O estádio da universidade Michigan é um dos maiores espaços esportivos dos Estados Unidos. No dia 10 de Setembro de 2011 registrou o maior público num jogo de football na história do esporte em qualquer nível: 111.804 pessoas na partida contra Notre Dame. É um dos mais importantes programas da NCAA – o mais vitorioso – e após 11 anos venceu um Bowl importante (Sugar) derrotando a Universidade Virginia Tech na última terça, dia 3.
Tudo isto ajuda ou atrapalha a universidade e o objetivo acadêmico dela?
Traz dinheiro para os cofres, o que é sempre bom. Em muitas situações, parte da renda arrecadada pela equipe de football ajuda a revitalizar ou criar novas coisas no campus. As Universidades Penn State e Ohio State construíram enormes bibliotecas com esta grana. E olha, é muito dinheiro. A revista de economia Forbes divulgou no final do ano passado a anual lista das universidades que mais arrecadam dólares com a equipe de football:
1 - Texas: 129 milhões
2 - Notre Dame: 112 milhões
3 - Penn State: 100 milhões
4 - LSU: 96 milhões
5 - Michigan: 94 milhões
6 - Alabama: 93 milhões
7 - Georgia: 90 milhões
8 - Arkansas: 89 milhões
9 - Auburn: 88 milhões
10 - Oklahoma: 87 milhões
Tudo está incluso nestes números: doações, patrocínios... Os recentes escândalos que alguns programas passaram afugentam estas fontes de renda citadas. Mas, por exemplo, Penn State que teve um inescrupuloso caso de pedofilia dentro do time de football, perdeu alguns patrocinadores menos os principais: Nike e Pepsi Co.
A exposição que o time de football traz a uma universidade é benéfica para atrair estudantes – este time tem que ser bom, diga-se. Mantê-lo é tarefa árdua e entre 2004 e 2010 pouco mais da metade das 120 universidades que participam da primeira divisão da NCAA tiveram lucro. As que ficam no azul aproveitam e usam a equipe para chamar a atenção, principalmente nos jogos televisionados com propagandas nos intervalos comerciais. Se a escola for particular consegue mais ajuda, porém se for pública também consegue abocanhar um pouco mais do dinheiro naturalmente reservado.
A universidade pública que consegue ter um bom programa de football, com mais vitórias que derrotas, e que conquista algum Bowl em final de temporada (quanto mais relevante for o Bowl melhor), chega ter um aumento de até 8% no orçamento anual que o governo local destina à escola.
Terminar no topo do ranking também ajuda, inclusive na admissão de novos estudantes. Pesquisas apontam que a universidade que fica entre as 20 melhores no final da temporada tem um aumento de 2.5% na matrícula de novatos; se for campeã este número chega aos 8%. Grande parte destes estudantes vem com gabarito recheado de notas boas. Assim a fama acadêmica da universidade sobe.
Um time vencedor tende a fazer com que o estudante fique mais tempo no curso, aumentando a taxa de graduação da universidade. As notas diminuem se a dedicação do aluno for mais acompanhar o time do que ir às aulas, mas o crucial é que ele pegue o diploma no final. Em 2010 as principais escolas de football registraram a maior taxa de graduação da história: 69%. Notícia que encorajou todos os envolvidos.
Tudo isto ajuda ou atrapalha a universidade e o objetivo acadêmico dela?
Traz dinheiro para os cofres, o que é sempre bom. Em muitas situações, parte da renda arrecadada pela equipe de football ajuda a revitalizar ou criar novas coisas no campus. As Universidades Penn State e Ohio State construíram enormes bibliotecas com esta grana. E olha, é muito dinheiro. A revista de economia Forbes divulgou no final do ano passado a anual lista das universidades que mais arrecadam dólares com a equipe de football:
1 - Texas: 129 milhões
2 - Notre Dame: 112 milhões
3 - Penn State: 100 milhões
4 - LSU: 96 milhões
5 - Michigan: 94 milhões
6 - Alabama: 93 milhões
7 - Georgia: 90 milhões
8 - Arkansas: 89 milhões
9 - Auburn: 88 milhões
10 - Oklahoma: 87 milhões
Tudo está incluso nestes números: doações, patrocínios... Os recentes escândalos que alguns programas passaram afugentam estas fontes de renda citadas. Mas, por exemplo, Penn State que teve um inescrupuloso caso de pedofilia dentro do time de football, perdeu alguns patrocinadores menos os principais: Nike e Pepsi Co.
A exposição que o time de football traz a uma universidade é benéfica para atrair estudantes – este time tem que ser bom, diga-se. Mantê-lo é tarefa árdua e entre 2004 e 2010 pouco mais da metade das 120 universidades que participam da primeira divisão da NCAA tiveram lucro. As que ficam no azul aproveitam e usam a equipe para chamar a atenção, principalmente nos jogos televisionados com propagandas nos intervalos comerciais. Se a escola for particular consegue mais ajuda, porém se for pública também consegue abocanhar um pouco mais do dinheiro naturalmente reservado.
A universidade pública que consegue ter um bom programa de football, com mais vitórias que derrotas, e que conquista algum Bowl em final de temporada (quanto mais relevante for o Bowl melhor), chega ter um aumento de até 8% no orçamento anual que o governo local destina à escola.
Terminar no topo do ranking também ajuda, inclusive na admissão de novos estudantes. Pesquisas apontam que a universidade que fica entre as 20 melhores no final da temporada tem um aumento de 2.5% na matrícula de novatos; se for campeã este número chega aos 8%. Grande parte destes estudantes vem com gabarito recheado de notas boas. Assim a fama acadêmica da universidade sobe.
Um time vencedor tende a fazer com que o estudante fique mais tempo no curso, aumentando a taxa de graduação da universidade. As notas diminuem se a dedicação do aluno for mais acompanhar o time do que ir às aulas, mas o crucial é que ele pegue o diploma no final. Em 2010 as principais escolas de football registraram a maior taxa de graduação da história: 69%. Notícia que encorajou todos os envolvidos.
O presidente da NCAA, Mark Emmert (foto abaixo), que assumiu o posto em Novembro de 2010, valoriza estes esforços das übers universidades que tem um forte, tradicional e coeso programa. Contudo ele se opõe, corretamente, a uma conversa que a cada dia cresce: salário para os jogadores.
Concordo com a visão de Emmert: nenhum atleta da NCAA deve receber dinheiro algum das universidades. O presidente afirmou publicamente que enquanto estiver no cargo os atletas não receberão salários. Para o argumento “os jogadores são responsáveis pelo lucro que as universidades ganham e, por isso, merecem uma fatia”, Emmert tem uma ótima resposta: “Eles não são empregados, são estudantes”.
Cada universidade tem, na equipe de football, 85 bolsistas. Ou seja: 85 alunos que estudam de graça, além de ganhar livros, dormitório e refeições. Isto basta, é uma recompensa valiosíssima jogar football, estudar e ter a oportunidade de entrar na NFL, ou como um slogan da NCAA diz: “Ser profissional em outra coisa que não o esporte”.
É alto o custo para estudar numa universidade americana. Até nas instituições públicas é necessário pagar (se o aluno residir no estado da universidade tem um desconto). Num período de 5 anos, tempo que um atleta geralmente pega seu diploma, a Universidade Arkansas (pública) gasta US$ 135 mil dólares com os alunos/atletas do estado e US$ 193 mil com os de fora do estado – nestes valores estão inseridos todos os benefícios.
As taxas das universidades perseguem o estudante comum mesmo após a graduação e o estudante/atleta fica livre desta bomba. Em 2010 a dívida estudantil nos EUA superou a do cartão de crédito. Em média cada aluno pega o diploma com uma dívida de US$ 23 mil. Isto vem de empréstimos bancários que eles fazem para pagar as taxas das universidades. O montante da dívida em 2010 destes empréstimos estudantis foi de US$ 830 bilhões, em contraste com os US$ 825 bilhões das dívidas em cartões de crédito.
Veja qual o custo anual, ano letivo 2011-12, para estudar nas 10 universidades que se classificaram para os Bowls do BCS da atual temporada. Entre elas só Stanford é particular (fonte CNN/Fortune):
Stanford: US$ 53.297
Michigan: US$ 23.019
Oregon: US$ 18,669
Alabama: US$ 18.264
Wisconsin: US$ 17.777
Virginia Tech: US$ 16.828
LSU: US$ 15.474
West Virginia: US$ 14.670
Oklahoma State: US$ 14.489
Clemson: US$ 13.286
Os estudantes/atletas ganham muito e sabem disto. Fora as regalias, o governo ajuda também. Existe um programa assistencialista chamado Pell Grant que é destinado a quem tem baixa renda. É permitido que o atleta se inscreva nele caso passe por dificuldades nas despesas pessoais. É transferido um dinheiro que não precisa ser devolvido e pode atingir a quantia de US$ 5.500/ano. O jogador de football tem como, através deste programa, conseguir US$ 500,00/ano para gastar com roupas. Só é necessário mostrar as notas fiscais das compras para a universidade.
Então o estudante/atleta, pelo seu talento demonstrado em campo, ganha um diploma em grandes instituições acadêmicas e de alto custo, recebe benefícios extras da própria universidade e ainda conta com auxílios governamentais.
Os estudantes/comuns acham graça quando os estudantes/atletas reclamam que passam por dificuldades para se alimentar, para se transportar...
“Bem vindo ao mundo real” dizem.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 por Galen Chandler
Um comentário:
Isso só mostra o nível em que estão as universidades norte-americanas em relação as nossas universidades tupiniquins. Se o Brasil se importasse realmente com a educação, teríamos ótimos atletas e cidadãos. Mas é só um sonho, quem sabe um dia isso irá acontecer.
Parabéns pelo blog. Continue postando mais sobre a NCAA. Abs.
Wagner Santos (RJ)
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