A NBA tem mais a ganhar ou a perder com apelidos de jogadores nas camisas?


Nesta sexta, 10, a NBA permitiu que jogadores entrassem em quadra com apelidos nas costas de suas camisas. Uma ação que não é inédita nos esportes americanos, muito menos na associação. O marketing está explícito, mas só trará resultados positivos para a imagem da NBA?

A ideia tem aprovação do futuro comissário da liga, Adam Silver, que assumirá o posto quando o atual comandante David Stern se aposentar no primeiro dia de Fevereiro. Silver seguirá a linha contemporânea da NBA, uma das marcas de Stern, um dos responsáveis por dar uma nova cara à liga de basquete americano em 30 anos no cargo.

Entretanto, como já vimos aqui no Grandes Ligas, o próprio Stern recuou quando notou que a ousadia estava desproporcional e arranhando a NBA. O exemplo mais evidente disso foi quando impôs o código de vestimenta nos atletas, determinando o tipo de roupas a serem usadas quando estão suspensos de partidas e ficam no banco de reservas, assim como os trajes ideais em viagens, pré-jogos e entrevistas coletivas.

Objetivo maior era tirar o rótulo de street league, pois os atletas estavam se vestindo como se estivessem na rua, com calças e camisas largas, bandanas, correntes...

Permitir apelidos em camisas usadas em jogos oficiais é permitir que um elemento estritamente das ruas volte à NBA. Um caminho percorrido pela liga há alguns anos e que não trouxe a ela benefícios.

Apelidos são comuns em jogos de basquete de rua. A marca mais famosa deste estilo, And 1, justamente chama todos os seus atletas pelo apelido e vendem produtos utilizando essa artimanha. Dá uma pegada mais street.

Todos os jogadores dos Nets e Heat têm apelidos e não foi o confronto entre eles que os criaram. Alguns são chamados pelo vulgo por muitos (LeBron James – King James; Kevin Garnett – The Big Ticket).

Então pra quê fazer um jogo desse tipo?

O marketing às claras é evidente, porém faz tempo que fãs podem customizar as camisas como bem entenderem. Logo, ter “King James” acima do número 6 da regata do Heat não é novidade.

Também não há necessidade de fazer com que os atletas sejam conhecidos por apelidos, já que muitos o são – e a história mostra isso.

Um dos mais conhecidos jogadores por apelido da NBA é Pete “Pistol” Maravich. Isso nos anos 70. Somente quando jogou no tradicional Boston Celtics que o apelido Pistol não foi permitido na camisa de jogo. Outros atletas usaram apelidos nas regatas: Elvin Hayes – E; Rudy Tomjanovich – Rudy T; Nick Weatherspoon – Spoon.

Tem jogadores que conhecemos mais pelo apelido do que pelo nome: Dr J (Julius Earvin), Magic Johnson (Earvin Johnson), Skip to my Lou (Rafer Alston), Melo (Carmelo Anthony), The Answer (Allen Iverson), Doc (Glen Rivers), The Jet (Kenny Smith), Penny Hardaway (Anfernee Hardaway) entre outros.

É um movimento arriscado da NBA permitir que esse aspecto da rua fique marcado nas camisas oficiais dos clubes. Não há a necessidade da liga atestar um aspecto natural do jogo.

No uniforme, a NBA já permitiu que os shorts folgados entrassem no fardamento padrão dos times. Características das ruas.

Os apelidos retornaram às camisas para ficar? Será opção?

Ou apenas um plano fracassado, o primeiro da gestão Silver?

Ao menos a ESPN americana mostrou o jogo Nets x Heat de maneira correta, e o narrador Mike Breen não falou os apelidos dos jogadores a cada posse de bola...

(GL)
Escrito por João da Paz

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