A NBA está nas quartas-de-final e o Atlanta Hawks é o pior dos 8 times que estão na disputa pelo título. O duelo nas semifinais da Conferência Leste é contra a melhor equipe da associação na temporada regular, Chicago Bulls, campanha que rendeu ao tricolor mando de quadra em todas as rodadas dos playoffs.
Não vamos tão rápidos assim...
Com a vitória dos Bulls ontem a série está empatada em 1 a 1 e o mando de quadra agora pertence ao Atlanta que ganhou a primeira partida – nesta temporada o Chicago não perdeu dois jogos seguidos em casa. O responsável pela incrível façanha tem nome e sobrenome: Joe Johnson (foto acima), porém nem os fãs dos Hawks creditam na conta do jogador mais bem pago do elenco os méritos da conquista. Nem a imprensa faz o justo reconhecimento.
Está é a capa do maior jornal da cidade – Atlanta Journal-Constitution – de ontem. Uma pequena menção foi feita ao jogo da NBA e a modesta nota destacou o seguinte: “Inesperado heroi dos Hawks: armador Jeff Teague fala sobre seu jogo contra os Bulls”. A alusão vem pela ótima performance que o reserva, substituto do titular Kirk Hinrich, fez no jogo 1 marcando 21 pontos. Porém ele não foi o melhor jogador em quadra, só que o detentor desta honraria chame-se Joe Johnson; então...
Johnson foi decisivo nos minutos finais, anotou 34 pontos, converteu 5 arremessos de três dos 5 tentados e teve um aproveitamento de 66.7% nos arremessos de quadra. Mesmo sendo a única razão por seu time ainda estar vivo na competição e com chances reais de eliminar a equipe mais premiada da NBA, nem uma irrisória nota de rodapé é capaz de lembrar a importância do camisa 2.
Desde sua chegada à ATL na temporada 2005-06, certa desconfiança por parte da imprensa e fãs cercou Johnson. Os Hawks estavam construindo um grande e forte elenco do qual o SG é mais uma peça da engrenagem. Ninguém da diretoria pôs nele a cunha de “O homem”, “aquele que vai ser O cara”; ele também não fez isto porque sabe qual é a veras. Gradativamente o time foi crescendo e passou de 26 vitórias (05-06) a 53 vitórias (09-10). Johnson participou da evolução do clube e da entrada da franquia na elite da Conferência Leste.
A controvérsia nasce ao notar a enorme e exagerada cobrança em cima do SG que cinco vezes participou do Jogo das Estrelas. A condição que Johnson lida é essa: o time ganha, o grupo venceu; o time perde, culpa do Joe. Não existe ponto de vista contrário que persista ao tentar diminuir a importância da presença do armador, muito menos teses que almejam colocá-lo num lugar que não lhe faz jus.
No frenesi criado no meio do ano passado com a estupenda classe de agentes-livres disponíveis no mercado, o nome de Johnson estava ente eles. Na temporada anterior recusou uma renovação com os Hawks, uma extensão de US$ 60 milhões no contrato que estava em vigor. A negação indicava que o jogador iria testar sua cotação, ver quantos times da NBA estavam dispostos a contar com seu serviço (e de quebra entregar um pouco de amor). Numa primeira ação a diretoria do Atlanta o deixou analisar propostas, sabendo que a preferência de negociação estava com a franquia. Dois clubes mostraram grande interesse, Kincks e Bulls – mais o time de New York do treinador Mike D’Antoni, comandante de Johnson em Phoenix.
Os rumores foram aumentando e os homens de terno dos Hawks viam a saída do jogador devido às circunstâncias do passado. Ele não sentia recompensa do clube ao seu trabalho e entendia que a pressão exercida sobre ele era excessiva. Ao final da temporada regular 2009-10, Johnson era o quarto cestinha entre os SG com média de 21.3 PPJ, atrás de Monta Ellis (3°), Dwyane Wade (2°) e Kobe Bryant (1°).
Grande receio tomou conta dos Hawks em perdê-lo, assim uma proposta incomum foi feita: 119 milhões de dólares em 6 anos. Apesar de bastante surpreso pela alta oferta, claro que Johnson aceitou (quem recusaria receber cerca de US$ 20 milhões por ano?). Atlanta não tinha muita opção: ou entregava uma proposta acima da média ou perdia o jogador para um rival.
Escolheu a primeira e que Johnson administre as consequências...
Este contrato veio com uma benção e com uma maldição incorporada. O dinheiro vai deixá-lo, digamos, bem de vida, né? Mas qualquer atuação aquém das expectativas irá trazer críticas sem sentido. Johnson não vale o salário que ganha (recebe mais que Rudy Gay, Brandon Roy, Chris Paul, Deron Williams, LeBron James, Dwyane Wade,...), contudo lembre-se que não foi ele que exigiu “x” valor, os Hakws que ofereceram o gigante contrato e por não ser leviano, Johnson aceitou na hora.
Sua atuação não vai corresponder seu contracheque, tanto que sua temporada regular 2010-11 foi a pior com o uniforme dos Hawks: 18.3 PPJ e um baixo aproveitamento nos arremessos de três (29.7%). Em compensação a atual pós-temporada é sua melhor e se o Atlanta chegar às finais da Conferência pode ter certeza que a bola terá passado com frequência nas mãos de Johnson.
A força dos Hawks está no elenco. Mudou de treinador, negociou o armador titular (Mike Bibby - Heat), mas manteve o quarteto central da equipe (Johnson, Marvin Williams, Josh Smith e Al Horford, este que foi “All-Star” nesta temporada e também na anterior). O núcleo do grupo mantém o time entre os principais do Leste e Joe é um importante elo desta corrente.
Ele não é a super estrela como muitos querem que seja.
Nunca será.
Não vamos tão rápidos assim...
Com a vitória dos Bulls ontem a série está empatada em 1 a 1 e o mando de quadra agora pertence ao Atlanta que ganhou a primeira partida – nesta temporada o Chicago não perdeu dois jogos seguidos em casa. O responsável pela incrível façanha tem nome e sobrenome: Joe Johnson (foto acima), porém nem os fãs dos Hawks creditam na conta do jogador mais bem pago do elenco os méritos da conquista. Nem a imprensa faz o justo reconhecimento.
Está é a capa do maior jornal da cidade – Atlanta Journal-Constitution – de ontem. Uma pequena menção foi feita ao jogo da NBA e a modesta nota destacou o seguinte: “Inesperado heroi dos Hawks: armador Jeff Teague fala sobre seu jogo contra os Bulls”. A alusão vem pela ótima performance que o reserva, substituto do titular Kirk Hinrich, fez no jogo 1 marcando 21 pontos. Porém ele não foi o melhor jogador em quadra, só que o detentor desta honraria chame-se Joe Johnson; então...
Johnson foi decisivo nos minutos finais, anotou 34 pontos, converteu 5 arremessos de três dos 5 tentados e teve um aproveitamento de 66.7% nos arremessos de quadra. Mesmo sendo a única razão por seu time ainda estar vivo na competição e com chances reais de eliminar a equipe mais premiada da NBA, nem uma irrisória nota de rodapé é capaz de lembrar a importância do camisa 2.
Desde sua chegada à ATL na temporada 2005-06, certa desconfiança por parte da imprensa e fãs cercou Johnson. Os Hawks estavam construindo um grande e forte elenco do qual o SG é mais uma peça da engrenagem. Ninguém da diretoria pôs nele a cunha de “O homem”, “aquele que vai ser O cara”; ele também não fez isto porque sabe qual é a veras. Gradativamente o time foi crescendo e passou de 26 vitórias (05-06) a 53 vitórias (09-10). Johnson participou da evolução do clube e da entrada da franquia na elite da Conferência Leste.
A controvérsia nasce ao notar a enorme e exagerada cobrança em cima do SG que cinco vezes participou do Jogo das Estrelas. A condição que Johnson lida é essa: o time ganha, o grupo venceu; o time perde, culpa do Joe. Não existe ponto de vista contrário que persista ao tentar diminuir a importância da presença do armador, muito menos teses que almejam colocá-lo num lugar que não lhe faz jus.
No frenesi criado no meio do ano passado com a estupenda classe de agentes-livres disponíveis no mercado, o nome de Johnson estava ente eles. Na temporada anterior recusou uma renovação com os Hawks, uma extensão de US$ 60 milhões no contrato que estava em vigor. A negação indicava que o jogador iria testar sua cotação, ver quantos times da NBA estavam dispostos a contar com seu serviço (e de quebra entregar um pouco de amor). Numa primeira ação a diretoria do Atlanta o deixou analisar propostas, sabendo que a preferência de negociação estava com a franquia. Dois clubes mostraram grande interesse, Kincks e Bulls – mais o time de New York do treinador Mike D’Antoni, comandante de Johnson em Phoenix.
Os rumores foram aumentando e os homens de terno dos Hawks viam a saída do jogador devido às circunstâncias do passado. Ele não sentia recompensa do clube ao seu trabalho e entendia que a pressão exercida sobre ele era excessiva. Ao final da temporada regular 2009-10, Johnson era o quarto cestinha entre os SG com média de 21.3 PPJ, atrás de Monta Ellis (3°), Dwyane Wade (2°) e Kobe Bryant (1°).
Grande receio tomou conta dos Hawks em perdê-lo, assim uma proposta incomum foi feita: 119 milhões de dólares em 6 anos. Apesar de bastante surpreso pela alta oferta, claro que Johnson aceitou (quem recusaria receber cerca de US$ 20 milhões por ano?). Atlanta não tinha muita opção: ou entregava uma proposta acima da média ou perdia o jogador para um rival.
Escolheu a primeira e que Johnson administre as consequências...
Este contrato veio com uma benção e com uma maldição incorporada. O dinheiro vai deixá-lo, digamos, bem de vida, né? Mas qualquer atuação aquém das expectativas irá trazer críticas sem sentido. Johnson não vale o salário que ganha (recebe mais que Rudy Gay, Brandon Roy, Chris Paul, Deron Williams, LeBron James, Dwyane Wade,...), contudo lembre-se que não foi ele que exigiu “x” valor, os Hakws que ofereceram o gigante contrato e por não ser leviano, Johnson aceitou na hora.
Sua atuação não vai corresponder seu contracheque, tanto que sua temporada regular 2010-11 foi a pior com o uniforme dos Hawks: 18.3 PPJ e um baixo aproveitamento nos arremessos de três (29.7%). Em compensação a atual pós-temporada é sua melhor e se o Atlanta chegar às finais da Conferência pode ter certeza que a bola terá passado com frequência nas mãos de Johnson.
A força dos Hawks está no elenco. Mudou de treinador, negociou o armador titular (Mike Bibby - Heat), mas manteve o quarteto central da equipe (Johnson, Marvin Williams, Josh Smith e Al Horford, este que foi “All-Star” nesta temporada e também na anterior). O núcleo do grupo mantém o time entre os principais do Leste e Joe é um importante elo desta corrente.
Ele não é a super estrela como muitos querem que seja.
Nunca será.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 por Zach Wolfe
© 2 Bill Baptist / Getty Images
Um comentário:
Só acho que a galera por lá é exigente demais com o cidadão. Ele joga pra caramba, pode não valer o que recebe, mas decide os jogos sim. Como você bem citou, só tomar como exemplo o jogo 1 dos Bulls
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