Reflete na atual temporada o trabalho apregoado pelo GM, que ganhou relevância na NFL quando assumiu o comando dos Falcons. O seu pai, Tom, jogou como quarterback no então Boston Patriots (hoje New England), porém o contato com a bola oval começou em Cleveland quando pintava as linhas do gramado para os Browns. Lá conheceu Scott Pioli em uma brincadeira despretensiosa. Criado o laço que o ajudaria.
A vida levou Thomas para lugares inusitados – chegou a treinar time de football no Japão. Quando Pioli entrou nos Patriots ele contratou o garoto que conhecera em Cleveland para ser um dos scouts (olheiros) do clube. Thomas ficou na equipe de scouts em 2002, passando a ser Diretor dos Scouts Universitário em 2003, permanecendo no cargo até 2007 antes de ir para Atlanta.
Estar com Pioli, diretor multi vencedor que levou pra casa o prêmio da revista Sporting News como executivo do ano por dois campeonatos seguidos (2003-2004), contribuiu para Thomas aprender a artimanha de construir um time vencedor, não bem sucedido apenas numa temporada, mas capaz de manter uma consistência. Ele assimilou direitinho as lições e descobriu o caminho do sucesso. Nesses cinco anos com os Falcons, Thomas ganhou dois desses prêmios da Sporting News, o mais importante dado para executivos: levou um em 2008 e outro em 2010.
A sua primeira temporada, de 2008, ditou o ritmo do que viria pela frente. Como ele conseguiu colocar os Falcons no topo da Conferência Nacional (NFC)?
ATAQUE
Tudo começa pelo quarterback, por mais que argumentem o contrário. A posição mais importante no esporte teve tratamento prioritário no draft de 2008. Thomas, com toda a experiência em observar jogadores universitários, sabia que era o momento de escolher um jogador chamado de “franquia” e que não poderia desperdiçar a boa chance que tinha em mãos. Somente dois quarterbacks de elite disponíveis ameaçaram a segurança que o clube tinha por ter a terceira posição no draft.
Quem causava perigo era o Baltimore Ravens, que pretendia trocar escolhas com o Saint Louis Rams (nº 2) e pegar Matt Ryan (Boston College). Acabou não acontecendo e os Falcons ficaram com Ryan – Ravens fez duas trocas (com Jacksonville Jaguars e Texans) e escolheu Joe Flacco (Delaware) na 18ª posição.
Não é apenas o quarterback importante, é necessário protegê-lo e Thomas, na segunda escolha do time no draft, 21ª posição, ficou com offensive tackle Sam Baker (USC). Além disso buscou um corredor à moda antiga, Michael Turner, melhor running back disponível no mercado de agentes livres, para dar segurança ao garoto. Coloque na conta o excelente receiver Roddy White, que já estava no elenco.
O tight end top veio no ano seguinte, numa negociação que Thomas fez com Pioli, agora no Kansas City Chiefs. Buscou o respeitado jogador Tony Gonzalez, cedendo uma escolha de segunda rodada do draft de 2010 na troca. Nesse draft de 2010 a concentração voltou a ser dada à proteção de Ryan, com aquisições de dois guards.
Em 2011 os Falcons causaram alvoroço na NFL, pois queriam de qualquer jeito um jovem wide receiver elite para fazer par com Roddy White. Os alvos em questão eram o atleta da universidade local AJ Green (Georgia) e Julio Jones (Alabama). Detalhe: a escolha de Thomas no draft era a 27ª... Os rumores (que concretizaram) davam conta que o Cincinnati Bengals, com a 4ª posição, escolheria Green. Subir tanto assim na tábua do draft não era bom negócio. Entretanto uma movimentação parecida foi feita e os Falcons deram 4 escolhas de draft (3 em 2011 e 1 em 2012) para os Browns e ficaram com Jones na 6ª posição. E, para substituir Turner após o expirar o contrato de seis anos, assinado em 2008, Thomas agiu com precisão ao pegar o RB Jacquizz Rodgers (Oregon State) na 145ª escolha, 5ª rodada.
No draft deste ano a dedicação para a linha ofensiva voltou a ser ressaltada ao serem escolhidos um center e um offensive tackle.
DEFESA
A fabricação da defesa do atual elenco dos Falcons é mais impressionate: dos 11 atuais titulares, 6 vieram via draft por escolha de Thomas e 2 foram contratados pelo GM – esses oito destaques estão marcados abaixo em negrito.
O primeiro draft do novo diretor teve como prioridade o ataque (lembrando de Thomas DeCoud, safety/California, draftado na 98ª posição, 3ª rodada). Logo, 2009 foi a vez da defesa: escolhidos Peria Jerry, defensive tackle (Ole Miss) na 24ª posição e William Moore, safety (Missouri) na 55ª posição, 2ª rodada.
2010 marcou o ano de prosperidade defensiva para os Falcons: escolheram Sean Weatherspoon, linebacker (Missouri) na 19ª posição e Cory Peters, defensive tackle (Kentucky) na 83ª posição, 3ª rodada. Thomas abriu o cofre da franquia e contratou no mercado de agentes livres o exímio cornerback Dunta Robinson por US$ 54 milhões/6 anos.
A aposta de 2011 foi o defensive end Ray Edwards, jogador proeminente no Minnesota Vikings, mas que não deu certo em Atlanta. Após ter assinado um contrato de 5 anos, Thomas demitiu Edwards em Novembro deste ano - única (?) falha do GM. Via draft veio o linebacker Akeem Dent (Georgia), 91ª posição, 3ª rodada.
Thomas aprendeu com o erro e arriscou num jogador mais confiante em 2012. Cedeu uma escolha de sétima rodada do draft de 2012 para o Philadelphia Eagles em troca do cornerback Asante Samuel. Ótimo negócio e Thomas tem uma história com Samuel, poiso jogador teve indicação do então olheiro dos Patriots no draft de 2003.
(GL)
Escrito por João da Paz
© 1 Kevin C. Cox / Getty ImagesEscrito por João da Paz
Um comentário:
João, feliz natal pra vc e toda sua família e parabéns pelo ( excelente ) blog. leio e aguardo ansiosamente todo novo post.
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