Valor. Esta palavra, nas suas mais variadas flexões, circunda as mentes dos membros da diretoria e da comissão técnica do Washington Redskins. Tudo pensando em Albert Haynesworth (foto acima), jogador que custou milhões aos cofres do clube e que não demonstra dedicação, comprometimento, vontade. Valeu fechar um contrato de US$ 100 milhões por 7 anos? Vale a insistência em tentar fazê-lo focar no coletivo?
Não é de hoje que Albert age de forma intransigente, só pensando em si. Traços de um individualismo medíocre que vem desde o tempo da escola no estado da Carolina do Sul. Na transição entre o ano de júnior e o de veterano ele se apresentou acima do peso e desinteressado no seu time, visto que ele já tinha assegurado uma bolsa de estudos para atuar na NCAA.
O mesmo se repetiu neste ano, quando o talentoso defensor não se apresentou com o porte físico ideal na preparação para a temporada 2010. Por mais que ele tenha tido uma perda de 15kg em relação a 2009, não era considerado satisfatório pela comissão. Ao fazer os testes básicos de condicionamento físico, foi reprovado. Recebeu uma ordem do treinador Mike Shanahan que só iria treinar se passasse na avaliação. Depois de muitas tentativas Haynesworth cumpriu a meta estabelecida pelo preparador da equipe, mas nada impediu que muitos questionassem a falta de responsabilidade de um atleta que, nos primeiros 13 meses de contrato com os Redskins, recebeu 35 milhões de dólares. Como pode um jogador profissional falhar em um simples teste? Como pode alguém que ganhou uma quantia enorme de dinheiro não se preparar adequadamente para exercer sua profissão?
A ira chegou ao ponto de muitos jornalistas e comentaristas, principalmente os ex-atletas da NFL, fazerem a mesma prova designada à Albert. Para a surpresa de poucos, todos os que aceitaram o desafio passaram. A finalidade era exemplificar que se alguém que não é um jogador profissional conseguiu completar o teste dentro do tempo padrão, aquele que é profissional deveria se envergonhar por não ter conseguido.
Haynesworth se defendeu usando um diagnóstico que reporta uma doença em seu corpo chamada rabdomiólise, que ataca os músculos gerando um desgaste acima do normal, além de afetar os rins, podendo causar uma grave infecção renal. Por mais que possa soar sério, é possível amenizá-la com a ingestão de líquidos. Não cuidar do corpo pode ter agravado o estado da doença, porém por ter jogado no último sábado ele deve estar recuperado. Para não voltar a sentir uma fadiga desproporcional, basta se manter em forma, saudável e hidratado.
A birra de não aparecer nos treinamentos iniciais (voluntários) foi um dos outros equívocos de Albert. Uma das alegações dele era não concordar com o novo sistema defensivo da equipe que irá utilizar 3 jogadores na linha de defesa ao invés de 4 como no ano passado, o que cria uma mudança de posição passando de DT para NT. Justamente por haver esta transição é que era preciso mais treinos e mais estudos táticos para se adaptar ao novo esquema, entretanto não foi assim que Albert encarou a situação e somadas as constantes reprovações nos testes físicos, desperdiçou muitas oportunidades para aprender um pouco mais.
Ele ainda está treinando com a segunda equipe defensiva. Só na semana passada ele perdeu três dias de treinamentos e nas contas de Jim Haslett, coordenador defensivo, o camisa 92 só participou de 6 dos mais de 40 treinos da equipe. Para recuperar a posição de titular e se encaixar na nova tática defensiva será necessário muito treino em um alto nível, sem contar os jogos da pré-temporada.
Na mais recente partida de preparação no último sábado, Albert participou por volta de vinte jogadas na posição de NT. Após o jogo ele se rebelou dizendo aos repórteres que achou um absurdo entrar no segundo tempo do jogo e enfrentar jogadores de uma categoria mais baixa. Não fez questão de externar qualquer arrependimento pelo comportamento nesta pré-temporada e afirmou que ano que vem fará a mesma coisa. Não aceitar ordens é outro erro de Haynesworth e causou uma indignação nos veteranos do time, principalmente do LB London Fletcher.
Fletcher teve uma conversa particular com Albert e o teor foi que o time está pronto para seguir em frente, com ou sem o camisa 92. O posicionamento de Fletcher condiz com o restante do grupo que está cansado de responder diariamente perguntas sobre um cara que nem parece fazer parte de um time.
Não satisfeito em incitar uma ira dos seus companheiros, ele extrapola e briga com seus superiores: o treinador e a diretoria. Na mesma entrevista pós jogo de sábado passado, Haynesworth insinuou que a franquia quer lhe causar uma má impressão perante à imprensa e aos fãs, dizendo inverdades sobre seu condicionamento físico. Disse também que não se agradou de ser usado somente no segundo tempo da partida.
Shanahan (foto acima) resolveu pôr um fim a este assunto, deixando todas as diretrizes claras ao seu jogador mais problemático e entraram num acordo de não mais comentar nada via mídia. O que ficou evidente é que se Albert não treinar e não render o esperado, não joga: simples assim. Shanahan já teve uma experiência similar como esta em 2006 quando treinava o Denver Broncos e tirou a titularidade do QB Jake Plummer por ele não se dedicar aos treinos – o promovido foi o então QB novato Jay Cutler.
Os Redskins foram agressivos para adquirir o defensor que interessava a muitos clubes. Gastou muito dinheiro e pouco tempo, pois entraram num acordo em pouco mais de seis horas de abertura da janela de negociações de 2009. Agora, será que foi uma boa contratação? Não há dúvida que Albert goza de habilidades excepcionais, aliando força e velocidade num corpo gigantesco. Contudo, o que fazer com os problemas fora de campo, vale a pena buscar soluções? A certeza é que os dois lados precisam se acertar por mais que, nesse caso, a maior responsabilidade seja do jogador, que precisa receber um sinal de despertar para enxergar os equívocos e corrigi-los.
Não é de hoje que Albert age de forma intransigente, só pensando em si. Traços de um individualismo medíocre que vem desde o tempo da escola no estado da Carolina do Sul. Na transição entre o ano de júnior e o de veterano ele se apresentou acima do peso e desinteressado no seu time, visto que ele já tinha assegurado uma bolsa de estudos para atuar na NCAA.
O mesmo se repetiu neste ano, quando o talentoso defensor não se apresentou com o porte físico ideal na preparação para a temporada 2010. Por mais que ele tenha tido uma perda de 15kg em relação a 2009, não era considerado satisfatório pela comissão. Ao fazer os testes básicos de condicionamento físico, foi reprovado. Recebeu uma ordem do treinador Mike Shanahan que só iria treinar se passasse na avaliação. Depois de muitas tentativas Haynesworth cumpriu a meta estabelecida pelo preparador da equipe, mas nada impediu que muitos questionassem a falta de responsabilidade de um atleta que, nos primeiros 13 meses de contrato com os Redskins, recebeu 35 milhões de dólares. Como pode um jogador profissional falhar em um simples teste? Como pode alguém que ganhou uma quantia enorme de dinheiro não se preparar adequadamente para exercer sua profissão?
A ira chegou ao ponto de muitos jornalistas e comentaristas, principalmente os ex-atletas da NFL, fazerem a mesma prova designada à Albert. Para a surpresa de poucos, todos os que aceitaram o desafio passaram. A finalidade era exemplificar que se alguém que não é um jogador profissional conseguiu completar o teste dentro do tempo padrão, aquele que é profissional deveria se envergonhar por não ter conseguido.
Haynesworth se defendeu usando um diagnóstico que reporta uma doença em seu corpo chamada rabdomiólise, que ataca os músculos gerando um desgaste acima do normal, além de afetar os rins, podendo causar uma grave infecção renal. Por mais que possa soar sério, é possível amenizá-la com a ingestão de líquidos. Não cuidar do corpo pode ter agravado o estado da doença, porém por ter jogado no último sábado ele deve estar recuperado. Para não voltar a sentir uma fadiga desproporcional, basta se manter em forma, saudável e hidratado.
A birra de não aparecer nos treinamentos iniciais (voluntários) foi um dos outros equívocos de Albert. Uma das alegações dele era não concordar com o novo sistema defensivo da equipe que irá utilizar 3 jogadores na linha de defesa ao invés de 4 como no ano passado, o que cria uma mudança de posição passando de DT para NT. Justamente por haver esta transição é que era preciso mais treinos e mais estudos táticos para se adaptar ao novo esquema, entretanto não foi assim que Albert encarou a situação e somadas as constantes reprovações nos testes físicos, desperdiçou muitas oportunidades para aprender um pouco mais.
Ele ainda está treinando com a segunda equipe defensiva. Só na semana passada ele perdeu três dias de treinamentos e nas contas de Jim Haslett, coordenador defensivo, o camisa 92 só participou de 6 dos mais de 40 treinos da equipe. Para recuperar a posição de titular e se encaixar na nova tática defensiva será necessário muito treino em um alto nível, sem contar os jogos da pré-temporada.
Na mais recente partida de preparação no último sábado, Albert participou por volta de vinte jogadas na posição de NT. Após o jogo ele se rebelou dizendo aos repórteres que achou um absurdo entrar no segundo tempo do jogo e enfrentar jogadores de uma categoria mais baixa. Não fez questão de externar qualquer arrependimento pelo comportamento nesta pré-temporada e afirmou que ano que vem fará a mesma coisa. Não aceitar ordens é outro erro de Haynesworth e causou uma indignação nos veteranos do time, principalmente do LB London Fletcher.
Fletcher teve uma conversa particular com Albert e o teor foi que o time está pronto para seguir em frente, com ou sem o camisa 92. O posicionamento de Fletcher condiz com o restante do grupo que está cansado de responder diariamente perguntas sobre um cara que nem parece fazer parte de um time.
Não satisfeito em incitar uma ira dos seus companheiros, ele extrapola e briga com seus superiores: o treinador e a diretoria. Na mesma entrevista pós jogo de sábado passado, Haynesworth insinuou que a franquia quer lhe causar uma má impressão perante à imprensa e aos fãs, dizendo inverdades sobre seu condicionamento físico. Disse também que não se agradou de ser usado somente no segundo tempo da partida.
Shanahan (foto acima) resolveu pôr um fim a este assunto, deixando todas as diretrizes claras ao seu jogador mais problemático e entraram num acordo de não mais comentar nada via mídia. O que ficou evidente é que se Albert não treinar e não render o esperado, não joga: simples assim. Shanahan já teve uma experiência similar como esta em 2006 quando treinava o Denver Broncos e tirou a titularidade do QB Jake Plummer por ele não se dedicar aos treinos – o promovido foi o então QB novato Jay Cutler.
Os Redskins foram agressivos para adquirir o defensor que interessava a muitos clubes. Gastou muito dinheiro e pouco tempo, pois entraram num acordo em pouco mais de seis horas de abertura da janela de negociações de 2009. Agora, será que foi uma boa contratação? Não há dúvida que Albert goza de habilidades excepcionais, aliando força e velocidade num corpo gigantesco. Contudo, o que fazer com os problemas fora de campo, vale a pena buscar soluções? A certeza é que os dois lados precisam se acertar por mais que, nesse caso, a maior responsabilidade seja do jogador, que precisa receber um sinal de despertar para enxergar os equívocos e corrigi-los.
(GL)
Escrito por João da Paz
Escrito por João da Paz
© 1 John McDonnell
© 2 AP Photo
Um comentário:
Excelente artigo. Mostra bem a falta de comprometimento do Haynesworth (e que ocorre com certa frequência na NFL) e a incompetência do Washington Redskins ao longo da década. Espero que o Shanahan coloque ordem na casa.
Só uma correção, João: o ano de calouro de Jay Cutler no Denver Broncos foi 2006, e não 1996, como está no artigo.
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