Maduro o Suficiente


Ele está arremessando de forma correta, arremessando de acordo com seu talento... Maturidade é a palavra que vem em mente.” declaração que Don Wakamatsu, treinador do Seattle Mariners usa para definir seu arremessador número 1: Félix Hernández.

A sua mais recente partida contra o Cleveland Indians, na sexta-feira passada (17), foi uma definição de como está sendo esta temporada para Hernández: dominante em oito entradas permitindo apenas duas corridas na vitória de seu time por 6 a 2. Performance que veio na sequência de uma entrada perfeita no Jogo das Estrelas.

Hernández vem produzindo ótimos números neste campeonato 2009 da MLB, o quinto da carreira. Carreira que começou aos 19 anos.

Por iniciar tão cedo assim, ele já tem alguns recordes. A sua estréia como titular em 2005 foi a do mais jovem arremessador desde 1984. Apesar de não ter atuado em toda temporada, ele conseguiu impressionar a muitos correspondendo a expectativa de melhor promessa do ano – junto com Joe Mauer. Na ocasião ele conseguiu um número interessante: enfrentou 126 rebatedores seguidos sem permitir uma rebatida dupla.

Conforme os anos foram passando e Félix pegando mais experiência, estas marcas aumentaram. Veja as mais importantes:

- Em 26 de Agosto de 2007, ele conseguiu seu primeiro jogo invicto (sem permitir corridas) com apenas 95 arremessos em uma partida que durou só 1 hora e 51 minutos, a mais curta da história do Safeco Field, estádio dos Mariners.

- Em 17 de Junho de 2008, ele se tornou apenas o 13º jogador da história da Liga Americana (LA) a eliminar três rebatedores em uma entrada com três strikeouts (Jermy Hermida, Jorge Cantu e Mike Jacobs).

- Em 23 de Junho de 2008 ele rebateu um grand slam no jogo “entre-ligas” contra o Johan Santana do New York Mets. Foi primeiro arremessador dos Mariners a rebater um home run e o primeiro arremessado da LA a fazer um grand slam desde 1997 (início dos jogos “entre-ligas”).

- Em 6 de Abril de 2009, ele atingiu a marca de 600 strikeouts na carreira, o mais jovem (23 anos) a chegar a este número desde Dwight Gooden.

Estes feitos, entre tantos outros, testificam a favor da fama do venezuelano Hernández, que faz questão de rechaçar “Eu não sou famoso, não me chame de famoso” disse ele ao Seattle Times. Típica declaração de quem quer apenas fazer o que gosta: jogar beisebol.

Vindo do país do esporte, não é surpresa saber que ele começou muito cedo, pra ser mais exato aos 14 anos. A surpresa talvez seja descobrir que nesta época ele arremessava uma bola a 144 km/h... Desde então scouts de toda a MLB já estavam de olho no garoto, em busca para levá-lo aos Estados Unidos.

Mesmo não precisando de interprete apenas neste ano, a adaptação dele foi tranqüila, apesar de iniciar na liga bem pré-maturo. A experiência e a “manha/malícia” do jogo ele foi pegando com o tempo. Independente de ser diferenciado, Hernández passou pelos problemas que qualquer arremessador jovem enfrenta.

A meta principal na moldagem de Félix foi controlar seus arremessos, fazer com que eles fossem mais seletos e diversificados. “Quando eu comecei na liga eu arremessava forte a todo instante e não tinha tanto controle assim do meu jogo” disse Hernández à ESPN. Hoje com cinco anos de experiência ele trabalha melhor a zona de stirke, jogando as bolas nos quatros cantos e evitando bolas rápidas no meio; deve ser considerado que agora Hernández conhece melhor os seus adversários e já sabe qual é melhor jeito de arremessar para cada um.

Numa liga onde só se fala de Zack Greinke e Roy Halladay, Hernandez fica fora da conversa quando o assunto é Cy Young, mesmo tendo o segundo menor ERA da LA: 2.51 (atrás do 2.08 de Greinke). Hernandez venceu seis partidas seguidas desde 24 de Maio e o seu total de vitórias são 10 contra 3 derrotas – até 20/07.


Pra que ser famoso? O estilo latino de ser se encaixa bem em Félix: jogar por diversão e vencer alguns jogos. Esta maneira de encarar o esporte faz com que a pessoa fique mais tranqüila e confiante para poder desempenhar um bom trabalho a cada partida. Assim também se adquire maturidade.

Minha atitude hoje é melhor e minha confiança hoje é melhor” diz Hernández que ainda tem muito a aprender (assustador!) e ser cada vez mais dominante.

Hoje, porém, sua maturidade é suficiente para colocá-lo entre as grandes estrelas da liga.

Um comentário:

Juan Valencia disse...

Na minha opinião é só uma questão de tempo até ele ser trocado.

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