Tradições Universitárias - NCAA Football

A temporada 2010 começou nesta quinta e tem amanhã a estreia da maioria das universidades. Apesar de haver jogos às quintas, sextas, domingos e segundas, o sábado é o dia tradicional para os jogos de football da NCAA, um campeonato recheado de tradições.

São tantas que algumas escolas têm mais que uma! E praticamente todas têm pelo menos um ritual que precisa ser feito. O Grandes Ligas hoje destaca seis boas tradições que trazem histórias curiosas da sua criação, da sua manutenção e/ou da sua execução.


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Universidade Wisconsin – A música Jump Around e a seção dos estudantes



O DJ do estádio dos Badgers foi o mentor. Em 1998, no jogo em casa contra Purdue, Wisconsin passou três períodos sem marcar um pontinho. Os torcedores estavam desanimados e não esboçavam ânimo. Então, no intervalo entre o 3º e 4º período, as caixas de som começam a ecoar o som Jump Around do grupo House of Pain. Não é necessário dizer que os torcedores foram à loucura; assim como não é necessário dizer que Wisconsin venceu o jogo.

Surgiu uma tradição que acontece em todos os jogos em Wisconsin. A diretoria da universidade quis banir a manifestação em 2003, quando o estádio passou por uma reforma e foram construídas cabines de imprensa e camarotes no alto da arquibancada central. A alegação contra o Jump Around foi que os pulos faziam tremer a estrutura do estádio e poderia danificá-la. Os estudantes fizeram um sério protesto contrário à proibição e a escola decidiu rever o veto.

O estádio continua intacto, os fãs continuam pulando no intervalo entre o 3º e 4º período e as cabines de imprensa tremem quando isto acontece.


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Universidade Georgia Tech – A mascote que é um carro


Este carro – alerta para os aficionados – é um Ford Sports Coupe / Modelo A de 1930. Na verdade, é a mascote do corpo estudantil (da universidade é uma vespa). Porém o carro está presente em vários eventos esportivos, mas principalmente nos jogos de football, liderando a entrada do time em campo desde 1961.

O impressionante é que o carro da foto, e o que estará no estádio amanhã, é o mesmo da década de 60. Não existe um reserva ou outro parecido. O corpo estudantil mantém uma fundação que cuida do carro cirurgicamente, procurando mantê-lo viável, ativo e original. Por se tratar de uma escola técnica, não é de se espantar que o automóvel sempre esteja em impecáveis condições.

O carro é tão chique que é rodeado de tradições. Nenhum novato da universidade pode tocar nele e se acontecer a transgressão a pessoa recebe uma praga que irá perdurar durante toda sua estadia na universidade; além do time ser amaldiçoado para perder da rival Georgia no clássico anual.

Ser o motorista do carro é um privilégio e a disputa é séria para ver quem terá a honra de conduzir o veículo durante a temporada. Entretanto não é qualquer um que chega a sentar na frente do volante: precisa ser membro da fundação do Ramblin Wreck (como é chamada a mascote), tem que ser um aluno aplicado, conhecedor das tradições e história da universidade e ser bom de mecânica; com experiência em já ter trabalhado na manutenção do carro. Desde 1961, só 42 pessoas dirigiram a mascote.


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Universidade Nebraska – Caminhada pelo túnel


Esta é uma idéia bem legal (veja no vídeo abaixo). Começou em 1994 quando o telão do estádio mostrou a entrada dos jogadores em campo aos torcedores que estavam presentes. Ao som da famosa música Sirius do grupo The Alan Parsons Projects [álbum "Eye in the Sky" – 1982], usada por tantos outros times e que ficou popular com o Chicago Bulls da década de 90, a equipe de Nebraska entra em campo energizada ao máximo com o grito e apoio dos fãs.

A caminhada inicia com a saída do vestiário e o toque na ferradura que está acima da porta. Depois os atletas passam por cima de um tapete vermelho rodeado de torcedores que ajudam a animar ainda mais o time. A porta do túnel se abre e os jogadores entram em campo e observam um estádio lotado. Aliás, no vídeo de introdução, é mostrado um dado histórico indicando a sequência de jogos consecutivos no Sea Red Stadium que teve sua capacidade total preenchida. O número atual é de 304 partidas seguidas com todos os ingressos vendidos – o primeiro jogo desta marca aconteceu em 3 de Novembro de 1962.




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Universidade Tennessee – Formação do T



Em todos os jogos em casa, desde 1964, os Volunteers entram em campo correndo dentro de um gigante T formado pela banda da universidade. Isto começou quando um técnico chamado Doug Dickey introduziu o estiloso T que hoje está estampado no capacete dos jogadores. A banda prontamente concebeu um movimento que desenharia a letra no gramado.

A rotina é a mesma: os músicos fazem o T estilizado do capacete, depois se apresentam com movimentos para a torcida até chegar próximo ao túnel do vestiário anfitrião. Então eles se posicionam no gramado e abrem um espaço grande para o time passar e se direcionar para sua lateral.


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Universidade Iowa – Vestiário Rosa

A foto acima foi tirada antes do jogo entre Arizona e Iowa no dia 19 de Setembro de 2009.

O lendário treinador Hayden Fry usou e abusou dos seus conhecimentos psicológicos, fruto de um diploma adquirido na Universidade Baylor. Ao assumir o cargo em Iowa no ano de 1979, ele ordenou que pintassem o vestiário visitante de rosa. A intenção era causar um sentimento de calma e tranquilidade no adversário, uma ação futurística da psicologia cromática.

Se não obtivesse o sucesso inicial de serenidade, causava o inverso. O furor de treinadores adversários pela cor rosa no vestiário fazem com que alguns cubram o máximo que puder da “feminina cor”. Fry disse em seu livro "A High Porch Picnic" o seguinte: “Quando eu conversava com o treinador opositor e ele mencionava as paredes rosa, logo percebia que consegui o que queria. Não me lembro de um treinador que veio até mim e não comentou sobre a cor.”

E houve uma evolução. Começou com as paredes até... quase tudo! Só as torneiras e as saboneteiras (inox) que não são rosa. Na última reforma do estádio Kinnick em 2004, maçanetas, assentos sanitários e chuveiros ganharam a cor rosa. Em todo o vestiário do visitante é possível ver a cor rosa nas suas mais variadas tonalidades e nos mais variados lugares: no teto, no chão, no mictório, no carrinho dos uniformes...


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Clássico entre Florida e Georgia - Festa em Jacksonville


Esta é uma das grandes rivalidades da NCAA. Desde 1933 que ambas as escolas duelam na cidade de Jacksonville-FL, considerado um lugar neutro, mas que está muito mais próximo do campus da Florida (cidade de Gainsville) do que da Georgia (cidade de Athens-GA). Os Bulldogs queriam mudar o local da partida, porém em 2009 as universidades entraram em acordo com Jacksonville e vão fazer o clássico por lá pelo menos até 2016 – só em dois anos, 1993 e 1994, que a partida não foi realizada na cidade por construção de um novo estádio.

Claro que o jogo é importante e que tem grandes implicações nos rankings, mas o foco primário é nas festas que acontecem antes do jogo. O colunista do jornal Florida Times-Union, Bill Kastelz, nos anos 50, chamou o duelo da “Maior Festa de Coquetel ao Ar Livre do Mundo” – isto porque ele viu policias bebendo junto com estudantes.

Hoje não se vê coisas do tipo, mas o título ainda é válido pelas festividades que ocorrem. Os estudantes de cada escola viajam do seu respectivo campus para Jacksonville e começam a farra que não tem hora pra acabar – só um intervalo para assistir o jogo. Se o estádio fica dividido entre azul (Florida) e vermelho (Gerogia), nos churrascos e nas baladas todos se unem; e ninguém é de ninguém.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 por Wendell Neal, diretor de equipamento de Arizona
© 2 por Steve Johnson

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