O clube VIP de Oprah, Adele, Princesa Kate e Tim Tebow

O conservadorismo se encontra com o liberalismo. O puro com o profano. O cristão com a babilônia. Tim Tebow, o popular quarterbackque é mais famoso por ser quem é do que pelas qualidades dentro de campo –, é membro do New York Jets. Na capital do planeta Terra ele terá desafios a cada segundo que respirar; mesma proporção da grana que desembolsará por lá.

Sem perder tempo, um de seus patrocinadores, a fabricante de roupa íntima masculina Jockey, fez este outdoor que você vê na foto acima. Da sexta 23 até ontem (30), ficou num dos lugares mais movimentados da cidade, o Túnel Lincoln que liga New York com New Jersey. A empresa calculou que mais de 500 mil pessoas viram o painel eletrônico: “Nós apoiamos Tebow & New York – Jockey”.

A estratégia da marca foi se antecipar e chamar atenção o quanto antes. Tebow é um produto em si que rende muito dinheiro, publicidade e credibilidade. A agência Davie-Brown Index divulga semanalmente um ranking que mostra quais celebridades são mais cobiçadas/comercializáveis, ou seja, que tem um apelo maior para ser usado pelas empresas. Baseia esta pesquisa em confiança, atrativo, sinceridade, influência, entre outros.

Na lista divulgada nesta semana, Tim Tebow ficou em quarto lugar, atrás apenas da Princesa Kate, Adele (cantora) e Oprah Winfrey (apresentadora ) – nesta ordem. Algo muito significativo para um jogador que vem para os Jets para ser reserva.

Mas não um reserva qualquer. Na apresentação oficial, a entrevista coletiva teve de ser feita fora da sala de imprensa, porque o número de pessoas credenciadas era maior do que a capacidade do lugar. Então arranjaram um espaço no centro de treinamento que comportasse 200 pessoas credenciadas e 35 câmeras de TV. Lembrando, Tebow chega para ser o QB reserva...

Este clima de empolgação que cercou New York nos últimos dias mostra porque Tebow é importante no mundo da propaganda. Ele atrai muita atenção. Com tanta coisa acontecendo na cidade, o QB foi por três dias seguidos capa principal de um dos maiores tabloides da babilônia: o New York Daily News. A imprensa local falou (fala) constantemente de Tebow, deixando os dois principais times de NY de lado; isto em momentos especiais. O New York Giants (NFL) é o atual campeão do Super Bowl, título conquistada há poucos meses; e o New York Yankees (MLB) está prestes a iniciar a temporada 2012.

Porém o assunto em destaque é Tebow e os Jets. O dono da franquia, Woody Johnson, quer exatamente isto, fazer do seu clube o mais comentado de New York.


Nesta carona de popularidade, a Reebok (fabricante de material esportivo ligada a Adidas), tentou se aproveitar da situação e imediatamente após o anúncio da contratação de Tebow fez milhares de camisas alviverdes com o número 15 e o nome “Tebow” nas costas. O problema: a Nike é a nova fornecedora de uniformes da NFL, substituindo a Reebok.

O imbróglio, que foi resolvido na justiça, é que a Reebok teve oficialmente o contrato rompido com a NFL momentos antes da troca de Tebow ser divulgada. A Nike então passou a ter os direitos sobre os uniformes da NFL. Só que a Reebok agiu com esperteza e fez rapidamente as camisas as disponibilizou, mas a Nike entrou com um processo para que estes produtos fossem retirados das lojas, pois não teve autorização dela.

Na última quarta (28) a Nike ganhou a causa.

A Nike, que junto com a Jockey e a EA Sports são as únicas empresas que tem acordo diretamente com Tebow, vai fazer o lançamento dos novos uniformes da NFL na próxima sexta, dia 06. Ela alegou que os uniformes oficiais que a Reebok pode comercializar e distribuir são os que dizem respeito até a temporada passada, 2011-12. Quer dizer, o juiz do caso determinou que a Reebok só pode vender camisas com o nome “Tebow” nas costas, e o número 15 estampado, do seu antigo clube, o Denver Broncos, e que foram produzidas até 1º de Março.

Envolve muito dinheiro nesta briga que não demorou para ser resolvida. Ter um produto associado com o nome “Tebow” vale muito. O QB tem uma imagem boa para ser usada no marketing. Até o momento não tem sua reputação manchada. Até o presente momento...

É, porque, afinal, Tebow está em New York. As grandes marcas de moda, os grandes organizadores dos mais badalados encontros sociais estão lotando a agenda do jogador para que ele marque presença, que dê o ar da graça. Suficiente para atrair gente, e mais gente.

Tebow é atraente para ambos os sexos. As mulheres veem nele o solteiro mais requisitado da cidade, querem tirar foto, uma casquinha... Os homens querem tirar uma fotinha também, para dizer que estiveram ao lado dele e se gabar por aí...


Os olhos das empresas brilham com isso – na verdade se transformam em cifrões. Mesmo que seja uma que fabrique roupas íntimas masculinas, no caso da Jockey, e crie uma associação esquisita com um cristão convicto e virgem assumido. Esta junção rende dólares para ambos os envolvidos.

Mas tem um risco enorme nesta história. Atende pelo nome de babilônia. Se não existe amor em SP, não existe perdão em NY. Pense quantos paparazzi estão vigiando Tebow neste exato instante. Qualquer deslize humano de Tebow (e Tebow é um ser humano, importante ressaltar) será capa dos sedentos tabloides que clamam por polêmicas. Um segundo que pode acabar com a imagem atual que Tebow tem de invulnerável. Por outro lado, este negócio de risco com o atleta tem potencial para ser muito rentável caso consiga manter-se firme no que acredita e zelar essa imagem.

“Ontem” Tim Tebow era popular na NFL. “Hoje” ele ganha o mundo por estar no centro dele, na cidade do glamour. Numa lista dos melhores QB´s da liga, ele vai estar na parte de baixo, despercebido. Agora, numa lista das celebridades mais cobiçadas, Tebow tem ao seu redor só as mais solicitadas. Não é exagero, ficar junto com Princesa Kate, Adele e Oprah mostra aos que não acompanham a NFL o que Tebow representa no mundo da publicidade e propaganda.

Embora seja um quaterback reserva.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 James Keivom / NYDN
© 2 Washington Post
© 3 Jockey

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