Anel de campeão à venda: quem paga mais?

Nesses últimos dois anos e meio do Grandes Ligas acompanhamos diversos times alcançarem o ponto máximo da glória ao conseguirem o título: Los Angeles Lakers (2008-09, 2009-10) e Dallas Mavericks (2010-11); New York Yankees (2009) e San Francisco Giants (2010); New Orleans Saints (2009-10) e Green Bay Packers (2010-11). Conquistas coletivas, mas que premiam o indivíduo com um objeto que almejam impetuosamente: um anel com diamantes, ouro e afins.

A joia em si tem um valor enorme por ser de matérias primas valorizada no mercado, que não sofrem tanta queda assim em suas cotações, mesmo em época de crise econômica. As peças ganham uma alta em seu preço ao se associar com um grande time e/ou grande jogador. Quem os tem guarda da forma que entendem ser a melhor, fazendo uso quando necessário. Afinal, foi uma batalha vital para por no dedo um destes. Mas, por que então muitos jogadores vendem anéis de campeão?

Os pindaibanos são inúmeros, atletas cheios da fortuna enquanto profissionais, porém vão à falência quando se aposentam por não saber administrar os milhões e milhões de dólares. O jeito nesta ocasião é, se tiver um, recorrer ao objeto que tanto lutou para alcançar – aproveitar que vale uma quantia boa de verdinhas.

Vejamos alguns casos na história das grandes ligas de atletas que venderam seus anéis de campeão para resolver problemas particulares, entretanto vamos começar com um caso à parte.

Ron Artest
Anel conquistado em 2009-10 com os Los Angeles Lakers (NBA)

Artest decidiu leiloar sua joia que demorou 11 anos para pegá-la, reverter a quantia levantada para instituições de caridade. Ele disse o seguinte sobre fazer este gesto:

“Você trabalha tão duro para conseguir um anel, e agora você tem a chance de ajudar o outro ao invés de auto satisfazer. O quê é melhor que isso? Para mim é muito importante."

Este anel é especial, feito em ouro 15 quilates (geralmente são 14 quilates) e com 15 diamantes nele. Especialistas estipularam que, na época da sua fabricação, o preço da peça valia pouco mais que US$ 30 mil. A “rifa” criada por Artest teve até investimentos (apostas) do seu treinador Phil Jackson. No final o dinheiro recolhido foi US$ 630 mil, todo ele revertido à instituições que cuidam de crianças com problemas mentais. O vencedor da “rifa” recebeu o anel na caixa especial customizada, entregue pessoalmente por Artest.

Ted Williams
Anel conquistado em 1946 com o Boston Red Sox (MLB)

Claudia, filha do falecido atleta, ícone do beisebol, anunciou esta semana que fará um leilão em Boston, numa data a ser determinada, de alguns pertences de seu pai usados na época em que atuava no diamond. Entre os souvenires há o anel recebido por ganhar a Liga Americana de 1946.

Este item é precioso e Claudia recebia muitos pedidos de colecionadores e admiradores do seu pai para ver esta raridade. Ela disponibilizará a joia num leilão no qual terá parte da verba doada para a instituição de caridade oficial do Boston Red Sox.

Steve Wright
Anel conquistado no Super Bowl I com o Green Bay Packers (NFL)


A comoção em Green Bay foi grande em Maio deste ano quando a notícia apareceu nas manchetes dos jornais locais que Wright, membro do time campeão do primeiro Super Bowl, leiloou seu anel de campeão. Acredita-se que seja o único caso de um jogador deste elenco que tenha colocado à disposição do público o prêmio da pioneira decisão da NFL.

A oferta vencedora pagou US$ 73 mil dólares. Wright optou por ficar com o dinheiro do que guardar o anel num cofre.

John Milton “Mickey” Rivers
Anéis conquistados em 1977 e 1978 com o New York Yankees (MLB)


Quem joga nos Yankees é estrela, se o time for campeão então... Rivers gozava do privilégio que jogar de center field nos Yankees trazia. Era conhecido por festejar bastante e gastar dinheiro sem remorso. Pessoas próximas a ele diziam que sua generosidade o atrapalhava, “dando” dinheiro aos “amigos” ao invés de “emprestar” (ou não fazê-lo). Sempre sai com um grupo grande de colegas e quem bancava tudo? Rivers. Quando a aposentadoria veio, pouco restava nas finanças.

O divórcio fez com que Rivers deixasse os dois anéis com sua ex-esposa. Ela vendeu na primeira oportunidade dada, pois Rivers a abandonou sem nada, a deixando ao léu – pelo menos tinha os anéis consigo.

Lenny Dykstra
Anel conquistado em 1986 com o New York Mets (MLB)


Dykstra tinha fama de bom administrador. Aposentou o bastão e vivia a boa vida pós-beisebol. Seu último jogo na MLB foi em 1996 e em 2009 só tinha 50 mil dólares em sua conta bancária. Em Agosto deste mesmo ano o jogador declarou falência e passou a vender tudo o que possuía com a meta de destravar suas finanças que estavam sendo controladas pela Corte Judicial de New York – até que as dividas fossem quitadas.

Entre as coisas que Dykstra pôs à venda estavam bolas autografadas, bastões, réplicas de troféus e a mansão na Califórnia que comprara do Wayne Gretzky (estimada em US$ 25 milhões). Claro, o anel de campeão da World Series também participou do lance, talvez o último que virá com o nome “Mets” e “Champions” no mesmo lugar.

Ray Guy
Anéis conquistados com a franquia Raiders em 1977, 1981 e 1984


A falência fez com que o ex-punter leiloasse esta joias de um suposto alto valor com 28, 35 e 23 diamantes respectivamente. Porém talvez por ser um chutador e pertencer aos Raiders, o valor agregado da peça não chegou a um nível considerado satisfatório.

Os três anéis foram comprados por uma fã (não-identificado) em 2010, pagando por eles um total de US$ 80.100 – uma média baixíssima para os padrões deste mercado.



(GL)
Escrito por João da Paz

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