¡Olé!


O super mercado de agentes livres 2010 da NBA está prestes a abrir e as opções que as franquias terão para reforçar seus respectivos times são muitas. Haverá jogador para suprir qualquer necessidade: cestinha, defensor, coadjuvante... Entre tantas opções, há um cara veterano, campeão por onde passou e com muito basquete pra mostrar, trazendo experiência para quem estiver precisando: Manu Ginóbili.

Apesar da diretoria do San Antonio Spurs ter como meta principal renovar o contrato das suas estrelas, isto não deverá acontecer com o argentino. A ida dele para as Olimpíadas de Pequim-2008 impediu que a franquia entrasse em acordo com o atleta e a prorrogação do contrato que expira no final desta temporada não ocorreu.

Ginóbili é o quarto jogador mais bem pago do atual elenco, recebendo U$S 9 milhões nesta que é a última temporada do acordo feito em 2004, quando ele era um agente livre restrito vindo dum contrato de novato. A opção de renovação é dele, mas não deverá exercer devido o clima entre ele e o clube não ser o dos melhores.

Mesmo assim ele não deixa de lutar e se dedicar dia-a-dia, entrando em quadra com muita profissionalismo. Manu é taxado de ser um “cavador de faltas” de primeira grandeza, porém ele faz muito mais do que isto. Nesta temporada, por exemplo, o treinador Greg Popovich lhe pediu que passasse mais a bola e fosse menos agressivo nas jogadas dentro do garrafão. Naturalmente Ginóbili vem se transformando neste tipo de jogador e é o único de todo o elenco que teve um crescimento em assistências da temporada passada para esta. Os 4.6 passes em média por jogo lembram os números da temporada 2007-08 (4.5) quando ele foi eleito o melhor reserva – só que ele está fazendo neste campeonato em menos minutos em quadra: 27.7 (2009-10) contra 31 (2007-08).


Atacar menos a cesta foi uma boa dica de Popovich e que pode ajudar seu armador-chutador em outro sentido: se machucar menos. Na Argentina, Ginóbili tem um apelido bem sugestivo “El Contusión”. São exatamente as contusões que podem fazer com que ele não faça um bom contrato para a próxima temporada ou que poucos times vão a sua busca. A mais recente lesão foi uma fratura por estresse no tornozelo direito que o limitou a apenas 44 jogos na temporada passada. Só assinando com o próprio Spurs que Manu deverá ter um acordo lucrativo.

Por mais que o dinheiro seja importante, a oportunidade de ganhá-lo já passou. O que o argentino quer, e ele deixa isto claro em suas entrevistas, é estar num time que também lhe queira. Com Richard Jefferson e George Hill, os minutos em quadra do camisa 20 tende a cair com o passar dos anos e a garra característica intrínseca na personalidade dos hermanos deve impedir que ele aceite um papel terciário, podendo ser relevante em outro lugar.

Na NBA existe espaço para um jogador como Ginóbili, extremamente vencedor e que reconhece seu papel no time. Limitado a vim do banco de reservas, ele não entra em quadra para apenas fazer o trivial, vai além e excede as expectativas jogando como um titular. Esta perspectiva ele poderá passar adiante, o senso coletivo que todo elenco necessita ter. Conquistou três títulos da associação (2003, 2005 e 2007) e outros tantos na Europa e pela seleção argentina. São vários os feitos, mas um se destaca dos demais: ele é o segundo jogador (depois de Bill Bradley) em toda a história do basquete a ganhar um título da Euroliga (Kinder Bollogna –2001), um título da NBA e uma medalha de ouro nas Olimpíadas (2004).

Manu é um dos atletas mais vitoriosos da Argentina, um esportista que é referência por lá. Sua figura é ímpar e ele utiliza sua posição da melhor forma possível. Em 2007, foi honrado como embaixador da UNICEF em seu país. Os argentinos amam o futebol numa paixão comparada ao que o brasileiro tem, mas eles abrem espaço para enaltecer o que atletas de outros esportes fazem e no caso do Ginóbili isto acontece numa potência elevada à décima, já que sua popularidade é alta e está acima de muitos jogadores de futebol famosos mundialmente – foi o responsável por carregar a bandeira da Argentina na cerimônia de abertura de Pequim-2008.


Sua cotação no mercado deve sofrer baixa pelas contusões que teve ao longo de sua carreira, que se iniciou no Andino Sport Club há 15 anos atrás. Contudo ele será uma ótima adição para o clube que o escolher, subentendendo que este clube o conheça e lhe entregue uma função que possa desempenhar com qualidade e desenvoltura. Enquanto muitos nem vão notar sua presença na “vitrine”, aquele que o pegar dará um passe em todos os outros e conseguirá o que todo negociante almeja: algo bom e barato.

A meta de Manu Ginobli é encerrar sua carreira na NBA em um time que esteja disputando o título e seja competitivo. Os Spurs serão assim em um futuro bem próximo, mas seu espaço no time que o escolheu na 2ª rodada do draft de 1999 (57ª escolha) está cada vez mais escasso. Agora é hora de respirar novos ares, renovar as energias e dar os seus dribles tradicionais em uma nova casa.

Quem for esperto e ágil, não perderá a chance de fechar com o argentino, dando um olé nos outros que ficarão estáticos e naqueles que não mostrarão interesse.


(GL)



© 1 Montagem por Jabelrto
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