A cidade de New Orleans, estado da Louisana, ganhou mais dois desfiles especiais na sua tradicional festa carnavalesca: um ontem e outro na próxima terça.
Todos habitantes da cidade festejaram na noite/madrugada deste domingo o título dos Saints, que venceu o Indianapolis Colts no Super Bowl XLIV (31 a 17). E depois de amanhã será a vez do elenco e de membros da franquia desfilarem nas ruas, celebrando a inédita conquista.
O carnaval de New Orleans (conhecido como Mardi Gras, francês para Terça-Feira Gorda), começou no dia 6 de Janeiro deste ano, mas a exemplo do que acontece nas cidades brasileiras que fazem um longo carnaval, as festividades esquentam mesmo na última semana da programação. Os responsáveis por “incendiar” mais ainda o Mardi Gras estarão em cima de um caminhão saudando aqueles que os apoiaram incondicionalmente desde o pós-Katrina, aqueles que estiveram torcendo por eles na grande decisão da NFL.
Drew Brees, o MVP da partida, fez um quarto período fantástico e colocou o time a frente depois de estarem perdendo por 17 a 16 no final do terceiro período. Com ajuda da defesa e a interceptação para touchdown de Tracy Porter restando pouco mais de 3 minutos para o termino do jogo, os Saints puderam comemorar e desfrutar da alegria única que é vencer o Super Bowl.
O mesmo pode ser dito dos moradores da cidade. As sequelas do furacão ainda estão marcadas em 75% da população que precisou se deslocar do seu lar pré-Katrina. Ainda existem sinais da destruição que ocorreu em 2005, assim como há muita gente trabalhando para ajudar a reconstruir a cidade, revigorando o animo das pessoas que também precisam de renovação. O mais legal é que a cidade recebeu de portas abertas gente de fora que foi para lá com disposição de ajudar e que acabaram se identificando com o espírito alegre do lugar, se tornando filhos adotivos.
Esta mistura de pessoas estavam reunidas ontem nas principais ruas da cidade para extravasar. Estranhos se cumprimentavam e abraçados fizeram um verdadeiro carnaval. Foi criado, espontaneamente, o bloco “Unidos de NOLA”, com uma flor de lis sendo o símbolo e as cores preto e dourado predominando nas “fantasias”. Porém ao invés do samba comandar a festa, trompetes (com o puro som do jazz) animavam os foliões, que dançavam e gritavam se esbaldando de alegria.
Nunca se viu nada igual. Depoimentos de torcedores deram conta de que o que estava acontecendo naquele instante era algo jamais visto. Uma fã (Melaine Stevenson) disse ao jornal USA Today “Isto é 10 vezes mais louco que no Mardi Gras”. E olha que muita coisa doida se vê no Mardi Gras.
O consumo de bebidas alcoólicas é alto e logo vem a percepção do por que dos comportamentos, digamos, mais alegre de alguns – principalmente quando as moças resolvem ficar mais à vontade... Contudo isto não é visto em todo o canto, já que em geral o Mardi Gras é familiar, com os coloridos e chamativos carros alegóricos enchendo os olhos das crianças; o carnaval de New Orleans é diversão para todas as idades.
Parecido com o que é visto no Brasil – evidente que não com o mesmo fervor – o Mardi Gras atrai turistas e faz parar a cidade por um determinado tempo. A vitória dos Saints tem tudo para prolongar mais ainda este tempo, haja visto o que aconteceu antes do Super Bowl, quando o Tribunal da cidade suspendeu julgamentos em todos os dias da semana passada.
Descrever a paixão que New Orleans sente pela sua franquia da NFL é difícil. Os Saints representam muito mais do que uma entidade esportiva, faz parte do cotidiano de cada um dos moradores. Este laço ficou mais apertado quando o Katrina atingiu em cheio NO e o clube ajudou diretamente a população, na emergência e quando o caos se dissipou. O carinho é enorme e só perde em tamanho pela gratidão que os habitantes têm pelo time. Por essas e outras que o título conquistado em Miami significa mais do que um troféu, também serve com um injetor de felicidade, colocando um sorriso nos que não tem um motivo para ficar alegre com as dificuldades do cotidiano.
Não quer dizer que é um desengano. O esporte é feito pra isto também: um instrumento de escape para os problemas de cada individuo. Torcer e vibrar são ações que colaboram para descarregar as energias que a cansativa rotina impõe em cada um. O fanatismo é um exagero para se evitar, mas acompanhar com devoção um time é gratificante, principalmente quando ele sai vencedor.
Ontem foi só uma mostra do que será visto amanhã. O limite do corpo humano será desafiado, pois os torcedores dos Saints vão pular, gritar e curtir até o máximo. O fôlego não será todo gasto, ao contrário, será uma renovação para encarar uma semana toda até chegar a terça-feira gorda.
Depois vem a quarta-feira de cinzas, mas aí é outra história; ainda faltam vários dias.
Então, enquanto isto, uma frase basta:
É carnaval!
Todos habitantes da cidade festejaram na noite/madrugada deste domingo o título dos Saints, que venceu o Indianapolis Colts no Super Bowl XLIV (31 a 17). E depois de amanhã será a vez do elenco e de membros da franquia desfilarem nas ruas, celebrando a inédita conquista.
O carnaval de New Orleans (conhecido como Mardi Gras, francês para Terça-Feira Gorda), começou no dia 6 de Janeiro deste ano, mas a exemplo do que acontece nas cidades brasileiras que fazem um longo carnaval, as festividades esquentam mesmo na última semana da programação. Os responsáveis por “incendiar” mais ainda o Mardi Gras estarão em cima de um caminhão saudando aqueles que os apoiaram incondicionalmente desde o pós-Katrina, aqueles que estiveram torcendo por eles na grande decisão da NFL.
Drew Brees, o MVP da partida, fez um quarto período fantástico e colocou o time a frente depois de estarem perdendo por 17 a 16 no final do terceiro período. Com ajuda da defesa e a interceptação para touchdown de Tracy Porter restando pouco mais de 3 minutos para o termino do jogo, os Saints puderam comemorar e desfrutar da alegria única que é vencer o Super Bowl.
O mesmo pode ser dito dos moradores da cidade. As sequelas do furacão ainda estão marcadas em 75% da população que precisou se deslocar do seu lar pré-Katrina. Ainda existem sinais da destruição que ocorreu em 2005, assim como há muita gente trabalhando para ajudar a reconstruir a cidade, revigorando o animo das pessoas que também precisam de renovação. O mais legal é que a cidade recebeu de portas abertas gente de fora que foi para lá com disposição de ajudar e que acabaram se identificando com o espírito alegre do lugar, se tornando filhos adotivos.
Esta mistura de pessoas estavam reunidas ontem nas principais ruas da cidade para extravasar. Estranhos se cumprimentavam e abraçados fizeram um verdadeiro carnaval. Foi criado, espontaneamente, o bloco “Unidos de NOLA”, com uma flor de lis sendo o símbolo e as cores preto e dourado predominando nas “fantasias”. Porém ao invés do samba comandar a festa, trompetes (com o puro som do jazz) animavam os foliões, que dançavam e gritavam se esbaldando de alegria.
Nunca se viu nada igual. Depoimentos de torcedores deram conta de que o que estava acontecendo naquele instante era algo jamais visto. Uma fã (Melaine Stevenson) disse ao jornal USA Today “Isto é 10 vezes mais louco que no Mardi Gras”. E olha que muita coisa doida se vê no Mardi Gras.
O consumo de bebidas alcoólicas é alto e logo vem a percepção do por que dos comportamentos, digamos, mais alegre de alguns – principalmente quando as moças resolvem ficar mais à vontade... Contudo isto não é visto em todo o canto, já que em geral o Mardi Gras é familiar, com os coloridos e chamativos carros alegóricos enchendo os olhos das crianças; o carnaval de New Orleans é diversão para todas as idades.
Parecido com o que é visto no Brasil – evidente que não com o mesmo fervor – o Mardi Gras atrai turistas e faz parar a cidade por um determinado tempo. A vitória dos Saints tem tudo para prolongar mais ainda este tempo, haja visto o que aconteceu antes do Super Bowl, quando o Tribunal da cidade suspendeu julgamentos em todos os dias da semana passada.
Descrever a paixão que New Orleans sente pela sua franquia da NFL é difícil. Os Saints representam muito mais do que uma entidade esportiva, faz parte do cotidiano de cada um dos moradores. Este laço ficou mais apertado quando o Katrina atingiu em cheio NO e o clube ajudou diretamente a população, na emergência e quando o caos se dissipou. O carinho é enorme e só perde em tamanho pela gratidão que os habitantes têm pelo time. Por essas e outras que o título conquistado em Miami significa mais do que um troféu, também serve com um injetor de felicidade, colocando um sorriso nos que não tem um motivo para ficar alegre com as dificuldades do cotidiano.
Não quer dizer que é um desengano. O esporte é feito pra isto também: um instrumento de escape para os problemas de cada individuo. Torcer e vibrar são ações que colaboram para descarregar as energias que a cansativa rotina impõe em cada um. O fanatismo é um exagero para se evitar, mas acompanhar com devoção um time é gratificante, principalmente quando ele sai vencedor.
Ontem foi só uma mostra do que será visto amanhã. O limite do corpo humano será desafiado, pois os torcedores dos Saints vão pular, gritar e curtir até o máximo. O fôlego não será todo gasto, ao contrário, será uma renovação para encarar uma semana toda até chegar a terça-feira gorda.
Depois vem a quarta-feira de cinzas, mas aí é outra história; ainda faltam vários dias.
Então, enquanto isto, uma frase basta:
É carnaval!
(GL)
© 1 e 2 AP
© 3 Reuters
Leia mais: artigo sobre Rita Benson LeBlanc, Vice-Presidente Executiva dos Saints: A Bem Aventurada Entre os Santos (publicado dia 13/01/2010)
Um comentário:
Primeiro comentário neste espaço, que visito à relativamente pouco tempo, mas que me tem fidelizado pela excelência da escrita e pela abordagem, minuciosa e criativa dos temas.
Adoro NFL e NBA, sendo que este blogue nos dá a conhecer, de forma mais aprofundada, esses dois mundos.
De Portugal, um grande abraço pelo trabalho realizado, evotos para continuação do mesmo.
Paulo Pereira
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