Stephen Strasburg: A Experiência


E a cobaia é o Pittsburgh Pirates

Amanhã, 08, será a estréia do arremessador que é um fenômeno e criou um grande frenesi ao redor da MLB desde sua escolha na primeira posição no draft de 2009. O garoto (foto acima) da universidade estadual de San Diego está sendo resguardado ao máximo pelo Washington Nationals, mas não deu para segurá-lo nas ligas de base por muito tempo.

Strasburg esteve em dois níveis nas minors: AA com o Harrisburg Senators (estado da Pensilvânia) e AAA com o Syracuse Chiefs (estado de New York). Seu primeiro jogo com os Senators foi, por coincidência, contra um afiliado dos Pirates – Altoona Curve. Já a primeira apresentação de Strasburg contra o Pittsburgh na MLB não é coincidência. Os Pirates é o pior time ofensivo de toda a liga, o último em rebatidas (444) e o último em corridas (186) – até 07/06.

Porém, mesmo que Stephen tenha um excelente jogo, sua performance será limitada. A comissão técnica dos Nationals espera vê-lo em seis entradas ou arremessando 95 vezes. Tudo dentro do plano de preservação de um dos mais puros talentos que surgiu no beisebol americano recentemente.

Em San Diego, suas atuações eram um show á parte. Todo o campus se mobilizava para presenciar bolas sendo arremessadas constantemente numa velocidade de 159 km/h, Treinado por uma lenda do beisebol, Tony Gwynn, Strasburg teve temporadas maravilhosas defendendo os Aztecs. Somando os dois últimos campeonatos, ele conseguiu 21v e 4d com um ERA de 1.44, 328 strikeouts e 35 walks em 206 entradas e 1/3.

Apesar de pronto para ir direto à MLB, Washington preferiu testá-lo nas ligas de base com objetivo de entender melhor os aspectos de seu jogo e observar como ele iria se adaptar com outro estilo de beisebol . No total, juntando os jogos em Harrisburg e Syracuse, foram 7v e 2d com um ERA de 1.30, 65 strikeouts e 13 walks em 55 entradas, permitindo apenas um home run.


Neste meio tempo, coisas interessantes aconteceram. Sua primeira partida com os Chiefs (foto acima) foi a que teve o maior público em 124 anos de beisebol em Syracuse: 14.098. O último jogo dele foi transmitido ao vivo pela Versus (rede de TV a cabo americana). Contra o Norfolk Tides, dia 12 de Maio, Strasburg foi substituído na sexta entrada embora estivesse no caminho de um no-hitter – tinha arremessado 80 vezes. Situação que não é inédita para ele.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim-08, Strasburg fez parte da seleção americana que ficou com a medalha de bronze. Na segunda partida da primeira fase, contra a Holanda, Strasburg estava construindo um no-hitter após seis entradas, o que deixou o treinador dos EUA Davey Johnson confuso, sem saber se tirava seu arremessador de campo ou não. Assim que sofreu uma rebatida na sétima entrada Johnson, aliviado, o substituiu.

Em novembro do ano passado, Johnson foi contratado para trabalhar com os Nationals. Seu cargo é de Conselheiro Sênior, totalmente propício para esta ocasião. Sua função em administrar Strasburg está sendo bem executada e o teste maior se aproxima. Entretanto, todos da franquia estão confiantes que o momento é agora, acreditando em Stephen, um garoto que sabe o que faz e tem um discernimento diferenciado, vai render conforme o esperado.

Além de jogar beisebol, Strasburg faz outras coisas desde que chegou ao profissional. Ele escuta, observa... Toda a expectativa criada em sua volta não o faz sentir o melhor do mundo, achando ser "o cara" e sem necessitar de aprimoramento. Ele ouve atentamente as instruções de seus treinadores e aprende rápido o que lhe é passado; sua atitude e caráter serão marcantes em sua carreira. Essa temporada de novato na MLB Strasburg compara com o primeiro ano na universidade, quando ele tinha que aprender com os veteranos as nuances e macetes do jogo. Agora ele faz isto com dedicação em prol de si próprio, o que consequentemente ajudará o time como um todo.


Os Nationals estão se estruturando para ser um time vencedor e que consiga permanecer na disputa por vagas nos playoffs por um bom tempo. Hoje o time tem experiência, talento e juventude. Sete jogadores do elenco já jogaram pelo menos uma World Series (Adam Kennedy, Miguel Batista, Liván Hernández, Tyler Walker, Jason Marquis, Willie Harris e Iván Rodriguez) e oito estiveram em decisões de liga. Isso sem incluir os talentosos Adam Dunn, Ryan Zimmerman e Josh Willingham. Vem mais promessa por aí, pois o Washington tem, no segundo ano consecutivo, a primeira escolha no draft – que será hoje. Outro fenômeno do esporte estará chegando logo mais ao clube: Bryce Harper, fantástico rebatedor e atleta da universidade do Sul de Nevada – não faz parte da NCAA.

Sem atrativo algum, uma partida entre os Pirates e o Nationals teria destaque zero e passaria despercebida. O que não é o caso do jogo desta terça, que teve os ingressos esgotados no primeiro dia do mês de Junho. Não será só a capital americana que acompanhará de perto este confronto, os amantes do esporte estarão ligados também, testemunhando assim o mais novo talento do beisebol. Até o presente momento, o Washington tem realizado um bom trabalho ao cuidar da sua principal peça que pode levar o clube ao sucesso, resta saber como será a atuação de Strasburg no grande palco e se irá lidar bem com os holofotes do beisebol profissional. Conforme for, eles podem ofuscá-lo ou reluzir ainda mais seu brilho.



(GL)


© 1 Win McNamee / Getty Images
© 2 Kevin Rivoli / AP

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