Conhecendo Tyler Hansbrough

North Carolina Tar Heels conquistou o titulo do NCAA Final Four 2009, mas Tyler Hansbrough foi na verdade o grande vencedor. Sua carreira toda dependia da partida contra Michigan State; caso saísse derrotado, os críticos teriam o motivo que queiram para desmerecer o que ele fez durante quatro anos em Chapel Hill: se formou sem ser campeão.

Apesar de que Tyler está costumado com todo este “ódio” que as pessoas têm com ele. Seja dentro de quadra ou fora dela, sempre procuram achar algo que desvalorize os feitos que ele conseguiu em toda sua carreira no basquete universitário.

Aqui cabe uma pergunta: Por que tanto ódio? Por que tantas criticas?

É bom deixar esta reposta em branco, já que para ódio não se tem explicação...

Por outro lado, exageros não devem ser aceitos, principalmente quando o assunto é Hansbrough entre os melhores da história do basquete universitário. Os números individuais claramente estão a seu favor, mas vamos combinar que existem outros nomes mais fortes que Hansbrough entre os candidatos a Top 5: Michael Jordan, Patrick Ewing, Dwyane Wade, Pete Maravich, Oscar Robertson...

Sua história na North Carolina foi escrita passo a passo. O desafio no ano de novato era dar seqüência ao sucesso do time de 2005 campeão da NCAA (Sean May, Raymond Felton, Marvin Wiiliiams e Rashad McCants foram para o NBA em 2005). Pois bem, sem praticamente o time titular, Tyler levou sua escola, em seu primeiro ano, à segunda rodada do torneio da NCAA de 2006.

2007 os Tar Heels avançaram um pouco mais, chegaram ao “Elite Eight” (quartas-de-final) – perderam para Georgetown.

Com mais experiência em seu terceiro ano, muitos esperavam que Hansbrough levasse North Carolina ao titulo em 2008. Eram os grandes favoritos no torneio, mas perderam para Kansas na semi-final (Kansas foi a campeã).

Restava então o ano de veterano: 2009. Desde a pré-temporada, os Tar Heels eram os candidatos para vencer tudo, começou o campeonato muito mal, pouco apareceu em primeiro nos rankings de classificação, porém chegou ao torneio com status de campeão. A conquista em Detroit coroa então a carreira de Tyler.

Ao ser substituído no final do jogo decisivo, Hansbrough foi abraçar a pessoa que mais deu forças a ele nestes quatro anos e que fazia (fez e fará) o papel de seu advogado: o treinador Roy Williams. O camisa 50 deu um “abraço de urso” (foto ao lado) em seu treinador demonstrando o quanto era importante aquele momento para ele. Roy Williams não esquecerá este instante também.

Na coletiva para imprensa após o jogo final, o treinador disse "Se vocês colocarem US$ 10 milhões na minha frente agora, e falarem 'Treinador, você pode pegar este dinheiro, mas deve esquecer o abraço que Tyler te deu' Eu digo: vocês podem dividir os US$ 10 milhões porque eu não troco aquele momento por nada".

Além de Roy sempre defender seu pivô, ele definiu o estilo de jogo de Hansbrough com as perfeitas palavras: “Ele é igual a um lutador de sumo no garrafão, porém defina a jogada com o “finger roll” de George Gervin”.

É exatamente esta a definição do “Psycho-T”, apelido de Tyler, que surgiu por seu estilo de jogo físico debaixo da cesta.

Agora, este estilo de jogo agrada os times da NBA, mais especificamente os donos e diretores das franquias que farão as escolhas no Draft deste ano?

Nem tanto assim.

Chad Ford, especialista da ESPN no Draft da NBA, projeta Tyler em um nível abaixo do que era o esperado no ano passado, se ele escolhesse se tornar profissional. Segundo Ford, em entrevista ao USA Today: “Quanto mais tempo você fica na universidade, mais forte é a tendência de você cair de posição. Hoje, os scouts da NBA não vêem uma melhora no jogo de Tyler. Ele é o que é, ou seja, vai jogar duro, vai jogar com força e agressividade, mas não há uma melhora no seu jogo”.

No momento, Chad o coloca entre a posição de nº 25 e nº 35 (ano passado a projeção era entre 18 e 28), lembrando que o Draft deste ano é considerado mais fraco do que o de 2008. Caso seja assim, bom será para os times de playoffs hoje da NBA. Os primeiros colocados da associação escolhem por último na primeira rodada, se até lá Hansbrough estiver disponível, um time competitivo terá a tendência de ficar mais forte ainda.

A aparência tem tudo para enganar mais uma vez.

Será que até no Draft o carisma de Tyler vai jogar contra ele? O mesmo carisma que faz com que ele seja popular apenas em Chapel Hill? Na verdade, até que ele se acostumou com isto. Apesar de ser “papricado” no campus, tirando fotos e dando autógrafos para os outros estudantes, ele faz o papel de universitário simples, mais um entre os outros colegas. Tyler não é o mais carismático dos Tar Heels, mas todos que vivem próximo dele dizem que é só conhecê-lo para admirá-lo.

Bom, os grandes times da NBA hoje estão torcendo para isto não acontecer. É melhor, para eles, que Hansbrough continue desconhecido e que 20, 22 times passem por ele no Draft de Junho. Para Tyler isto será bom também, entrar na NBA em um time com qualidade e popularidade alta, quase no mesmo perfil dele, faltando só sua popularidade crescer um pouquinho...



© 1 PAUL SANCYA / AP
© 2 John W. McDonough/SI

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