No momento de maior delírio da sua carreira, Nolan Smith ficou confuso. Procurava alguém para abraçar... mas cadê? Não que seus companheiros de Duke, atuais campeões da NCAA, não são especiais; ele estava à procura de alguém mais especial. A busca não foi longa e rapidamente ele a achou: “Ver minha mãe no meio da multidão foi difícil, porque ela é pequenininha” disse o armador dos Blue Devils após a conquista do título. “Eu tinha que abraçá-la e lhe dar um beijo”,
Ele tinha outra missão também: dizer a ela que a amava. Foi desta mesma forma que seu pai, Derek Smith, fez 30 anos atrás quando venceu a decisão da NCAA com a Universidade Louisville; coincidentemente o Final Four de 1980 foi em Indianápolis.
Tudo isso é gratificante para o jogador de Duke, que consegue seguir os passos do seu pai. Sua mãe, Monica, é o apoio angular dele desde 1996, ano que Derek faleceu quando Nolan tinha apenas 8 anos de idade.
Nesta época, Derek já tinha completado uma carreira de 9 temporadas na NBA e era um dos assistentes técnicos do Washington Bullets (hoje Wizards). Num cruzeiro promocional realizado pela franquia, um infarto o pegou e ele não resistiu. Depois da tragédia, Monica percebeu a dificuldade que teria pela frente e a responsabilidade de criar Nolan e sua irmã Sydney. O garoto não se intimidou e disse para sua mãe: “Agora eu serei o homem da casa”. Declaração sincera e corajosa de uma criança de 8 anos, mostrando que não deixaria as mulheres da sua família desamparadas.
E Nolan? Quem iria ampará-lo? Num gesto nobre, o elenco dos Bullets se propuseram a zelar o garoto – isto mesmo, o elenco todo. Liderados por Tim Legler e Chris Webber, os membros da equipe cuidavam de Nolan e o menino era considerado mais um componente do time. Ele participava de treinamentos, jogos, viagens... Um compromisso assumido pelos atletas para honrar Derek, aliviando um pouco a dor da perda do garoto. Quando estava com os Bullets, Nolan tinha mais de uma dezena de “tios” prontos para alegrá-lo e trazer um sorriso ao seu rosto.
Conforme ele foi crescendo, as amizades foram se diferenciando. Nolan precisava de uma companhia adolescente e ele encontrou numa quadra de basquete em Maryland. Michael Beasley, atual ala do Miami Heat, se tornou seu grande amigo, tão chegado que mais parece um irmão. Os dois se tornaram estrelas do basquete escolar americano e jogaram juntos em importantes high schools (Oak Hill Academy e Mouth of Wilson).
A conexão entre eles foi natural, o curso da vida estava fazendo nascer uma conexão mágica. Beasley enfrentava sérios problemas na sua casa e para fugir deles ia para o lar dos Smiths, aparecia com tanta frequência que Monica passou a ser chamada de mãe pelo melhor amigo do seu filho. Ela nunca se importou com isto, percebia que esta união de ambos era uma ajuda mútua. O elo foi criado e permanece firme até hoje, com o quarto de Beasley ainda conservado na casa dos Smiths.
Quando chegou o tempo de ingressar na universidade, cada um partiu para um lado. Beasley foi para Kansas State e Nolan para Duke. Muitos pensavam que Nolan iria para Louisville, porém ele não gostava da possibilidade que lembranças do seu pai viessem à memória – sua irmã, Sydney, sofreu com isto (ela escolheu Louisville). Johnny Dawkins, um dos melhores amigos de Derek, foi o responsável pela ida de Smith à poderosa universidade da Carolina do Norte. Assim sendo, Dawkins era mais uma companhia para o novato.
Johnny hoje é o treinador da Universidade Stanford (Califórnia), mas foi durante dez anos (1998-2008) assistente em Duke. Ele é mais um “tio” que Nolan ganhou, um relacionamento que vem desde metade da década de 90. Dawkins cuidou com carinho do seu “sobrinho” e procurou moldar o já talentoso jogador em um futuro profissional de sucesso.
Nolan é bastante versátil em quadra e mostra isto sendo capaz de jogar em três posições diferentes. Ele é atlético e habilidoso, porém sempre jogou na sombra de Kyle Singler e Jon Scheyer. No Torneio da NCAA deste ano, Nolan teve uma atuação primorosa e seu pai tem a ver com isto.
Na manhã de domingo do dia 28 de Março, Nolan estava descansando no hotel, em concentração para o jogo contra a Universidade Baylor (quartas de final). Seu aparelho celular começa a tocar e ele atende. A voz do outro lado diz para sintonizar na ESPN que algo do seu interesse ia ser transmitido. Ao ligar a TV no canal, Nolan se depara com uma reportagem sobre a história do seu pai e um olhar penetrante começa a focar no que é mostrado. A matéria acaba, ele se torna pensativo, quieto.
A tarde chegou, o jogo iniciou e uma energia inexplicável sai de Nolan. A partida termina e ele foi o cestinha com 29 pontos – o melhor jogo da sua carreira – , uma performance magistral que colocou Duke no Final Four. Ao tentar explicar o que aconteceu, ele diz que seu pai o inspirou mais uma vez, dando lhe força para atuar bem e jogar a grande final na mesma cidade que Derek conquistou o título há três décadas.
O feito de Nolan já está na história. Junto com Derek, eles são apenas a quarta dupla de pai e filho a conquistar títulos da NCAA como jogadores: os outros três são Henry (com UCLA em 71, 72 e 73) e Mike Bibby (com Arizona em 97; hoje está no Atlanta Hawks); Marques (com UCLA em 75) e Kris Johnson (com UCLA em 1995; hoje está aposentado); e Scott (com Indiana em 76) e Sean May (com North Carolina em 2005; hoje está no Sacramento Kings).
Esta é mais uma marca que liga Nolan com seu pai e que ficará eternizada na história. Há outra marca permanente ligada a Derek e está dia-a-dia com seu filho. Com a permissão da mãe, Nolan queria prestar uma homenagem ao seu pai, algo que estivesse com ele aonde quer que fosse. Monica autorizou e ele fez uma tatuagem no seu antebraço direito com o idêntico rosto do seu pai.
Assim Nolan tem a sensação de não estar sozinho, que seu pai está sempre ao seu lado “Eternamente Observando”.
Ele tinha outra missão também: dizer a ela que a amava. Foi desta mesma forma que seu pai, Derek Smith, fez 30 anos atrás quando venceu a decisão da NCAA com a Universidade Louisville; coincidentemente o Final Four de 1980 foi em Indianápolis.
Tudo isso é gratificante para o jogador de Duke, que consegue seguir os passos do seu pai. Sua mãe, Monica, é o apoio angular dele desde 1996, ano que Derek faleceu quando Nolan tinha apenas 8 anos de idade.
Nesta época, Derek já tinha completado uma carreira de 9 temporadas na NBA e era um dos assistentes técnicos do Washington Bullets (hoje Wizards). Num cruzeiro promocional realizado pela franquia, um infarto o pegou e ele não resistiu. Depois da tragédia, Monica percebeu a dificuldade que teria pela frente e a responsabilidade de criar Nolan e sua irmã Sydney. O garoto não se intimidou e disse para sua mãe: “Agora eu serei o homem da casa”. Declaração sincera e corajosa de uma criança de 8 anos, mostrando que não deixaria as mulheres da sua família desamparadas.
E Nolan? Quem iria ampará-lo? Num gesto nobre, o elenco dos Bullets se propuseram a zelar o garoto – isto mesmo, o elenco todo. Liderados por Tim Legler e Chris Webber, os membros da equipe cuidavam de Nolan e o menino era considerado mais um componente do time. Ele participava de treinamentos, jogos, viagens... Um compromisso assumido pelos atletas para honrar Derek, aliviando um pouco a dor da perda do garoto. Quando estava com os Bullets, Nolan tinha mais de uma dezena de “tios” prontos para alegrá-lo e trazer um sorriso ao seu rosto.
Conforme ele foi crescendo, as amizades foram se diferenciando. Nolan precisava de uma companhia adolescente e ele encontrou numa quadra de basquete em Maryland. Michael Beasley, atual ala do Miami Heat, se tornou seu grande amigo, tão chegado que mais parece um irmão. Os dois se tornaram estrelas do basquete escolar americano e jogaram juntos em importantes high schools (Oak Hill Academy e Mouth of Wilson).
A conexão entre eles foi natural, o curso da vida estava fazendo nascer uma conexão mágica. Beasley enfrentava sérios problemas na sua casa e para fugir deles ia para o lar dos Smiths, aparecia com tanta frequência que Monica passou a ser chamada de mãe pelo melhor amigo do seu filho. Ela nunca se importou com isto, percebia que esta união de ambos era uma ajuda mútua. O elo foi criado e permanece firme até hoje, com o quarto de Beasley ainda conservado na casa dos Smiths.
Quando chegou o tempo de ingressar na universidade, cada um partiu para um lado. Beasley foi para Kansas State e Nolan para Duke. Muitos pensavam que Nolan iria para Louisville, porém ele não gostava da possibilidade que lembranças do seu pai viessem à memória – sua irmã, Sydney, sofreu com isto (ela escolheu Louisville). Johnny Dawkins, um dos melhores amigos de Derek, foi o responsável pela ida de Smith à poderosa universidade da Carolina do Norte. Assim sendo, Dawkins era mais uma companhia para o novato.
Johnny hoje é o treinador da Universidade Stanford (Califórnia), mas foi durante dez anos (1998-2008) assistente em Duke. Ele é mais um “tio” que Nolan ganhou, um relacionamento que vem desde metade da década de 90. Dawkins cuidou com carinho do seu “sobrinho” e procurou moldar o já talentoso jogador em um futuro profissional de sucesso.
Nolan é bastante versátil em quadra e mostra isto sendo capaz de jogar em três posições diferentes. Ele é atlético e habilidoso, porém sempre jogou na sombra de Kyle Singler e Jon Scheyer. No Torneio da NCAA deste ano, Nolan teve uma atuação primorosa e seu pai tem a ver com isto.
Na manhã de domingo do dia 28 de Março, Nolan estava descansando no hotel, em concentração para o jogo contra a Universidade Baylor (quartas de final). Seu aparelho celular começa a tocar e ele atende. A voz do outro lado diz para sintonizar na ESPN que algo do seu interesse ia ser transmitido. Ao ligar a TV no canal, Nolan se depara com uma reportagem sobre a história do seu pai e um olhar penetrante começa a focar no que é mostrado. A matéria acaba, ele se torna pensativo, quieto.
A tarde chegou, o jogo iniciou e uma energia inexplicável sai de Nolan. A partida termina e ele foi o cestinha com 29 pontos – o melhor jogo da sua carreira – , uma performance magistral que colocou Duke no Final Four. Ao tentar explicar o que aconteceu, ele diz que seu pai o inspirou mais uma vez, dando lhe força para atuar bem e jogar a grande final na mesma cidade que Derek conquistou o título há três décadas.
O feito de Nolan já está na história. Junto com Derek, eles são apenas a quarta dupla de pai e filho a conquistar títulos da NCAA como jogadores: os outros três são Henry (com UCLA em 71, 72 e 73) e Mike Bibby (com Arizona em 97; hoje está no Atlanta Hawks); Marques (com UCLA em 75) e Kris Johnson (com UCLA em 1995; hoje está aposentado); e Scott (com Indiana em 76) e Sean May (com North Carolina em 2005; hoje está no Sacramento Kings).
Esta é mais uma marca que liga Nolan com seu pai e que ficará eternizada na história. Há outra marca permanente ligada a Derek e está dia-a-dia com seu filho. Com a permissão da mãe, Nolan queria prestar uma homenagem ao seu pai, algo que estivesse com ele aonde quer que fosse. Monica autorizou e ele fez uma tatuagem no seu antebraço direito com o idêntico rosto do seu pai.
Assim Nolan tem a sensação de não estar sozinho, que seu pai está sempre ao seu lado “Eternamente Observando”.
(GL)
© 1 Duke Blue Planet
© 2 Brett Davis / US Presswire
Leia mais: artigo sobre Jon Scheyer, armador de Duke: Aí Sim! (Não) Fomos Surpreendidos Novamente (publicado dia 18/01/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário