Neste final de semana terá festa no campus!
Não... Não é nada sobre o encerramento da Campus Party, evento que reúne geeks de todo o Brasil e que está sendo realizada no Centro de Exposições Imigrantes na cidade de São Paulo.
Trata-se do grande clássico da Ivy League (conferência de basquete da NCAA) entre as rivais Cornell e Harvard – sábado, 30. Por um momento será deixado de lado Kansas, John Wall, Texas, Villanova e a discussão de quem será a número 1 na próxima semana, para se concentrar no jogo entre duas universidades que se preocupam mais em disputar o Prêmio Nobel do que competições esportivas.
Porém esta temporada está sendo diferente. Há uma real possibilidade (embora irrisória) de duas escolas da conferência irem para o torneio da NCAA em Março; algo inédito. O campeão da liga ganha uma classificação automática, mas seja qual escola fique em segundo, pode almejar um convite. Para isto acontecer será preciso uma singela generosidade do comitê que define quais universidades entrarão no torneio. A Ivy League sempre tem uma simpatia a mais dos torcedores e daqueles que acompanham o basquete universitário, por admirarem caras que estão na faculdade para conseguir uma graduação e também jogam basquete com qualidade; e não o contrário.
Cornell é o time que mais chama a atenção, graças ao que ocorreu no dia 6 de Janeiro deste ano. Jogando em Kansas contra os Jayhawks – então número 1 –, Cornell quase surpreende o melhor elenco desta temporada e vence Kansas fora de casa. O jogo vai ficar na memória porque o time dos nerds encarou o adversário de forma agressiva e fez uma bela partida, ficando mais de 18 minutos seguidos a frente no placar, abrindo uma diferença de 8 pontos (49 a 41) no começo do segundo tempo.
Faltando 54 segundos para o término do confronto, Cornell estava na frente por um ponto, mas Kansas fez prevalecer o talento individual de seus atletas (principalmente, no caso específico, de Sherron Collins) e saiu vencedora (71 a 66). Ryan Wittman (foto abaixo, camisa vermelha), principal jogador dos Big Reds, anotou 24 pontos na partida.
Este resultado foi também favorável para a escola da Ivy League. Atuar bem contra as principais forças da NCAA conta pontos para decidir quem fica com as vagas restantes para o torneio. Por os jogos dentro da conferência serem fracos, essa performance de Cornell irá lhe ajudar caso não fique com o título da liga.
E este é o caso que pode levar tanto Harvard quanto Cornell para o March Maddness. Se Cornell vencer a Ivy, Harvard terá poucas chances porque não fez grandes jogos fora da conferência, diferente de Cornell que venceu Alabama e Saint John´s fora de casa. Por isso que se Harvard vencer a liga, Cornell pode se classificar por ter um RPI (cálculo que ajuda a concretizar o valor dos resultados de cada jogo) entre os mais altos – nº 40 – posição que geralmente classifica uma universidade.
Mas esta probabilidade (como eles devem bem saber) é praticamente 0, o que dá um clima mais competitivo para o jogo deste sábado – será na cidade de Ithaca, New York, casa de Cornell; a volta será dia 19 de Fevereiro em Cambridge, Massachusetts. A verdade é que quem vencer o duelo estará no torneio e para Harvard a mais real possibilidade é vencer os dois jogos.
Eles tiveram partidas competitivas contra duas forças da NCAA: Connecticut e Georgetown, mas só atuaram bem contra Conn (perdeu de 79 a 73). Nesta partida contra os Huskies, o mundo da NCAA conheceu o veterano de Harvard que é craque de bola: o armador Jeremy Lin. Ele fez um duelo particular com Jerome Dyson (armador de Conn) com ambos liderando no jogo suas respectivas equipes em pontos, rebotes, assistências e roubadas de bola. Porém a performance de Lin foi mais impressionante por marcar 30 pontos e ter um aproveitamento de arremessos excelente: 11 de 18
Jim Calhoun, lendário treinador dos Huskies (atualmente afastado por problemas de saúde), disse após a partida sobre Lin: “Ele é um dos melhores armadores que eu vi jogar aqui no nosso ginásio, incluindo o pessoal da Big East [conferência de Conn]. Ele tem capacidade para jogar em qualquer time”. Os bons jogos que Lin vem fazendo somando com uma média de 17 PPJ, o qualificam ao prêmio Bob Cousy (melhor armador da temporada) e até ao de MVP da NCAA. O fato é que o californiano poderá ser o primeiro asiático-americano a jogar na NBA.
A ida de Lin (foto acima, camisa 4) para Harvard foi possível porque a metodologia de como encarar o basquete na “Faculdade da Verdade” está mudando. O treinador da equipe é Tommy Amaker (formado em Duke; melhor defensor na NCAA em 1987) e ele está disposto transformar os crânios de contas e equações em feras nas quadras, buscando levar o programa novamente ao torneio, algo que não acontece desde 1946; primeira e única vez que Harvard participou.
Cornell já tem mais experiência: 4 participações.
A hierarquia das tradicionais universidades até permitem uma dedicação a mais para os esportes, desde que não prejudique os objetivos e metas acadêmicas de cada corpo docente. O alto padrão de ensino e o elitismo educacional das universidades da Ivy League são vistos como as principais bandeiras a serem defendidas. Além de se ter toda uma história milenar a ser honrada.
Harvard, por exemplo, é a universidade mais antiga dos Estados Unidos, fundada em 1663 na cidade de Cambridge (parte da Grande Boston) ainda no período da colonização inglesa, com o ideal de entregar o mais elevado ensino para as mais importantes pessoas. Já Cornell é mais nova (desde 1865) e tem um estilo diferente. Criada com um principio laico, ela tem como meta ser uma faculdade aberta a todas as classes socais e por ter um campus na cidade de New York, este aspecto universal se encaixa bem.
Se muita rivalidade não fosse o bastante, o basquete vem ser um ingrediente a mais para apimentar esta saudável disputa. Os confrontos Boston (Harvard) versus New York (Cornell) e 74 alunos vencedores do Prêmio Nobel (Harvard) versus 41 (Cornell) tem um duelo adicional: Jeremy Lin (Harvard) versus Ryan Wittman (Cornell). Os livros serão deixados de lado e a diversão será garantida; pelo menos por uma noite.
Não... Não é nada sobre o encerramento da Campus Party, evento que reúne geeks de todo o Brasil e que está sendo realizada no Centro de Exposições Imigrantes na cidade de São Paulo.
Trata-se do grande clássico da Ivy League (conferência de basquete da NCAA) entre as rivais Cornell e Harvard – sábado, 30. Por um momento será deixado de lado Kansas, John Wall, Texas, Villanova e a discussão de quem será a número 1 na próxima semana, para se concentrar no jogo entre duas universidades que se preocupam mais em disputar o Prêmio Nobel do que competições esportivas.
Porém esta temporada está sendo diferente. Há uma real possibilidade (embora irrisória) de duas escolas da conferência irem para o torneio da NCAA em Março; algo inédito. O campeão da liga ganha uma classificação automática, mas seja qual escola fique em segundo, pode almejar um convite. Para isto acontecer será preciso uma singela generosidade do comitê que define quais universidades entrarão no torneio. A Ivy League sempre tem uma simpatia a mais dos torcedores e daqueles que acompanham o basquete universitário, por admirarem caras que estão na faculdade para conseguir uma graduação e também jogam basquete com qualidade; e não o contrário.
Cornell é o time que mais chama a atenção, graças ao que ocorreu no dia 6 de Janeiro deste ano. Jogando em Kansas contra os Jayhawks – então número 1 –, Cornell quase surpreende o melhor elenco desta temporada e vence Kansas fora de casa. O jogo vai ficar na memória porque o time dos nerds encarou o adversário de forma agressiva e fez uma bela partida, ficando mais de 18 minutos seguidos a frente no placar, abrindo uma diferença de 8 pontos (49 a 41) no começo do segundo tempo.
Faltando 54 segundos para o término do confronto, Cornell estava na frente por um ponto, mas Kansas fez prevalecer o talento individual de seus atletas (principalmente, no caso específico, de Sherron Collins) e saiu vencedora (71 a 66). Ryan Wittman (foto abaixo, camisa vermelha), principal jogador dos Big Reds, anotou 24 pontos na partida.
Este resultado foi também favorável para a escola da Ivy League. Atuar bem contra as principais forças da NCAA conta pontos para decidir quem fica com as vagas restantes para o torneio. Por os jogos dentro da conferência serem fracos, essa performance de Cornell irá lhe ajudar caso não fique com o título da liga.
E este é o caso que pode levar tanto Harvard quanto Cornell para o March Maddness. Se Cornell vencer a Ivy, Harvard terá poucas chances porque não fez grandes jogos fora da conferência, diferente de Cornell que venceu Alabama e Saint John´s fora de casa. Por isso que se Harvard vencer a liga, Cornell pode se classificar por ter um RPI (cálculo que ajuda a concretizar o valor dos resultados de cada jogo) entre os mais altos – nº 40 – posição que geralmente classifica uma universidade.
Mas esta probabilidade (como eles devem bem saber) é praticamente 0, o que dá um clima mais competitivo para o jogo deste sábado – será na cidade de Ithaca, New York, casa de Cornell; a volta será dia 19 de Fevereiro em Cambridge, Massachusetts. A verdade é que quem vencer o duelo estará no torneio e para Harvard a mais real possibilidade é vencer os dois jogos.
Eles tiveram partidas competitivas contra duas forças da NCAA: Connecticut e Georgetown, mas só atuaram bem contra Conn (perdeu de 79 a 73). Nesta partida contra os Huskies, o mundo da NCAA conheceu o veterano de Harvard que é craque de bola: o armador Jeremy Lin. Ele fez um duelo particular com Jerome Dyson (armador de Conn) com ambos liderando no jogo suas respectivas equipes em pontos, rebotes, assistências e roubadas de bola. Porém a performance de Lin foi mais impressionante por marcar 30 pontos e ter um aproveitamento de arremessos excelente: 11 de 18
Jim Calhoun, lendário treinador dos Huskies (atualmente afastado por problemas de saúde), disse após a partida sobre Lin: “Ele é um dos melhores armadores que eu vi jogar aqui no nosso ginásio, incluindo o pessoal da Big East [conferência de Conn]. Ele tem capacidade para jogar em qualquer time”. Os bons jogos que Lin vem fazendo somando com uma média de 17 PPJ, o qualificam ao prêmio Bob Cousy (melhor armador da temporada) e até ao de MVP da NCAA. O fato é que o californiano poderá ser o primeiro asiático-americano a jogar na NBA.
A ida de Lin (foto acima, camisa 4) para Harvard foi possível porque a metodologia de como encarar o basquete na “Faculdade da Verdade” está mudando. O treinador da equipe é Tommy Amaker (formado em Duke; melhor defensor na NCAA em 1987) e ele está disposto transformar os crânios de contas e equações em feras nas quadras, buscando levar o programa novamente ao torneio, algo que não acontece desde 1946; primeira e única vez que Harvard participou.
Cornell já tem mais experiência: 4 participações.
A hierarquia das tradicionais universidades até permitem uma dedicação a mais para os esportes, desde que não prejudique os objetivos e metas acadêmicas de cada corpo docente. O alto padrão de ensino e o elitismo educacional das universidades da Ivy League são vistos como as principais bandeiras a serem defendidas. Além de se ter toda uma história milenar a ser honrada.
Harvard, por exemplo, é a universidade mais antiga dos Estados Unidos, fundada em 1663 na cidade de Cambridge (parte da Grande Boston) ainda no período da colonização inglesa, com o ideal de entregar o mais elevado ensino para as mais importantes pessoas. Já Cornell é mais nova (desde 1865) e tem um estilo diferente. Criada com um principio laico, ela tem como meta ser uma faculdade aberta a todas as classes socais e por ter um campus na cidade de New York, este aspecto universal se encaixa bem.
Se muita rivalidade não fosse o bastante, o basquete vem ser um ingrediente a mais para apimentar esta saudável disputa. Os confrontos Boston (Harvard) versus New York (Cornell) e 74 alunos vencedores do Prêmio Nobel (Harvard) versus 41 (Cornell) tem um duelo adicional: Jeremy Lin (Harvard) versus Ryan Wittman (Cornell). Os livros serão deixados de lado e a diversão será garantida; pelo menos por uma noite.
(GL)
© 1 Orlin Wagner / AP
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