“Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...”
Hoje começa as Finais da NBA, uma série melhor de 3 entre o campeão da Conferência Oeste, Dallas Mavericks, e o campeão da Conferência Leste, Miami Heat – a primeira partida em Dallas e as outras duas em Miami.
Este não é um anúncio fictício, só não conta toda a verdade. Ambas as equipes já se enfrentaram na decisão quatro vezes e cada uma venceu duas. Mas agora o que interessa são os jogos que restam. Ou não? Esta filosofia, tirada dos gramados de futebol e dita pelos praticantes do esporte bretão extraindo conhecimento do alto dos seus intelectos, que diz “O próximo jogo é o mais importante” se encaixa nas Finais da NBA? O que aconteceu nos encontros passados não vale nada?
Há um mix de fatores padrões e que agrupa aspectos dos dois pontos. A concentração total está no jogo 5 em Dallas, uma vitória do time local o deixa a um resultado positivo do título – e as chances são boas porque os Mavs jogam bem fora de casa. Já pro Miami vencer o jogo 5 é chave para conquistar o título junto com sua torcida – e vai haver duas oportunidades para atingir este objetivo se assim for.
Entretanto todos os lances e jogadas dos quatro primeiros jogos são usados para proveito do respectivo clube. Estudos são realizados para apontar erros e corrigi-los, movimentos que deram certos vão ser repetidos. Uma conclusão fácil de ser feita ao olhar para os duelos anteriores é observar a evolução do time dirigido por Rick Carlisle (Mavs) que se adaptou bem melhor ao esquema do seu adversário. O jogo 4, mais especificamente, foi um exemplo disto.
Pela primeira vez o Dallas conseguiu liderar bem o placar da partida no momento mais crucial: no 4º período. Foram 5m45s na frente – nos três primeiros jogos foram só 3 segundos de liderança no quarto final. Isto causou no grupo um sentimento de alívio e a vitória um sabor de triunfo. Mas, na verdade, tem sido assim com qualquer time que venceu um jogo destas Finais; o dia posterior é um genérico do que vai acontecer se ganhar de fato. Já a derrota nos jogos da série é o oposto; como se a equipe fosse a pior do mundo e não tivesse mais chance.
O técnico do Heat, Erik Spoelstra, definiu estas Finais com uma frase interessante: “Todo jogo é como se fosse uma bola no ar”. Não quer dizer que é a sorte que vai determinar quem vai pegá-la, mas que as oportunidades para que qualquer uma das equipes vença são iguais. O que vai diferenciar são mudanças em detalhes para mudar o curso dos jogos e Spoelstra pode fazer isto – como Rick fez no jogo 4.
O Miami utilizou pouco uma formação que o treinador pôs em ação em certa parte da temporada regular: LeBron James como ala-pivô (posição 4). Até agora ele optou por deixar seus jogadores de origem marcar a principal força de ataque do Dallas: Dirk Nowitizki. O resultado disto não é bom. No jogo 2 Chris Bosh tava na marcação no lance decisivo de Nowitzki, o alemão passou fácil e converteu uma bandeja pelo lado esquerdo. No jogo 3 Udonis Haslem era o homem da vez, Nowitzki tentou um arremesso e errou. No jogo 4 Haslem foi designado para anular o alemão, ele fechou o lado esquerdo mas Nowitzki foi para a direita e fez a bandeja.
Quem sabe este não seja o momento que muitos esperam: LeBron marcando Nowitzki.
“Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...”
Hoje começa as Finais da NBA, uma série melhor de 3 entre o campeão da Conferência Oeste, Dallas Mavericks, e o campeão da Conferência Leste, Miami Heat – a primeira partida em Dallas e as outras duas em Miami.
Este não é um anúncio fictício, só não conta toda a verdade. Ambas as equipes já se enfrentaram na decisão quatro vezes e cada uma venceu duas. Mas agora o que interessa são os jogos que restam. Ou não? Esta filosofia, tirada dos gramados de futebol e dita pelos praticantes do esporte bretão extraindo conhecimento do alto dos seus intelectos, que diz “O próximo jogo é o mais importante” se encaixa nas Finais da NBA? O que aconteceu nos encontros passados não vale nada?
Há um mix de fatores padrões e que agrupa aspectos dos dois pontos. A concentração total está no jogo 5 em Dallas, uma vitória do time local o deixa a um resultado positivo do título – e as chances são boas porque os Mavs jogam bem fora de casa. Já pro Miami vencer o jogo 5 é chave para conquistar o título junto com sua torcida – e vai haver duas oportunidades para atingir este objetivo se assim for.
Entretanto todos os lances e jogadas dos quatro primeiros jogos são usados para proveito do respectivo clube. Estudos são realizados para apontar erros e corrigi-los, movimentos que deram certos vão ser repetidos. Uma conclusão fácil de ser feita ao olhar para os duelos anteriores é observar a evolução do time dirigido por Rick Carlisle (Mavs) que se adaptou bem melhor ao esquema do seu adversário. O jogo 4, mais especificamente, foi um exemplo disto.
Pela primeira vez o Dallas conseguiu liderar bem o placar da partida no momento mais crucial: no 4º período. Foram 5m45s na frente – nos três primeiros jogos foram só 3 segundos de liderança no quarto final. Isto causou no grupo um sentimento de alívio e a vitória um sabor de triunfo. Mas, na verdade, tem sido assim com qualquer time que venceu um jogo destas Finais; o dia posterior é um genérico do que vai acontecer se ganhar de fato. Já a derrota nos jogos da série é o oposto; como se a equipe fosse a pior do mundo e não tivesse mais chance.
O técnico do Heat, Erik Spoelstra, definiu estas Finais com uma frase interessante: “Todo jogo é como se fosse uma bola no ar”. Não quer dizer que é a sorte que vai determinar quem vai pegá-la, mas que as oportunidades para que qualquer uma das equipes vença são iguais. O que vai diferenciar são mudanças em detalhes para mudar o curso dos jogos e Spoelstra pode fazer isto – como Rick fez no jogo 4.
O Miami utilizou pouco uma formação que o treinador pôs em ação em certa parte da temporada regular: LeBron James como ala-pivô (posição 4). Até agora ele optou por deixar seus jogadores de origem marcar a principal força de ataque do Dallas: Dirk Nowitizki. O resultado disto não é bom. No jogo 2 Chris Bosh tava na marcação no lance decisivo de Nowitzki, o alemão passou fácil e converteu uma bandeja pelo lado esquerdo. No jogo 3 Udonis Haslem era o homem da vez, Nowitzki tentou um arremesso e errou. No jogo 4 Haslem foi designado para anular o alemão, ele fechou o lado esquerdo mas Nowitzki foi para a direita e fez a bandeja.
Quem sabe este não seja o momento que muitos esperam: LeBron marcando Nowitzki.
“Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem!”
No jogo 4 LeBron teve uma das piores atuações da sua carreira. Ele disse: “Definitivamente não joguei bem ofensivamente [8 pontos]. Preciso fazer um melhor trabalho e ser mais participativo no ataque, não ficando fora de ritmo ofensivamente durante toda partida”.
Sua pífia performance foi reconhecida por ele e o objetivo passou a ser evitar tamanha passividade e melhorar seu desempenho. Porém a preocupação dos outros é tão grande e fora do normal que atinge níveis sórdidos. Muitos compararam e lembraram do jogo 5 dos playoffs do ano passado quando LeBron defendia o Cleveland Cavaliers e seu time foi eliminado pelo Boston Celtics. Ele terminou o jogo em questão com 27 pts, 10 ast e 19 reb. – cestinha e reboteiro da partida. Mas dizem que ele “entregou”...
Após o jogo 4 das Finais 2010-11 surgiram as mais loucas e insanas teorias sobre os péssimos números de LeBron (8pts, 7ast e 9reb). Tudo foi levado em consideração, menos o que o próprio jogador disse sobre sua própria atuação. Não é suficiente, precisa de mais drama – quem sabe arranjam um “caso” pervertido por aí.
LeBron aprendeu a transformar o ódio em combustível. Ele está acompanhando o que estão dizendo e as risadas são altas depois de encerrar uma leitura ou ouvir uma fala. Ele está numa posição única e que ninguém jamais pôde experimentar. A opinião de muitos ele desconsidera, pois provém de um princípio torpe e mesquinho, já que o repúdio para com ele seria grande se tivesse marcado 32 pontos, mas errado um lance livre primordial (performance de Dwyane Wade no jogo 4).
Junto com seus super amigos, LeBron vai continuar buscar a glória alçado pelas asas da Niké, deusa da vitória. Se não for neste ano, tem outro pela frente. Se não for no outro, tem mais um pela frente. O trio está unido, ainda resta muita coisa para ser aproveitada e a urgência, junto com o desespero, ficam com os contritos.
“E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...”
No jogo 4 LeBron teve uma das piores atuações da sua carreira. Ele disse: “Definitivamente não joguei bem ofensivamente [8 pontos]. Preciso fazer um melhor trabalho e ser mais participativo no ataque, não ficando fora de ritmo ofensivamente durante toda partida”.
Sua pífia performance foi reconhecida por ele e o objetivo passou a ser evitar tamanha passividade e melhorar seu desempenho. Porém a preocupação dos outros é tão grande e fora do normal que atinge níveis sórdidos. Muitos compararam e lembraram do jogo 5 dos playoffs do ano passado quando LeBron defendia o Cleveland Cavaliers e seu time foi eliminado pelo Boston Celtics. Ele terminou o jogo em questão com 27 pts, 10 ast e 19 reb. – cestinha e reboteiro da partida. Mas dizem que ele “entregou”...
Após o jogo 4 das Finais 2010-11 surgiram as mais loucas e insanas teorias sobre os péssimos números de LeBron (8pts, 7ast e 9reb). Tudo foi levado em consideração, menos o que o próprio jogador disse sobre sua própria atuação. Não é suficiente, precisa de mais drama – quem sabe arranjam um “caso” pervertido por aí.
LeBron aprendeu a transformar o ódio em combustível. Ele está acompanhando o que estão dizendo e as risadas são altas depois de encerrar uma leitura ou ouvir uma fala. Ele está numa posição única e que ninguém jamais pôde experimentar. A opinião de muitos ele desconsidera, pois provém de um princípio torpe e mesquinho, já que o repúdio para com ele seria grande se tivesse marcado 32 pontos, mas errado um lance livre primordial (performance de Dwyane Wade no jogo 4).
Junto com seus super amigos, LeBron vai continuar buscar a glória alçado pelas asas da Niké, deusa da vitória. Se não for neste ano, tem outro pela frente. Se não for no outro, tem mais um pela frente. O trio está unido, ainda resta muita coisa para ser aproveitada e a urgência, junto com o desespero, ficam com os contritos.
“E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...”
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 Marc Serota / Getty Images
PS: Trechos destacados em itálico são da música “Tempo Perdido” do Legião Urbana
Um comentário:
Faltou citar que o jogo coletivo do Dallas superou o individualismo das estrelas do Miami. E que a imprensa errou colocando o Miami como virtual campeão .
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