar.

A porcentagem que calcula quantas vezes o jogador avança de base (OBP) está acima da média neste ano (37,7% 2011 contra 36% na carreira), bem próximo do melhor percentual que ele produziu na MLB (38.1% em 2007 com o Oakland). Esta característica foi a que chamou a atenção do Billy Beane, diretor de beisebol dos Athletics e vidrado em estatísticas. Beane determinou que Nick fosse a primeira escolha do clube no draft de 2002. Assim aconteceu com o jovem vindo da Universidade Estadual de Ohio – 16ª escolha da primeira rodada.

Swisher era (é) um exemplo concreto das ideias que Beane e seus estrategistas visualizavam num jogador de beisebol, agrupando todos os valores numéricos dos cálculos que faziam. Esta abordagem diferenciada fez os Athletics serem competitivos e virou tema de livro (“Moneyball”), que foi levado aos cinemas e estreará nos EUA neste próximo mês de Setembro – com Brad Pitt no papel principal.

Enxertado neste magnífico mundo dos Yankees, a magia pode durar pouco. Caso prolongue será mais uma conquista para o camisa 33 que vive sem medo das consquências que este jogo lhe traz. Seja como for ele está pronto para lançar os dados e caminhar para onde as setas indicarem.

Há tempo para quem quiser ser milionário, contudo é necessário correr. Swisher está prestes a se tornar magnata.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 Nick Laham / Getty Images
© 2 NYDN Media


Dallas Cowboys ganha uma fortuna com suas cheerleaders. Elas se preocupam mais com a fama do que com o salário


Você tem ideia de quanto ganha uma cheerleader por jogo?

"X dólares para qualquer uma". Mas cheerleaders do Dallas Cowboys recebem mais – mesmo não sendo muito como imaginam.

Em média os clubes da NFL pagam 75 dólares/jogo por cheerleader; alguns pagam US$ 50. Em Dallas o contra-cheque é maior: 150 dólares/jogo. Você acha justo? É pouco ou tá bom?

Quando uma mulher enfrenta a extenuante série de testes para se tornar uma animadora de torcida, sua meta não é obter dinheiro do respectivo clube para o sustento diário. A maioria trabalha ou está na universidade. O reconhecimento que vem com o cargo vale mais, o que é possível adquirir com a função é vantajoso. Elas sabem que a franquia lucra muito em cima delas, o sistema é assim. O jeito é lidar com ele.

Para entender este mundo que atrai tanta atenção e fascina, o melhor exemplo vem do clube que fatura uma grana gigantesca com as meninas de pompom. As cheerleaders do Dallas Cowboys (DCC) estão em outra esfera, fazem parte de um grupo totalmente exclusivo. Ser membro da tradicional equipe é uma tarefa exigente fisicamente e precisa ter um bolso cheio de verdinhas para custear as etapas necessárias das avaliações.

A inscrição em 2011 custou US$ 25. São quatro etapas no processo de escolha (Dança livre, Dança combinada em grupos de 5, Entrevista e a Final – composta de teste escrito sobre a história da DCC, da franquia e da NFL; conhecimento de termos técnicos das danças; uma performance artística para os jurados como cantar, dançar, atuar ou interpretar; e outra dança combinada em grupos de 5).

Há um padrão a ser seguido nestas fases e as garotas podem aprender numa preparação que a própria DCC realiza (não obrigatório). O “mini curso” de três dias custa US$ 189 por candidata. Apesar de não ser necessário, quem não faz fica em desvantagem. Esta é apenas uma das indiretas exigências que a direção da DCC impõe com a finalidade de arrecadar fundos para a equipe e agradar patrocinadores. Estes que cuidam do corpo e da imagem delas, com uma ajudinha da organização.

Os exemplos são vários. Logo para o primeiro teste, no formulário de exigências, é pedido que as moças venham com uma roupa adequada para dançar e recomendam que usem artigos da marca GK, especializada em uniformes para cheerleaders e ginastas. Para o cabelo: produtos TIGI Bed Head e salão Premier Atelier. Para o sorriso: dentista Jack B. Siegrist. Para a maquiagem: cosméticos TIGI Bed Head. Para manter a boa forma física: Academia Boot Camp. Para manter o bronzeado no inverno: Planet Tan.

Todas essas marcas, junto com Dr. Pepper (refrigerante), principal patrocinador, rendem aos Cowboys mais de US$ 1 milhão por temporada. Sem contar o que o clube ganha quando elas realizam aparições extras: US$ 500/por apresentação – cada cheerleader que participa destes eventos recebe US$ 200.

Enquanto parte da equipe, as cheerleaders têm estes vencimentos (150 dólares por jogo e 200 dólares por evento). Fora isso não ganham mais nada, nem com os treinos semanais exigidos pela diretoria da DCC. Se faltar em um, não participa do jogo seguinte. Se a falta se repetir, está fora do grupo. Com a temporada em andamento, são 5 treinos por semana – duração de 3 horas (noturno). Nos dias de jogos é necessário comparecer no estádio 3 horas antes do kickoff. Esta rotina é só pros jogos no Cowboys Stadium, elas não viajam para as partidas fora de casa (o Super Bowl é a exceção).

Cerca de 600 candidatas se inscrevem por temporada querendo ingressar na DCC. O número de aprovadas oscila entre 38 e 32 - 2010 foram 34. Daí entram num seleto rol e podem dizer para onde for “Sou Cheerleader do Dallas Cowboys” ou quando sair do time “Fui Cheerleader do Dallas Cowboys”. Esta frase é cheia de poder e abre portas, tanto entre os artistas quanto nas corporações.


Bonnie-Jill Laflin (acima) foi cheerleader do Dallas Cowboys em 1996. Depois veio ensaios para revistas (Sports Illustraded, Maxim, GQ, entre outras); atuou em seriados e novelas (como “The Young and The Restless”); fez comerciais para Coca-Cola, McDonald’s, FedEx (especial para o Super Bowl), Nike, PETA, Wrangler, entre outros; scout (olheira) do Los Angeles Lakers; e repórter da ESPN e NFL Network.


Aurora Austin Pucciarello (acima) decidiu fazer faculdade de Economia na Universidade North Texas assim que saiu da DCC (1984). No ano de veterana abriu uma empresa de transportes (mudança). Ela dedica os primeiros contratos a DCC, pois por ser ex-cheerleader dos Cowboys facilitou a agendar as primeiras vendas do serviço, estímulo que fez da sua firma uma das mais bem sucedidas no estado do Texas.

Histórias assim existem de monte. Tudo graças a um grupo que revolucionou as equipes de cheerleaders na NFL: a DCC da temporada 1972-73. O primeiro time de cheerleaders dos Cowboys se apresentou em 1960, contudo 12 anos depois veio a grande mudança, com as meninas fazendo passos de danças exóticas e com uma roupa diferente (que até hoje só teve 6 adaptações, a última em 2002). Impacto que trouxe um enorme sucesso para o clube.

O Super Bowl X (10) fez o público da NFL se apaixonar pela DCC. Os Steelers, rival do Dallas na decisão, é uma das 6 franquias da liga que não tem cheerleaders (Giants, Browns, Lions, Packers e Bears) então as atenções fora de campo estavam em cima da DCC. A televisão que transmitiu o jogo, CBS, passou a filmar as garotas antes e depois dos blocos comerciais. Assim um estimado público de 57 milhões de telespectadores nos EUA viu a beleza das animadoras. O piscar de olho de uma delas se tornou um momento mágico e histórico. A loucura obsessiva pelas garotas teve seu início.

Em 1979 a rede ABC exibiu um filme exclusivo para TV que ganhou uma estupenda audiência quando foi ao ar em 14 de Janeiro. 60% dos EUA assistiram “Dallas Cowboys Cheerleaders” (veja começo do filme no vídeo abaixo). Conta a história dos bastidores da DCC pela perspectiva de uma repórter enviada por uma revista para produzir uma matéria sobre a popular equipe.



Hoje quem mostra as imagens dos bastidores da DCC é o canal CMT (Country Music Television) com um reality show sobre as candidatas que tentam entrar no restrito grupo de cheerleaders – são 5 temporadas, de 2006 a 2010.

As imagens da DCC estão por toda parte, inclusive no site da NFL que vende fotos das meninas. Elas ganham dinheiro com isto? Não. Quer dizer, a liga comercializa as imagens das cheerleaders e fica com todo dinheiro do negócio? Certo ou não, as próprias não entram muito neste grande detalhe, visto que no acordo com os clubes fica claro o compromisso direto com eles. Poderiam brigar, espernear para uma correta distribuição da renda provinda delas, porém preferem deixar isso de lado e ficar com as frases que poucas podem dizer, de um valor impossível de mensurar:

Sou cheerleader do Dallas Cowboys” ou “Fui cheerleader do Dallas Cowboys”.



(GL)
Escrito por João da Paz

Décima temporada do Houston Texans é momento de asserção

O começo de campeonato é muito parecido nos clubes da NFL. O clichê confirmando o óbvio que todos os times iniciam a respectiva campanha iguais (0 vitórias e 0 derrotas) produz um ar de potencialidade de ir além. Ao passar dos jogos há separação entre quem tem mais condições de vencer e quem está só participando. O Houston Texans passou 10 anos na NFL tentando apenas se classificar para os playoffs, mas não conseguiu. Acreditam que agora é a grande chance disto acontecer.

As declarações dos jogadores da equipe nesta pré-temporada mostram confiança, porém não a usual e sim uma que pode se transformar em resultados positivos no gramado. Nomes que estão no clube por mais tempo como Andre Johnson (WR), DeMeco Ryans (LB) e Mario Williams (DE/LB) gostam do que estão vendo e crêem ser este é o melhor elenco que os Texans apresentaram nas recentes temporadas.

Em 2010 coisas desagradáveis marcaram os Texans, como perder 5 jogos após liderar no 4º período. Isto levou à um retrospecto bastante negativo, 6 vitórias e 10 derrotas. O dono da franquia, Bob McNair, resolveu intervir e operou mudanças na comissão técnica, pois assim achava necessário. O setor de coordenação defensiva foi dispensado e um grande nome veio para preencher o vazio. Wade Phillips, ex-treinador do Dallas Cowboys, aceitou o convite e é o atual coordenador defensivo do clube.

Wade (foto abaixo, de branco) volta à cidade que o colocou no mapa da NFL, já que sua carreira começou com o Houston Oilers em 1976 – estudou e jogou na Universidade de Houston. Encontra novamente Gary Kubiak (treinador) que foi quarterback reserva do Denver Broncos entre 1989 e 1991, espaço de tempo que Wade era coordenador defensivo da equipe laranja e azul.


Os assistentes de Phillips receberam indicação dele e a transformação na coordenação defensiva foi completa. Dentro de campo pequenos ajustes serão feitos, pois a base foi mantida. As alterações são novo esquema tático com 3 defensores na linha e 4 linebackers (antes era 4-3) e duas importantes novas contratações.

O grande problema dos Texans na temporada passada foi a secundária, uma das piores da liga. Enquanto as atenções no mercado de atletas estavam voltadas para o CB Nnamdi Asomugha (agora no Philadelphia Eagles), o clube texano olhou o segundo melhor jogador disponível nesta posição e contratou uma excelente peça. Veio Johnathan Joseph (ex-Bengals) e depois chegou mais um reforço para secundária: o safety Danieal Manning. Com um poderoso núcleo de LB´s (Brian Cushing, Connor Barwin, DeMeco Ryans e Mario Williams) e estas novas aquisições para neutralizar o jogo aéreo do adversário – mais a mudança nos métodos táticos da coordenação do setor – podem elevar o jogo do clube e ir aonde não foram ainda: playoffs.

Mantiveram o forte trio ofensivo: Matt Schaub (QB), Arian Foster (RB) e Andre Johnson (WR) para alcançarem a terra prometida. A obsessão de McNair é enorme pela pós-temporada, tanto que esta décima participação da sua franquia na NFL não ganhou nenhum logo específico; acredita que não há muito para celebrar. Se estiver falando das atuações dentro de campo, ok. Mas fora dele o Houston Texans é exemplo e tem muitas orgulhosas conquistas.

O princípio de tudo já foi uma vitória, derrotando a poderosa Los Angeles. A NFL tinha acabado de se expandir e atingiu o número de 31 clubes com a volta do football em Cleveland no ano de 1999. Faltava 1 para chegar em 32 e fazer um calendário equilibrado. O então comissário Paul Tagliabue deu a vaga à Los Angeles (que perdeu duas franquias: Rams para Saint Louis e Raiders para Oakland), porém a cidade do cinema mostrou pouco esforço na construção de um estádio e não houve garantias firmes do grupo que iria montar uma equipe por lá. Paul mudou de ideia e deu a vaga para Houston (que perdeu os Oilers para Tennessee; virou Titans).


Quem articulou esta jogada foi McNair (foto acima), mega empresário do ramo tecnológico/energético; é também dono de usinas. O dinheiro que ele arrecadou para montar os Texans veio da transação de uma das suas empresas junto com a Enron antes de a gigante falir – compra que girou em torno dos US$ 1.5 bilhões. Com apoio da população de Houston foi erguido o Reliant Stadium, uma preciosidade e um dos mais modernos estádios da NFL; em apenas dois anos de funcionamento sediou um Super Bowl, o de 2004.

O sucesso dos Texans é formidável e vem desde a fundação. Na primeira temporada todos os ingressos para os jogos no Reliant foram vendidos e a sequencia de lotação máxima é carregada até hoje. Em nove temporadas todas as partidas em casa tiveram a totalidade dos ingressos vendidos, uma marca que merece respeito. Este recorde vai continuar a crescer quando o campeonato 2011-12 começar.

Um dos pontos fortes dos Texans é o marketing agressivo e vitorioso, usado com eficiência a todo o momento pela franquia. O trabalho é tão bem feito que coloca o clube entre os mais valiosos do mundo na recente lista publicada pela Revista Forbes (especializada em finanças). Mesmo sendo a franquia mais nova da NFL, os Texans (US$ 1.17 bi) é o 9º clube esportivo mais valioso do mundo e o 5º da NFL atrás apenas do New York Giants (8º - US$ 1.18 bi), New England Patriots (6º - US$1.37 bi), Washington Redskins (4º - US$ 1.55 bi) e Dallas Cowboys (2º - US$ 1.81 bi).

Nas 9 temporadas até aqui, só uma foi vitoriosa (a de 2009). Nela o time terminou o campeonato com 9v-7d, estacionado num tríplice empate na repescagem com o New York Jets e os Ravens. Os critérios de desempate puseram o clube fora dos playoffs. A construção da equipe durante a década passada criou motivos de desavenças (a não escolha de Julius Peppers no draft de 2002: optaram por David Carr; a não escolha de Reggie Bush ou Vince Young no draft de 2006: optaram por Mario Williams...), mas o objetivo maior era sempre montar um elenco capaz de avançar para a pós-temporada.

A equipe 2010-11 tem qualidade e o entrosamento com a manutenção da base pode pôr os Texans no lugar que tanto desejam. Porém querem mais e ser um ativo participante do football em Janeiro.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 e 2 Bob Levey / Getty Images