Quando o Suficiente Não é o Bastante


A metade da temporada 2009-10 da NBA mostra a evolução de um time jovem, capacitado e que está se acostumando a vencer. O Memphis Grizzlies já conseguiu chegar a marca de 23 vitórias (foram 24 em todo campeonato passado) e a parcela deste surpreendente êxito é dividida em três: Rudy Gay, OJ Mayo e Zach Randolph.

Verdade é que o técnico Lionel Hollins tem seus méritos. O aproveitamento da equipe no mês de Dezembro (9v – 4d) lhe rendeu o prêmio de treinador do mês. Ele vem administrando muito bem o elenco mais jovem da NBA – média de 25 anos – e coloca sua equipe acima do aproveitamento de 50%, disputando diretamente uma vaga nos playoffs na Conferência Oeste; mesmo sendo o penúltimo colocado da Divisão Sudoeste.

Em grande parte, as vitórias dos Grizzlies vêm na onda das atuações do seu trio principal. A equipe é a única a ter três jogadores marcando em media por jogo mais de 18 pontos. Quando os três estão em quadra, o time joga de igual para igual contra equipes superiores e se sobressai contra times do mesmo nível ou inferiores. A questão é que em algum momento do jogo eles terão que descansar, os reservas entrarão em quadra e, como esperado, o ritmo do time cai. Um grande exemplo disto aconteceu semana passada no jogo contra o Phoenix Suns.

Quando Gay, Mayo e Randolph estavam juntos em quadra, Memphis abriu duas vezes 14 pontos de diferença. Assim que eles saíram, o Phoenix passou em uma oportunidade e se aproximou na outra. Hollins então deixava dois dos três em quadra (enquanto o outro descansava) e desta forma o time não teve uma queda de produção e saiu com a vitória.

O detalhe é que terá vezes que tais chances não virão e poderá ser cedo demais para corrigir as falhas que determinada partida mostrará. A solução mais evidente e óbvia é reforçar os reservas, trazer jogadores que auxiliarão o trio. Por mais que seja a opção mais nítida, não é de fácil execução.


Rudy Gay (foto acima) terá seu contrato de novato encerrado no final desta temporada. A diretoria lhe ofereceu uma renovação (50 milhões de dólares por 5 anos), mas ele recusou apostando que o extraordinário mercado de agentes livres da próxima inter-temporada lhe renderá mais benefícios. Uma meta importante dos Grizzlies era fechar com Rudy, porque mantinha a estrela na cidade - o que atrairia outros jogadores para lá. O time de Memphis tem um espaço livre considerado até atingir o teto salarial e será um comprador no meio deste ano.

Sem mencionar que a franquia tem três escolhas na primeira rodada do próximo draft (13º, 24º e 30º). Muito provavelmente uma destas será usada como moeda de troca, basta esperar para ver quem se interessá-la por elas. Todo o cuidado é pouco para aproveitar o bom momento da equipe e não fazer loucuras nas negociações, podendo desmanchar um valioso grupo de jogadores que tem muito para mostrar.

Gay tem uma história interessante por ser fruto de uma polêmica troca feita pela diretoria em 2006, quando ele veio para Memphis e o popular ala Shane Battier foi para Houston (via draft). Contudo ele tem demonstrado que a arriscada contratação valeu: quase leva o prêmio de Maior Evolução na temporada 2007-08 e neste campeonato ele tem anotado as melhores médias da carreira em pontos, rebotes e assistências.


O camisa 22 é o único jogador deste elenco que está no time desde 2006. Em contrapartida, Zach Randolph (foto acima, camisa 50), líder do time em pontos e rebotes, é o único atleta da equipe que não começou a carreira em Memphis.

Assim que ele chegou ao clube antes do início desta temporada, logo recebeu o status de chefe e foi votado pelos companheiros como capitão do time. Com 28 anos de idade e 9 temporadas de experiência na associação, Randolph vem assumindo bem esta função de ser o comandante, responsável por direcionar os garotos do time à direção certa. Os comentários que o cercam dizendo sobre a sua atual temporada ser digna de um Jogo das Estrelas, são legítimos e confirma que o cargo está sendo bem executado.

Zach gosta de dizer constantemente à imprensa que o principal valor dos Grizzlies é o jogo coletivo. Ele tem razão, visto que eles estão jogando bem na defesa e se comunicando em quadra com mais neutralidade “Estamos com bons números na categoria rebotes porque estamos conversando um com o outro, tendo certeza que cada um está marcando o jogador certo” comentou à Associated Press.


OJ Mayo (foto acima) não passa sem ser notado nesta história. Ele já teve uma noite de 40 pontos (jogo contra o Denver Nuggets , 1º/11) e é um pontuador consistente, marcando mais que 14 pontos em 10 dos últimos 11 jogos. A temporada de novato no ano passado foi produtiva, ficando em segundo lugar na votação atrás de Derrick Rose. Imaginava-se que ele seria algo muito parecido com Rudy e que ás vezes eles poderiam disputar quem faria mais arremessos, entretanto Mayo já mostra sinais de maturidade.

A chegada de Randolph lhe ajudou a encontra sua real posição em quadra. Fato é que não será necessário ele marcar mais de 30 pontos por jogo para o Memphis se manter nas partidas. Ele não jogará sobre carregado e terá mais espaço nos arremessos de media distância, tendo a ajuda de Zach no garrafão marcando pontos e atraindo a marcação.

Por enquanto este trio está sendo o suficiente para vencer jogos “normais” da temporada (já passaram por Cleveland, San Antonio, Dallas, Denver...). A alta cúpula da franquia sabe que estas boas atuações do trio não serão o bastante para vencer partidas decisivas no final do campeonato, onde vagas para os playoffs estarão em disputa. Por essas e outras razões é que o Memphis será um player nestes próximos 25 dias antes da janela de transações fechar dia 18 de Fevereiro, buscando suprir as necessidades do time, almejando aprimorar a qualidade do elenco.


(GL)



© 1 Grizllies Media
© 2 NBAE
© 3 e 4 Joe Murphy / Getty Images

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