Los Angeles Lakers e a nova/moderna NBA


Após mais uma derrota, na última quarta (23) contra o Memphins Grizzlies, Mike D’Antoni, treinador do Los Angeles Lakers, repetiu uma verdade duas vezes seguidas mesmo respondendo perguntas diferentes. Fatos que colocam seu time fora da zona dos playoffs na metade da temporada da NBA 2012-13 e com poucas chances de classificação. A realidade dos Lakers dita por D’Antoni:

Eles [Grizzlies] simplesmente foram mais rápidos e velozes; e são mais jovens que nós [Lakers]”.

Declaração que vai de encontro ao que disse Kobe Bryant, principal jogador do elenco, depois da derrota para o Philadelphia 76ers no primeiro dia de 2013:

Você acabou de assistir um velho time [Lakers]. Não sei outra forma de dizer. Somos lentos demais! Você viu do outro lado um time bem mais novo que nós e que jogou com mais energia”.

A NBA não é mais para um grupo de atletas recheados de experiência e que tenta envolver pivôs no sistema ofensivo. Hoje a associação é dominada por armadores e juventude. Porém até que ponto? Pois o San Antonio Spurs é rotulado de um time velho/experiente e está em segundo lugar na Conferência Oeste. Detalhe é que os Spurs mudaram a forma de jogar – saiba mais em Marcar mais cestas ao invés de sofrer menos pontos.

Vamos comparar a idade do time base dos Lakers com as dos cinco melhores times da NBA:

Lakers: Steve Nash (38), Kobe Bryant (34), Metta World Peace (33), Pau Gasol (32) e Dwight Howard (27) = 164 anos

Spurs: Tony Parker (30), Danny Green (25), Kawhi Leonard (21), Tim Duncan (36) e Tiago Spliter (28) = 140 anos

Los Angeles Clippers: Chris Paul (27), Willie Green (31), Caron Butler (32), Blake Griffin (23) e DeAndre Jordan (24) = 137 anos

Oklahoma City Thunder: Russell Westbrook (24), Thabo Sefolosha (28), Kevin Durant (24), Serge Ibaka (23) e Kendrick Perkins (28) = 127 anos

New York Knicks: Raymond Felton (28), Iman Shumpert (22), Carmelo Anthony (28), Amare Stoudemire (30) e Tyson Chandler (30) = 138 anos

Miami Heat: Mario Chalmers (26), Dwyane Wade (31), LeBron James (28), Udonis Haslem (32) e Chris Bosh (28) = 145 anos

O Miami Heat, além de ter um quinteto mais velho que o do Spurs, é o elenco, entre esses citados, com mais jogadores igual ou acima de 30 anos: 9 atletas. Os Clippers e Knicks têm 8, Lakers 7, Spurs 6 e Thunder 1.

Os melhores times da NBA atual usam uma combinação de armador inteligente com um chutador eficiente... Péra (sic), mas isso os Lakers têm? O problema é outro então.

Quando Howard chegou à LA muitos, inclusive eu, colocaram a equipe como uma das favoritas ao título. Também pudera: 4 futuros Hall da Fama no grupo [Nash, Bryant, Gasol e Howard], todos na lista dos 10 jogadores mais bem pagos da atual temporada. Contudo concentrar movimentação ofensiva em pivôs não é a moda. Howard teria de ser um coadjuvante no ataque, concentrando-se em sua especialidade que é a defesa – tricampeão do prêmio Defensor do Ano na NBA.

Howard trouxe para Los Angeles uma reclamação que virou ladainha em Orlando: quer a bola no ataque. Nem Nash nem Kobe entregarão a laranjinha nas mãos do pivozão quando a partida precisa ser decidida; coloque na equação o péssimo aproveitamento de lance livre de Howard.


Com Mike Brown (foto acima), ex-treinador dos Lakers, demitido após as cinco partidas iniciais da temporada ’12-’13 (1v-4d), Howard seria melhor aproveitado, levando em consideração a especialidade de Brown, um estrategista defensivo. A diretoria optou por trocar o comando técnico e trouxe um cara que nada tem de similar com o que o atual elenco apresenta e investiu muita grana. Trouxe D’Antoni, US$ 12 milhões/3 anos. Brown permanece na folha de pagamento dos Lakers, contrato (de 2011) foi de US$ 18 milhões/4 anos.

Os Lakers não vão demitir D’Antoni e pagar dois treinadores para não treinar.

Hora de se livrar de Howard – e Gasol também, porque não.

Na verdade é melhor manter Gasol. O espanhol está mais acostumado com os companheiros, com a cidade e (o mais importante) tem bom relacionamento com Kobe. O camisa 24 do bicolor de Los Angeles perguntou, antes do confronto versus os Grizzlies, se Howard tem algum problema em jogar com ele – Bryant é difícil de lidar mesmo, ele próprio admite. Com sinal de apatia, sem um traço sequer de liderança, Howard ficou quieto. Esse é o líder que a franquia quer a longo prazo? O pivô chegou para ser a nova face do legendário clube na pós-aposentadoria de Kobe. Poucos meses pôde se notar que não foi a melhor escolha.

As opções são ficar com um técnico que nunca chegou às Finais ou com um atleta que levou seu ex-time (Orlando Magic) às Finais. A escolha certa e melhor é a primeira. Até pelo fator financeiro já abordado aqui.

Howard quer ficar em Los Angeles e a franquia é a única que após esta temporada pode lhe oferecer um contrato de cinco anos – outra de apenas quatro anos (cláusula de contrato chamada de Bird Rights). Mesmo assim os Lakers correm o risco de perdê-lo. Logo uma negociação é bem vinda, seja antes de fechar a janela de contrato (21 de Fevereiro) ou depois da temporada, com uma assinatura de contrato e troca em seguida.

Apesar de tudo Howard vale muito. Se entrar no time certo pode render como de costume. Qual melhor destino?

Como o salário de Dwight é altíssimo – US$ 19,5 milhões – é necessário envolver outros dois times na negociação. A mais realista que proponho, e dentro da legalidade das regras da NBA, é esta:

*Dwight Howard para o Brooklyn Nets – Brook Lopez (Nets) e CJ Watson (Nets) para o Cleveland Cavaliers – e Anderson Varejão (Cavaliers), Kyrie Irving (Cavaliers) e MarShon Brooks (Nets) para o Los Angeles Lakers*

Desta forma Dwight vai para o lugar que deveria ter ido anteriormente e os Lakers pegam dois jovens e talentosos atletas para a armação/finalização ofensiva, se adequando ao novo estilo de jogo da NBA e mantendo a franquia na vanguarda da associação; Varejão ficaria como alternativa para o próximo campeonato.


(GL)
Escrito por João da Paz


PS: Outras trocas interessantes, mas envolvem times rivais da Conferência Oeste:

Dwight Howard para o Golden State Warriors – Jarret Jack (Warriors), Harrison Barnes (Warriors) e Earl Clark (Lakers) para o Indiana Pacers – e Danny Granger (Pacers) e Andrew Bogut (Warriors) para o Los Angeles Lakers

Dwight Howard para o Brooklyn Nets – Brook Lopez (Nets), MarShon Brooks (Nets) para o Portland Trail Blazers – e Nicolas Batum (Trail Blazers), Damian Lilard (Trail Blazers) e Jerry Stackhouse (Nets) para o Los Angeles Lakers

Esta é uma ideia do comentarista da ESPN, especialista em NBA, Bill Simmons. Foge do proposto no texto, mas dá certo – com pequenos ajustes, porque ele só mencionou os principais nomes: Dwight Howard para o Brooklyn Nets – Brook Lopez (Nets) e Jerry Stackhouse (Nets) para o Minnesota Timberwolves – e Kevin Love (Wolves) e MarShon Brooks (Nets) para o Los Angeles Lakers

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