Diversidade Nota A

Semana passada a Major League Baseball (MLB) recebeu um “A” por diversidade racial do Institute for Diversity and Ethics in Sports da UCF (University Central Florida, a quinta maior faculdade dos EUA). Este estudo é feito anualmente em todos os esportes profissionais americanos e é a primeira vez que a MLB, com base na temporada 2009, recebe a nota máxima por diversidade racial e nota B por gênero.

Ambas as avaliações englobam os jogadores, treinadores, diretores, departamento pessoal... Enfim, a liga em geral; no caso das mulheres, é abordada apenas a parte administrativa. Neste início de temporada, 39,6 % dos jogadores são de cor (27% Latinos, 10,2% afro-americanos e 2,4% asiáticos). Apesar dos atletas brancos serem a maioria, por dez anos a porcentagem fica entre 59% e 61%, o que faz da MLB uma das ligas que controla melhor esta questão racial.

A participação dos jogadores internacionais é de 28,7%, juntando 15 países e territórios. Nas ligas de base (Minors) o percentual é maior: 47,8% (31 países e territórios). O World Baseball Classic (WBC) é uma iniciativa de Bud Selig (Comissário da MLB) na tentativa de aproximar a liga com outros países. Se nos EUA o WBC não faz tanto sucesso (ainda), em lugares como Coréia, Japão e Venezuela a “copa do mundo do beisebol” atrai público e patrocinadores; serve também como oportunidade para os donos das franquias observarem atletas e os levar para a MLB.

Em relação aos donos de clubes, a situação não é tão boa assim. Apenas uma pessoa de cor é dona de franquia: Arturo Moreno (foto abaixo) – Los Angeles Angels.

Ele adquiriu o então Anaheim Angels do grupo Walt Disney por U$ 180 milhões em abril de 2003, se tornando o primeiro hispânico a possuir uma franquia esportiva nos EUA. Moreno queria inicialmente adquirir os Diamondbacks, mas não acertou as bases contratuais com Jerry Colangelo, então dono da equipe. Entretanto, os Angels foi uma boa escolha para Arturo, que pegou o time de um título da World Series (2002) com a função de torná-lo mais rentável (local) e mais conhecido (geral). Mudou o nome da equipe para Los Angeles, visando melhores contratos com patrocinadores – o que conseguiu – e em 3 anos o valor da franquia duplicou. Hoje a Forbes calcula que a franquia Angels vale U$ 500 milhões.

Arturo Moreno é a exceção. Não há outra pessoa de cor nos cargos administrativos mais altos dos clubes da MLB; o último CEO (diretor executivo) foi Ulice Payne Jr.(Milwaukee Brewers) na temporada 2003.

Apesar de não existir pessoas de cor nos altos cargos administrativos dos clubes, duas mulheres estão em posições de destaques em duas franquias: Jamie McCourt (Los Angeles Dodgers) e Pam Gardner (Houston Astros). Fato que destaca a MLB neste estudo na questão gênero e a liga recebeu a nota B pela primeira vez.

Jamie McCourt (foto à esq.) é casada com Frank, dono do Los Angeles Dodgers. Mas o cargo de CEO (diertora geral) não foi dado a ela por isso. Ela tem um Mestrado em Administrações de Embresas (MBA) feito na poderosa MIT, além de ser formada em Direito. Sempre teve o desejo de ser dona de um clube de beisebol “Quando era criança dizia pra minha mãe: quando crescer quero comandar um time da MLB”. Jamie faz trabalhos paralelos para agregar cada vez mais mulheres ao mundo do beisebol “40% do público dos Dodgers são mulheres” McCourt diz “O que é preciso ser feito é criar parcerias para que as garotas possam exercer suas profissões na liga e nos clubes, trazendo a visão feminina para dentro da MLB.”

Já Pam Gardner (foto à esq.) é parte da história dos Astros. Em 2009 ela completa 20 anos no clube e desde 2001 ela á a Presidente de Operações Financeiras da franquia. É a mulher que a mais tempo está trabalhando com uma equipe na MLB e toda esta sua vivência com o esporte rendeu a ela uma homenagem em Cooperstown (Hall da Fama do beisebol).

Entre os treinadores de cor (Managers), houve um aumento de 6,6% entre a temporada 2008-2009. Este campeonato começou com 33,3% (10) treinadores de cor comandando suas respectivas equipes, sendo Don Wakamatsu o primeiro descendente asiático a treinar uma equipe da MLB. Segue a lista:

Dusty Baker (Afro-Amricano) - Cincinnati Reds
Manny Acta (Latino) - Washington Nationals
Cecil Cooper (Afro Americano) - Houston Astros
Cito Gaston (Afro-Americano) - Toronto Blue Jays
Fredi González (Latino) - Florida Marlins
Ozzie Guillén (Latino) - Chicago White Sox
Jerry Manuel (Afro-Americano) - New York Mets
Lou Piniella (Latino) - Chicago Cubs
Don Wakamatsu (Asiático) - Seattle Mariners (foto à dir.)
Ron Washington (Afro-Americano) - Texas Rangers

Cinco clubes da MLB têm como Diretor de Beisebol (GM) uma pessoa de cor. É o melhor número de toda a história da liga

Ruben Amaro Jr. (Latino) - Philadelphia Phillies
Michael Hill (Afro-Americano) - Florida Marlins
Omar Minaya (Latino) - New York Mets (foto à dir.)
Tony Reagins (Afro-Amerciano) - Los Angeles Angels
Ken Williams (Afro-Americano) - Chicago White Sox

Estes dados e curiosidades são extremamente positivos para a MLB. Fatos que fortalecem a imagem da liga dentro dos EUA e no mundo todo, gerando esperança para os afro-americanos, asiáticos, latinos e mulheres que querem chegar ao nível mais alto, seja dentro de campo ou fora dele. Mesmo sabendo que há dificuldades para a minoria conseguir chegar a uma posição de destaque, principalmente fora de campo, este estudo mostra que é possível e a MLB está no caminho certo para facilitar esta situação.


© 2 Tyler Anderson
© 3 Getty Images

Um comentário:

André José Adler disse...

Boa matéroa e sempre oportuna!

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