Jamie e Frank McCourt
Até parece novela.
Uma das principais franquias esportivas de todo os EUA está passando por um momento nebuloso nos bastidores. O divórcio envolvendo o atual dono do Los Angeles Dodgers, Frank McCourt, e a ex-CEO (diretora geral) Jamie McCourt está diariamente sendo manchete de jornais, pois é considerada uma das maiores disputas que os tribunais do estado da California já presenciaram. Está em jogo pedaços (gigantescos) de terras, dinheiro (muito dinheiro) e o controle (total) dos Dodgers.
O que os torcedores se preocupam é se este imbróglio todo vai afetar o time quando a temporada começar no próximo mês. De certa forma, não tem prejudicado tanto assim. O mais importante é que no dia 24 de Maio, data prevista para o início do julgamento deste caso, os Dodgers não estarão em campo. Será, talvez, o único dia no qual as atenções estarão voltadas exclusivamente no tribunal.
Nos outros dias a atenção será dividida. Isto porque este não é um simples divórcio, há aspectos hollywoodianos nele e a posse de um time extremamente importante para a cidade. Por isso que algo tão particular, um relacionamento que durou 30 anos e teve quatro filhos, toma esta estrondosa proporção.
Quem entrou com pedido de separação foi Jamie; em Outubro do ano passado. Então começou as acusações de ambas as partes, um lado contando os “podres” do outro, mas tudo acontecendo como se fosse uma luta com penas, uma guerra de veludo.
Jamie diz que foi demitida da organização para seu marido ficar com a parte dela da franquia e assumir 100% os Dodgers. Frank rebate afirmando que ela saiu do clube por (palavras dele em comunicado a imprensa): “insubordinação, falta de responsabilidade, não cumprimento de metas e comportamento inapropriado com um subordinado”. O “...comportamento inapropriado com um subordinado...” seria um caso que Frank alega que sua ex-esposa teve com Jeff Fuller, um dos seguranças do clube.
Na representação de Jamie contra Frank – uma papelada de 1.400 páginas – , ela exige uma pensão mensal bem generosa de US$ 989.000 (caso ela não retome o cargo de CEO ou assuma o controle da franquia), tudo para manter o alto nível de vida da socialite angelina. Frank se posiciona dizendo que não tem tal quantia para pagá-la, o que ela rebate prontamente ao expor que o casal sonegou, nos últimos seis anos combinados, mais de 108 milhões de dólares ao não declarar este ganho no imposto de renda.
Embora a principal questão seja a seguinte: quem, no final das contas, vai assumir os Dodgers? Frank alega que ele é o único dono legal do clube e Jamie se defende que tem direito a uma parte (50%) da franquia. O documento que Frank usa a seu favor é um acordo feito entre o casal (em 2004) mostrando que Jamie ficaria com os 326 pedaços de terra pertencentes à família e ele seria o dono dos Dodgers. Ela refuta este documento e este será o problema que o juiz Scott Gordon, da Corte Superior de Los Angeles, terá que resolver e decidir quem será o favorecido.
A briga é de cachorro grande e todas as argumentações feitas por Frank e Jamie são formuladas pelos mais famosos advogados de Los Angeles e dos EUA. Todos eles estão acostumados a lidar com celebridades e interesses monetários.
Frank tem consigo Marshall Grossman, um experimentado advogado que recentemente representou a repórter da ESPN, Erin Andrews. Ele também assessora J.K. Rowling, Steven Spielberg e Mariah Carey. Há também uma equipe de veteranos advogados que acompanham o caso e auxiliam Frank.
Jamie tem seus “pit bulls” para defendê-la. Um deles chama-se Dennis Wasser, advogado que representou Tom Cruise contra Nicole Kidman e tem como clientes Jennifer Lopez, Jane Fonda e Rod Stewart. Outro nome forte do lado da Jamie é David Boises, que conseguiu derrotar a Microsoft num litígio contra o governo americano, e representou Al Gore (ativista e ex-vice presidente) contra a Suprema Corte dos EUA em 2000 (episódio da recontagem de votos da eleição daquele ano). George Steinbrenner (dono do New York Yankees), NASCAR e American Express são alguns dos clientes de Boises.
Dá para imaginar quanto será o gasto disto tudo. Frank estipula um valor entre 8 e 10 milhões de dólares que serão pagos aos seus advogados. Jamie já disse que sua defesa custará 9 milhões de dólares (Frank é quem vai/deverá pagar esta conta). Ou seja, uma das batalhas judiciais mais caras da história americana.
O receio dos fãs da equipe é que isto seja uma distração. O clube não fez nenhuma grande contratação na pré-temporada e muitos argumentam que o divórcio seja a causa principal para que isto acontecesse – curiosidade: o gasto com advogados será superior ao que o clube pagará para o seu infield titular neste campeonato.
O elenco perdeu os arremessadores Randy Wolf e Jon Garland, e também o 2B Orlando Hudson. Não foram adicionados nenhum atleta para repor-los, porém o time terá reforços ao longo deste ano. Foi isto que disse Frank numa rara aparição perante à mídia feita na semana passada. Ele também afirmou que “...a maioria dos assuntos do divórcio não tem nada a ver com beisebol...”
Contudo, o torcedor local do clube está meio receoso, não entendendo como o terceiro principal mercado em toda a MLB tem um elevadíssimo custo (US$ 10 uma cerveja no Dodgers Stadium, US$ 15 o estacionamento e um aumento de 40% nos ingressos) que não resulta num time competitivo e atraente em campo. Tá certo que a base de 2009, bi-campeã da divisão Oeste da Liga Nacional, foi mantida e que muitos jogadores têm potencial de crescimento, mas o sentimento do consumidor é que o dinheiro que ele gasta (gastou) não foi para melhorar o clube e sim direcionado para os bolsos dos McCourts.
O desenrolar do divórcio entre Frank e Jamie terá uma audiência recorde, pois não são apenas os torcedores dos Dodgers interessados no desfecho desta novela. O caso, a cada dia que passa, aumenta em proporções cavalares, prato cheio para quem gosta de dramaticidade e confronto. As pessoas vão escolhendo o lado de sua respectiva preferência, ficando a favor de quem acha que está com a razão. No entanto o final feliz só será um: aquele que o Los Angeles Dodgers não sairá como grande perdedor.
Uma das principais franquias esportivas de todo os EUA está passando por um momento nebuloso nos bastidores. O divórcio envolvendo o atual dono do Los Angeles Dodgers, Frank McCourt, e a ex-CEO (diretora geral) Jamie McCourt está diariamente sendo manchete de jornais, pois é considerada uma das maiores disputas que os tribunais do estado da California já presenciaram. Está em jogo pedaços (gigantescos) de terras, dinheiro (muito dinheiro) e o controle (total) dos Dodgers.
O que os torcedores se preocupam é se este imbróglio todo vai afetar o time quando a temporada começar no próximo mês. De certa forma, não tem prejudicado tanto assim. O mais importante é que no dia 24 de Maio, data prevista para o início do julgamento deste caso, os Dodgers não estarão em campo. Será, talvez, o único dia no qual as atenções estarão voltadas exclusivamente no tribunal.
Nos outros dias a atenção será dividida. Isto porque este não é um simples divórcio, há aspectos hollywoodianos nele e a posse de um time extremamente importante para a cidade. Por isso que algo tão particular, um relacionamento que durou 30 anos e teve quatro filhos, toma esta estrondosa proporção.
Quem entrou com pedido de separação foi Jamie; em Outubro do ano passado. Então começou as acusações de ambas as partes, um lado contando os “podres” do outro, mas tudo acontecendo como se fosse uma luta com penas, uma guerra de veludo.
Jamie diz que foi demitida da organização para seu marido ficar com a parte dela da franquia e assumir 100% os Dodgers. Frank rebate afirmando que ela saiu do clube por (palavras dele em comunicado a imprensa): “insubordinação, falta de responsabilidade, não cumprimento de metas e comportamento inapropriado com um subordinado”. O “...comportamento inapropriado com um subordinado...” seria um caso que Frank alega que sua ex-esposa teve com Jeff Fuller, um dos seguranças do clube.
Na representação de Jamie contra Frank – uma papelada de 1.400 páginas – , ela exige uma pensão mensal bem generosa de US$ 989.000 (caso ela não retome o cargo de CEO ou assuma o controle da franquia), tudo para manter o alto nível de vida da socialite angelina. Frank se posiciona dizendo que não tem tal quantia para pagá-la, o que ela rebate prontamente ao expor que o casal sonegou, nos últimos seis anos combinados, mais de 108 milhões de dólares ao não declarar este ganho no imposto de renda.
Embora a principal questão seja a seguinte: quem, no final das contas, vai assumir os Dodgers? Frank alega que ele é o único dono legal do clube e Jamie se defende que tem direito a uma parte (50%) da franquia. O documento que Frank usa a seu favor é um acordo feito entre o casal (em 2004) mostrando que Jamie ficaria com os 326 pedaços de terra pertencentes à família e ele seria o dono dos Dodgers. Ela refuta este documento e este será o problema que o juiz Scott Gordon, da Corte Superior de Los Angeles, terá que resolver e decidir quem será o favorecido.
A briga é de cachorro grande e todas as argumentações feitas por Frank e Jamie são formuladas pelos mais famosos advogados de Los Angeles e dos EUA. Todos eles estão acostumados a lidar com celebridades e interesses monetários.
Frank tem consigo Marshall Grossman, um experimentado advogado que recentemente representou a repórter da ESPN, Erin Andrews. Ele também assessora J.K. Rowling, Steven Spielberg e Mariah Carey. Há também uma equipe de veteranos advogados que acompanham o caso e auxiliam Frank.
Jamie tem seus “pit bulls” para defendê-la. Um deles chama-se Dennis Wasser, advogado que representou Tom Cruise contra Nicole Kidman e tem como clientes Jennifer Lopez, Jane Fonda e Rod Stewart. Outro nome forte do lado da Jamie é David Boises, que conseguiu derrotar a Microsoft num litígio contra o governo americano, e representou Al Gore (ativista e ex-vice presidente) contra a Suprema Corte dos EUA em 2000 (episódio da recontagem de votos da eleição daquele ano). George Steinbrenner (dono do New York Yankees), NASCAR e American Express são alguns dos clientes de Boises.
Dá para imaginar quanto será o gasto disto tudo. Frank estipula um valor entre 8 e 10 milhões de dólares que serão pagos aos seus advogados. Jamie já disse que sua defesa custará 9 milhões de dólares (Frank é quem vai/deverá pagar esta conta). Ou seja, uma das batalhas judiciais mais caras da história americana.
O receio dos fãs da equipe é que isto seja uma distração. O clube não fez nenhuma grande contratação na pré-temporada e muitos argumentam que o divórcio seja a causa principal para que isto acontecesse – curiosidade: o gasto com advogados será superior ao que o clube pagará para o seu infield titular neste campeonato.
O elenco perdeu os arremessadores Randy Wolf e Jon Garland, e também o 2B Orlando Hudson. Não foram adicionados nenhum atleta para repor-los, porém o time terá reforços ao longo deste ano. Foi isto que disse Frank numa rara aparição perante à mídia feita na semana passada. Ele também afirmou que “...a maioria dos assuntos do divórcio não tem nada a ver com beisebol...”
Contudo, o torcedor local do clube está meio receoso, não entendendo como o terceiro principal mercado em toda a MLB tem um elevadíssimo custo (US$ 10 uma cerveja no Dodgers Stadium, US$ 15 o estacionamento e um aumento de 40% nos ingressos) que não resulta num time competitivo e atraente em campo. Tá certo que a base de 2009, bi-campeã da divisão Oeste da Liga Nacional, foi mantida e que muitos jogadores têm potencial de crescimento, mas o sentimento do consumidor é que o dinheiro que ele gasta (gastou) não foi para melhorar o clube e sim direcionado para os bolsos dos McCourts.
O desenrolar do divórcio entre Frank e Jamie terá uma audiência recorde, pois não são apenas os torcedores dos Dodgers interessados no desfecho desta novela. O caso, a cada dia que passa, aumenta em proporções cavalares, prato cheio para quem gosta de dramaticidade e confronto. As pessoas vão escolhendo o lado de sua respectiva preferência, ficando a favor de quem acha que está com a razão. No entanto o final feliz só será um: aquele que o Los Angeles Dodgers não sairá como grande perdedor.
(GL)
© 1 Pablo Martinez Monsivais / AP
© 2 Jon SooHoo / Dodgers Media
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