Kobe Bryant conseguiu mais um título da NBA. Após a vitória do Los Angeles Lakers contra o Boston Celtics no jogo 7 das Finas, foi concretizado outro fato que servirá de argumento para aqueles que defendem a excelência de Kobe, o colocando como um dos melhores (e maiores) jogadores que o basquete já presenciou.
Toda opinião é válida, seja ela a favor ou contra as conquistas, embora deva receber menos credibilidade o ponto de vista do fã dele (supervalorizando todos os números e realizações), assim como o ponto de vista do cara que o odeia (desvalorizando todos os números e realizações). Ao falar sobre Kobe em qualquer debate, nenhum destes tópicos citados abaixo merece desconsideração:
- 5 títulos
- 2 vezes MVP das Finais
- 1 vez MVP da temporada regular
- 2 vezes cestinha da temporada regular
- 8 vezes no primeiro time ideal da NBA
- 8 vezes no primeiro time ideal defensivo da NBA
- Medalha de Ouro nas Olimpíadas
Gostar ou não do estilo de jogo de Bryant é direito de qualquer um. Mas é interessante como poucos defendem uma visão negativa sobre ele de maneira sensata, optando por usar o descrédito e a falta de equilíbrio. Daí se ouve coisas absurdas e sem sentido. Ele não esconde que toma todos comentários de forma pessoal, transformando em ferramentas para mantê-lo motivado. (leia mais em Percepção e o Bom Excesso)
Na coletiva de imprensa que procedeu ao jogo final da temporada 2009-10, pergutaram ao Kobe acerca do significado deste título. Ele respondeu: “Tenho um anel de campeão a mais do que Shaq”. Durante o tri-campeonato dos Lakers no começo da década ´00 (2000, 2001 e 2002), Shaquille O´Neal foi a principal peça do clube e MVP nestas três Finais. Quando o pivô saiu e logo conquistou um título em Miami (2006), os especialistas que acompanham de perto toda movimentação da associação discutiam se Kobe seria capaz de ganhar um título sem Shaq.
Pois bem, os Lakers são os atuais tricampeões da Conferência Oeste e o clube venceu duas das últimas três Finais que participou, com Kobe recebendo o troféu de MVP em 2009 e 2010 (foto acima). No total, foram cinco títulos em onze temporadas, passando por uma reestruturação da franquia que ocorreu justamente na metade dos anos ´00, período que divide as conquistas do início e final da década.
Há uma insaciável sede de colocar alguém forçadamente num patamar de ídolo maior do esporte. Sem necessidade, já que excelência não se adquire facilmente; ela se desenvolve dentro daquele que entende o significado de grandeza. O topo é alcançado naturalmente, fruto de constantes vitórias, de sucesso contínuo. Comparar pessoas excelentes é cruel, pois esta se falando de indivíduos, gente com características únicas e próprias.
Entretanto é interessante quando tais comparações aparecem. Nota-se o quanto um é incomparável perante o outro e o quanto o que, em tese, perde o “duelo de trunfo” é ofuscado erroneamente mesmo tendo alcançado a excelência. Exemplo: esta final foi a 7ª no currículo de Kobe, Michael Jordan participou em seis: enquanto Bryant venceu 5 e perdeu 2, levando o troféu de MVP em duas oportunidades, Jordan venceu as seis Finas que disputou, levando o troféu de MVP em cada uma delas.
Percebe? Este simples dado mostra um pouco da representatividade do legado de Jordan. Mas e Kobe? Como fica nesta história? Quem prestou mais atenção nas duas derrotas dele em Finais e nos “míseros” dois MVP´s, é vítima de comparacinite aguda.
Quantos jogadores venceram 5 títulos na NBA? Fora Bryant, outros 13. Acima deles, com seis títulos ou mais, estão outros 23 atletas. E quantos talentosos jogadores, da atualidade ou não, nem sequer conseguiram vencer um campeonato... É fácil se perder neste caminho de afirmar categoricamente quem é melhor; cada um tem seu espaço e fez por onde para atingi-lo. Pena que ao invés de se aplaudir o mérito excepcional conquistado, aparece as críticas sem fundamento sólido.
O lendário Magic Johnson, entre tantas outras atividades (leia mais em Extraordinário), é comentarista da rede americana ABC. Ao ser questionado se Kobe teria seu legado na história da franquia Lakers intacto mesmo com uma possível derrota para os Celtics, Johnson afirmou que o que ele fez já está na história e não tem como ser apagado, porém o fato de perder duas finais para Boston estaria marcado para sempre como fator negativo. Esta ponderação de Magic é totalmente válida, já que ele sabe muito bem o que é ganhar (e perder) para o Boston. Kobe entrou no jogo 7 com um pensamento certo em sua mente: precisava vencer os Celtics de qualquer jeito. Este desejo o prejudicou em boa parte do jogo, fazendo com que ele errasse muitos arremessos e se precipitasse em muitas posses de bola, acelerando mais o jogo do que deveria. Dos 23 pontos que ele marcou, 10 vieram no quarto período, mas oito deles foram convertidos em lances livres – seu aproveitamento de arremessos foi baixo, convertendo 6 de 24. Esta performance ofensiva abaixo da média foi compensada com muita energia e dedicação – Kobe foi o reboteiro da partida com 15 rebotes. Sua média de pontos nas Finais foi de 28.6, um pouco maior da média na temporada regular: 27.0. O prêmio de melhor jogador está em boas mãos.
A partir da temporada 2010-11, a franquia Lakers terá um tripé de jogadores históricos que será a representação do clube. A dupla Jerry West (décadas de 60 e 70) e Magic Johnson (décadas de 80 e 90) ganhou companhia. Derrotar os arqui-rivais Celtics serviu como carimbo final para promover o status de Kobe.
Os torcedores do clube vão lembrar com carinho desta temporada, especialmente da entrega que Bryant fez, jogando com dois dedos da mão machucados, um joelho dolorido e um tornozelo ruim. Agora de férias, ele irá analisar com cuidado todas estas contusões, pois, de acordo com suas próprias palavras, "não dá mais para jogar deste jeito”. Sendo assim, cirurgias não serão descartadas. O certo é que não existe espaço para duvidar do potencial de Kobe mesmo com tantas lesões, com a idade chegando (vai completar 32 anos em Agosto) e com 14 temporadas de NBA nas costas. O que para muitos pode ser um sinal de derrota, para Bryant é motivação para responder aos que o criticam.
Enquanto recebe argumentos detalhados que, em muitos casos, lhe denigrem e o depreciam, Kobe responde com a bola na mão e com grandes atuações em quadra, fato que é imbatível. Ele sempre gosta de estar do lado vencedor e até nesta questão ele não perde para os críticos, visto que contra fatos não há argumentos.
Toda opinião é válida, seja ela a favor ou contra as conquistas, embora deva receber menos credibilidade o ponto de vista do fã dele (supervalorizando todos os números e realizações), assim como o ponto de vista do cara que o odeia (desvalorizando todos os números e realizações). Ao falar sobre Kobe em qualquer debate, nenhum destes tópicos citados abaixo merece desconsideração:
- 5 títulos
- 2 vezes MVP das Finais
- 1 vez MVP da temporada regular
- 2 vezes cestinha da temporada regular
- 8 vezes no primeiro time ideal da NBA
- 8 vezes no primeiro time ideal defensivo da NBA
- Medalha de Ouro nas Olimpíadas
Gostar ou não do estilo de jogo de Bryant é direito de qualquer um. Mas é interessante como poucos defendem uma visão negativa sobre ele de maneira sensata, optando por usar o descrédito e a falta de equilíbrio. Daí se ouve coisas absurdas e sem sentido. Ele não esconde que toma todos comentários de forma pessoal, transformando em ferramentas para mantê-lo motivado. (leia mais em Percepção e o Bom Excesso)
Na coletiva de imprensa que procedeu ao jogo final da temporada 2009-10, pergutaram ao Kobe acerca do significado deste título. Ele respondeu: “Tenho um anel de campeão a mais do que Shaq”. Durante o tri-campeonato dos Lakers no começo da década ´00 (2000, 2001 e 2002), Shaquille O´Neal foi a principal peça do clube e MVP nestas três Finais. Quando o pivô saiu e logo conquistou um título em Miami (2006), os especialistas que acompanham de perto toda movimentação da associação discutiam se Kobe seria capaz de ganhar um título sem Shaq.
Pois bem, os Lakers são os atuais tricampeões da Conferência Oeste e o clube venceu duas das últimas três Finais que participou, com Kobe recebendo o troféu de MVP em 2009 e 2010 (foto acima). No total, foram cinco títulos em onze temporadas, passando por uma reestruturação da franquia que ocorreu justamente na metade dos anos ´00, período que divide as conquistas do início e final da década.
Há uma insaciável sede de colocar alguém forçadamente num patamar de ídolo maior do esporte. Sem necessidade, já que excelência não se adquire facilmente; ela se desenvolve dentro daquele que entende o significado de grandeza. O topo é alcançado naturalmente, fruto de constantes vitórias, de sucesso contínuo. Comparar pessoas excelentes é cruel, pois esta se falando de indivíduos, gente com características únicas e próprias.
Entretanto é interessante quando tais comparações aparecem. Nota-se o quanto um é incomparável perante o outro e o quanto o que, em tese, perde o “duelo de trunfo” é ofuscado erroneamente mesmo tendo alcançado a excelência. Exemplo: esta final foi a 7ª no currículo de Kobe, Michael Jordan participou em seis: enquanto Bryant venceu 5 e perdeu 2, levando o troféu de MVP em duas oportunidades, Jordan venceu as seis Finas que disputou, levando o troféu de MVP em cada uma delas.
Percebe? Este simples dado mostra um pouco da representatividade do legado de Jordan. Mas e Kobe? Como fica nesta história? Quem prestou mais atenção nas duas derrotas dele em Finais e nos “míseros” dois MVP´s, é vítima de comparacinite aguda.
Quantos jogadores venceram 5 títulos na NBA? Fora Bryant, outros 13. Acima deles, com seis títulos ou mais, estão outros 23 atletas. E quantos talentosos jogadores, da atualidade ou não, nem sequer conseguiram vencer um campeonato... É fácil se perder neste caminho de afirmar categoricamente quem é melhor; cada um tem seu espaço e fez por onde para atingi-lo. Pena que ao invés de se aplaudir o mérito excepcional conquistado, aparece as críticas sem fundamento sólido.
O lendário Magic Johnson, entre tantas outras atividades (leia mais em Extraordinário), é comentarista da rede americana ABC. Ao ser questionado se Kobe teria seu legado na história da franquia Lakers intacto mesmo com uma possível derrota para os Celtics, Johnson afirmou que o que ele fez já está na história e não tem como ser apagado, porém o fato de perder duas finais para Boston estaria marcado para sempre como fator negativo. Esta ponderação de Magic é totalmente válida, já que ele sabe muito bem o que é ganhar (e perder) para o Boston. Kobe entrou no jogo 7 com um pensamento certo em sua mente: precisava vencer os Celtics de qualquer jeito. Este desejo o prejudicou em boa parte do jogo, fazendo com que ele errasse muitos arremessos e se precipitasse em muitas posses de bola, acelerando mais o jogo do que deveria. Dos 23 pontos que ele marcou, 10 vieram no quarto período, mas oito deles foram convertidos em lances livres – seu aproveitamento de arremessos foi baixo, convertendo 6 de 24. Esta performance ofensiva abaixo da média foi compensada com muita energia e dedicação – Kobe foi o reboteiro da partida com 15 rebotes. Sua média de pontos nas Finais foi de 28.6, um pouco maior da média na temporada regular: 27.0. O prêmio de melhor jogador está em boas mãos.
A partir da temporada 2010-11, a franquia Lakers terá um tripé de jogadores históricos que será a representação do clube. A dupla Jerry West (décadas de 60 e 70) e Magic Johnson (décadas de 80 e 90) ganhou companhia. Derrotar os arqui-rivais Celtics serviu como carimbo final para promover o status de Kobe.
Os torcedores do clube vão lembrar com carinho desta temporada, especialmente da entrega que Bryant fez, jogando com dois dedos da mão machucados, um joelho dolorido e um tornozelo ruim. Agora de férias, ele irá analisar com cuidado todas estas contusões, pois, de acordo com suas próprias palavras, "não dá mais para jogar deste jeito”. Sendo assim, cirurgias não serão descartadas. O certo é que não existe espaço para duvidar do potencial de Kobe mesmo com tantas lesões, com a idade chegando (vai completar 32 anos em Agosto) e com 14 temporadas de NBA nas costas. O que para muitos pode ser um sinal de derrota, para Bryant é motivação para responder aos que o criticam.
Enquanto recebe argumentos detalhados que, em muitos casos, lhe denigrem e o depreciam, Kobe responde com a bola na mão e com grandes atuações em quadra, fato que é imbatível. Ele sempre gosta de estar do lado vencedor e até nesta questão ele não perde para os críticos, visto que contra fatos não há argumentos.
(GL)
© 1 John W. McDonough / SI
© 2 Ronald Martinez / Getty Images
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