Miami Dolphins, as ofensas e o ofendido


O jogador da linha ofensiva do Miami Dolphins, Jonathan Martin (foto acima), abandonou o time na semana passada. A inesperada ação causou espanto, pois só um acontecimento muito grave para um atleta tomar esse tipo de atitude. A imprensa foi atrás dos porquês e uma tormenta.

Martin deixou o clube por considerar ser vítima de bullying, de assédio moral. Ele não especificou da onde partiu as ofensas, mas reportagens apontam que seu companheiro de linha ofensiva, Richie Incognito, foi o autor dos ataques verbais e intimidações.

O apurado pela mídia mostra que Incognito abusava de Martin, exigindo que pagasse viagens e jantares, fora o tratamento inadequado no ambiente de trabalho. O que explodiu agora teve um ponto culminante em Abril deste ano, quando Incognito deixou esta mensagem na caixa postal de Martin:

E aí, seu meio-negro de m---. Vi você no Twitter, que está treinando a 10 dias. [Eu quero] c--- na sua p--- de boca. [Eu vou] bater na sua p--- de boca. Vai se f---, você ainda é um novato. Eu te mato

Um assunto tão delicado como esse tomou conta do noticiário nos últimos dias, extrapolando os limites do jornalismo esportivo, fazendo com que pessoas não familiarizadas com a NFL opinassem sobre. Entre argumentações de especialistas e leigos, um ponto extremamente básico é desprezado.

Antes de acusar Incognito de animal e Martin de delicado, tem algo fundamental que se perde nas emoções: o ofendido.

Não importa o quanto o linguajar chulo e comportamento ignorante é parte da cultura da NFL, se uma pessoa se diz ofendido por algo que fizeram contra ela, é suficiente para rotular o “brincalhão” de agressor, passível de punição civil (difamação).

Isso basta para encerrar qualquer discussão – e dar a voz da razão para Martin. Jogadores da liga disseram terem passado por situações piores, mas “encararam como homens” e seguiram em frente. A ação tomada por Martin de abandonar o elenco não faz dele menos homem nem o lado fraco da história. Ele, efetivamente, agiu com coragem e não aceitou ficar num ambiente contrário ao que entende ser o correto numa equipe de football.

(GL)
Escrito por João da Paz

Um comentário:

Igor Cometti disse...

A parada ainda tem muito pra ficar pior. As pessoas não deveriam chamar o Martin de "bichinha" ou o Incognito de racista e etc. Tem muita coisa pra sair disso ainda e coisas que nem vão sair.
Mas umas coisas tem que ser analisada. Incognito teve problemas com TODOS os clubes pelo qual passou. Martin não pode ser esculachado por ter feito isso, pelo povo que vai e fala "isso é tradição e etc". Mas o pior é o Staff do Miami ter deixado isso tudo acontecer. Como um time que tem pretensões deixa isso acontecer? O pior ainda é o GM falar por agente do Martin que o ele deveria dar um soco no Incognito. Onde um GM sério pode falar isso? O mais estranho, ou não, é que isso tudo acontece depois do Long, que era o líder do vestiário, sair do time

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