O Mundo é Dela


A terceira mulher mais poderosa no mundo dos esportes segundo a revista Forbes – atrás de Donna Goldsmith [2], executiva chefe de operações da WWE (liga de luta livre) e Lesa France Kennedy [1], diretora geral do Daytona Speedway (autódromo) –, Heidi Ueberroth (foto acima), 43, está prestes a conquistar toda a Terra faltando chegar à Índia, que é o próximo passo. São várias as realizações que ela conseguiu, levando a marca NBA aos quatro cantos do planeta e com muitas idéias para executar.

O cargo que ela tem na associação é especial – criado exclusivamente para ela: Presidente Global de Parcerias em Marketing e Operações de Negócios Internacionais. Nesta pré-temporada ela manteve a visão mundial da NBA, trazendo de volta o jogo no México e organizando partidas em Madrid (Espanha), Taipei (Taiwan) e Pequim (China). Isto para expandir mais o basquete da associação e difundir o jogo em outros países.

Dentro deste pensamento, ela organiza, nas férias dos atletas, jogos exibições e eventos em vários países. O Brasil teve a oportunidade de receber um desses programas no mês de Agosto (dia 9) – NBA Cares – que foi realizado no ginásio do Maracanãzinho, cidade do Rio de Janeiro-RJ, com crianças do projeto “Basquete de Rua do Cesarão”, bairro Santa Cruz, zona oeste carioca. Depois foi realizado um jogo que contou com a presença de Anderson Varejão, Leandrinho, Danny Granger, Shawn Marion, Drew Gooden, Keith Bogans e Coby Karl. Este tipo de promoção visa expor o nome NBA, estampado nestes jogadores citados, para enriquecer ainda mais esta marca valiosíssima.

Leandrinho, Anderson Varejão e Shawn Marion

Se as estrelas das décadas de 80 e 90 tornaram a liga popular, alguém precisava por ordem nas coisas, focar os principais objetivos e administrar profissionalmente este valor intangível: a magia da NBA. Justamente para concretizar tais metas, Heidi entra na associação – 1994 – com o trabalho de vender os direitos de transmissão para redes televisivas de todos os países possíveis. Apesar dela não continuar nesta posição dentro do organograma da NBA, Heidi ainda tem um papel crucial nas negociações desses direitos e é considerada a responsável por a associação estar em 215 países - 43 diferentes línguas. No último acordo feito com as TV´s americanas (ABC, ESPN e TNT), ela fechou um contrato, que começou na temporada passada e vai até 2015-16, de US$ 7.5 bilhões, aumento de US$ 3.9 blihões em relação ao último acerto feito em 2001.

O torcedor brasileiro terá mais opções de acompanhar a NBA nesta temporada, apesar de não ter transmissão na TV aberta: as TV´s por assinatura ESPN e Space, junto com o site/portal Terra vão passar os jogos para o Brasil.

Os contratos com as redes de televisões estrangeiras não são tão consideráveis assim no gráfico de ganhos da NBA – 10% no faturamento total. Entretanto, existe a arrecadação indireta e a associação fatura bem com isto. “Se alguém quer assistir um jogo [de basquete] na TV, queremos que este alguém veja uma partida da NBA. Se, depois do jogo, alguém queira jogar vídeo game, queremos que ele pegue um jogo da NBA. E, se depois disto, este alguém for querer jogar basquete, queremos que ele use algo da marca NBA. Está tudo conectado e faz parte do planejamento” disse ela ao site Sports Pro Media.

Manter a marca NBA no topo das principais ligas esportivas do mundo não é fácil. Heidi tem a missão de fazer que o lucro + divulgação cresça; e ela quer isso. O “ataque” publicitário no território chinês já foi feito, agora ela está a caminho da Índia.

O foco da NBA é nos países emergentes. Depois de três décadas de trabalho sólido na China, todos os esforços estão voltados ao segundo país mais populoso do mundo. O trabalho na Índia é a longo prazo e similar ao que ocorreu no país vizinho. Hoje, a NBA é um nome forte na China (Heidi é estrela por lá) e já está na raiz do basquete chinês, a espera da mais nova estrela da potência esportiva. Ela criou um projeto, organizado em 64 cidades chinesas, que será uma competição para achar o mais talentoso jogador do país; o vencedor vai ganhar um teste na D-League (liga de base da NBA).

Lara Dutta, Kobe Bryant e Dino Morea

A aproximação com a Índia será parecida, mas como a NBA está chegando por lá agora, o foco é associar o esporte com o que há de mais popular no país: Bollywood. Os mais populares atores da indústria cinematográfica indiana estiveram presentes no último Jogo das Estrelas em Phoenix e a NBA TV gravou cenas deles nos bastidores e fez um especial para a TV local do país; nem precisa dizer que o programa foi um sucesso. No ano passado, a ESPN Star Sports (Índia) fez uma reportagem mostrando os bastidores do Los Angeles Lakers, e os “repórteres” foram dois dos mais reconhecidos atores bollywoodianos – foto acima.

Se Heidi for nesta caminhada, quem sabe o Brasil não seja o próximo alvo – assim, tentando completar a sigla BRIC´s (Brasil, Russia, Índia e China) dos países emergentes na economia mundial. Ela sabe que 20% dos jogadores que atuam hoje na associação não são americanos e que há potencial enorme de crescimento das vendas dos produtos relacionados à NBA fora dos EUA, principalmente nos países destes atletas.

Tudo que ela faz está dentro de um estudo e de um plano. As brilhantes execuções de suas obrigações é uma credencial de apresentação fortíssima, a colocando como o principal nome na sucessão do comissário David Stern, que completa 25 anos no comando da NBA. Para isto acontecer, muitos dizem, é só questão de tempo. Enquanto não chega a hora, ela vai explorando o mundo e levando a marca da NBA consigo, passeando pela Terra como se fosse seu quintal.

Só dela.


(GL)



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