Al Davis, foto acima, está prestes a completar 50 anos junto ao clube Oakland Raiders. As conquistas como treinador, depois dono / diretor de football o colocará no Hall da Fama na primeira oportunidade: 3 Super Bowls. Mas isto é o passado e o atual momento do time é lamentável e cheio de descasos. A demissão do treinador Tom Cable, a não renovação de contratos com Nnamdi Asomugha (CB) e Zach Miller (TE) ilustram tal desmando que impera.
Como haverá comprometimento com a vitória se esforço algum é feito para manter o melhor jogador do elenco? Pelo contrário, Davis não titubeou ao dizer em entrevista coletiva no mês de Janeiro/2011: “O dinheiro gasto com ele [Asomugha] pode trazer dois ou três atletas que me ajudarão a vencer”. Assim o torcedor fica desiludido sem poder ver um cara da elite da NFL com seu uniforme e recebe de presente uma perspectiva de um amanhã denso e tenso.
A futilidade que brota dos Raiders é tão grande que o técnico que conseguiu terminar a temporada 2010-11 com um recorde em 50% (8 vitórias – 8 derrotas) foi considerado vitorioso, pelo fato de ter peças horríveis a disposição. Esta é a melhor campanha do clube desde a temporada 2002-03, quando chegou ao Super Bowl e perdeu para o Tampa Bay Buccaneers.
Nisto há uma história chamativa. Jon Gruden era o treinador dos Raiders na temporada 2001-02. Nela o time fez um bom campeonato terminando com 10v – 6d. Chegou aos playoffs como wild card (repescagem) e perdeu no Divisional para o New England Patriots. Gruden recebeu como agradecimento uma ida (sem volta) para Tampa Bay, transação que deu aos Raiders algumas irrisórias escolhas de draft. Sem Gruden, Oakland teve um aproveitamento superior na temporada seguinte (11v – 5d) e conseguiu ultrapassar os obstáculos da Conferência Americana até chegar na grande decisão. Lá o encontro foi com seu ex-treinador e teve uma acachapante derrota (41 a 28). Gruden achou fácil sair com a vitória porque Oakland manteve os mesmos assistentes dele na comissão técnica, completando com a utilização do mesmo playbook (livro de jogadas) que Gruden usara e tinha decorado todinho em sua memória.
Depois deste “pequeno” oops!, começou uma sequencia de pouco valor nos drafts a partir de 2003, ano que os Raiders escolheram Asomugha (foto acima). A franquia opta por um CB mesmo tendo no grupo 3 fortes nomes na posição: Charles Woodson, Phillip Buchanon e Rod Woodson. Asomugha tornou-se um dos principais destaques da posição 7 anos depois, mas do que adiantou se nada foi feito para mantê-lo com o uniforme preto e prata?
Com a segunda escolha no draft 2004 era óbvio esperar que um QB fosse o felizardo. O San Diego Charges, número 1, pegou Eli Manning. Então o estimado Al Davis, tendo à disposição Phillip Rivers e Ben Roethlisberger, escolhe o offensive tackle Robert Gallery (defende hoje o Seattle Seahawks).
A necessidade de um QB elite permaneceu, porém a escolha dos Raiders no draft 2005 era muito baixa (23ª). Até que uma benção disfarçada cai no colo do clube porque seus concorrentes passaram pelo QB da Universidade da Califórnia chamado Aaron Rodgers. Para manter a sina, o clube escolhe um CB (Fabian Washington – hoje no New Orleans Saints). O clube posterior ao Oakland não desperdiçou a oportunidade e mesmo com um lendário QB como titular, o Green Bay Packers ficou com Rodgers na 24ª posição.
Em 2006 Charles Woodson sai dos Raiders e vai para Green Bay ganhar em 2011, junto com Rodgers, o título da NFL.
2007 foi o ano da tragédia no draft. A equipe continuava sem QB e a decepção de anos anteriores fez Al Davis agir de forma errada com a valiosa escolha número 1. Qualquer outro jogador seria melhor que JaMarcus Russell, uma decepção na NFL e um exemplo de como não se comportar, como proceder erradamente. E queriam que Russell fosse o QB da franquia por muito tempo...
O draft mais produtivo para os Raiders foi 2010, justamente, não por coincidência, situação na qual não teve interferência do Al “Mr. Burns” Davis. No comando estava Tom Cable (foto acima) que escolheu o LB Rolando McClain na 8ª posição e o DE Lamarr Houston na 44ª. Somado com o trabalho construído ao assumir o posto de treinador em 2008, Cable levou Oakland a um inesperado número de vitórias: oito. Uma ilusória expectativa foi criada, mas Davis tratou de esmagá-la ao demitir o técnico por problemas de relacionamento.
Esse entrave evita que jovens treinadores queiram ser entrevistados pela franquia para assumir qualquer cargo que seja na comissão técnica. A interferência excessiva de Davis nas questões do football é um ato prejudicial, maléfico. O elenco é razoável, a franquia não ousa nas contratações, atrai poucos agentes livres, sombria autonomia nos drafts...
O modus operandi do Oakland Raiders pode se assemelhar ao que é prática comum na CFL, XFL, AFL ou qualquer outra “FL”, menos à maior liga de futebol americano (e uma das mais ricas ligas esportivas do mundo). O ponto no qual a franquia chega é o de não pertencer mais ao padrão NFL, por mostrar ações que não condiz com um clube profissional.
A atração maior dos seus torcedores é acompanhar se Asomugha (Philadelphia Eagles) e Miller (Seattle Seahawks) vão conseguir um anel de campeão do Super Bowl antes da franquia sequer chegar lá. Caso queira adivinhar, veja o retrospecto/histórico de cada um e tente não errar – é só não embarcar no conto do pirata.
E o slogan da franquia, compromisso com a excelência, mostra-se falho.
Como haverá comprometimento com a vitória se esforço algum é feito para manter o melhor jogador do elenco? Pelo contrário, Davis não titubeou ao dizer em entrevista coletiva no mês de Janeiro/2011: “O dinheiro gasto com ele [Asomugha] pode trazer dois ou três atletas que me ajudarão a vencer”. Assim o torcedor fica desiludido sem poder ver um cara da elite da NFL com seu uniforme e recebe de presente uma perspectiva de um amanhã denso e tenso.
A futilidade que brota dos Raiders é tão grande que o técnico que conseguiu terminar a temporada 2010-11 com um recorde em 50% (8 vitórias – 8 derrotas) foi considerado vitorioso, pelo fato de ter peças horríveis a disposição. Esta é a melhor campanha do clube desde a temporada 2002-03, quando chegou ao Super Bowl e perdeu para o Tampa Bay Buccaneers.
Nisto há uma história chamativa. Jon Gruden era o treinador dos Raiders na temporada 2001-02. Nela o time fez um bom campeonato terminando com 10v – 6d. Chegou aos playoffs como wild card (repescagem) e perdeu no Divisional para o New England Patriots. Gruden recebeu como agradecimento uma ida (sem volta) para Tampa Bay, transação que deu aos Raiders algumas irrisórias escolhas de draft. Sem Gruden, Oakland teve um aproveitamento superior na temporada seguinte (11v – 5d) e conseguiu ultrapassar os obstáculos da Conferência Americana até chegar na grande decisão. Lá o encontro foi com seu ex-treinador e teve uma acachapante derrota (41 a 28). Gruden achou fácil sair com a vitória porque Oakland manteve os mesmos assistentes dele na comissão técnica, completando com a utilização do mesmo playbook (livro de jogadas) que Gruden usara e tinha decorado todinho em sua memória.
Depois deste “pequeno” oops!, começou uma sequencia de pouco valor nos drafts a partir de 2003, ano que os Raiders escolheram Asomugha (foto acima). A franquia opta por um CB mesmo tendo no grupo 3 fortes nomes na posição: Charles Woodson, Phillip Buchanon e Rod Woodson. Asomugha tornou-se um dos principais destaques da posição 7 anos depois, mas do que adiantou se nada foi feito para mantê-lo com o uniforme preto e prata?
Com a segunda escolha no draft 2004 era óbvio esperar que um QB fosse o felizardo. O San Diego Charges, número 1, pegou Eli Manning. Então o estimado Al Davis, tendo à disposição Phillip Rivers e Ben Roethlisberger, escolhe o offensive tackle Robert Gallery (defende hoje o Seattle Seahawks).
A necessidade de um QB elite permaneceu, porém a escolha dos Raiders no draft 2005 era muito baixa (23ª). Até que uma benção disfarçada cai no colo do clube porque seus concorrentes passaram pelo QB da Universidade da Califórnia chamado Aaron Rodgers. Para manter a sina, o clube escolhe um CB (Fabian Washington – hoje no New Orleans Saints). O clube posterior ao Oakland não desperdiçou a oportunidade e mesmo com um lendário QB como titular, o Green Bay Packers ficou com Rodgers na 24ª posição.
Em 2006 Charles Woodson sai dos Raiders e vai para Green Bay ganhar em 2011, junto com Rodgers, o título da NFL.
2007 foi o ano da tragédia no draft. A equipe continuava sem QB e a decepção de anos anteriores fez Al Davis agir de forma errada com a valiosa escolha número 1. Qualquer outro jogador seria melhor que JaMarcus Russell, uma decepção na NFL e um exemplo de como não se comportar, como proceder erradamente. E queriam que Russell fosse o QB da franquia por muito tempo...
O draft mais produtivo para os Raiders foi 2010, justamente, não por coincidência, situação na qual não teve interferência do Al “Mr. Burns” Davis. No comando estava Tom Cable (foto acima) que escolheu o LB Rolando McClain na 8ª posição e o DE Lamarr Houston na 44ª. Somado com o trabalho construído ao assumir o posto de treinador em 2008, Cable levou Oakland a um inesperado número de vitórias: oito. Uma ilusória expectativa foi criada, mas Davis tratou de esmagá-la ao demitir o técnico por problemas de relacionamento.
Esse entrave evita que jovens treinadores queiram ser entrevistados pela franquia para assumir qualquer cargo que seja na comissão técnica. A interferência excessiva de Davis nas questões do football é um ato prejudicial, maléfico. O elenco é razoável, a franquia não ousa nas contratações, atrai poucos agentes livres, sombria autonomia nos drafts...
O modus operandi do Oakland Raiders pode se assemelhar ao que é prática comum na CFL, XFL, AFL ou qualquer outra “FL”, menos à maior liga de futebol americano (e uma das mais ricas ligas esportivas do mundo). O ponto no qual a franquia chega é o de não pertencer mais ao padrão NFL, por mostrar ações que não condiz com um clube profissional.
A atração maior dos seus torcedores é acompanhar se Asomugha (Philadelphia Eagles) e Miller (Seattle Seahawks) vão conseguir um anel de campeão do Super Bowl antes da franquia sequer chegar lá. Caso queira adivinhar, veja o retrospecto/histórico de cada um e tente não errar – é só não embarcar no conto do pirata.
E o slogan da franquia, compromisso com a excelência, mostra-se falho.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
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