Trinca de Ases

AJ Burnett, Andy Pettitte e CC Sabathia - da esq. para a dir.


A rotação do New York Yankees está com uma formação diferente nesta série final da Liga Americana contra o Los Angeles Angels. Ao invés de usar quatro arremessadores, modelo tradicional, o NY vai com apenas três. Joe Girardi, treinador do time, e Dave Eiland, técnico dos arremessadores, sabem o que estão fazendo, pois convivem diariamente com seus atletas; logo ambos conhecem a capacidade de cada um.

CC Sabathia, AJ Burnett e Andy Pettitte foram os escolhidos para serem os titulares na decisão da Liga, que dá ao vencedor a oportunidade de jogar a World Series. Com exceção de CC, os Yankees não tinham a certeza de quem estaria na rotação nos playoffs e de como seria a ordem dos arremessadores. É consenso comum que, na pós-temporada, o que qualifica um clube ao título são dois fatores: bons arremessadores titulares (2) e um closer. Como o NY tem Mariano Rivera para encerrar as partidas, faltava o segundo arremessador.

Burnett e Pettitte alteraram bons e maus momentos durante o campeonato deste ano. Não tiveram números excelentes, mostrando insegurança e ganhando desconfiança dos torcedores, que também tinham que se preocupar com a profundidade da rotação. Chien-Ming Wang teve um início de campeonato fraco (derrotas nas três primeiras partidas com um ERA de 34.50 nestes jogos), ele entrou no departamento médico na metade do mês de Julho e fez uma cirurgia no ombro que o tirou da temporada. Joba Chamberlain voltou ao bullpen depois de jogar partidas medianas como titular e a solução foi então apostar nos homens de US$ 31 milhões de salário anual - somando os ganhos de Sabathia (US$ 15 mi) e Burnett (US$ 16 mi), contratados para esta temporada - e na experiência de Pettitte.

Contra o Minnestoa Twins na primeira rodada dos playoffs, os três atuaram muito bem, indo pelo menos até a sexta entrada e cada um cedendo apenas uma corrida. O teste, entretanto, viria a seguir contra os Angels, clube que eliminou os Yankees duas vezes nesta década: em 2002 (quando os Angels foram os campeões) e em 2005.


No primeiro jogo da final realizado nesta sexta, 17, Sabathia (acima) foi o titular e tinha um desafio: melhorar sua performance nos playoffs e contra os Angles. Os scouts da MLB sempre questionaram o poder de dominação de CC – em cinco jogos de pós-temporada (sem contar esta), foram 22 walks em 25 entradas. Para complicar as coisas, ele perdeu os dois confrontos contra o time de Los Angeles em 2009, com um ERA de 6.08.

Contudo, Sabathia teve uma atuação de gala no jogo 1: permitiu apenas um walk e uma corrida em quatro rebatidas, contando ainda sete strikeouts, não permitindo nenhum rebatedor, que começou uma entrada, ir para a primeira base. É um jogador completamente diferente de outros playoffs que participou com o Cleveland Indians e com o Milwaukee Brewers: antes de New York CC, em Outubro, tinha 2v-3d e um ERA de 7.92; já com os Yankees são 2v-0d e um ERA de 1.23. Por ter jogado pouco em Setembro, Sabathia está bem descansado e pronto para jogar partidas decisivas em um curto espaço de tempo – ele vai arremessar no jogo 4 (amanhã) e no jogo sete, se necessário.


O irregular Burnett (acima) iniciou o jogo 2 no sábado. Em 6 entradas e 1/3 ele cedeu duas corridas e três rebatidas, com quatro strikeouts. Foram muitos arremessos (114) e muitas bolas fora da zona de strike (39). AJ recebe críticas exatamente por perder o controle de seu comando nas partidas e não atuar bem contra grandes equipes. Só que neste ano, quando os Yankees quebraram um recorde, ele foi creditado com a vitória: no dia 23 de Julho, Burnett teve onze strikeouts e o NY venceu uma série contra os Angels em Anaheim pela primeira vez desde Maio de 2004.

AJ ainda está em busca da primeira vitória em playoffs, já que este é o primeiro que ele está participando. As suas duas partidas (a outra com os Twins) foram encerradas nas entradas extras e ele ficou "sem-decisão" em ambas, mas volta a arremessar no jogo 5 que será em Anaheim, onde ele pode se inspirar com o que foi feito anteriormente na temporada regular.


Hoje começa os jogos com o mando dos Angels e Pettitte (acima) será o titular pelo lado dos Yankees, com a meta de quebrar o recorde de mais vitórias em playoffs (15). As lembranças de Anaheim não são boas para ele, pois foram dois jogos lá em 2009 e duas derrotas. Agora é a hora de Andy usar sua vasta experiência para reverter esta situação desfavorável. São 224 entradas e 146 strikeouts em 15 pós-temporadas, lembrando sempre das sete World Series (6 com os Yankees e uma com o Houston Astros) que ele disputou.

Apesar de não terem tido uma ano de 2009 fantástico, Sabathia, Burnett e Pettitte são as melhores opções para Joe Girardi conseguir chegar a World Series. Esta curta rotação traz uma vantagem para o treinador que tem mais arremessadores no bullpen para utilizar, como ocorreu no jogo 2 contra os Angels quando sete relivers participaram da partida: Phil Coke, Chamberlain, Phil Hughes, Rivera, Alfredo Aceves, Damaso Marte e David Robertson.

O dinheiro investido para montar o elenco desta temporada será recompensado só se um objetivo for alcançado: o título. É assim que funciona o beisebol com os Yankees, outro resultado será considerado um “fracasso”. Caso chegue à final, esta rotação com os três arremessadores deverá ser mantida, levando em consideração que CC, AJ e Andy já atuaram na Liga Nacional e não terão dificuldade em jogar no ataque – nas partidas fora de casa.

Sem blefe, o New York Yankees mostra as suas cartas e a poderosa trinca de ases passando, por enquanto, ileso e invicto nestes playoffs.


(GL)



© 1 Bill Kostroun / AP
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