O personagem principal do premiadíssimo seriado da HBO “The Sopranos” (retransmitido pelo SBT) fazia algo no mínimo curioso: Terapia. Imagina um chefe da máfia se encontrando com uma mulher para falar dos problemas familiares e assuntos pessoais... Tony Soprano (interpretado por James Gandolfini) fazia isto porque o ajudava no seu relacionamento; ele percebeu que as conversas melhoravam sua maneira de ver a vida.
Na mesma situação está Ron Artest.
Não é de se estranhar que, no jogo 2 da série contra os Lakers pela semifinal da Conferência Oeste, após ser expulso devido a um desentendimento com Kobe Bryant, Artest tenha ido “apenas” falar com os árbitros e depois sair de quadra normalmente? E que no jogo 4, quando ele teve um pequeno entrevero (de novo) com Kobe, os dois apenas conversaram e seguiram com a partida?
Isto aconteceu porque Artest está com um comportamento mais calmo. Resultado das conversas.
O responsável por fazer este serviço terapêutico com Ron é o diretor do programa de jogadores do Houston Rockets, Shawn Respert. Ele é o mentor e confidente de Artest e está trabalhando especificamente com o ala desde o inicio do campeonato.
A evolução desta nova postura do jogador está impressa nos seguintes números desta temporada regular: 3 faltas técnicas, nenhuma falta flagrante e nenhum envolvimento perigoso fora de quadra. Dados que impressionam até o próprio jogador:
“Foi ótimo. Apenas joguei basquete. Quando acabou a temporada e olhei pra trás, pensei comigo mesmo: ‘Uau! Consegui completar um campeonato pela primeira vez em um longo tempo’. Fiquei muito feliz” disse Ron Artest ao NY Times.
Esta surpresa não é demonstrada apenas por ele, mas pelos seus companheiros, pela imprensa e pelos torcedores, que agora estão conhecendo esta nova fase de Artest, diferente daquele jogador problemático da NBA.
A característica de um cara físico, tipo “durão” era mostrada porque assim era a sua personalidade. As atitudes dentro de quadra eram reflexos do que acontecia fora dela. Um garoto urbano, que passou pelos problemas de crescer na periferia e chega ao melhor basquete do mundo, leva consigo as experiências vividas na infância.
Ele estava na quadra em um incidente que chamou a atenção do mundo do basquete em 1991, quando um garoto de 19 anos foi morto numa quadra no Queens, New York. “Quebraram a perna de uma mesa, um cara pegou a madeira e estancou no coração do menino. Eu tava lá e vi o garoto morrer na quadra. Tudo era muito competitivo.” disse Artest sobre este incidente.
Queens, ou mais especificamente, Queesnbridge (QB), foi o bairro que Ron cresceu. O berço da música rap, QB sempre foi considerado um lugar extremamente violento e cheio de perigos. O ambiente a sua volta foi moldando Artest “Ron ao longo de sua vida foi um lutador, um guerreiro” diz Shawn Respert “Agora ele está mudando esta mentalidade, ou seja, aplicando estas características na dose certa”.
Alguns momentos foram decisivos para Ron Artest buscar ajuda para melhorar sua imagem. O mais marcante foi a fatídica briga entre Indiana Pacers (time dele na época) e Detorit Pistons no dia 19 de Novembro de 2004, que teve iniciou com ele e Ben Wallace (Pistons). Uma das piores imagens da história da NBA, quando os jogadores transferiram a briga dentro de quadra para a arquibancada, depois de um torcedor dos Pistons jogar um copo de cerveja em Artest. Sempre que este momento for lembrado, o nome de Artest será citado como grande responsável por tudo que aconteceu
Lidar com o câncer da sua filha de cinco anos, Diamond, também fez Artest mudar de atitude - ela está respondendo bem a quimioterapia. Uma viagem à África promovida pelo sindicato dos jogadores abriu a mente de Ron, que pretende voltar ao Kenya depois dos playoffs. Sobre estas situações, quem dá o testemunho é seu companheiro de time Dikembe Mutombo: “Lá ele viu o sofrimento do povo pobre, as doenças... fazendo com que ele relacione estes fatos com o que aconteceu com ele e sua filha. E você não encontra muitos jogadores que dizem: ‘Amanhã eu vou voltar para a Africa e fazer alguma coisa’.”
Estas experiências são com uma introspectiva para o jogador. Fez com que ele refletisse sobre sua imagem perante o público da NBA. Já é passado as inúmeras faltas técnicas, as brigas, a prisão por violência doméstica... Agora ele está se recuperando com o remédio terapêutico mais barato que existe: Conversa.
“Ele expõe todas suas emoções apenas pelo ato de falar, conversar” diz o “terapeuta” Shawn Respert.
O mesmo aconteceu com Tony Soprano. O “poderoso chefão” temido por muitos, mas que toda semana estava lá no escritório da Dra. Jennifer Melifi (interpretada por Loarraine Bracco) apenas para conversar. Logo no primeiro episódio da série, Tony admite “Falar realmente ajuda...”
Lição que Ron Artest já aprendeu.
Na mesma situação está Ron Artest.
Não é de se estranhar que, no jogo 2 da série contra os Lakers pela semifinal da Conferência Oeste, após ser expulso devido a um desentendimento com Kobe Bryant, Artest tenha ido “apenas” falar com os árbitros e depois sair de quadra normalmente? E que no jogo 4, quando ele teve um pequeno entrevero (de novo) com Kobe, os dois apenas conversaram e seguiram com a partida?
Isto aconteceu porque Artest está com um comportamento mais calmo. Resultado das conversas.
O responsável por fazer este serviço terapêutico com Ron é o diretor do programa de jogadores do Houston Rockets, Shawn Respert. Ele é o mentor e confidente de Artest e está trabalhando especificamente com o ala desde o inicio do campeonato.
A evolução desta nova postura do jogador está impressa nos seguintes números desta temporada regular: 3 faltas técnicas, nenhuma falta flagrante e nenhum envolvimento perigoso fora de quadra. Dados que impressionam até o próprio jogador:
“Foi ótimo. Apenas joguei basquete. Quando acabou a temporada e olhei pra trás, pensei comigo mesmo: ‘Uau! Consegui completar um campeonato pela primeira vez em um longo tempo’. Fiquei muito feliz” disse Ron Artest ao NY Times.
Esta surpresa não é demonstrada apenas por ele, mas pelos seus companheiros, pela imprensa e pelos torcedores, que agora estão conhecendo esta nova fase de Artest, diferente daquele jogador problemático da NBA.
A característica de um cara físico, tipo “durão” era mostrada porque assim era a sua personalidade. As atitudes dentro de quadra eram reflexos do que acontecia fora dela. Um garoto urbano, que passou pelos problemas de crescer na periferia e chega ao melhor basquete do mundo, leva consigo as experiências vividas na infância.
Ele estava na quadra em um incidente que chamou a atenção do mundo do basquete em 1991, quando um garoto de 19 anos foi morto numa quadra no Queens, New York. “Quebraram a perna de uma mesa, um cara pegou a madeira e estancou no coração do menino. Eu tava lá e vi o garoto morrer na quadra. Tudo era muito competitivo.” disse Artest sobre este incidente.
Queens, ou mais especificamente, Queesnbridge (QB), foi o bairro que Ron cresceu. O berço da música rap, QB sempre foi considerado um lugar extremamente violento e cheio de perigos. O ambiente a sua volta foi moldando Artest “Ron ao longo de sua vida foi um lutador, um guerreiro” diz Shawn Respert “Agora ele está mudando esta mentalidade, ou seja, aplicando estas características na dose certa”.
Alguns momentos foram decisivos para Ron Artest buscar ajuda para melhorar sua imagem. O mais marcante foi a fatídica briga entre Indiana Pacers (time dele na época) e Detorit Pistons no dia 19 de Novembro de 2004, que teve iniciou com ele e Ben Wallace (Pistons). Uma das piores imagens da história da NBA, quando os jogadores transferiram a briga dentro de quadra para a arquibancada, depois de um torcedor dos Pistons jogar um copo de cerveja em Artest. Sempre que este momento for lembrado, o nome de Artest será citado como grande responsável por tudo que aconteceu
Lidar com o câncer da sua filha de cinco anos, Diamond, também fez Artest mudar de atitude - ela está respondendo bem a quimioterapia. Uma viagem à África promovida pelo sindicato dos jogadores abriu a mente de Ron, que pretende voltar ao Kenya depois dos playoffs. Sobre estas situações, quem dá o testemunho é seu companheiro de time Dikembe Mutombo: “Lá ele viu o sofrimento do povo pobre, as doenças... fazendo com que ele relacione estes fatos com o que aconteceu com ele e sua filha. E você não encontra muitos jogadores que dizem: ‘Amanhã eu vou voltar para a Africa e fazer alguma coisa’.”
Estas experiências são com uma introspectiva para o jogador. Fez com que ele refletisse sobre sua imagem perante o público da NBA. Já é passado as inúmeras faltas técnicas, as brigas, a prisão por violência doméstica... Agora ele está se recuperando com o remédio terapêutico mais barato que existe: Conversa.
“Ele expõe todas suas emoções apenas pelo ato de falar, conversar” diz o “terapeuta” Shawn Respert.
O mesmo aconteceu com Tony Soprano. O “poderoso chefão” temido por muitos, mas que toda semana estava lá no escritório da Dra. Jennifer Melifi (interpretada por Loarraine Bracco) apenas para conversar. Logo no primeiro episódio da série, Tony admite “Falar realmente ajuda...”
Lição que Ron Artest já aprendeu.
© 1 Noel Graham / Getty Images
PS: Leia "O Desconhecido" artigo sobre Danny Granger, vencedor do prêmio de jogador que mais evoluiu da temporada 2008-09 (publicado dia 27/03/2009)
2 comentários:
muito legal esse post!!
Exelente Artigo, muito interessante esse caso do Artest, sou um grande fã dele.
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