Especial - Bonito e Perigoso


Não se espante: pesquisadores do Hospital Nacional da Criança (NCH), localizado na cidade americana de Columbus, estado de Ohio, divulgaram nesta quinta, via Agência Reuters, que as (os) atletas que mais se machucam em nível escolar ou universitário são os que praticam o esporte... Cheerleading!

Isto! C-H-E-E-R-L-E-A-D-I-N-G-! (soletrando pra entrar no ritmo).

O aumento de lesões em garotas e garotas, de todas as idades e todos os grupos, aumentou 150% em comparação ao último estudo realizado em 1997, passando de 24 mil para 62.408 em 2007, ano que a pesquisa do NCH foi realizada, traçando as lesões relacionadas com esportes registradas em 100 departamentos de emergências de Hospitais federais americanos.

30% dos atletas se machucaram praticando cheerleading; outros seis esportes juntos completam os 70% restantes (atletismo, vôlei, football, basquete, ginástica e futebol). A maioria dos casos aconteceram em treinamentos de educação física, que as (os) cheerleaders executam se preparando para as apresentações.

Fazer parte da equipe de cheerleader, seja da escola ou da universidade, é mais sério do que o pensamento comum raciocina. Para concorrer a uma vaga, além de estar “em forma” e ter habilidades acrobáticas, é preciso ter boas notas no currículo escolar para se tronar elegível; o mesmo que acontece com o football, basquete...

Quando a equipe é selecionada e a temporada esportiva se inicia, os treinamentos são de segunda a sábado. Caso a escola ou universidade chegue às fases finais, alguns dias o turno de treinamento é dobrado.

Mais do que incentivar a torcida e animá-la, a equipe de cheerleaders é a representante oficial da escola ou universidade. Todos participam de eventos na comunidade, festividades beneficentes... Junto com o glamour e o reconhecimento, ser cheerleader é compromisso, dedicação e entrega.

Por tudo isso, é sempre crescente o número de jovens que querem integrar a equipe de cheerleader da sua escola ou universidade. Para tanto, porém é necessário muito treinamento, muito esforço. Talvez por esta razão que tem crescido o numero de lesões ocorridas entre as (os) cheeleaders; preço pago pelo alto risco de mostrar algo acima do limite para poder se destacar.


Tanto no nível escolar quanto no universitário há uma competição entre as equipes que é transmitida anualmente pela ESPN: o campeonato da UCA (Universal Cheerleaders Association). A atual campeã é a Universidade Estadual de San Diego (foto acima); o campeonato de 2010 será de 15 a 18 de Janeiro na Disney, em Orlando.

O charme de ser cheerleader atrai muita gente. Pessoas famosas já foram “líder de torcida”. Sandra Bullock, Cameron Diaz, Lindsay Lohan, Eva Longoria, Christina Aguilera, George W. Bush...

B-U-S-H-!

Sim, Bush. Cheerleading não é só para meninas. Apesar de serem elas que fazem todas as danças com os “pom-pom” e tudo mais, são os homens que sustentam toda a equipe, que jogam elas para o ar, que seguram elas...

Por falar nisso, o “mundo cheeleader” é alvo de preconceitos e sofre com os “rótulos” que outros procuram estampar. Basta assistir a série Hereos e ver Claire Bennet (interpretada por Hayden Panettiere) e Jackie Wilcox (interpretada por Dannielle Savre) para ver as “picunhas” que uma apronta para a outra. Cheerleaders sempre foram mostradas como egocêntricas e individualistas.

Não é bem assim. Mesmo situações do tipo acontecendo na vida real, a maioria das cheerleaders levam para os esportes profissionais o que aprendeu na escola e na universidade. Assim que chegam à NFL ou na NBA elas tem responsabilidades sociais com a cidade, representam a franquia e são compromissadas com o clube. Se entrar em uma equipe escolar ou universitária é difícil, imagina no profissional.


Na NBA, todas as franquias têm equipes de cheerleaders. Na NFL seis clubes (New York Giants, Chicago Bears, Green Bay Packers, Pittsburgh Steelers, Detroit Lions e Cleveland Browns) não possuem equipes. A mais famosa de todas com certeza são as DCC (Dallas Cowboys Cheerleaders). Stefani Peterson (foto acima) precisou encarar quatro seletivas para entrar no teste de escolha das cheerleaders e, claro, se preparar bastante para vencer a concorrência. “Quando fui para a primeira aula de avaliação, não tinha idéia do que encontraria. Fiquei intimidada quando entrei na sala e vi 30 mulheres lindas, arrumadas e dançando muito! Pensei comigo: ‘O que estou fazendo aqui?!’” disse Stefani ao site das DCC. “Cheguei à final e fiz o meu melhor: mostrei as danças que aprendi desde a primeira aula e deu tudo certo”.

O conselho que Roger Goodell, comissário da NFL, deu a Michael Vick serve aqui também: “Estar na NFL não é um direito, é um privilégio”. Para as meninas chegarem aos campos (NFL) e quadras (NBA) muito esforço foi feito; braços quebrados, tornozelos torcidos e hematomas pelo corpo são provas disso.

Missão nova a partir de agora: valorize mais as cheerlearders, olhem para elas com mais carinho. Quem sabe alguém, prestando bastante atenção, consiga enxergar um destes tais hematomas...



©1 Peter Read Miller / SI

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