Chris Kluwe, a luta pró-gays e porque é mais fácil se colocar como vítima


Um jogador mediano na NFL, mas um nome que causa alvoroço fora de campo. Chris Kluwe atuou por oito anos (2005-12) como punter do Minnesota Vikings na liga profissional de futebol americano e em artigo publicado nesta quinta, 2, no site Deadspin disse que o clube o dispensou por suas declarações a favor do casamento gay e por lutar a favor da causa homossexual.

O título da infame carta aberta é “Eu fui um jogador da NFL até ser dispensado por dois covardes e um preconceituoso”.

No caso, Kluwe rótula o ex-treinador dos Vikings, Leslie Frazier, e o diretor de football da franquia Rick Spielman como covardes. O tido como preconceituoso é o treinador da equipe de especialistas Mike Priefer.

O jogador tenta, mais uma vez, se colocar como vítima de um “esquema que o impede de jogar na NFL” e que o criador de toda essa suposta tramoia são os Vikings. Ele acredita veementemente que sua campanha pró-gay seja o real motivo do seu corte do time e, assim, tenta jogar a organização Vikings contra a opinião pública, com o objetivo de colocar uma tag “homofóbicos” no time e nos três homens mencionados por ele.

Porém, a cegueira faz com que Kluwe não assimile o óbvio: saiu do clube por questões meramente técnicas.

Em 2012 ele registrou números abaixo da média. Soma-se isso a sua idade elevada, atualmente com 39 anos, e a decisão correta de ser tomada na construção de um time é simples. Os Vikings optaram por ficar com o alemão Jeff Locke, novato escolhido no draft do ano passado oriundo da universidade UCLA.

Kluwe tentou entrar no time do Oakland Raiders, mas também foi cortado. Motivos? Técnicos e não crenças ou opiniões. A dificuldade do jogador de passar em qualquer seletiva é ter jogado sua carreira toda num estádio fechado (dome). O punt é feito de forma diferente do que em campo aberto e Kluwe nunca se adaptou bem fora de casa.

A decisão de demitir Kluwe foi similar ao que os Vikings fizeram com o kicker Ryan Longwell, outro veterano de clube com seis anos de estadia (2006-11) – e também atualmente com 39 anos de idade. O treinador Priefer optou por não ficar com Longwell e apostar no novato Blair Walsh, que acabou sendo convidado para o Pro Bowl de 2013 e já detém sete recordes da franquia e seis da NFL.

Por não ter mais chances de jogar na NFL, como admite no texto de sua autoria, Kluwe resolve se eximir da responsabilidade e não aceita a realidade. Daí, num mix de emoções e vingança, acaba sendo o covarde da história.

Ele simplesmente liga o ventilador e age inconsequentemente. Além de se prejudicar, afeta outras pessoas com argumentos mesquinhos e infantis. Kluwe injeta o veneno do rancor ao dizer claramente que espera que a sua versão da história tenha por meta “garantir que Mike Priefer nunca mais seja treinador na NFL ou em qualquer outro nível de football”.

No texto Aspectos sociológicos acerca de jogador gay na NFL mencionei que Kluwe é um dos defensores da causa que se posicionam de forma mais equivocada. Eis mais um exemplo.

Kluwe deve abraçar a causa legítima que acredita e lutar por ela. Com isso, se responsabilizar pelas consequências que por ventura surjam. Se comportar como um mimado não é a melhor das atitudes.

Lhe trás mais contras do que prós.

(GL)
Escrito por João da Paz

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