Ver para acreditar.
Infelizmente pessoas usam a citada frase como modelo de
vida, como lema. São discípulas de Tomé. Algumas destas se encontram no mundo
da NBA (jornalistas ou torcedores) e quem sabe com o título da NBA 2011-12 dão
a LeBron James o crédito que merece
(só que não)
Após oito anos, o melhor ala da história da NBA levanta o
troféu Larry O’Brien e isto é mais uma coisa para quem gosta de praticar o
esporte de odiar LeBron continuar fazer o que sabe de mais repugnante. Sim, é
necessário encontrar motivos para desmerecê-lo por qualquer irrelevância que
seja.
Os playoffs da temporada que terminaram quinta (dia 21) teve
um jogador espetacular fazendo coisas incríveis. Este jogador veste a camisa 6 do Miami Heat. O dono do time, o líder.
Seus companheiros diziam em entrevistas que jogavam para
conquistar o título para LeBron – e de tabela para seus críticos. Difícil
imaginar alguém egocêntrico centralizar um carinho tão aberto e direcionado.
Egoísta. Palavra que incomoda. Palavra que serviu como
combustível para ser um jogador de equipe (sempre foi). No pódio do campeão,
LeBron disse que ouvir que era egoísta foi o que mais lhe incomodou.
Porém ele não ligou para isto, para o que dizem (deixe que
falem). Nesta postura de jogar por amor e não com raiva para mostrar o que não
é necessário – que é o melhor jogador da NBA –, uma mudança de atitude foi
observada, que não vem de agora e nem de ontem, começou ao admitir erros no
comportamento fora de quadra.
Fato. Mas e quem o chamou de “amarelão” e que “se escondia
nos momentos decisivos”? Posições errôneas sem tamanho, ridículas, tanto antes como agora. Fique tranquilo, você não irá ver/ouvir/ler que os que lhe rotularam
desta maneira dizer que estão errados.
Imagina! Never!
É raro um jornalista admitir erro, porém é algo do ser
humano. Então dar até para entender. Contudo é curioso: mais fácil dizer que LeBron
mudou do que admitir uma falha.
Sem contar o rancor. Somado nesta equação se iguala a capa
esportiva do tabloide nova-iorquino, New York Post, desta sexta 22 (foto abaixo) com a
manchete: “1 a menos, falta 7”. Isto porque o atual MVP não escolheu New York
(nem os Nets, nem os Knicks) para levar o seu talento. Pra quê sorrir? Resta ranger os
dentes.
Ao comentar a ruim performance do ala nos momentos decisivos
das partidas (clutch) se esquece que todos os jogadores da NBA tem performances
ruins nestes lances. Os equívocos prosseguem na análise de LeBron como um
jogador que precisa arremessar a bola decisiva.
Que tal uma observação de Phil Jackson para encerrar este
assunto? O grande treinador reverberou coisas que você leu aqui no grandes ligas em outras oportunidades, servindo como mais um argumento qualitativo de
que LeBron James é melhor que Kobe Bryant e merece estar no quinteto all-time
da associação.
Claro, Phil Jackson entende mais de basquete do que eu e
você, nada mais óbvio. São 11 títulos da NBA: 6 com o Chicago Bulls e 5 com o
Los Angeles Lakers. Treinou lendas da liga como Shaquille O’Neal, Kobe e
Michael Jordan.
Sobre Kobe, Jordan e LeBron, Phil Jackson deu uma perfeita
declaração para o programa da HBO Sports (Real Sports com Braynt Gumbel) em
entrevista para a Andrea Kremer. Basta prestar atenção na aula – respondendo se
o Miami Heat usa LeBron da maneira correta:
“Eles estão usando LeBron do melhor jeito que podem. Ele é
um jogador tão grandioso. Penso que seu jogo ainda vai melhorar. Ele tá pra
mais um jogador que passa primeiro e arremessa depois. Enquanto que Michael
[Jordan] ou Kobe [Bryant] são como ‘Eu vou arremessar esta bola’. Toda vez que
eles pegam a bola pensam primeiro em arremessar e LeBron não é assim. E amo
isto sobre ele, mas quando decide marcar pontos, ele também é espetacular. O
ideal é ter um jogador que possa fazer essas duas coisas.
“Tentei fazer Kobe, por inúmeros anos, ser igual a LeBron,
que ele fizesses as duas coisas. Kobe até conseguiu, mas seu instinto era
sempre driblar seu marcador”.
Phil Jackson senhoras e senhores.
James personifica uma bela história, uma narrativa para ser
aplaudida e reverenciada; e não menosprezada. Uma pessoa com talento imenso,
que passou pela fama, pelas adversidades, pelos erros, pelos fracassos... até
atingir a glória. Trajetória que quem já passou por momentos parecidos é capaz
de entender o que é ser desafiado.
Tomé, um personagem bíblico, discípulo de Jesus, ficou marcado
por externar um sentimento que temos com frequência: dúvida. Tomé, segundo o
cristianismo, não acreditou no que disseram a ele, que Jesus ressuscitou depois
de três dias. O discípulo disse, ao ouvir relatos crentes de seus colegas, que
só acreditaria se tocasse nas feridas do seu mestre.
Após oitos dias Jesus aparece para Tomé e diz que ele pode
tocá-lo para que enfim acredite.
Daí surge a história de “ver para acreditar”. Como pode ser lida na tradução King James da
Bíblia.
Os Tomés do habitat NBA tem um exemplo nítido para dirigir,
no mínimo, respeito ao jogo de LeBron James. São 3 MVP’s da associação (o melhor jogador em quatro temporadas seguidas), MVP das Finais... Tá no
currículo, tá registrado. Nada dado, nada sorteado. Tudo ganho, tudo
conquistado.
Após oito anos...
Para Deus, um dia pode ser um ano, e um ano pode ser um dia.
(GL)
Escrito por João da Paz
2 comentários:
História mais uma vez muito bem contada, João! Estamos preparando o terreno para você voltar ao Overtime e falarmos mais sobre as verdades do esporte, queira a mídia contá-las ou não!
Abraço!
SENSACIONAL!! MEUS PARABENS.ABRAÇOS DA EQUIPE HEAT FANS BRASIL http://heatfansbr.blogspot.com.br/
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