Na semana passada, sábado dia 14, Elvis Dumervil (defensive
end do Denver Broncos – foto à esquerda), foi preso por agressão. No mesmo dia,
Marshawn Lynch (running back do Seattle Seahawks – foto à direita), foi preso
por embriaguez ao volante.
Daqui a uma semana começa oficialmente os treinos oficiais
dos clubes da NFL, em preparação para a temporada 2012-13, e desde o Super Bowl
XLVI, no dia 5 de Fevereiro deste ano, 26 jogadores da liga foram presos.
Um número alarmante. Roger Goodell, comissário da NFL e
conhecido por gerir com mão de ferro, não fez qualquer pronunciamento sobre
estas prisões. Mas logo deve fazê-lo, já que ter a sigla da liga no caderno
policial não é bom para os negócios.
Goodell, assim que assumiu o comando em Setembro de 2006,
implantou uma cartilha que cuida do comportamento de membros e filiados. Medida
necessária, pois a briga é acirrada com a NBA pelo posto de qual liga dos
esportes americanos tem mais criminosos.
Em proporção, a NBA ganha; em números absolutos, a NFL
reina. Ao projetar os números de prisões que ocorrem com jogadores da NFL com
os que acontecem com os americanos em geral, ou fica tudo igual ou a NFL fica
abaixo. Alguns usam este argumento para contra atacar as críticas, segundo
estes, exageradas sobre ilegais que estão embaixo do escudo da liga de
football.
O principal “deslize de conduta” é embriaguez ao volante. E
assim se compara os números da NFL com o da população americana (amostra de
2010):
NFL: 1 preso a cada 144 jogadores
População americana: 1 preso a cada 135 cidadãos
Dado parelho. Contudo, o averege Joe é pego dirigido embriagado e
não ganha mídia. Mas se for um jogador da NFL, não importa qual, está em destaque
nos mais variados veículos de comunicação.
Isto que Goodell quer combater.
A NFL não é “qualquer coisa”, é um negócio que rende
anualmente 9 bilhões de dólares. Donos e atletas estão ganhando dinheiro como
nunca e o football está no auge da popularidade nos EUA – e avançando no mundo.
Então, uma prisão de um jogador da NFL não só envolve a pessoa, também traz a
imagem do clube que representa e da liga.
Todo cuidado é necessário para evitar excessos. Pela parte
dos clubes e jogadores.
Os anos 00’s e a atual década tem sido ruim para o Minnesota
Vikings nesse sentido. Período que 39 jogadores do clube foram presos – Adrian Peterson,
running back (foto acima), é a detenção mais recente. De Janeiro de 2011 até agora, foram 10
prisões, o dobro do segundo lugar nestes meses (Detroit Lions).
Os Vikings, na tentativa de amenizar a reputação ruim, passaram
a determinar posturas diferentes de seus atletas, e o próprio clube procura
agir com mais prudência. O football tem novo diretor, Rick Spielman, que tomou
um cuidado extra no Draft 2012 ao selecionar novos membros para formar o elenco
visando o campeonato deste ano. Todas as franquias puxam a ficha criminal dos possíveis
escolhidos, é praxe. Mas os Vikings foram além e buscaram traçar um perfil do
caráter dos jovens atletas, com a meta de projetar o tal desvio de conduta.
Dos 10 jogadores selecionados, nenhum tem problemas de caráter, segundo
informação do clube.
Para evitar as tensas prisões por embriaguez ao volante, os
Vikings aplicam um programa sigiloso chamado de “Táxi Sóbrio”. Não há empecilho
em vista de impedir as famosas “fugidinhas” dos atletas, porém recebem
conselhos para voltar ao respectivo lar de táxi e não dirigir os próprios
carros – o time paga a corrida da volta, caso o jogador queira. Há sigilo
absoluto, tudo com o objetivo de não vazar informação para a imprensa.
Mesmo assim, neste ano um Viking caiu na lei seca: o full
back Jerome Felton.
Cortar as arestas é uma tarefa primordial para os clubes
controlar seus funcionários (lembrando que a cartilha de conduta imposta por
Goodell vale para todos envolvidos com a liga). Quando se trata de jogadores
divas – as estrelas – sempre é mais complicado.
Neste quesito muito é posto na conta, principalmente o
passado/infância do atleta, que cria a personalidade adulta do homem.
Um caso emblemático é a prisão mais atual envolvendo um
jogador da NFL. Dez Bryant, wide receiver do Dallas Cowboys (time mais popular
da liga), foi detido no último dia 16 de Julho por agredir sua mãe. Isto,
agrediu a mãe...
Violência não se justifica. Bater em mulher então... e
quando a agredida é a mãe?
Angela Bryant deu luz à Desmond Demond Bryant com 15 anos de
idade. Ter uma mãe adolescente foi extremamente delicado para a formação do
garoto. Ainda criança, com 8 anos, viu sua mãe ser encarcerada por tráfico de
drogas – Angela ficou 18 meses atrás da grades.
Imagina uma infância desta. Acrescenta morar em sete casas
diferentes na época do ensino médio...
O Dallas Cowboys sabia que Dez era problemático, mesmo assim
o escolheu no Draft de 2010 – assinou um contrato de US$ 11,5 milhões/5 anos.
Dias antes deste Draft, o receiver foi envolvido numa polêmica que tomou conta
dos noticiários yankee: Jeff Ireland, diretor dos olheiros do Miami Dolphins,
perguntou para Dez se a mãe dele era uma prostituta. A resposta foi não; e
Ireland se desculpou depois pela inescrupulosa pergunta.
Quando Bryant era um jovem adolescente, ninguém da família o
ajudava. Conselho era zero. Toda família e sua mãe também. Mas só foi assinar
um contrato milionário que parentes apareceram “do nada”. Brigas familiares
surgiram.
Bryant está fichado na polícia por violência doméstica,
agressão familiar. É isso, motivos e causas também são domésticas, familiares.
Compete as resolver quem está envolvido no assunto particular, que responde a
pergunta: por que Dez Bryant agrediu a própria mãe?
O problema é que quando esta notícia é divulgada, seja onde
for, sai assim:
“Dez Bryant, jogador do Dallas Cowboys, time da NFL, foi
preso por bater em sua mãe...”
A violência em si, como dito anteriormente, é questão
pessoal dos participantes, mas ter o nome da liga e de um clube envolvido na
mesma frase de uma notícia tão negativa pode ser fatal para os negócios, imagem
e reputação da NFL.
Por isso Goodell precisa se pronunciar.
(GL)
Escrito por João da Paz
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Um comentário:
Excelente. Bem vindo de volta.
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