Aaron Rodgers é compreensivo:
“Sei que os grandes quarterbacks são lembrados por vencerem jogos relevantes. Se você quer ser mencionado entre os mais importantes jogadores, precisa ganhar duelos de playoffs.”
Em seis anos de carreira, três como titular, o QB do Green Bay Packers até que tem um bom retrospecto na pós-temporada: 2 vitórias e 1 derrota. O confronto do ano passado contra o Arizona Cardinals é um concreto exemplo da imagem que se cria após um resultado, aquela que desmoraliza ou idolatra um QB.
Na ocasião, um jogo fora de casa, Rodgers apresentou uma performance primorosa: 423 jardas para 4 TD´s. Mas aí veio a prorrogação e um fumble que resultou no TD da vitória dos Cardinals. O saldo ficou negativo para o camisa 12, marcado pela derrota e pela falha na hora decisiva.
Como definir se um QB faz parte da elite? O que qualifica um para fazer parte do seleto grupo? Vitórias em jogos de playoffs? Títulos de Conferência? Super Bowl? Mesmo que Rodgers atinja o ponto máximo do sucesso sempre haverá alguém para ressaltar algo que ele não conseguiu. Isto é certo, pois o mesmo acontece com outros QB´s.
Jim Kelly levou o Buffalo Bills a quatro Super Bowls seguidos (1991, 92, 93 e 94); perdeu todos. Na decisão de 94 (contra o Dallas Cowboys) completou 31 passes, marca somente superada por Tom Brady com o New England Patriots em 2004 (32 passes). Kelly, em Super Bowls, é o segundo com maior número de passes completos – atrás de Joe Montana. O legado dele é manchado por não vencer um?
E Dan Marino? O terceiro QB que mais venceu partidas na NFL disputou um só Super Bowl (1985, perdeu). Nem isso desvaloriza sua brilhante carreira. Quem afirma que Trent Dilfer (campeão em 2001 com o Baltimore Ravens) e Brad Johnson (campeão em 2003 com o Tampa Bay Buccaneers) são melhores jogadores que Kelly e/ou Marino? O sucesso de uns não tira o mérito dos outros.
Logo uma participação na grande final não credencia um jogador ao estrelato. Nomes como Rex Grossman (Chcago Bears, 2007), Jake Delhomme (Carolina Panthers, 2004), Rich Gannon (Oakland Raiders, 2003) entre outros, jogaram um Super Bowl e não é por esta razão que pertencem a elite dos QB´s.
Contudo o reconhecimento transmitido pela maioria da imprensa, consequentemente digerido pelos torcedores, gira em torno de vencer jogos de playoffs e, claro, ganhar um Super Bowl. Uma triagem feita na mídia leva a um quarteto que consideram elite: Brady, Peyton Manning Indianapolis (Indianapolis Colts), Ben Roethlisberger (Pittsburgh Steelers) e Drew Brees (New Orleans Saints) – todos possuem um anel de campeão. Rodgers, apesar de boas atuações jogo após jogo, não faz parte da lista. Vale lembrar que há os que o colocam nessa categoria.
Em dois jogos neste ano, Rodgers levou os Packers à vitória – ambos fora de casa. Em cada um deles apresentou números fantásticos. Somando as duas partidas (contra o Philadelphia Eagles e Atlanta Falcons) seu índice de passe é de excepcionais 134.3 com 6 touchdowns. Uma estatística evidencia o quanto Rodgers está num nível diferenciado: 33 passes completos de 38 tentados contra quatro ou mais jogadores o pressionando.
Contra os Falcons, mais precisamente, Aaron fez excelentes jogadas e por que elas não são suficientes para elevar seu status? Evidente que não deve ser posto num patamar acima do racional, mas sua qualidade aflorou de sobremaneira em Atlanta.
4 touchdowns dos Packers tiveram drives acima ou iguais a 80 jardas (81, 92, 80 e 80). Ele completou todos os 10 passes que tentou em terceira descida. Mais do que isto foi sua mobilidade para encontrar sempre um receiver aberto, desviando dos defensores e lançando a bola sem estar numa zona confortável.
Neste vídeo acima é possível ver isto. O S #25 William Moore vai de encontro a Rodgers sem nenhum bloqueio. Rodgers evita o sack e procura alguém livre no meio do campo [:37]. Não encontra ninguém e olha para a lateral; lá está James Jones. A bola chega perfeitamente nas mãos do #89, mesmo Rodgers lançando com o pé de apoio trocado.
O próximo desafio serão os arqui-rivais Bears e o frio de Chicago. Caso perca, Rodgers terá muitos críticos afirmando que ele não “venceu o jogo mais importante”. É sempre assim, encontram falhas para desmerecer o que foi conquistado, escolhendo o lado negativo da equação. Os Packers podem perder a final da Conferência Nacional e Rodgers ser o responsável maior pelo revés; nada ocultará o que fez até agora.
Talvez ele ainda não faça parte da chamada elite de QB´s da atual NFL, mas toda realeza tem um intruso.
Vai ver ele não tem sangue azul.
“Sei que os grandes quarterbacks são lembrados por vencerem jogos relevantes. Se você quer ser mencionado entre os mais importantes jogadores, precisa ganhar duelos de playoffs.”
Em seis anos de carreira, três como titular, o QB do Green Bay Packers até que tem um bom retrospecto na pós-temporada: 2 vitórias e 1 derrota. O confronto do ano passado contra o Arizona Cardinals é um concreto exemplo da imagem que se cria após um resultado, aquela que desmoraliza ou idolatra um QB.
Na ocasião, um jogo fora de casa, Rodgers apresentou uma performance primorosa: 423 jardas para 4 TD´s. Mas aí veio a prorrogação e um fumble que resultou no TD da vitória dos Cardinals. O saldo ficou negativo para o camisa 12, marcado pela derrota e pela falha na hora decisiva.
Como definir se um QB faz parte da elite? O que qualifica um para fazer parte do seleto grupo? Vitórias em jogos de playoffs? Títulos de Conferência? Super Bowl? Mesmo que Rodgers atinja o ponto máximo do sucesso sempre haverá alguém para ressaltar algo que ele não conseguiu. Isto é certo, pois o mesmo acontece com outros QB´s.
Jim Kelly levou o Buffalo Bills a quatro Super Bowls seguidos (1991, 92, 93 e 94); perdeu todos. Na decisão de 94 (contra o Dallas Cowboys) completou 31 passes, marca somente superada por Tom Brady com o New England Patriots em 2004 (32 passes). Kelly, em Super Bowls, é o segundo com maior número de passes completos – atrás de Joe Montana. O legado dele é manchado por não vencer um?
E Dan Marino? O terceiro QB que mais venceu partidas na NFL disputou um só Super Bowl (1985, perdeu). Nem isso desvaloriza sua brilhante carreira. Quem afirma que Trent Dilfer (campeão em 2001 com o Baltimore Ravens) e Brad Johnson (campeão em 2003 com o Tampa Bay Buccaneers) são melhores jogadores que Kelly e/ou Marino? O sucesso de uns não tira o mérito dos outros.
Logo uma participação na grande final não credencia um jogador ao estrelato. Nomes como Rex Grossman (Chcago Bears, 2007), Jake Delhomme (Carolina Panthers, 2004), Rich Gannon (Oakland Raiders, 2003) entre outros, jogaram um Super Bowl e não é por esta razão que pertencem a elite dos QB´s.
Contudo o reconhecimento transmitido pela maioria da imprensa, consequentemente digerido pelos torcedores, gira em torno de vencer jogos de playoffs e, claro, ganhar um Super Bowl. Uma triagem feita na mídia leva a um quarteto que consideram elite: Brady, Peyton Manning Indianapolis (Indianapolis Colts), Ben Roethlisberger (Pittsburgh Steelers) e Drew Brees (New Orleans Saints) – todos possuem um anel de campeão. Rodgers, apesar de boas atuações jogo após jogo, não faz parte da lista. Vale lembrar que há os que o colocam nessa categoria.
Em dois jogos neste ano, Rodgers levou os Packers à vitória – ambos fora de casa. Em cada um deles apresentou números fantásticos. Somando as duas partidas (contra o Philadelphia Eagles e Atlanta Falcons) seu índice de passe é de excepcionais 134.3 com 6 touchdowns. Uma estatística evidencia o quanto Rodgers está num nível diferenciado: 33 passes completos de 38 tentados contra quatro ou mais jogadores o pressionando.
Contra os Falcons, mais precisamente, Aaron fez excelentes jogadas e por que elas não são suficientes para elevar seu status? Evidente que não deve ser posto num patamar acima do racional, mas sua qualidade aflorou de sobremaneira em Atlanta.
4 touchdowns dos Packers tiveram drives acima ou iguais a 80 jardas (81, 92, 80 e 80). Ele completou todos os 10 passes que tentou em terceira descida. Mais do que isto foi sua mobilidade para encontrar sempre um receiver aberto, desviando dos defensores e lançando a bola sem estar numa zona confortável.
Neste vídeo acima é possível ver isto. O S #25 William Moore vai de encontro a Rodgers sem nenhum bloqueio. Rodgers evita o sack e procura alguém livre no meio do campo [:37]. Não encontra ninguém e olha para a lateral; lá está James Jones. A bola chega perfeitamente nas mãos do #89, mesmo Rodgers lançando com o pé de apoio trocado.
O próximo desafio serão os arqui-rivais Bears e o frio de Chicago. Caso perca, Rodgers terá muitos críticos afirmando que ele não “venceu o jogo mais importante”. É sempre assim, encontram falhas para desmerecer o que foi conquistado, escolhendo o lado negativo da equação. Os Packers podem perder a final da Conferência Nacional e Rodgers ser o responsável maior pelo revés; nada ocultará o que fez até agora.
Talvez ele ainda não faça parte da chamada elite de QB´s da atual NFL, mas toda realeza tem um intruso.
Vai ver ele não tem sangue azul.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 Kevin C. Cox / Getty Images
3 comentários:
Excelente texto,
Excelente blog, está nos meus favoritos a tempos.
grande blog parabens e um grande qb, não sou torcedor do green bay mais paro pra assistir o rodgers jogar, ele joga d+, é tão bom quanto os chamados "elite qb nfl"..grande jogador
Belo post esse...
Na minha opinião, o Aaron Rodgers, mesmo sem ainda ter um anel de campeão, já está na elite dos QB's. Basta ver o que ele vem fazendo nos últimos jogos... a mobilidade do garoto é incrível!
Considero ele inclusive melhor que o Big Ben. E acho que é só questão de tempo para que o camisa 12 leve os Packers ao título, porque talento ele tem de sobra.
Abraço!
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