Jeremy Lin, Pedro Bial e por que não existe jornalismo imparcial

Mito!

Não, não Jeremy Lin – muito menos Pedro Bial. Mito é o tal do “jornalismo imparcial”.

Quem julga alguma coisa sem paixão? Nem os magistrados fazem isto...

Quanto mais com coisa nova, empolgante e que atrai atenção.

Textos opinativos têm suas vantagens e uma delas é a possibilidade, descarada, de emitir opinião sobre o que bem entender, certo ou errado. Por outro lado, textos informativos recebem o ofício de “informar sem opinar”. Nada mais deslavado! Impossível haver texto informativo sem opinião de quem escreve.

Mas, a sociedade consumidora de informação clama pela imparcialidade da mídia. Nunca houve, nunca haverá. – Isto Non Exiscte! #PadreQuevedoVoice

Jornalista tem a missão de informar e por mais que aquele quadrinho chamado “outro lado” esteja na página da matéria, o teor do texto é partidário. Faz parte.

A NBA tem dois casos recentes que ilustram bem isto, contudo vamos começar pela “sensação” do momento. Jeremy Lin, armador do New York Knicks, é a “sensação” da associação. “Sensação” é a palavra mais ligada ao jogador, repetidas aos gritos (em textos informativos) pela mídia brasileira e americana. Seria a palavra “sensação” informação ou opinião?

Algum sábio contemporâneo – talvez seja produto do Autor Desconhecido – externou um pensamento real: “Se você acreditar, uma mentira se torna verdade”. Pois bem, textos informativos transmitiam coisas do tipo sobre Jeremy Lin: “Com um desempenho incrível, ele [Lin] atraiu a atenção de jogadores profissionais e de celebridades” (Revista Época); “Recém alçado à condição de astro da NBA” (Folha de S. Paulo); “Jeremy Lin deu show” (Lance!); “Lin já domina as manchetes e melhores momentos” (ESPN); “Jeremy Lin fez outra partida incrível e liderou os Knicks na vitória sobre os Mavs” (Gazeta Esportiva).

Os torcedores empolgados pela informação recebida caíram na onda e abraçaram a ideia que Lin é um jogador fora de série, espetacular, único, fenomenal...

Menos! Jeremy Lin é um bom jogador. Ponto final.

Mas, como não podia deixar de ser, os textos informativos sobre os Knicks, consequentemente sobre Lin, carregam alto grau de opinião de quem produz a matéria para transmitir a visão que Lin é excepcional. É um exemplo claro de que a tal da “imparcialidade” passou longe. E não passaria perto, diga-se.

O boxeador americano Floyd Mayweather acertou ao dizer como a mídia dá um destaque exacerbado ao armador do NY: “É um bom jogador, mas toda essa publicidade é porque ele é asiático. Jogadores negros fazem o que ele faz toda noite e não têm o mesmo louvor”.

Verdade!

Só que como a informação é dada sempre com uma opinião, na há como evitar que esse tipo de situação ocorra.

Talvez você não saiba, mas Pedro Bial já foi um jornalista sério. Desde 2002 sua imagem sofre danos, período que marca sua presença no reality show “Big Brother Brasil” da Rede Globo. Bial, porém, começou sua carreira no jornalismo da emissora em programas consagrados, fazendo a vez de repórter. Tem um diploma de peso (Jornalismo – PUC-RJ) e teve a oportunidade de cobrir eventos históricos, principalmente episódios relacionados à Guerra Fria (entre o final da década de 80 e começo da década de 90). Enquanto exercia esta função, criou uma credibilidade atrelada ao seu nome. Foi quem anunciou o fim da União Soviética no Plantão da Globo (25 de Dezembro de 1991) – foto abaixo.


Era imparcial? Não. Fazia matérias direcionadas, evidentemente, à linha que a “nave mãe” determinava. Curioso é que cobram de Bial imparcialidade no BBB. Pode ou não pode?

O cara tem uma carreira envolvida com notícias relevantes e ímpares, mas num programa de entretenimento exigem que ele seja “o mais sério dos jornalistas”, não pode escolher lado.

Desculpa, mas não é possível.

Exaltar Jeremy Lin é entretenimento, sempre fundamental no esporte. Atrai marketing, milhões de obamas e afins. Natural que David Stern, comissário da NBA, embarque na carona e diga que nunca houve nada parecido, um jogador [Lin] explodir em tão pouco tempo, na história da liga.

Caindo no conto de “informações” passada pela mídia. O que não é, necessariamente, verdade. Aliás, não existe nada que relacione verdade com imparcialidade/parcialidade.

O outro golpe de “informações” que a NBA presenciou aconteceu há um ano. Na primeira quinzena de Janeiro começou a circular em textos informativos na mídia americana maravilhas sobre Derrick Rose, armador do Chicago Bulls. Numa temporada considerada acima da média, a sigla MVP (prêmio dado ao melhor jogador do campeonato) passou a ser embutida nestes textos ao lado de adjetivos cheios de elogios.

Um veiculo fez isto, depois outro, depois outro... Do melhor jogador de fato daquele momento nada falavam. Mas a mentira dita cem vezes pode virar uma verdade.

E assim surgia a fabricação da mídia criando Derrick Rose como MVP da NBA temporada 2010-11.

Este tema surgiu no primeiro mês de 2011 e foi ganhando força a cada dia, chegando num ponto alto antes do Jogo das Estrelas daquele campeonato. A “coroação” de Rose estava agendada. Os números do armador até então eram os seguintes:

Derrick Rose – temporada 10/11 – até o Jogo das Estrelas (média)
24.9 Pontos – 8.2 Assistências – 4.4 Rebotes

O melhor jogador de fato tinha estes números:

LeBron James – temporada 10/11 – até o Jogo das Estrelas (média)
26.1 Pontos – 7.3 Assistências – 7.4 Rebotes


Como dizer que um odiado jogador [LeBron] tinha condições de ganhar o prêmio de MVP pela terceira vez seguida? Igualaria um feito que só três jogadores têm, os lendários Bill Russell, Wilt Chamberlain e Larry Bird. Os torcedores tem um repúdio incompreensível pelo camisa 6 do Miami Heat, então era melhor nadar a favor da correnteza e entrar na porta larga que tinha escrito “Derrick Rose MVP”. Mais cômodo.

Doze meses passaram. A NBA está na pausa do Jogo das Estrelas e veja quais são os números dos respectivos jogadores:

Derrick Rose – temporada 11/12 – até o Jogo das Estrelas (média)
21.8 Pontos – 7.7 Assistências – 3.4 Rebotes

LeBron James – temporada 11/12 – até o Jogo das Estrelas (média)
27,6 Pontos – 6.8 Assistências – 8,1 Rebotes

A mídia? Bem, a bendita coloca LeBron como o MVP do campeonato, mas e Rose, não merece menção? Não são números parecidos desta temporada e da passada? Por que ninguém fala de Rose como MVP do atual campeonato? Se LeBron é o favorito para levar o prêmio desta temporada, por que não diziam o mesmo na anterior?

A mídia cria imagem, realça e destrói. Faz o que bem entender.

Imparcialidade, a gente não vê por aqui.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 e 2 Mike Ehrmann / Getty Images

Evas e Giseles

O que Gisele Bündchen tem a esconder?

A polêmica foi atrás e a escolheu como notícia na semana pós-Super Bowl que teve seu marido, Tom Brady, do lado perdedor do jogo mais esperado do ano nos esportes americanos. Como fiel esposa ela estava em Indianápolis, local da final, e torceu para o New England Patriots sair com a vitória contra o New York Giants, mas o time da “capital do mundo” levantou o troféu Vince Lombardi.

Gisele acompanhou a partida e viu o que aconteceu. Ao caminhar para um dos elevadores do Lucas Oil Stadium, estádio do Indianapolis Colts, um fã dos Giants, num comportamento típico de um desocupado torcedor de New York, aquele que pensa mais em coisas supérfluas em comparação com o que realmente importa, disse à über modelo: “Eli [Manning, QB dos Giants] dominou seu marido”.

Primeiro que o cara é tão sem noção que não consegue nem fazer uma “cantada de pedreiro” ao ver uma mulher do naipe da Gisele passar em sua frente... Incorpora o meme forever alone...

Gisele ouve e [é importante isto] não responde diretamente ao coitado. Comenta com uma colega ao lado o seguinte:

Você tem que pegar a [po***] da bola que supostamente é a obrigação. Meu marido não pode lançar a [po***] da bola e pegá-la ao mesmo tempo. Não acredito que eles deixaram cair tantas bolas.”

Veja, ela conversou com uma amiga sua, que estava ao seu lado...

Ambos os áudios foram capitados por uma câmera e, óbvio, caiu na internet instantes depois. Numa ação esperada da mídia sensacionalista, manchetes do tipo “Gisele xinga fã dos Giants” começaram a aparecer”. Só um desfortunado afirma algo do tipo: ou não viu o vídeo ou nem sabe do que se trata.

Figura pública sofre este tipo de invasão e, infelizmente, é mais fácil se adaptar a ela do que combatê-la. Dias antes do Super Bowl, Gisele mandou e-mails privados para alguns amigos. Nele estava um pedido de apoio a sua família e principalmente ao seu marido que estava prestes a competir num jogo de extrema importância. Porém, alguém da corrente particular entregou o conteúdo da mensagem à mídia, mais especificamente ao popular tablóide sensacionalista de New York, o New York Post.

Gasolina no fogo.

O periódico, sem hesitar, publicou o e-mail no impresso e na web. O privado se tornou público.

Na conversa de Gisele com sua colega perto do elevador ocorreu o mesmo: o privado se tornou público.

Nos dois casos falaram de tudo, menos do fundamental. O episódio do e-mail foi tido como desespero de Gisele, ou até mesmo falta de confiança no marido. O segundo episódio foi visto como afronta aos colegas de time de Brady, ou até mesmo como uma violação de ética do clube.

Nada mais absurdo.


Esqueceram de mencionar, e reforçar, que Gisele é esposa de Tom Brady. O que uma esposa faria nesta situação? Imagine como se comportaram as esposas/namoradas dos outros jogadores participantes do Super Bowl? Será que foram omissas ou ficaram ao lado do seu homem?

Gisele direcionou seu comentário à sua colega defendendo seu marido. Algo a se louvar, pois mostra que ela de fato viu o jogo. E quem fez o mesmo sabe que teve bolas decisivas (em especial uma direcionada ao WR Wes Welker, alvo favorito de Brady) que não foram passes completos. Isto nos momentos decisivos do jogo. Isto quando os Patriots estavam à frente no placar.

Para Brady, apesar da noite boa em campo e de que o resultado final não teve sua direta interferência – entregou o jogo para a defesa do seu time com 17 a 14 favorável aos Patriots faltando 3:46 pro fim –, talvez o momento mais feliz tenha sido a atitude de Gisele em defendê-lo. Se nenhuma câmera estivesse presente para o flagra, ela diria para ele depois: “Você não acredita o que um idiota falou... aí eu disse assim pra Fulana de Tal...”.

Mas uma câmera estava lá. Bom para Brady, bom para Gisele também. Uma defesa amorosa para quem quiser ver.

Gisele falou a verdade, por que esconder? Não expôs vergonha, mesmo com comentários machistas sendo disparados pelos quatro cantos. Foi uma lição de vida e conhecimento.

Num exemplo simples, sua namorada ou esposa (ou você que é namorada ou esposa) teve a oportunidade de praticar um ato similar, de se posicionar a favor do seu homem não importa qual fosse a situação / lugar. Quem se envolve sabe como é quando alguém ofende ou ataca sem pudor aquele quem tanto ama.

Numa ação natural de uma companheira legítima, Gisele se portou como deve ser, como todo homem gostaria que sua companheira fizesse. Foi autêntica, pura, simples, nua.

Eva precisou esconder sua nudez do seu parceiro, Adão, que permitiu a entrada do pecado no mundo ao desfrutar do fruto oferecido por ela – que experimentara anteriormente. Precisou se cobrir, se esconder. Era o conhecimento da vida sendo desvendado então.

Quantas Evas se envergonham de se posicionar e num mix de sentimentos transfere a culpa? Eva poderia dizer, ao ser questionada por Deus, que a culpa por comer o fruto proibido foi de Adão, mas disse que foi a serpente quem a enganou...

É natural defender os que são íntimos, afinal é como defender a si mesmo (uma carne somente). Quantas Giseles hoje ouviram um comentário perverso sobre seus respectivos “Bradys” e foram tirar satisfação para não deixar que falem assim deles?

Além de rica e bonita, agora sabemos que Gisele é genuína. E pra chegar perto da perfeição, ainda é uma d’As Brasileiras!

“A Sincera de Horizontina”.

(GL)
Escrito por João da Paz

Fatos e Curiosidades sobre os Patriots e os Giants – Super Bowl XLVI

- Alguns insistem em “tirar” os Patriots de Boston, mas um dos primeiros nomes do clube foi Boston Patriots. O apelido “Os Patriotas” (Patriots) surgiu para lembrar o papel da cidade na fundação dos Estados Unidos – daí vem as cores tricolores presentes na bandeira americana: azul, vermelho e branco. A mudança de nome para New England (Nova Inglaterra) veio para registrar a importância da franquia para a região nordestina do país composta por seis estados (Maine, Vermont, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut e New Hampshire). Nova Inglaterra é denominada assim por receber os primeiros colonos ingleses em 1620 - fundaram “As Colônias da Nova Inglaterra”. Lá nasceu o [Boston] Tea Party, que atualmente renasce como vertente do Partido Republicano, e começou o movimento de independência dos Estados Unidos.

- A maior rivalidade da franquia é contra o outro time de New York: os Jets. Além de serem rivais de divisão, tem muitas intrigas na linha do tempo. No confronto entre ambas as equipes são 106 jogos, 53 vitórias para os Patriots, 52 para os Jets e 1 empate. Ainda tem os atritos recentes como os casos Bill Parcells, Bill Belichick e o escândalo da espionagem em 2007 (spygate).

- Caso New England vença, Bill Belichick empatará com Chuck Noll, lendário ex-treinador do Pittsburgh Steelers, conquistando quatro Super Bowl’s.

- Não. O dono dos Patriots, Robert Kraft, não tem nenhuma relação com a Kraft Foods, maior empresa alimentícia dos EUA e segunda maior do mundo – atrás da suíça Nestlé.

- Qual casal mais rico no mundo dos famosos? Tom Brady e Gisele Bündchen. E a disputa não é fraca não: Jay-Z e Beyoncé, Victoria e David Beckham... Até nessa relação a nova ordem impera: quem ganha mais é a mulher. Segundo a Forbes, entre Maio de 2010 e Maio de 2011 Gisele ganhou US$ 45 milhões e Tom Brady US$ 31 milhões.

- Superstição à parte, os Patriots vão repetir o mesmo uniforme usado na derrota contra os Giants em 2008. Por ser o mandante, New England pode escolher se vai usar o uniforme escuro de casa (azul marinho) ou claro de fora de casa (branco). Entrará de azul marinho e os Giants de branco.

- Os Patriots levam uma coisa boa para as linhas laterais de campo: cheerleaders. O Super Bowl de 2011 não teve nenhuma equipe de garotas para animar os torcedores, nem Packers, nem Steelers tem times de cheerleaders – os Giants também não.

***


- Os Giants é de New York mas jogam em New Jersey. Mas não foi sempre assim e sediar partidas no estado vizinho começou em 1976. Antes o clube atuava nos campos de beisebol da cidade: Shea Stadium (ex-estádio dos Mets) e no Yankee Stadium. Usavam o park dos Yankees nos tempos áureos do beisebol na cidade quando New York tinha os Giants (agora em San Francisco), os Dodgers (agora em Los Angeles) – mais os Yankees que continuam por lá.

- Aliás, tudo dos Giants é em New Jersey: estádio, sede e centro de treinamento.

- Nesta época, década de 20 e 30, havia dois Giants em New York: o time de beisebol e o time de football. Para deixar claro a diferença, o time de football colocou o esporte no nome oficial do clube, passando a se chamar “New York Football Giants”. Mesmo com a mudança do time de beisebol para a Califórnia, o “Football” ainda permanece oficialmente.

- Os Giants são a única franquia que permanece com a mesma família desde a fundação em 1925. A terceira geração está no comando: John Mara, filho de Wellington, filho de Tim Mara (o fundador).

- Caso New York vença, será o primeiro time a vencer o Super Bowl em quatro décadas diferentes: 1987, 1991 e 2008.

- O clube tem uma invencibilidade poderosa: nunca perdeu uma decisão da Conferência Nacional; são 5 vitórias.

- Na primeira temporada, Tim Mara teve de colocar US$ 25 mil do próprio bolso para fechar o orçamento anual da equipe – os jogadores recebiam por volta de US$ 100 por jogo.

- Em 2010 a revista Forbes avaliou o valor da franquia em US$ 1.183 bilhão – em 1998 o valor estimado era de US$ 288 milhões.

- O New York Giants de 2011 é o primeiro time a chegar ao Super Bowl com um saldo negativo de pontos na temporada regular.

- Bill Belichick saiu do time, como coordenador defensivo, para ser treinador do Cleveland Browns em 1991, logo após ter sido campeão do Super Bowl XXV.

- Os Giants, em toda sua história, só jogou três vezes em Indianápolis: todas contra os Colts, com 2 vitórias para o visitante e 1 derrota.


(GL)
Escrito por João da Paz


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