Lewis nunca buscou os holofotes, esta não é sua personalidade; seu jogo, contudo o colocou no topo do mundo do basquete. Hoje ele é um dos principais arremessadores “puro” da NBA e com rara habilidade de mudar de direção no caminho à cesta, características que ele carrega desde os tempos de escola (High School); Rashard Lewis é considerado um dos melhores jogadores em nível escolar da história do basquete americano.
Ele é natural de Houston, cidade que tem a tradição de revelar bons talentos. Jogou na Alief Elsik High School, (foto ao lado) levando a escola à popularidade com suas atuações memoráveis. Certa vez ele marcou em um jogo 35 pontos, 11 rebotes, 6 assistências, 8 roubadas de bola e 7 tocos... “Havia muita pressão neste tempo em cima de mim” disse Lewis à Slam “Toda a noite sofria marcação dupla, tripla. Pessoas viam de todos os lugares para me ver jogar. Eu tentava levar a coisa de forma profissional e jogar bem em todos os jogos”.
Os bons números na escola e as boas avaliações dos scouts (olheiros) fizeram que ele tomasse uma decisão: não ir para a universidade. Lewis então colocou seu nome na lista do draft de 99, atitude que tomou só porque se esperava que ele fosse escolhido entre os 15 primeiros. Isto não aconteceu. O dia do draft foi um teste de paciência para Lewis.
“Provavelmente foi o pior sentimento em toda minha vida” diz Rashard sobre ser escolhido apenas na segunda rodada (3ª escolha) pelo extinto Seattle SuperSonics. Esta frustração se justifica pela expectativa criada, principalmente em relação ao Houston Rocktes (time da sua cidade) que tinha três escolhas na primeira rodada – 14ª, 16º e 18ª. Ao invés de escolher Lewis, o Houston pegou Michael Dickerson, Bryce Drew e Mirsad Turckan... (Não se preocupe se você não conhece nenhum desses jogadores...)
Em Seattle ele mostrou mais uma de suas qualidades. Primeira: comprometimento. Chegou ao SuperSonics para aprender, para crescer seu nível de jogo. Depois de dois anos de contrato ele mostrou outra qualidade: lealdade. Recebeu várias ofertas quando se tornou agente livre mas preferiu continuar em Seattle e dar continuidade ao trabalho que estava sendo feito com ele. Deu resultado.
Ficou em Seattle até 2007 quando resolveu mudar de ares e escolheu Orlando como sua nova casa, boa escolha, alias, tanto pelo seu estilo de jogo, quanto pela sua personalidade. O time precisava de um arremessador “puro” e a cidade de Orlando tem o perfil de Rashard: sem muito glamour e tranqüila.
Está aí um bom apelido para Lewis: tranqüilo. Similar com outros tantos que ele tem: Sweet Lew (Doce Lew); Quiet Man (Cara Quieto); ICE (Sossegado), entre outros. Ao invés de “desmerecer”, são nomes que acabam definindo a pessoa Rashard Lewis.
Ao ler os jornais e revistas, pouco se comenta sobre Lewis, mesmo ele colocando números consistentes para o Magic, além de ser decisivo em algumas partidas. Playoffs 2009, por exemplo: no mínimo, em dois jogos ele foi extremante fundamental. No jogo seis contra os Sixers, quando o Magic jogou sem Howard e Courtney Lee, Lewis foi o cestinha com 29 pontos; no jogo um das finais de Conferência do Leste, quando ele converteu um arremesso de três decisivo e anotou 12 de seus 22 pontos no quarto final da partida.
Apesar de tudo, ele sabendo de sua importância para a equipe já é suficiente, Stan Van Gundy sabe que Rashard Lewis é o homem que define as jogadas e será importantíssimo nestas partidas contra o Cleveland Cavaliers. Se for receber destaque ou não, está é outra história, afinal, ele é paciente... e sabe que o time é do Dwight Howard.
PS: Leia "Sim, Ele Pode!" Texto que traz um perfil completo de Rafer "Skip to My Lou" Alston, armador do Orlando Magic (publicado em 17/04/2009)
Um comentário:
Gostaria de parabenizar este artigo, gostei muito, e convido a dar uma passadinha pelo meu blog
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