O futuro é agora para Jeanie Buss, a chefe dos Lakers


A franquia Lakers perdeu seu dono. Jerry Buss. O homem que transformou o clube dourado e roxo faleceu nesta semana. Deixou uma organização bem entregue nas mãos dos filhos: Jeanie e Jim. Cada um deles administra um setor do clube; o basquete fica com Jim e o lado financeiro é por conta de Jeanie. Ela, rotulada como o futuro há anos, agora tem a chance de ser a principal agente operacional da histórica franquia da NBA.

O primeiro avanço foi dado, pois oficialmente Jeanie vai representar os Lakers na próxima reunião dos diretores dos times da associação, sendo assim a única mulher presente. Isso completa mais um setor de domínio seu nos bastidores dos Lakers, restando apenas ditar as ações na gestão de basquete.

Esse é um problema. Quem controla o setor é Jim. Sua mais recente decisão gerou um atrito entre os irmãos, tido como uma raiva pessoal, mas na verdade tem conexão com o bem do clube. Na contratação de um treinador para repor Mike Brown (demitido), Jim, o vice-presidente de elenco, responsável pela movimentação de atletas e treinadores, optou por Mike D’Antoni para ser o comandante do time em quadra. Escolha fora de encaixe, profissional sem o perfil do elenco. A rixa, segundo boatos hollywoodianos, nasceu porque Jeanie não concordava com essa contratação, preferia Phil Jackson, lendário técnico que tem uma história vitoriosa em Los Angeles. O “Felipão” deles era a melhor opção, nome preferido dos especialistas em NBA.

O problema? Jeanie é noiva de Phil Jackson.

Jeanie quebrou essa barreira de ser a formosa filha de um dono de franquia da NBA, que entrou na organização por isso. Ultrapassou as fofocas do polêmico relacionamento com Phil. Porém há gente que insiste invadir a vida pessoal dela, buscando controvérsias vestindo a capa da intolerância sexista.

A razão vence e leva Jeanie ao seu lugar. Caminhada cheia de conquistas representativas no cargo de vice-presidente das operações financeiras – desde 1999. O início começou ótimo, com inauguração de nova arena (Staples Center) e o primeiro título do tricampeonato. Dez anos depois veio um bicampeonato. Nas mãos de Jeanie não estão os troféus e sim papéis que atestam o crescimento da empresa Lakers, que mesmo em tempos de baixa mantém uma lucratividade alta.

Com 51 anos de idade, Jeanie tem experiência de sobra para ser a chefe dos Lakers. Não precisa dar a ela o nome de “dona”; em homenagem ao pai pode ficar como posse da Família Buss. Mas ela tem de ser a representante completa da franquia, conhece o que é necessário para tanto, agindo com capacidade e inteligência. Essa última que irá direcioná-la a não entrar no ramo que desconhece: o do basquete.

A decisão sobre movimentos na equipe deve ficar à sua tutela, possibilitando que ela coloque alguém competente e com conhecimento para aprumar os Lakers...

Phil Jackson? Alguém aí mencionou Phil Jackson?

Ele soltou o verbo em entrevista para a revista Sports illustraded, com criticas apontadas para os Lakers. Ele conhece a franquia muito bem e seu domínio do basquete é acima do comum. E está ai, disponível, pronto para contribuir. Onde?

Onde... Técnico é muito difícil, pois Jeanie não vai demitir D’Antoni e ter três treinadores na folha salarial. Ser executivo de pessoal também não (cargo de Jim). Ser diretor de basquete também não (Mitch Kupchak está na cadeira de GM). Seja em qual posto for, não achar lugar para Phil é perder oportunidade de agir com progressão. Lugar criado não para agradar Jeanie ou Phil; até porque ambos não precisam disso, tem suas carreiras como provas. Lugar que, porventura, será preenchido por uma pessoa competente e hábil para executar o que lhe for designado, que poderia ser uma espécie de tutor do elenco e comissão técnica, um trabalho na retaguarda da equipe. Lembrando que Phil não tem saúde para executar uma função que exija muito esforço.

A entidade Lakers desfruta de uma posição exemplar nos negócios da NBA. Os problemas em quadra são corriqueiros, frutos de decisões erradas e que podem ser corrigidas. Só que podem deixar o clube fora dos playoffs no atual campeonato. Uma perda grande para as finanças, mas o caixa segura esse revés, desde que não se repita no ano que vem.

Lakers é uma franquia diferenciada e a busca pelo título é a norma. Temporada regular é preparação aos playoffs. Reformular é uma constante com a meta de ser sempre o melhor e estar na vanguarda da associação.

Uma situação típica dos novos tempos poderá ser vista na próxima reunião dos representantes de cada uma das 30 franquias da NBA. No espaço reservado aos Lakers estará o nome de Jeanie Buss, rodeado por 29 homens.

A razão entra em cena.

E Jeanie, com propriedade, pode ser chamada de the boss.



(GL)
Escrito por João da Paz
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