NBA Draft 2010 - As Apostas

A classe 2010 de jogadores elegíveis para a NBA é considerada uma das mais talentosas dos últimos tempos. Tem dois nomes fortes (John Wall e Evan Turner) e vários outros atletas com condições de brilhar no profissional. Daqui a alguns anos se espera que escolhas de segunda rodada deste draft estejam no Jogo das Estrelas. Times da parte debaixo do draft terão boas decisões a serem tomadas, visto que atletas de qualidade estarão disponíveis.

Entre tantos, o Grandes Ligas escolheu seis jogadores que são as apostas para brilharem na associação, a segunda edição da série iniciada ano passado (leia: NBA Draft 2009). O critério usado foi bastante subjetivo, pois contou um pouco com o gosto pessoal, mas em tese será apresentado um breve perfil de caras com a tendência de terem um êxito cedo na NBA. Alguns nomes não estão presentes por terem sido temas de artigos durante a temporada 2009-10 da NCAA. Confira abaixo os links dos textos:

A Provação (Lance Stephenson) – publicado dia 16/11/2009
Aí Sim! “Não” Fomos Surpreendidos Novamente (Jon Scheyer) – publicado dia 18/01/2010
Aquele da Enterrada (Jordan Crawford) – publicado dia 26/02/10

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Natural de: Raleigh, Carolina do Norte
Idade: 19
Posição: PG (1)
Universidade: Kentucky Wildcats (Novato)
Curso: “não-declarado”
Curiosidade: Ao ser apresentado para os universitários, Wall fez uma dança que virou febre:



A pressão sobre Wall é gigante por vários aspectos. Um deles é ser mais um pupilo do treinador John Calipari – que entregou para a NBA Derrick Rose (2008) e Tyreke Evans (2009) quando estava na Universidade de Memphis. Outra situação para lidar é corresponder toda a expectativa criada em volta de si para chegar no profissional e mostrar serviço logo. Por ter uma personalidade de líder, Wall foi atrás de quem entende do assunto.

Ele brinca que é uma das poucas pessoas que pode ligar para LeBron James a hora que quiser. Ter o telefone do atual MVP da temporada regular é um privilégio que Wall aproveita bem. O contato existe e o garoto busca conselhos para encarar da melhor forma possível o novo mundo que o espera. Esta é a atitude correta: ouvir de quem já passou por isso ao invés de enfrentar tudo sozinho acreditando que conseguirá se virar sem ajuda.

Wall é pronto para a NBA pelas seguintes características: visão de jogo, força física e capacidade de criar jogadas. Ah, gosta de ter a bola na mão nos momentos decisivos dos jogos. Pegando os 29 primeiros jogos de Kentucky e olhando somente para os 2 minutos finais de cada partida, Wall cometeu apenas 4 erros enquanto marcou 62 pontos, com um aproveitamento de arremesso de 60%




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Natural de: Richmond, Virginia
Idade: 21
Posição: PF (4)
Universidade: North Carolina Tar Heels (Segundanista)
Curso: “não-declarado”
Curiosidade: Seu pai, Terry Davis, jogou 10 temporadas na NBA defendendo o Mimai Heat, Dallas Mavericks, Denver Nuggets e Washington Wizards

Ele foi o que sobrou do time campeão de 2009. Daquela equipe, Tyler Hansbrough (Pacers) , Ty Lawson (Nuggets) e Wayne Ellington (Timberwolves) optaram ir para a NBA depois da conquista, porém Ed Davis resolveu ficar mais um ano, levando em consideração que ele era novato.

O que se temia aconteceu: lesão.

Davis perdeu 13 jogos da temporada passada por ter contundido o pulso esquerdo (ele é canhoto). Mesmo assim foi o segundo cestinha do time numa pífia campanha que não levou os Tar Heels ao torneio da NCAA. Os olheiros da NBA destacam a performance individual de Davis, ressaltando seu bom posicionamento no garrafão, agilidade quando está de costas para a cesta e boa transição defesa-ataque. Seu jogo defensivo merece menção, principalmente pela boa média de tocos que conseguiu no campeonato 2009-10: 2.8 por jogo.




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Natural de: Chicago, Illinois
Idade: 21
Posição: SG ou SF (2 ou 3)
Universidade: Ohio State Buckeyes (Junior)
Curso: Finanças Familiar e Serviços ao Consumidor
Curiosidade: Na temporada passada lesionou seriamente sua coluna e ficou inativo por um mês. Enquanto se recuperava, sua mãe esteve ao lado dele o tempo todo, inclusive o ajudando a se vestir. Sentava-se de forma ereta no sofá imobilizado por um suporte para manter seu tronco na vertical, o que não impedia de brincar com a bola de basquete, batendo ela no chão e treinando assim sua coordenação.

Este é o jogador mais completo disponível no draft 2010. Não quer dizer que ele é o melhor e nem que ele será o melhor, mas seu estilo de jogo leva a essa conclusão. A versatilidade é uma característica forte de Turner, atuando em quatro posições nos três anos que esteve em Ohio State. Seu controle de bola é de um armador, seu ataque a cesta e jogo lateral são de um ala e seu jogo de costas para a cesta é de um pivô.

Na temporada passada ele e Hassan Whiteside (pivô da Universidade Marshall) foram os únicos jogadores que anotaram dois triple-double. Ao falar de Turner, Thad Matta, treinador de Ohio State, fez uma declaração interessante: “Para os pais que querem fazer do seu filho jogador de basquete, é preciso estudar o jogo de Evan Turner. Ele chegou na universidade desacreditado, mas trabalhou duro para ser o grande jogador que é hoje




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Natural de: Corsicana, Texas
Idade: 22
Posição: SF ou PF (3 ou 4)
Universidade: Syracuse Orange (Junior)
Curso: Ecologia (Humanas)
Curiosidade: Jogou dois anos na Universidade Estadual de Iowa. Lá se desentendeu com a comissão técnica e resolveu sair do time. Buscando outra faculdade para jogar, quase se transferiu para Ohio State – formaria uma dupla arrasadora junto com Turner

Em três anos na NCAA Johnson só teve um bom ano, justamente quando esteve debaixo da tutela de Jim Boeheim, treinador de Syracuse. Ele que não gosta de aceitar jogadores transferidos de outras universidades se rendeu ao potencial de Johnson, que ficou uma temporada sem atuar pela equipe laranja por cumprir uma regra da NCAA, mas assim que a punição ficou pra trás, Wesley logo entrou na equipe titular.

O que mudou a cara do time. Syracuse passou a ser temida na poderosa conferência Big East e ficou em primeiro lugar ao término da temporada regular. Johnson teve um grande papel nesta bela campanha e seu único ano com o Orange lhe deu as credenciais para ir à NBA. Tem um arremesso de média distância ideal, corre na quadra muito bem e possui uma ótima leitura dos rebotes.




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Natural de: Mobile, Alabama
Idade: 19
Posição: PF ou C (4 ou 5)
Universidade: Kentucky Wildcats (Novato)
Curso: “não-declarado”
Curiosidade: Mantém a forma com uma dieta baseada em vegetais, saladas e produtos do mar.

Este, sem dúvida, é o cara mais incompreendido deste draft. As avaliações acerca da sua personalidade vão de um extremo ao outro, do (potencial) fracasso ao (potencial) sucesso. A imagem que ele passa de ser uma pessoa difícil de se relacionar e indisciplinado desapareceu após as entrevistas pré-draft. Os diretores de franquias que sentaram frente-a-frente com Cousins mudaram de opinião ao seu respeito assim que o questionamento acabou. Conheceram quem ele é.

Seu temperamento em quadra é explosivo e rude. Já discutiu com seu treinador em Kentucky (Calipari) e arrumou diversas brigas com adversários e companheiros de equipe (inclusive quando estava no colégio). A energia que ele transmite em quadra é altamente perigosa, mas possível de ser controlada – perceba que Cousins tem só 19 anos de idade. Todas as preocupações são válidas já que os clubes precisam saber como funciona a mente do jogador que está prestes ser uma escolha no Top 5 e que irá assinar um contato milionário.




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Natural de: Ghent, Bélgica
Idade: 19
Posição: SG (2)
Universidade: Kansas Jayhawks (Novato)
Curso: “não-declarado”
Curiosidade: Pai, mãe e tio jogaram basquete em Kansas através de bolsas de estudos.

Um ponto positivo para Henry é chegar num time vitorioso e se tornar prontamente um dos líderes junto com Sherron Collins e Cole Aldrich. Bil Self, treinador de Kansas, o manteve como titular mesmo quando Henry passava por má fase, injetando confiança no jogador. Assim ele atuava mais tranquillo e seu jogo fluía naturalmente.

Por ser canhoto e ter um arremesso letal, Henry traz muitas dificuldades aos defensores. Uma coisa que ele precisa trabalhar é nas infiltrações no ataque à cesta, que não é seu forte. Ao incluir este lance no seu repertório de jogadas, sua melhor característica será ressaltada, pois os defensores terão que se cuidar em marcar o arremesso e/ou a infiltração; ele tem habilidade para fazer este aprimoramento. Na defesa Henry possui uma antecipação acima do normal, lhe dando a oportunidades de roubar bolas e ser um reboteiro eficiente.



(GL)


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