A escolha entre se escorar no passado, viver o presente ou se iludir com o futuro


O merecimento é uma das duras leis da vida.

A chave é aprender a lidar com essa realidade.

Você só colhe o que planta; já ouviu essa, certo?

Por isso, e por tantas outras coisas, que não era para causar espanto a troca que o Cleveland Browns fez com o Indianapolis Colts, cedendo o RB Trent Richardson por uma escolha de draft da primeira rodada de 2014. Traduzindo: os Browns estão abaixo da mediocridade porque merecem e faz um brilhante esforço para permanecer na futilidade; e os Colts são essa brilhante franquia porque não se escora no passado e nem se ilude com o futuro, quer vencer hoje.

As grandes ligas têm muitos exemplos de clubes inúteis e inoperantes. O destino desses deveriam ser a extinção e cada uma delas (NFL, NBA, MLB) necessitam urgente de uma contração. Reduzir franquias é a solução para aumentar a competitividade, aprimorar a experiência dos jogos e evitar um vexame como esse feito pela diretoria dos Browns.

O que os Browns fizeram foi liberar a troco de nada o terceiro jogador do draft de 2012, um dos melhores runningbacks da NCAA quando atuava pela poderosa Universidade de Alabama. Richardson terá a chance de atuar ao lado de um dos quarterbacks mais promissores da NFL: Andrew Luck. Os Colts agora têm no elenco a escolha número 1 e número 3 do draft de 2012.

Nada mais, nada menos.

Os Browns estão jogando mais uma temporada no lixo, tirando uma onda dos torcedores. Simplesmente se livraram do melhor jogador da equipe. Como um político formado na escola de Paulo Maluf, o CEO da franquia, Joe Banner, vendeu aos torcedores a promessa de um amanhã mais competitivo.

Nada mais vazio.

A cidade mereceu perder o time em outrora – surgiu os Ravens na cidade de Baltimore em 1996. Talvez não é para tanto, mas a diretoria deve ser punida por tratar este bem tão valioso, uma franquia da NFL, com tanto desdém. É um caso similar ao que acontece com os Raiders em Oakland, outra franquia que se escora no passado e deveria, no mínimo, mudar de donos e mudar para Los Angeles.

Além dos Raiders e dos Browns, Bills, Jaguars são os clubes que fariam um favor imenso se sumissem – ou abrissem espaço para pessoas mais competentes na direção.

Assim como os Colts, Patriots, Seahawks, Falcons, Packers, Steelers, Ravens e Giants são exemplos da boa administração de uma organização da NFL. Fazem parte da elite não por acaso. Isso pelo uso da razão, pelo planejamento vencedor.

Nas outras grandes ligas também é nítido visualizar quem é quem.

O Miami Heat (NBA) é praticante desse pensamento vencedor. Enquanto haters choram e rangem os dentes no mais brilhante ato de recalque, o time chegou em três Finais seguidas, ganhando as duas últimas. Juntou forças para ir ao topo. E conseguiu.

O Houston Rockets serve, em minúscula escala, como comparativo ao Heat. Fez de tudo para adquirir Dwight Howard e mesmo que a liga não seja mais focada nos pivôs, ao menos é uma ação digna de competidor.

Boston Celtics, Brooklyn Nets, Los Angeles Lakers, Dallas Mavericks, Orlando Magic, Golden State Warriors são alguns exemplos recentes de amantes do presente vitorioso.

Enquanto isso Milwaukee Bucks, Toronto Raptors, Washington Wizards e Charlotte Bobcats são franquias perdidas e fariam parte do grupo de contração. Detroit Pistons, Philadelphia 76ers e New Orleans Pelicans estão se aproximando do caminho da perdição.

O Los Angeles Dodgers é o exemplo mais claro na MLB de uma franquia que almeja a glória. Mudou a direção e tomou como modelo a gestão vencedora do New York Yankees. Gastaram muita grana (a folha salarial/ano no início do campeonato 2013 era US$ 214 milhões), compraram jogadores do mais alto nível e apostou em jovens talentos – o extraordinário cubano Yasiel Puig está aí como prova disso. Conquistou neste ano o título da Divisão Oeste da Liga Nacional. O último título de divisão foi em 2009.

Na MLB o caso de contração é mais grave. Miami Marlins e Houston Astros são franquias de segunda divisão. Seattle Mariners e San Diego Padres não fazem o mínimo de esforço para construir uma equipe competitiva. Tampa Bay Rays até apresenta um time ou outro com talento, mas a diretoria é fraca e administra a franquia pessimamente. Sem contar o apoio zero da cidade/região. New York Mets e Toronto Blue Jays até tentam, utilizam uma lábia forte para vender o tal futuro promissor. Todavia o produto não corresponde as expectativas.

No meio de tanto sucesso e ilusão, uma imagem representa bem como um clube não tem ideia do que está fazendo. Os Browns pegaram mais uma escolha do draft em 2014 para quem sabe escolher um QB franchise player. Mas essa é uma velha história, de que amanhã vai aparecer o QB da redenção. Detalhe é que os Browns é um time sem nome e as camisas deveriam vir assim para diminuir a vergonha. Ou o torcedor tem de fazer uma pequena gambiarra para adaptar sua camisa para ter em suas costas o nome do atual QB titular (entre 1999 e 2013).



(GL)
Escrito por João da Paz


PS: Como curiosidade eis o tempo de serviço dos atuais QBs titulares de algumas franquias. Não é coincidência que estão entre as mais bem sucedidas da liga

Atlanta Falcons: Matt Ryan (desde 2008)
Baltimore Ravens: Joe Flacco (desde 2008)
Dallas Cowboys: Tony Romo (desde 2006)
New England Patriots: Tom Brady (desde 2001)
New Orleans Saints: Drew Bress (desde 2006)
New York Giants: Eli Manning (desde 2004)
Pittsburgh Steelers: Ben Roethlisberger (desde 2004)

2 comentários:

andre disse...

Sou leitor do Blog a algum tempo e concordo com a maioria dos comentários listados por vc, a direção do brows parece estar sempre sem rumo. Vale porém ressaltar que este é o primeiro ano da mesma no comando ...(se vai mudar algo eu não sei).
Gostaria porém que vc tomasse mais cuidado e respeito com os torcedores do Browns, acho que faltou respeito da sua parte em alguns comentários. O Browns tem história e muita camisa, e a NFL e seus fãs sabem disso !
Como torcedor fanático de Cleveland torço para que como nos tempos de Jim Brown a bola oval volte a sorrir para Ohio!

Igor Cometti disse...

Não concordo com essa analise. O erro foi feio quando selecionaram um RB na terceira escolha de um draft. Um time em reconstrução não pode ser dar ao luxo de fazer isso. Claro, Weeden não é o melhor exemplo de QB, mas vai etr que ser ele, já que o Hoyer vai perder a temporada. Ano que vem vem mais uma classe boa de QB no Draft. Talvez não vingue, mas pelo rumo dos Browns creio que eles irão acertar dessa vez. Eles tem um time competitivo, o único problema é a falta de um QB. Já os Colts é aquela, vencer agora e abrir mão de um primeiro round pra isso. Pode dar certo ou pode não dar certo.
Concordo também com o que o Andre disse. Sou leitor a um bom tempo do blog e pareceu que teve um pouco de falta de respeito com algumas franquias e torcedores, poderia corrigir isso.

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