Era uma vez...
Três reinos, dois reis e uma rainha.
Outrora viviam bem, até que desacordos entre eles resultaram num desastre. Inês, Dom Afonso e Dom Pedro eram unidos e tinham um bom relacionamento, porém discordâncias levaram a parte mais forte do trio evaporar.
Inês convivia bem com ambos, uma vida aristocrática regada de sucesso. Ela que administrava as finanças dos reis que dependiam um do outro; e consequentemente da rainha. Por anos a camaradagem e o bom senso dominavam os reinados, graças a acordos e contratos que todas as partes se responsabilizavam em cumprir. Quando um destes papéis abriu brecha para favorecimento de um especificamente, começou todo o imbróglio.
Uma condição estava para ser renovada, que determinava quanto Dom Afonso ganharia futuramente e abria a possibilidade de não haver mais limite para os recebimentos do seu ganho por parte do reino de Dom Pedro. Inês, por ser a mediadora e grande conselheira, não concordava com o posicionamento de Afonso, pois a sua exigência de não colocar mais limites afetaria diretamente ela e Pedro; além do fato deles quererem que Afonso cedesse algo também.
Afinal, desta forma que a boa vizinhança é possível: com todos os lados se entendendo, fazendo negociações para ninguém sair na vantagem.
Contudo tal atitude não ocorreu na ocasião.
Na anterior grande reunião entre os reis/rainha – determinando como seria a atividade econômica dos reinos –, quem levou uma ligeira e pequena vantagem foi Afonso. Não porque os representantes do rei se impuseram, mas sim por a equipe de Pedro ceder demais. Inês o lembrava constantemente sobre esta questão, pois no futuro isto podia lhe prejudicar.
Dom Afonso possuía bons homens em sua defesa, entretanto ele buscou se aprimorar mais e elegeu uma forte personalidade para advogar sua causa. Surgia então o que Inês premeditou.
Esta nova peça no jogo chegou dizendo logo de cara que iria defender os interesses de Afonso acima de qualquer coisa, atitude que poderia servir de intimidação para Pedro e para Inês, que poderiam ouvir, na renovação do acordo comercial, mais o lado dele do que os seus.
O que o trio sabia - porém não queria compreender -, é que um dependia necessariamente do outro. Não existia Inês sem Afonso, nem Afonso sem Pedro, nem Pedro sem Inês... Já diziam que o dinheiro fala mais alto e quando ele entrou na parada foi que o negócio degringolou.
Três reinos, dois reis e uma rainha.
Outrora viviam bem, até que desacordos entre eles resultaram num desastre. Inês, Dom Afonso e Dom Pedro eram unidos e tinham um bom relacionamento, porém discordâncias levaram a parte mais forte do trio evaporar.
Inês convivia bem com ambos, uma vida aristocrática regada de sucesso. Ela que administrava as finanças dos reis que dependiam um do outro; e consequentemente da rainha. Por anos a camaradagem e o bom senso dominavam os reinados, graças a acordos e contratos que todas as partes se responsabilizavam em cumprir. Quando um destes papéis abriu brecha para favorecimento de um especificamente, começou todo o imbróglio.
Uma condição estava para ser renovada, que determinava quanto Dom Afonso ganharia futuramente e abria a possibilidade de não haver mais limite para os recebimentos do seu ganho por parte do reino de Dom Pedro. Inês, por ser a mediadora e grande conselheira, não concordava com o posicionamento de Afonso, pois a sua exigência de não colocar mais limites afetaria diretamente ela e Pedro; além do fato deles quererem que Afonso cedesse algo também.
Afinal, desta forma que a boa vizinhança é possível: com todos os lados se entendendo, fazendo negociações para ninguém sair na vantagem.
Contudo tal atitude não ocorreu na ocasião.
Na anterior grande reunião entre os reis/rainha – determinando como seria a atividade econômica dos reinos –, quem levou uma ligeira e pequena vantagem foi Afonso. Não porque os representantes do rei se impuseram, mas sim por a equipe de Pedro ceder demais. Inês o lembrava constantemente sobre esta questão, pois no futuro isto podia lhe prejudicar.
Dom Afonso possuía bons homens em sua defesa, entretanto ele buscou se aprimorar mais e elegeu uma forte personalidade para advogar sua causa. Surgia então o que Inês premeditou.
Esta nova peça no jogo chegou dizendo logo de cara que iria defender os interesses de Afonso acima de qualquer coisa, atitude que poderia servir de intimidação para Pedro e para Inês, que poderiam ouvir, na renovação do acordo comercial, mais o lado dele do que os seus.
O que o trio sabia - porém não queria compreender -, é que um dependia necessariamente do outro. Não existia Inês sem Afonso, nem Afonso sem Pedro, nem Pedro sem Inês... Já diziam que o dinheiro fala mais alto e quando ele entrou na parada foi que o negócio degringolou.
Pedro queria taxar Afonso em 18% dos seus ganhos, o que Afonso prontamente negou aceitar e disse aos quatro cantos do por que: Pedro e Inês ganhavam absurdos e uma taxação desta era inaceitável – a crise econômica que atingia a região era a principal causa do alto tributo e da reclamação. Por essas e outras que Inês pendia para o lado de Pedro, pois ela sairia perdendo menos assim.
Aquela comoção esperada de Inês não aconteceu. O objetivo de Afonso era atrair para seu lado a rainha, tão importante e fundamental para o progresso de qualquer reinado. Como não conseguiu na primeira tentativa, ele resolveu tomar uma atitude radical: greve.
Afonso estava disposto a parar qualquer atividade econômica, cruzando os braços e esperando um posicionamento mais incisivo de ambos – principalmente de Inês. Ela não se compadeceu e ficou do lado de Pedro, já que desta forma ambos iam bem financeiramente sem Afonso na parada; além de poder utilizar pequenos feudos para auxiliarem na produção das riquezas.
O ciúme abateu Dom Afonso. Sendo o grande prejudicado por suas próprias atitudes, ele não admitia o fracasso e a rejeição, resolvendo agir de forma absurda e incoerente. Para Afonso a única solução era ameaçar matar Inês.
Ele não queria chegar às vias de fato, o objetivo era fazer que ela, junto com Pedro, aceitasse as condições impostas pelo seu reinado. Afonso, verdadeiramente, não suportava ver Pedro e Inês felizes, não suportava ver eles se dando bem sem sua presença, sem sua participação nos negócios. Ver pequenos e irrelevantes feudos ativos na economia local inflamava mais ainda o coração de Afonso.
Apesar de estarem bem, Inês e Pedro não eram os mesmos sem Afonso. Perder um reinado forte e imponente fez com que os lucros caíssem. Só que eles estavam melhor sem as atitudes insensatas e imponderáveis do Dom. Por mais imprevisível que fosse, ninguém esperava que Afonso agisse de forma brutal.
Fora de si, Afonso resolveu levar a ameaça adiante. A região ficou perplexa ao saber que Inês tinha sido assassinada. Sem pensar duas vezes, Afonso concretizou o maléfico plano. Assim morria também seu reinado, o reino de Dom Pedro, os pequenos feudos... Não demorou muito para perceber o quanto ela era importante para todos, trazendo Afonso e Pedro a pensamentos de arrependimento do tipo: “E se eu tivesse sido mais flexível?”, “E se eu tivesse sido mais tolerante?”, “E se eu...”
Agora é tarde demais.
Inês é morta!
(GL)
© 1 Quadro "Assassínio da Dona Inês de Castro" de Columbano Bordalo Pinheiro / Museu Militar de Lisboa
* Esta é uma adaptação do Canto “Inês de Castro” (estrofes 120 a 135) do livro Os Lusíadas de Luis Vaz de Camões, com as seguintes interpretações:
Inês como NFL
Dom Afonso como Sindicato dos Jogadores
Dom Pedro como Donos das Franquias
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