Qual título quer Pat Riley? Já foi campeão como jogador (1 vez), campeão como assistente técnico (1 vez), campeão como treinador (5 vezes); conquistou três troféus de Melhor Treinador do Ano por três times diferentes (Los Angeles Lakers, New York Knicks e Miami Heat) e até emprestou seu nome para um jogo de vídeo game.
O que ele quer?
Mais!
Caso não fosse envolvido com o mundo do basquete, Riley facilmente poderia ser um palestrante motivacional, desses que vão de empresa a congressos levantar a auto estima das pessoas. Esta característica começou a nascer na escola de ensino médio Linton HS em New York onde ele observava seu treinador nas preleções e, após cada dia de exercícios, usar exemplos do cotidiano e aplicá-los no jogo de basquete. Uma das frases que Pat utiliza repetidamente é: “Para se ter sucesso por um longo período, seja como treinador ou em qualquer posição de liderança, é necessário ser obsessivo em várias ocasiões.”
Com 65 anos de idade e uma vida no basquete sem igual, ele pegou esta frase e aplicou quando a possibilidade de fazer história na NBA, novamente, bateu na sua porta. Uma semana após a escolha de LeBron James para jogar em Miami junto com seus amigos Dwyane Wade e Chris Bosh, surgem histórias que este encontro vinha de um planejamento de anos atrás. Ian Thomsen, repórter da revista Sports Illustraded aborda esta questão na edição desta semana, assim como fez o jornalista Brian Windhorst do Plain-Dealer, jornal local de Cleveland, na edição do dia 10 de Julho. Contudo, por mais que tenha existido um pacto entre os três para jogarem juntos, era preciso haver um time e aí entra a ambição de Riley.
O primeiro clube a se movimentar se preparando para o mercado de 2010 foi NY. Passou a vender jogadores, assinar contratos de curta duração com as estrelas do time, abrir espaço na folha salarial... O mesmo foi feito com o Heat, assim que se percebeu a possibilidade de ter um espaço para trazer mais um grande jogador para se juntar com Wade. Logo quando o Miami entrou oficialmente na briga pelos top agentes livres, Pat entrou em cena.
Sua participação foi fundamental para a contratação de Bosh e James. Ele, com sua conversa motivadora e vivência com campeões, atraiu duas super estrelas para seu time, atingindo a meta de uni-los e pagando a eles menos do que receberia em outras propostas. Numa época de contratos absurdos e alter egos descontrolados, juntar um trio como este não é simples.
Porém não deverá ser complicado conseguir domá-los.
Riley é adepto do pensamento que diz: “Talento não é suficiente para trazer vitórias. Nada acontece se não houver união e resolução”. Ele não iria ser tão agressivo em suas decisões ou ousar tanto se o trio não fosse este. Wade, Bosh e James são amigos pessoais de longa data (entraram na NBA no mesmo ano: 2003) e todos eles têm como norte ganhar a NBA, ser campeões.
Aqueles que vão completar o elenco serão cúmplices do mesmo ideal. Muitos terão que abdicar de um salário maior para receber o mínimo possível, pois as franquias da NBA trabalham com um teto salarial e o Heat está próximo de estourar o máximo que se pode alcançar. Entretanto é possível montar um time de qualidade, visto que há jogadores dispostos a receberem menos que em outros clubes para se juntarem aos Super Amigos.
O presidente Riley, aos poucos, vai suprindo as necessidades da equipe – que será comandada por Erik Spoelstra. O quinteto titular precisava de um pivô e o lituano Zydrunas Ilgauskas (ex-Cavaliers) chega para preencher a vaga. O provável time titular fica assim:
C: Zydrunas Ilgauskas
PF: Chris Bosh
SF: LeBron James
SG: Dwyane Wade
PG: Mario Chalmers
Lembrando que Chalmers é um dos mais promissores armadores da associação. Foi titular com o Heat em sua temporada de novato em todos os 82 jogos (2008-09). Ano passado foi titular em 22 dos 73 jogos que atuou, mas deve ser o principal armador do Heat no campeonato 2010-11 – foi o MVP do Final Four da NCAA em 2008, quando sua Universidade Kansas venceu Memphis Tigers, do Derrick Rose e Chris Douglas-Roberts.
Pensando nos reservas, Pat vem moldando uma boa composição para dispor ao seu treinador. Das três escolhas do Draft 2010, duas podem contribuir agora: o pivô Dexter Pittman (Texas) e o ala de força DeSean Butler (West Virginia). A franquia acertou com o ala Udonis Haslem, peça importante no garrafão e com o ala Mike Miller, que ficará responsável por converter arremessos de média e longa distância.
Para agregar habilidade junto com compromisso, Riley declara outra frase de efeito que o acompanha desde os tempos de escola: “Viva para trabalhar, não trabalhe para viver.” A provocação surge quando é colocado na balança o dinheiro ou o triunfo, as riquezas matériais ou a menção permanente na história da NBA. Pat sabe do que fala, porque está no mundo do basquete por muito tempo e seu nome aparece na história em vários momentos.
Voltando para o passado distante, na escola ele duelou com Lew Alcindor em um torneio do estado de New York. Riley era estrela da Linton, enquanto seu adversário era o principal nome da Power Memorial Academy HS. Considerado o melhor jogador do high school americano de todos os tempos, Alcindor depois mudou seu nome para Kareem Abdul-Jabbar e foi integrante do Los Angeles Lakers da década de 80, time comandado por Pat Riley durante 9 temporadas. Além de treinar Kareem, ele tinha como discípulos Magic Johnson, James Worthy... Neste tempo Pat transmitia tudo que aprendeu como jogador (foto abaixo), atuando ao lado de Wilt Chamberlain, Jerry West...
Ele entende muito bem como é estar rodeado de estrelas, de jogadores super talentosos. Obsessivo teimoso, não perdeu a oportunidade de se unir com um dos grandes atletas da NBA. Em 2004 Riley, então diretor de basquete do Heat, foi ousado e trouxe Shaquille O´Neal para Miami. Cedeu para os Lakers Lamar Odom e Caron Butler, mas dois anos depois ganhou o troféu Larry O´Brien mais uma vez.
A franquia Heat completa nesta temporada seu 22º ano na NBA; em 15 deles, Riley esteve presente seja como treinador, diretor, ou presidente. Colocou o time na elite da Conferência Leste, encarou uma temporada na qual a equipe venceu apenas 15 jogos (2007-08) e esteve fora dos playoffs somente em três campeonatos. Agora coloca o time como principal destaque da associação, time que muitos irão odiar com um fervoroso amor.
Se não vencer, o Heat do trio Wade-Bosh-James vai ganhar o rótulo de fracassado pelos invejosos, pelos críticos que vão torcer contra e que em qualquer deslize criarão um factóide para desvirtuar. Com os envolvidos diretamente com o elenco não será assim. Riley gosta de afirmar “O sucesso não pode ser medido somente por altas posições alcançadas ou pela quantidade de dinheiro adquirido, e sim por como você se sente consigo”. Sábio que o melhor foi feito em busca da vitória, Pat Riley fica tranquilo, pois basta olhar para o mundo do basquete atualmente e ver quantas vezes o nome/logo Heat aparece.
O que ele quer?
Mais!
Caso não fosse envolvido com o mundo do basquete, Riley facilmente poderia ser um palestrante motivacional, desses que vão de empresa a congressos levantar a auto estima das pessoas. Esta característica começou a nascer na escola de ensino médio Linton HS em New York onde ele observava seu treinador nas preleções e, após cada dia de exercícios, usar exemplos do cotidiano e aplicá-los no jogo de basquete. Uma das frases que Pat utiliza repetidamente é: “Para se ter sucesso por um longo período, seja como treinador ou em qualquer posição de liderança, é necessário ser obsessivo em várias ocasiões.”
Com 65 anos de idade e uma vida no basquete sem igual, ele pegou esta frase e aplicou quando a possibilidade de fazer história na NBA, novamente, bateu na sua porta. Uma semana após a escolha de LeBron James para jogar em Miami junto com seus amigos Dwyane Wade e Chris Bosh, surgem histórias que este encontro vinha de um planejamento de anos atrás. Ian Thomsen, repórter da revista Sports Illustraded aborda esta questão na edição desta semana, assim como fez o jornalista Brian Windhorst do Plain-Dealer, jornal local de Cleveland, na edição do dia 10 de Julho. Contudo, por mais que tenha existido um pacto entre os três para jogarem juntos, era preciso haver um time e aí entra a ambição de Riley.
O primeiro clube a se movimentar se preparando para o mercado de 2010 foi NY. Passou a vender jogadores, assinar contratos de curta duração com as estrelas do time, abrir espaço na folha salarial... O mesmo foi feito com o Heat, assim que se percebeu a possibilidade de ter um espaço para trazer mais um grande jogador para se juntar com Wade. Logo quando o Miami entrou oficialmente na briga pelos top agentes livres, Pat entrou em cena.
Sua participação foi fundamental para a contratação de Bosh e James. Ele, com sua conversa motivadora e vivência com campeões, atraiu duas super estrelas para seu time, atingindo a meta de uni-los e pagando a eles menos do que receberia em outras propostas. Numa época de contratos absurdos e alter egos descontrolados, juntar um trio como este não é simples.
Porém não deverá ser complicado conseguir domá-los.
Riley é adepto do pensamento que diz: “Talento não é suficiente para trazer vitórias. Nada acontece se não houver união e resolução”. Ele não iria ser tão agressivo em suas decisões ou ousar tanto se o trio não fosse este. Wade, Bosh e James são amigos pessoais de longa data (entraram na NBA no mesmo ano: 2003) e todos eles têm como norte ganhar a NBA, ser campeões.
Aqueles que vão completar o elenco serão cúmplices do mesmo ideal. Muitos terão que abdicar de um salário maior para receber o mínimo possível, pois as franquias da NBA trabalham com um teto salarial e o Heat está próximo de estourar o máximo que se pode alcançar. Entretanto é possível montar um time de qualidade, visto que há jogadores dispostos a receberem menos que em outros clubes para se juntarem aos Super Amigos.
O presidente Riley, aos poucos, vai suprindo as necessidades da equipe – que será comandada por Erik Spoelstra. O quinteto titular precisava de um pivô e o lituano Zydrunas Ilgauskas (ex-Cavaliers) chega para preencher a vaga. O provável time titular fica assim:
C: Zydrunas Ilgauskas
PF: Chris Bosh
SF: LeBron James
SG: Dwyane Wade
PG: Mario Chalmers
Lembrando que Chalmers é um dos mais promissores armadores da associação. Foi titular com o Heat em sua temporada de novato em todos os 82 jogos (2008-09). Ano passado foi titular em 22 dos 73 jogos que atuou, mas deve ser o principal armador do Heat no campeonato 2010-11 – foi o MVP do Final Four da NCAA em 2008, quando sua Universidade Kansas venceu Memphis Tigers, do Derrick Rose e Chris Douglas-Roberts.
Pensando nos reservas, Pat vem moldando uma boa composição para dispor ao seu treinador. Das três escolhas do Draft 2010, duas podem contribuir agora: o pivô Dexter Pittman (Texas) e o ala de força DeSean Butler (West Virginia). A franquia acertou com o ala Udonis Haslem, peça importante no garrafão e com o ala Mike Miller, que ficará responsável por converter arremessos de média e longa distância.
Para agregar habilidade junto com compromisso, Riley declara outra frase de efeito que o acompanha desde os tempos de escola: “Viva para trabalhar, não trabalhe para viver.” A provocação surge quando é colocado na balança o dinheiro ou o triunfo, as riquezas matériais ou a menção permanente na história da NBA. Pat sabe do que fala, porque está no mundo do basquete por muito tempo e seu nome aparece na história em vários momentos.
Voltando para o passado distante, na escola ele duelou com Lew Alcindor em um torneio do estado de New York. Riley era estrela da Linton, enquanto seu adversário era o principal nome da Power Memorial Academy HS. Considerado o melhor jogador do high school americano de todos os tempos, Alcindor depois mudou seu nome para Kareem Abdul-Jabbar e foi integrante do Los Angeles Lakers da década de 80, time comandado por Pat Riley durante 9 temporadas. Além de treinar Kareem, ele tinha como discípulos Magic Johnson, James Worthy... Neste tempo Pat transmitia tudo que aprendeu como jogador (foto abaixo), atuando ao lado de Wilt Chamberlain, Jerry West...
Ele entende muito bem como é estar rodeado de estrelas, de jogadores super talentosos. Obsessivo teimoso, não perdeu a oportunidade de se unir com um dos grandes atletas da NBA. Em 2004 Riley, então diretor de basquete do Heat, foi ousado e trouxe Shaquille O´Neal para Miami. Cedeu para os Lakers Lamar Odom e Caron Butler, mas dois anos depois ganhou o troféu Larry O´Brien mais uma vez.
A franquia Heat completa nesta temporada seu 22º ano na NBA; em 15 deles, Riley esteve presente seja como treinador, diretor, ou presidente. Colocou o time na elite da Conferência Leste, encarou uma temporada na qual a equipe venceu apenas 15 jogos (2007-08) e esteve fora dos playoffs somente em três campeonatos. Agora coloca o time como principal destaque da associação, time que muitos irão odiar com um fervoroso amor.
Se não vencer, o Heat do trio Wade-Bosh-James vai ganhar o rótulo de fracassado pelos invejosos, pelos críticos que vão torcer contra e que em qualquer deslize criarão um factóide para desvirtuar. Com os envolvidos diretamente com o elenco não será assim. Riley gosta de afirmar “O sucesso não pode ser medido somente por altas posições alcançadas ou pela quantidade de dinheiro adquirido, e sim por como você se sente consigo”. Sábio que o melhor foi feito em busca da vitória, Pat Riley fica tranquilo, pois basta olhar para o mundo do basquete atualmente e ver quantas vezes o nome/logo Heat aparece.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
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© 2 Marc Serota / Getty Images
© 3 Wen Robertson / Getty Images
Um comentário:
Belo texto João, virei fã do seu blog depois q conheci através do texto sobre o 85 enviado para o Redzone. Grandes Ligas já está em meus favoritos!
abraço!
Leandro Coelho
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