Vem aí The London Royalty, o time da NFL na Inglaterra


Cheerleaders do Jacksonville Jaguars fazem a sua parte e um calendário de lingerie não causa mal algum na tentativa de angariar fãs em Londres.

As negociações estão bem encaminhadas. É questão de tempo a NFL oficializar sua expansão europeia.

Enquanto isso vamos pensando em apelidos legais para o time britânico de futebol americano.

Porque não há nada contrário que se possa fazer. A cada ano a NFL amadurece o interesse em fincar raiz na Europa. Neste próximo domingo (29) o Minnesota Vikings jogará contra o Pittsburgh Steelers no estádio Wembley, primeiro dos dois jogos em território londrino da temporada 2013. Um avanço logístico e estratégico para que os mínimos detalhes sejam acertados.

Há cinco anos o grandes ligas acompanha de perto essa movimentação da NFL – com dois textos nesse período, em 2009 e 2011. O principal fator está escolhido: o time que mudará dos Estados Unidos.

Os Jaguars chamarão Londres de casa. Outras quatro franquias estão na corda bamba e correm perigo de deslocação, Raiders, Charges, Rams e Panthers. As três primeiras são as preferidas da cidade de Los Angeles; e os Panthers estão no purgatório. Nos bastidores da NFL é certo que uma franquia em Londres acontecerá antes de uma franquia em Los Angeles.

O novo dono dos Jaguars, Shahid Khan (nacionalidade paquistanês-americana), adquiriu a franquia em 2011 com planos de transformá-la; também é dono do Fulham, time da Premier League. Investiu muito dinheiro no incentivo aos fãs, na estrutura do clube e na comunidade. Mas aceitou o desafio de internacionalizar os Jaguars e a partir do próximo ano dois jogos da equipe serão em Londres – neste ano o duelo será contra os 49ers no dia 27 de Outubro.

Os jogos da NFL em Londres começaram em 2007 com o objetivo de analisar as condições de ter um time na cidade inglesa. A cada ano ajustes são feitos. Com a aprovação da logística, o passo agora é montar uma base de fãs lá e esses dois jogos por temporada dos Jaguars tem esse objetivo.

Os tópicos a seguir ajudam a entender melhor essa transição:

- Não haverá problemas com a emissão de passaportes a nenhum membro de todas as 32 franquias da NFL. Estados Unidos e Inglaterra estão testando sistemas de emissão do documento necessário usado em viagens internacionais. Leis trabalhistas também não serão empecilhos.

- Times como Buffalo Bills (extremo nordeste dos EUA) e San Francisco 49ers (extremo sudoeste) já fazem longas viagens durante a temporada. De New York para Londres são 6 horas de voo; Bills e 49ers têm viagens corriqueiras de 5 horas. Sem contar as distâncias percorridas pelos times que vão jogar contra eles.

- A franquia londrina terá um Centro de Treinamento nos Estados Unidos, modo de facilitar quando o time for jogar fora de casa. Servirá como uma das sedes administrativas do clube.

- Alguns jogadores disseram preferir a aposentadoria do que jogar em Londres. Eles têm esse direito e podem usar. Eli Manning em 2004 disse que não queria jogar pelo San Diego Chargers, por exemplo.

- Jacksonville é uma cidade que não comporta uma franquia da NFL. No estado da Flórida é o terceiro time mais relevante, atrás do Tampa Bay Buccaneers e Miami Dolphins. Lá, apesar do esforço de Khan, não há uma infraestrutura ideal da cidade nem apoio das grandes corporações. Sem contar a falta de grana, de público e deficitário estádio. Comparar com Londres nesses aspectos é uma covardia.

- Lembrando: uma das grandes marcas do mercado automobilístico inglês, Jaguar, pode patrocinar o time.

Eis aqui dois “probleminhas” chatos de resolver:

- A mídia inglesa não mostra tanto entusiasmo com a NFL, nem quando jogos acontecem lá. Jornais britânicos mencionam a liga em minúsculas notas.

- O horário das partidas é um desafio, porém a administração de Wembley e a FA (Football Association, órgão maior do futebol na Inglaterra) mostram disposição em trabalhar um calendário satisfatório para os campeonatos locais de futebol e a NFL. Outro detalhe sobre horário de jogos é uma lei de Londres aplicada à eventos esportivos com mais de três horas de duração. Nesse caso as partidas começariam, no máximo, no final da tarde do horário americano, impossibilitando de Londres ser sede de um Sunday ou Monday Night Football.

O novo acordo com as televisões americanas, a ser firmado em 2020, será o ponto inicial da franquia em Londres, justamente quando essas questões de horários de jogos serão definidas. A NFL, contudo, está pronta para anunciar os Jaguars em Londres daqui a cinco anos. Assim oficializaria a transição e a renovação com as TVs simbolizaria o selo formal da transferência.

London Jaguars será o nome da franquia da NFL na Inglaterra – isso se a diretoria da empresa Jaguar for um pouco inteligente. Mas você pode brincar de inventar um apelido legal. Já ouvi por aí London Powers, London Slayers, London Empire, London Spitfire...

Eu dei meu palpite – você leu aqui primeiro (rs).

The London Royalty.

(GL)
Escrito por João da Paz

2 comentários:

Igor Cometti disse...

Sou muito pessimista nessa parte e acredito que uma franquia em Londres será um erro enorme

Michel disse...

Tem diferença entre atrair 80 mil curiosos em um evento anual esporádico e atrair 80 mil torcedores em 8 jogos em casa.
E não são apenas os 80 mil torcedores do estádio. Uma equipe de NFL precisa ter uma base de fãs na casa do milhão. Porque é esse milhão que vai dar audiência na TV, consumir notícias e produtos do time.
Fora que Londres é uma cidade futeboleira. Nem o Rugby, que tem raízes no país, consegue concorrer.
Eu vejo muita mais contras do que prós para que Londres tenha uma equipe de NFL.

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