O treinador do Detroit Lions, Jim Schwartz (na foto acima de camisa branca), entra na sua segunda temporada no comando da equipe com um pensamento positivo e progressista. A franquia não é destaque em nenhum lugar da mídia esportiva e parece esquecido, mais um entre os 32 times da NFL – também pudera, o que esperar de um clube que venceu dois jogos nas últimas duas temporadas? Junto com William Clay Ford Sr. (dono), Tom Lewand (presidente) e Martin Mayhew (diretor de football), Schwartz reestrutura o elenco dos Lions e ao menos cria uma esperança que dias melhores virão.
Antes de assumir seu primeiro emprego como treinador, Jim passou por dois sistemas defensivos. Foi assistente em Baltimore (de 1996 a 1998), assistente em Tennessee (1999 e 2000) e coordenador com os Titans (de 2001 a 2008). Em 2010 a meta é fazer com que os Lions cresçam de produção na defesa, que terminou 2009 em último lugar na liga em total de pontos cedidos (494) e jardas cedidas (6274). A primeira prioridade do setor foi alcançada ontem, depois de muito trabalho e conversa.
Ndamukong Suh, segunda escolha do draft 2010, perdeu quatro dias de treinos neste início de preparação, tudo porque os seus empresários, Roosevelt Barnes e Eugene Parker, não tinham entrado em acordo com a diretoria. O objetivo da dupla era assinar um contrato mais valioso do que a segunda escolha do draft de 2009, Jason Smith. A questão principal era o valor da luva (dinheiro ganho quando um contrato é acertado). Especulava-se que Suh assinaria algo em torno de US$ 50 milhões (luva) valor que Sam Bradford, primeira escolha do draft 2010, recebeu do Saint Louis Rams. Informações dão conta que Detroit já encerrou as negociações com Barnes e Parker, chegando aos seguintes termos: salário anual de US$ 12 milhões durante cinco temporadas, com US$ 40 milhões de luva.
Esta definição é de extrema importância, pois Suh irá passar a treinar com seus companheiros hoje à tarde e começar a se familiarizar com as jogadas do time. O DT será uma importante peça no sistema defensivo, coordenado por Gunther Cunningham. Além de Suh, a primeira linha da defesa ganhou um reforço importante: Kyle Vanden Bosch, DE. Ele atuava nos Titans e Schwartz foi a sua busca quando se tornou agente livre no final da temporada passada. No minuto seguinte após as negociações entre clube e jogador serem permitidas, Schwartz estava em frente da casa de Kyle para lhe mostrar o quanto Detroit é bonita... 3 horas depois, o DE decidiu levar seus talentos para a Cidade do Motor.
Para Schwartz é questão de honra tornar o setor defensivo dos Lions forte. Foram tantos ajustes feitos que, no papel, até houve um aprimoramento considerável na primeira linha defensiva e na posições de linebackers. O ponto fraco continua sendo a secundária que é uma das piores da liga, com exceção feita ao safety Louis Delmas. Evidente que para vencer jogos a defesa precisa ceder menos pontos e o setor evoluiu para deixar os péssimos números para trás. Evidente que para vencer jogos o ataque precisa marcar pontos, o que o time já fez em 2009 com propriedade, aliás.
Ao contrário da defesa, o ataque dos Lions não foi tão ruim assim no ano passado: terminou em 26º em total de jardas e 27º em total de pontos. A equipe foi a 21º em total de jardas através do passe e 24ª em total de jardas corridas. O coordenador Scott Linehan (foto acima) é o responsável por cuidar do setor ofensivo, ele que comandou o excelente ataque do Minnesota Vikings entre 2002 e 2004. Hoje Linehan tem um ótimo grupo jovem em mãos, com diversos talentos para montar boas e efetivas jogadas – dos 11 titulares, seis foram escolhas de primeira rodada no draft: o QB Matthew Stafford, o WR Calvin Johnson, o RB Jahvid Best, o TE Brandon Pettigrew, o LT Jeff Backus e o RT Gosder Cherilus.
Best foi a meta principal dos Lions em relação ao ataque neste ano. O elenco precisava urgentemente de um RB que trouxesse um impacto imediato. Após a escolha do Suh a concentração ficou em torno da possibilidade de pegar um RB na 34º escolha. Conforme o tempo foi se desenrolando, rumores cresciam que Best não estaria disponível naquela altura do draft. O RB da Universidade da Califórnia era o jogador dos sonhos de Schwartz e ideal para o esquema dos Lions. Com medo de não consegui-lo, a diretoria fez uma troca com o rival de divisão Vikings e subiu para a 30ª posição e escolheu Best – Detroit cedeu a 34ª, 104ª e 214ª escolha, recebendo, além da 30ª, a 128ª escolha.
A expectativa é que o RB traga mais poder no jogo corrido, abrindo assim espaço para Johnson, Pettigrew e Nate Burleson, receiver que chegou como agente-livre nesta temporada e já trabalhou com Linehan em Minnesota.
Quem ganha com isto tudo é Stafford. O quarterback escolha número 1 do draft 2009, chega em 2010 mais entrosado com seus companheiros e mais experiente. Pode ser pouco, mas ele liderou os Lions nas únicas duas vitórias no campeonato passado e uma delas vai ficar pra sempre na memória.
O jogo contra o Cleveland Browns na semana 11 foi épico. Ninguém dava bola para o duelo, mas todos passaram a prestar atenção na partida conforme os minutos giravam. Quando o primeiro tempo acabou, o placar mostrava: DET 24 x 27 CLE. O que chamou a atenção mesmo foi o finalzinho... Faltando oito segundos para terminar o jogo, a bola estava na jarda número 32 dos Browns e Detroit precisava de um TD para ganhar. A jogada se inicia e Stafford não consegue achar nenhum receiver aberto. O cronômetro zera e ele resolve arremessar de qualquer jeito para a endzone em direção de Johnson e o inesperado acontece: falta dos Browns, interferência no passe. Stafford machucou o ombro na jogada e foi atendido pelos médicos que o tiraram do gramado – pela regra, um jogador lesionado tem que ficar pelo menos uma jogada fora de campo. Eric Mangini, técnico do Cleveland, pede tempo e Stafford, na maca recebendo instruções dos doutores, ouve através do alto falante do Ford Field e logo se levanta dizendo que quer voltar pro campo. Por conhecer bem as regras do jogo, ele sabe que pode retornar, pois o time adversário pediu tempo. Stafford, com só um braço bom, passa para Pettigrew e os Lions empatam a partida, vencendo o jogo após a conversão do ponto extra.
Este ato heróico de dedicação e comprometimento de Stafford renovou as esperanças dos torcedores dos Lions em verem um time vencedor e aguerrido, disputando cada partida com bravura e afinco. A equipe está estruturada para ganhar e ser competitiva, porém a temporada 2010 pode começar drástica. Dos quatro primeiros jogos, três são fora de casa e contra os rivais da divisão (Chicago – 12/09; Minnesota – 26/09 e Green Bay – 3/10); o jogo em casa dessa sequencia é contra o Philadelphia – 19/09.
O time pode começar com quatro derrotas, mas o caminho percorrido até agora é o correto e levará a resultados positivos. Gradativamente o time evolui para sair da mediocridade e caso as coisas não deem muito certo, sempre há um Saint Louis Rams para aliviar – quinto jogo, dia 10/10.
Antes de assumir seu primeiro emprego como treinador, Jim passou por dois sistemas defensivos. Foi assistente em Baltimore (de 1996 a 1998), assistente em Tennessee (1999 e 2000) e coordenador com os Titans (de 2001 a 2008). Em 2010 a meta é fazer com que os Lions cresçam de produção na defesa, que terminou 2009 em último lugar na liga em total de pontos cedidos (494) e jardas cedidas (6274). A primeira prioridade do setor foi alcançada ontem, depois de muito trabalho e conversa.
Ndamukong Suh, segunda escolha do draft 2010, perdeu quatro dias de treinos neste início de preparação, tudo porque os seus empresários, Roosevelt Barnes e Eugene Parker, não tinham entrado em acordo com a diretoria. O objetivo da dupla era assinar um contrato mais valioso do que a segunda escolha do draft de 2009, Jason Smith. A questão principal era o valor da luva (dinheiro ganho quando um contrato é acertado). Especulava-se que Suh assinaria algo em torno de US$ 50 milhões (luva) valor que Sam Bradford, primeira escolha do draft 2010, recebeu do Saint Louis Rams. Informações dão conta que Detroit já encerrou as negociações com Barnes e Parker, chegando aos seguintes termos: salário anual de US$ 12 milhões durante cinco temporadas, com US$ 40 milhões de luva.
Esta definição é de extrema importância, pois Suh irá passar a treinar com seus companheiros hoje à tarde e começar a se familiarizar com as jogadas do time. O DT será uma importante peça no sistema defensivo, coordenado por Gunther Cunningham. Além de Suh, a primeira linha da defesa ganhou um reforço importante: Kyle Vanden Bosch, DE. Ele atuava nos Titans e Schwartz foi a sua busca quando se tornou agente livre no final da temporada passada. No minuto seguinte após as negociações entre clube e jogador serem permitidas, Schwartz estava em frente da casa de Kyle para lhe mostrar o quanto Detroit é bonita... 3 horas depois, o DE decidiu levar seus talentos para a Cidade do Motor.
Para Schwartz é questão de honra tornar o setor defensivo dos Lions forte. Foram tantos ajustes feitos que, no papel, até houve um aprimoramento considerável na primeira linha defensiva e na posições de linebackers. O ponto fraco continua sendo a secundária que é uma das piores da liga, com exceção feita ao safety Louis Delmas. Evidente que para vencer jogos a defesa precisa ceder menos pontos e o setor evoluiu para deixar os péssimos números para trás. Evidente que para vencer jogos o ataque precisa marcar pontos, o que o time já fez em 2009 com propriedade, aliás.
Ao contrário da defesa, o ataque dos Lions não foi tão ruim assim no ano passado: terminou em 26º em total de jardas e 27º em total de pontos. A equipe foi a 21º em total de jardas através do passe e 24ª em total de jardas corridas. O coordenador Scott Linehan (foto acima) é o responsável por cuidar do setor ofensivo, ele que comandou o excelente ataque do Minnesota Vikings entre 2002 e 2004. Hoje Linehan tem um ótimo grupo jovem em mãos, com diversos talentos para montar boas e efetivas jogadas – dos 11 titulares, seis foram escolhas de primeira rodada no draft: o QB Matthew Stafford, o WR Calvin Johnson, o RB Jahvid Best, o TE Brandon Pettigrew, o LT Jeff Backus e o RT Gosder Cherilus.
Best foi a meta principal dos Lions em relação ao ataque neste ano. O elenco precisava urgentemente de um RB que trouxesse um impacto imediato. Após a escolha do Suh a concentração ficou em torno da possibilidade de pegar um RB na 34º escolha. Conforme o tempo foi se desenrolando, rumores cresciam que Best não estaria disponível naquela altura do draft. O RB da Universidade da Califórnia era o jogador dos sonhos de Schwartz e ideal para o esquema dos Lions. Com medo de não consegui-lo, a diretoria fez uma troca com o rival de divisão Vikings e subiu para a 30ª posição e escolheu Best – Detroit cedeu a 34ª, 104ª e 214ª escolha, recebendo, além da 30ª, a 128ª escolha.
A expectativa é que o RB traga mais poder no jogo corrido, abrindo assim espaço para Johnson, Pettigrew e Nate Burleson, receiver que chegou como agente-livre nesta temporada e já trabalhou com Linehan em Minnesota.
Quem ganha com isto tudo é Stafford. O quarterback escolha número 1 do draft 2009, chega em 2010 mais entrosado com seus companheiros e mais experiente. Pode ser pouco, mas ele liderou os Lions nas únicas duas vitórias no campeonato passado e uma delas vai ficar pra sempre na memória.
O jogo contra o Cleveland Browns na semana 11 foi épico. Ninguém dava bola para o duelo, mas todos passaram a prestar atenção na partida conforme os minutos giravam. Quando o primeiro tempo acabou, o placar mostrava: DET 24 x 27 CLE. O que chamou a atenção mesmo foi o finalzinho... Faltando oito segundos para terminar o jogo, a bola estava na jarda número 32 dos Browns e Detroit precisava de um TD para ganhar. A jogada se inicia e Stafford não consegue achar nenhum receiver aberto. O cronômetro zera e ele resolve arremessar de qualquer jeito para a endzone em direção de Johnson e o inesperado acontece: falta dos Browns, interferência no passe. Stafford machucou o ombro na jogada e foi atendido pelos médicos que o tiraram do gramado – pela regra, um jogador lesionado tem que ficar pelo menos uma jogada fora de campo. Eric Mangini, técnico do Cleveland, pede tempo e Stafford, na maca recebendo instruções dos doutores, ouve através do alto falante do Ford Field e logo se levanta dizendo que quer voltar pro campo. Por conhecer bem as regras do jogo, ele sabe que pode retornar, pois o time adversário pediu tempo. Stafford, com só um braço bom, passa para Pettigrew e os Lions empatam a partida, vencendo o jogo após a conversão do ponto extra.
Este ato heróico de dedicação e comprometimento de Stafford renovou as esperanças dos torcedores dos Lions em verem um time vencedor e aguerrido, disputando cada partida com bravura e afinco. A equipe está estruturada para ganhar e ser competitiva, porém a temporada 2010 pode começar drástica. Dos quatro primeiros jogos, três são fora de casa e contra os rivais da divisão (Chicago – 12/09; Minnesota – 26/09 e Green Bay – 3/10); o jogo em casa dessa sequencia é contra o Philadelphia – 19/09.
O time pode começar com quatro derrotas, mas o caminho percorrido até agora é o correto e levará a resultados positivos. Gradativamente o time evolui para sair da mediocridade e caso as coisas não deem muito certo, sempre há um Saint Louis Rams para aliviar – quinto jogo, dia 10/10.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 Daniel Mears / The Detroit News
© 2 Scott Boehm / Getty Images
Leia Mais: Único e Raro, artigo sobre Ndamukong Suh publicado no dia 11 de Dezembro de 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário