Parceria MTV – MLB é afirmação da crise e um grand slam


A MLB enfrenta temporada após temporada problemas com público nos estádios e audiência na TV. Se por um lado chega a perder para a MLS, por outro a World Series atinge números de jogo de temporada regular da NFL. Para recuperar o terreno perdido na corrida da popularidade dos esportes americanos, focar nos jovens é uma estratégia certeira.

A liga anunciou ontem (11) uma parceria com a MTV para exibir uma série durante a temporada 2014 que mostrará os jogadores da MLB fora de campo, destacando curiosidades e paixões dos homens que formam os elencos das 30 franquias. O método usado nas exibições será entrevistas e perfis. Andrew McCutchen e David Ortiz serão os produtores executivos do programa que será gravado na MLB Fan Cave em New York. Todas as plataformas do canal (MTV, MTV2, mtvU, MTV Hits, MTV Jams e site) vão veicular spots sobre a MLB. O programa semanal, a partir de Abril do ano que vem, vai ao ar na MTV 2.

Essa iniciativa evidencia o problema que a MLB tem em falar com o público jovem. A missão do comissário Bud Selig, no cargo desde 1998, em seu último ano no serviço, é criar um bom diálogo com essa faixa etária que são consumidores em potencial num grau elevadíssimo. Falar a linguagem deles também é fundamental para criar vínculo, fidelidade.

Hoje a MLB é um liga de “velhos”, com enorme dificuldade em ter uma linguagem mais contemporânea, ficando atrás das grandes ligas americanas (NFL, NBA e NCAA) e de outras (NHL, NASCAR e MLS) no que tange à modernidade na composição do produto.

O marketing é aquele setor básico para uma transformação que a MLB precisa. Fazer trabalho em conjunto com a MTV é um passo interessante na retomada de relevância.

A MLB se sustenta no tradicionalismo. Em contrapartida, NBA e NFL agem com agressividade andando de mãos dadas com o presente e sempre visando o futuro. A NFL, com pudor ou sem, apoia uma campanha legítima como o Outubro Rosa, mas com interesses além da filantropia na lista de prioridades. Fora vender mais produtos, a ideia é fidelizar o ávido consumismo feminino com o objetivo de não perder espaço em anos vindouros.

Funciona assim: o alvo principal da campanha ocorrida no mês passado são as mulheres entre 18 e 30 anos, faixa considerada de “mães em potencial”. Se elas passam a consumir a NFL corriqueiramente (virar fã), terão menos resistência em impedir que seus filhos não joguem football (ou admirem o esporte), isso quando bombardeados pelo debate sobre a violência e concussões do jogo.

A brilhante visão da NFL tem a meta de não perder a popularidade que tem hoje, cuidado que a MLB não teve quando desfrutava do termo “passatempo dos americanos”.

De certa forma, esse rótulo ainda está estampado na MLB, mas por ser o único esporte do verão do que qualquer outra coisa. Focar nos jovens numa plataforma que tem esse nicho como target, está no planejamento ideal na movimentação de não ficar tão atrás assim no mercado dos esportes americanos.

Os puristas fundamentalistas do beisebol clamam aos quatro cantos que o esporte está bem, que não há necessidade de mudança e outras baboseiras. Mentiras e falácias. A MLB passa por dificuldades com o publico mais jovem e reconhecer isso é um passo.

O seguinte é agir, por isso fazer parceria com a MTV é uma atitude mais do que correta.

O próximo é ter qualidade, conseguir fincar raiz no impaciente, porém rentável, público jovem.

E que não apenas sejam consumidores das marcas, cores e logos da MLB pelo simples motivo “fashion”.

(GL)
Escrito por João da Paz

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