Mark Cuban e Josh Howard
Sempre quando Spurs e Mavericks se enfrentam, principalmente nos playoffs, os torcedores do San Antonio pensam: “Imagina se Josh Howard estivesse do nosso lado...” . Poderia estar se não fosse um erro de estratégia de Gregg Popovich (treinador) e R.C. Buford (diretor de basquete) no ano de 2003.
A dupla Popovich / Buford tem bons retrospectos em assinaturas de contratos com jogadores e boas escolhas nos drafts (Tony Parker, 28ª escolha em 2001 e Manu Ginóbili 57ª escolha em 1999 são exemplos). Como nem tudo é perfeito, uma falha no planejamento na preparação da temporada 2003 marcou a franquia por alguns anos.
Os Spurs vinham de um título e a visão da diretoria era melhorar ainda mais o elenco tirando alguns veteranos da equipe – Steve Kerr e Danny Ferry, hoje dirigentes, fizeram parte daquele time campeão. A meta era contratar um armador de primeira linha, um “All-Star”, já que ninguém esperava que Parker se tornasse um jogador de elite. O foco era trazer Jason Kidd, que estava nos Nets, mas era preciso fazer um corte profundo na folha salarial para isto acontecer.
Além de dispensas, era bom não se comprometer tanto no Draft. Pois bem, em 2003, com a 28ª escolha (a única), o San Antonio Spurs seleciona o Leandrinho. Apesar de precisar de um armador com bom arremesso, a diretoria troca o brasileiro com o Phoenix Suns por uma futura escolha (30ª) no Draft de 2005. O objetivo era não se comprometer com um longo contrato e manter o teto salarial baixo, buscando então um acerto com Kidd.
Contudo, Jason Kidd recusou a proposta do San Antonio, continuou em Nova Jersey e mais pra frente, em 2008, Kidd voltaria ao seu primeiro time: Dallas Mavericks, o rival dos Spurs.
O Dallas aparece de novo na história. Porque foi a equipe que escolheu Josh Howard (foto à esq.), em 2003, uma posição abaixo do San Antonio (29ª). Mesmo na época lotado de bons arremessadores (Dirk Nowitzki, Michael Finley, Antawn Jamison e Antoine Walker) os Mavs não deixaram passar o talentoso jogador formado na Wake Forest.
Donnie Nelson, diretor de basquete (GM) foi o responsável direto por adquirir Howard. Ele mesmo não acredita como 28 times deixaram passar um atleta tão habilidoso. Vale lembrar que Howard teve uma boa carreira na universidade e no seu ano de veterano foi escolhido por unanimidade o jogador do ano na conferência ACC e foi um dos armadores (SG) na seleção do campeonato. Porém, muitos especialistas diziam que Josh era um jogador mediano...
Hoje ele é um “All-Star” e foi convocado para ir às olimpíadas de 2008; recusou o convite para não abandonar o seu projeto social com jovens em sua cidade natal: Winston-Salem, Carolina do Norte. Isto porque ele encontra lá muitos garotos iguais a ele, que jogam basquete só para não fica nas ruas. “Eu pensei várias vezes em desistir” diz Howard “Precisava trabalhar, minha mãe é solteira... Eu trabalhava, vivia nas ruas e muito próximo dos problemas sabe? Então eu resolvi me dedicar ao basquete e buscar algo melhor. Quem sabe algum garoto deste projeto pode seguir o mesmo caminho que eu?”
Para os Mavs, Howard é valiosíssimo. Joga bem defensivamente (roubo de bola e rebotes), tem uma ótima precisão no arremesso e só não se destaca nas assistências porque ele joga com Jason Kidd (“O Quarterback”) e Dirk Nowitzki, que cria seus próprios arremessos.
O curioso é ele fazer jogos acima da média contra os Spurs. Na pós-temproada de 2006, quando chegou à final da NBA, o Dallas passou pelo rival nas semi-finais de conferência em sete jogos (o jogo decisivo foi em San Antonio). Na ocasião, Howard teve uma media de 16,5 PPJ na série e teve atuações decisivas no jogo dois (27 pontos) e no jogo sete (18 pontos), ambos fora de casa.
Nestes playoffs, em mais um confronto contra os Spurs, Howard teve um excelente jogo 1 (25 pontos) e um fraco jogo 2 (7 pontos). Josh irá tentar repetir as atuações de 2006 e eliminar novamente os Spurs, deixando os torcedores em San Antonio pensando: “Imagina se Josh Howard estivesse do nosso lado...”
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